Cidades

reunião

TCE-MS quer ver licença ambiental que permitiu construção de rodovia no Pantanal

Obra na MS-228 começou em maio de 2022 e é avaliada em mais de R$ 37,4 milhões, mas foi embargada pela Corte de Contas

Continue lendo...

O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) reuniu-se com o setor produtivo que atua no Pantanal, principalmente proprietários de fazendas, e pontuou que a retomada de obras para revestimento primário da MS-228 no bioma vai depender de o governo estadual apresentar as devidas licenças ambientais que autorizaram as intervenções. 

Essa reunião ocorreu ontem, em Corumbá. Com a promessa de ser uma proposta de desenvolvimento no território, a construção acabou se transformando em um grande problema à administração estadual, após acusações que as intervenções estavam causando danos ambientais.

As obras estão avaliadas em R$ 37,4 milhões, e o projeto consta uma conexão – hoje inexistente – por rodovia de terra batida dentro do Pantanal da Nhecolândia, ligando a região à parte do Paiaguás, dando acesso, dessa forma, entre Corumbá e Coxim.

Esse território pantaneiro é o principal na criação de gado no bioma, além de contar com locais de pesquisa, como a Fazenda Nhumirim, a qual pertence à Embrapa Pantanal.

Para embargar a obra, o TCE-MS elaborou um estudo de engenharia e identificou problemas em aterros produzidos para a formação da estrada e para o fim dos caminhos com o chamado areião.
Alguns aterros têm cerca de 4 metros, literalmente cortando ao meio o Pantanal da Nhecolândia. Em algumas regiões, por conta do ciclo de cheia, as áreas ficam completamente alagadas.

Os aterros construídos dividiram as águas de baías que são formadas esporadicamente e geraram impactos ainda não mensurados tecnicamente para a vida selvagem, bem como para o ciclo do escoamento da água.

Nesse estudo de engenharia da Corte de Contas, há apontamentos que identificaram que o revestimento primário implantado já estava sendo desgastado com pouco menos de um ano de conclusão. Ainda, as manilhas instaladas para o escoamento da água eram insuficientes para os grandes volumes decorrentes da cheia pantaneira.

Diante dessas constatações, foram solicitadas licenças ambientais para atestar a mitigação dos impactos ambientais com a estrada, mas o governo do Estado ainda não apresentou tal documentação de forma regular.

O embargo da construção foi determinado pelo TCE-MS neste mês, a partir de medida cautelar envolvendo obras na MS-228, conhecida também como Estrada Parque.

Desde o embargo, o setor produtivo pecuário que opera no Pantanal passou a realizar manifestações de insatisfação de forma pontual. No território, há proprietários que atuam em diferentes setores econômicos tanto em Mato Grosso do Sul quanto em outros estados.

Por conta do clima tenso que começou a se formar, o TCE-MS decidiu promover o evento em Corumbá como forma de manter um diálogo direto com o segmento e apresentar as questões técnicas encontradas a partir do estudo de engenharia.

Além da participação de proprietários, o tema foi debatido ontem, na sede do Sindicato Rural de Corumbá, com a presença de vereadores e do prefeito do município, Marcelo Iunes, do mesmo partido do governador Eduardo Riedel (PSDB). Para o encontro, o conselheiro e presidente do TCE-MS, Jerson Domingos, foi pessoalmente à cidade.

“[Houve o evento] em respeito ao homem pantaneiro, que está enraizado nos municípios de Corumbá e Ladário. Quanto à medida que tomamos, a suspensão em medida cautelar, foi para melhor avaliar esse projeto traçado para a rodovia. Temos imagens onde alguns locais houve rompimento, podendo haver problemas em baías e corixos e, futuramente, contribuir para um assoreamento de rios. Vim aqui para discutir com quem verdadeiramente conhece o sistema desse bioma”, esclareceu.

Com relação a encaminhamentos, o presidente do TCE-MS foi direto ao cobrar ações do governo do Estado. Domingos confirmou que já manteve conversas sobre o embargo com Eduardo Riedel, o qual está no Chile desde quarta-feira à tarde.

“A pressa agora passa a ser do governo do Estado. O Tribunal de Contas tem toda a boa vontade e disposição de ser parceiro na solução [da liberação da obra]. Tivemos uma conversa avançada com o governador Riedel, que é um homem sensato. Estamos estudando um termo de ajuste de gestão na contrapartida da apresentação das licenças ambientais exigidas pela lei. Quanto mais rápido o governo apresentar as licenças, mais rápido serão encerrados os embargos”, disse.

