Cidades

Deficiência

Sem vagas suficientes, 8,5 mil crianças ficam fora das creches

Mais de 3 mil pais não confirmaram a matrícula e vagas foram para lista de espera

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As 104 Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) - as creches - de Campo Grande, que atendem em torno de 19 mil crianças, são insuficientes para atender a demanda. Este ano, existem aproximadamente 8,5 mil crianças - entre 4 meses e 5 anos de idade - que permanecerão sem uma vaga nas instituições. Isso acontece devido ao deficit entre vagas ofertadas e demanda.

Segundo a chefe da Central de Matrículas da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Adriana Cedrão, dados de novembro do ano passado mostravam que haviam 15 mil crianças na lista de espera por uma vaga nas instituições antes de serem abertas as 6,5 mil novas vagas.

“A procura é bem grande por conta do atendimento. A criança vai lá, fica das 7h até às 17h, o pai não precisa se preocupar. Lá eles tem todas as refeições, banho, tem tudo e não precisa pagar nada, então a rede é muito procurada. Por mais que a gente tenha 104 Emeis, não é pouco, a gente atende em torno de 19 mil crianças”, disse Adriana.  

Os dados atualizados ainda não foram disponibilizados pela secretaria, já que uma lista contendo 3.365 nomes de crianças chamadas foi publicada na terça-feira (11) e os pais têm até o dia 21 deste mês para confirmar a matrícula para a vaga. A lista final será divulgada apenas após esta data.

“Na terça-feira (11) nós atendemos 517 pessoas, entre pais que vieram fazer a confirmação, saber se o nome da criança estava na lista dos chamados e alguns que viram colocar o nome da criança na lista de espera. Mas a maioria já fez o cadastro e quer saber se o filho foi contemplado com a vaga. Entre terça e quarta (12) aumentou 100% o fluxo de pessoas aqui”, contou a representante da Semed.

Este ano, mais 50% dos pais que foram convocados a confirmar a matrícula de seus filhos em uma unidade não fez  o processo até o dia 24 de janeiro e perdeu a vaga. Com isso, se eles ainda precisarem colocar a criança na Emei, devem fazer novamente o cadastro para ir para o “fim da fila”.

Apesar de não precisar mais se deslocar até a Semed para fazer a confirmação de vaga ou mesmo saber se a criança foi contemplada, já que o site da Semed tem as informações, muito pais preferem ir pessoalmente até a Secretaria. Há também a possibilidade de consultar a lista e fazer a matrícula pelo telefone 0800-615-1515.

A matrícula é feita na unidade de Educação Infantil a qual a criança foi contemplada com a vaga. Segundo a chefe do setor, a maioria das crianças fora das instituições são do Grupo 1, que vai dos 4 meses aos 2 anos. “Nossa maior demanda é para bebê, porque requer mais cuidado, mais atenção, é um número reduzido por sala, não tem como colocar 25 bebês com duas pessoas atendendo, tem que ter muito cuidado”.

Ainda conforme Cedrão, o problema é que nem toda escola de educação infantil comporta a estrutura necessária para atender crianças nessa faixa etária. “Dos 104 Emeis que a gente tem, cada um tem sua especificidade. Nem todos comportam o berçário, a gente tem Emei que não tem o berçário”.

ESPERA

Este é o caso da estudante Cassandra de Araújo Terlan, 34 anos, que tem um bebê de 9 meses e tenta uma vaga porque na segunda-feira (17) começa a estudar Matemática na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). “Eu cadastrei minha filha antes da primeira lista sair e mesmo assim ela não está nem na lista de espera. Eu preciso dessa vaga, senão vou ter que levar meu bebê para a faculdade”.

Ela tem outros dois filhos, de 4 e 7 anos, mas ambos estão estudando. “O menino de 4 anos eu consegui vaga só depois de ingressar com pedido na Defensoria Pública, mas depois acabei mudando de bairro e troquei ele para uma instituição filantrópica. A menina mais velha já está na escola”, contou.

Na sede da Secretaria, na manhã de ontem (12), muitas mães ainda procuravam vagas para as crianças nas Emeis, como a dona de casa Ana Elise Aparecida Rachid, de 24 anos. Dos seis filhos da jovem, três tem idade de estar nas Emeis. “A menina de 4 anos conseguiu vaga já, mas o menino de dois foi colocado na creche da Nha-nhá e eu mudei para o Los Angeles, quero trocá-lo de Emei. O bebê de seis meses eu vim cadastrar para uma vaga”, contou.

No ano passado as vagas ofertadas pela Prefeitura de Campo Grande para as Emeis só foram completamente preenchidas na terceira lista de espera, apesar de a procura ser grande.

CONFIRMAÇÃO

Os pais ou responsáveis dos alunos contemplados têm até o dia 21 de fevereiro para ir até a EMEI para a qual a criança foi designada e confirmar a matrícula. No total, 3.365 crianças foram contempladas na segunda listagem.  A chefe da Central de Matrículas, Adriana Cedrão, ressalta que os pais não devem perder o prazo de efetivação para que a criança não perca o direito à vaga. Caso isto ocorra, será necessário realizar novo cadastro na lista de espera.

Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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