SINDICATO

O presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Gilson de Barros, pontuou que a estrada com pavimentação primária tem potencial para beneficiar milhares de pessoas que vivem em certas áreas do Pantanal.

Só na Cidade Branca, a estimativa de população na zona rural é de pouco mais de 15 mil pessoas. A estrada também envolve os municípios de Aquidauana, Rio Verde de Mato Grosso e Coxim.

“O TCE, os proprietários e os moradores do Pantanal entendem que a estrada é importante, mas nós temos o entendimento que as licenças ambientais são importantes e necessárias, além de serem obrigatórias. Esperamos que isso seja apresentado o mais rápido possível. Pelas características de seca e cheia, haverá uma janela ótima para o trabalho agora, que é o período de seca. Essa janela deve fechar em dezembro”, apontou Barros.

“Queremos uma obra regular, que não traga prejuízo para o Pantanal, e as estradas vão poder oferecer benefícios econômicos, sociais e ambientais, fornecendo agilidade para o combate a possíveis focos de incêndio”, complementou.

Conforme apurado, o governo do Estado ainda tem trâmites internos encaminhados com relação a essas licenças ambientais – nenhuma delas foi apresentada ainda. Tradicionalmente, esses processos são mais burocráticos e, portanto, demorados.

Oportunidade

Vestibular gratuito para 60+ está com inscrições abertas em MS

Com mais de 160 vagas, as inscrições para o processo seletivo da UFGD vão até o dia 16 de maio; confira

18/04/2025 16h30

UFGD

Continue Lendo...

A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) está com inscrições abertas exclusivamente para pessoas com 60 anos ou mais. A ação faz parte do Processo Seletivo Vestibular 60+ (PSV60+ 2025).

Serão oferecidas 167 vagas em diversos cursos de graduação, com início previsto para o segundo semestre letivo de 2025.

Os interessados têm até o dia 16 de maio para realizar a inscrição por meio do site: https://portal.ufgd.edu.br/vestibular/60mais/2025.

O processo é totalmente gratuito. Portanto, não será cobrada nenhuma taxa, como matrícula ou mensalidades, nos cursos de graduação da UFGD.

Seleção


O processo seletivo será composto por apenas uma fase: a Prova de Redação em Língua Portuguesa, marcada para o dia 1º de julho, com pontuação de 0 a 10.

A avaliação será realizada à mão, com caneta esferográfica de tinta azul escura ou preta, fabricada com material transparente.

O processo também contará com redação, e o candidato deve estar atento para não assinar, rubricar ou fazer qualquer marca de identificação na folha, sob pena de eliminação.

O resultado dos aprovados será divulgado no dia 16 de julho, e o processo de matrícula ocorrerá no dia 30 de julho, com previsão de início das aulas em agosto.

São vagas para os seguintes cursos:

  • Administração
  • Agronomia
  • Artes Cênicas
  • Biotecnologia
  • Ciências Biológicas
  • Ciências Contábeis
  • Ciências Sociais
  • Direito
  • Educação Física
  • Engenharia Agrícola
  • Engenharia Civil
  • Engenharia de Alimentos
  • Engenharia de Aquicultura
  • Engenharia de Computação
  • Engenharia de Energia
  • Engenharia de Produção
  • Engenharia Mecânica
  • Física
  • Geografia
  • Gestão Ambiental
  • História
  • Letras
  • Libras
  • Licenciatura em Educação do Campo
  • Matemática
  • Nutrição
  • Pedagogia
  • Psicologia
  • Química
  • Relações Internacionais
  • Sistemas de Informação
  • Tecnologia em Escrita Criativa
  • Zootecnia

“Com essa iniciativa, a UFGD reafirma seu compromisso com o acesso à educação superior para toda a população, promovendo inclusão, valorização da experiência e ampliação de oportunidades para a população idosa”, diz a instituição.

Assine o Correio do Estado

Cidades

Campo Grande conta com 1 mil pessoas em situação de rua, diz estudo

Estudo foi feito com base nos dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome sobre o CadÚnico

18/04/2025 15h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

Continue Lendo...

O número de pessoas em situação de rua em Mato Grosso do Sul  registradas para Programas Sociais do (CadÚnico) do Governo Federal, em março deste ano, chegou a 2 mil, sendo 1.091 em Campo Grande. Em todo o Brasil são 335.151 pessoas na mesma condição.

Os números são do informe técnico de abril do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/Polos da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG), divulgados na segunda-feira (14).

Em um recorte histórico, em 2013, Mato Grosso do Sul contava com 110 pessoas em situação de rua, ou seja, o crescimento no período foi de 3.000%.

O levantamento foi feito com base nos dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) sobre o CadÚnico.  

A nível nacional, o país conta com 9.933 crianças e adolescentes em situação de rua (3%); 294.467 pessoas em situação de rua na faixa etária de 18 a 59 anos (88%); 30.751 idosos em situação de rua (9%). Deste total, oito em cada 10 pessoas nestas condições são do sexo masculino. Em relação à renda, 81% (272.069) das pessoas em situação de rua sobrevivem com até R$ 109 por mês, correspondente a 7,18% do salário mínimo, hoje R$ 1.518.

Mais da metade (52%) das pessoas em situação de rua no país não terminaram o ensino fundamental ou não têm instrução, a maioria é de pessoas negras. Esse percentual é mais que o dobro do total da população brasileira que não completou a escolaridade básica ou em condição de analfabetismo, de 24%, segundo o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Onde vivem

A Região Sudeste concentra 63% da população em situação de rua do país, o equivalente a 208.791 pessoas. Em seguida, figura a Região Nordeste, onde 48.374 pessoas (14%) estão em situação de rua. Na Região Sul, são 42.367 (13%), na Região Centro-Oeste, 19.037 (6%), e na Região Norte, 16.582 (4%) indivíduos estão nesta condição de vulnerabilidade social.

Em números absolutos, as cinco capitais com as maiores populações em situação de rua são:

  • São Paulo, com 96.220 pessoas; 
  • Rio de Janeiro, 21.764; 
  • Belo Horizonte, 14.454; 
  • Fortaleza, 10.045; 
  • Salvador, 10.025; 
  • e Brasília, 8.591.

Em relação à série histórica, 12 unidades da federação apresentaram em suas capitais aumento no registro de pessoas em situação de rua:

  • Mato Grosso do Sul
  • Rio de Janeiro 
  • Distrito Federal 
  • Santa Catarina 
  • Pernambuco 
  • Rondônia 
  • Roraima 
  • Pará 
  • Amapá 
  • Piauí 
  • Paraíba 
  • Mato Grosso 

Se considerada a proporção por mil habitantes, o levantamento mais recente aponta que o município de Boa Vista (Roraima) tem 20 pessoas em situação de rua por 1 mil habitantes. Na cidade de São Paulo, a cada 1 mil pessoas, oito estão em situação de rua. Em Florianópolis, a cada 1 mil pessoas, sete estão em situação de rua, e em Belo Horizonte, são seis a cada 1 mil pessoas.

Violência

De 2020 a 2024, foram registrado 46.865 atos de violências contra a população em situação de rua no Disque 100, coordenado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
As capitais brasileiras são responsáveis por 50% das ocorrências, com destaque para São Paulo, com 8.767 casos de violência registrados; Rio de Janeiro, 3.478; Brasília, 1.712; Belo Horizonte, 1.283; e Manaus, com 1.115 ocorrências.

A maior parte das pessoas em situação de rua que sofreram algum tipo de violência tem entre 40 anos e 44 anos de idade, o que representa 5.697 pessoas violentadas.
As violências contra a população em situação de rua ocorreram, sobretudo em vias públicas, com mais de 20,5 mil ocorrências.

O relatório chama a atenção também pelo elevado número de denúncias em espaços que deveriam proteger a população em situação de rua, como serviços de abrigamento, estabelecimentos de saúde, centros de referência, instituições de longa permanência para idosos e órgãos públicos.

Por meio de nota, o OBPopRua/Polos-UFMG declarou que o cenário é preocupante e acentua que as políticas públicas estruturantes como moradia, trabalho e educação voltadas para a população em situação de rua no Brasil são inexistentes ou ineficientes.

“O descumprimento da Constituição Federal de 1988 com as pessoas em situação de rua continua no Brasil, com pouquíssimos avanços na garantia de direitos dessa população.”

IBGE

Os números do levantamento destoam dos apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ao fim do ano passado, destacou que 3.228 mil pessoas moram nas ruas em todo o Estado. Os dados são referentes ao censo demográfico de  feito em 2022.

*Com Agência Brasil 

Assine o Correio do Estado 
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).