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TCU "esquece" de MS e obras na BR-163 devem começar só no 2º semestre de 2025

Previsão da ANTT estima que a Corte de Contas emita um parecer sobre o novo contrato apenas em junho do ano que vem

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Era para ser em janeiro, mudou para abril, foi para agosto e outubro e depois foi alterado para o início de 2025. Agora, a estimativa da repactuação do contrato de concessão da BR-163 com a CCR MSVia só deverá ocorrer em junho. 

Com isso, os investimentos ficarão só para o segundo semestre do próximo ano – ou daqui a nove meses. É que no mês passado a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) refez a previsão.

A autarquia federal reavaliou o calendário, e a retomada das obras de duplicação e de outras infraestruturas deverá ocorrer apenas depois de junho de 2025. Os novos termos deverão assegurar investimentos de 
R$ 12 bilhões em 35 anos.

O principal motivo das reformulações de expectativa para a assinatura do contrato está na análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU) das novas obrigações e dos termos aos quais a atual concessionária terá de obedecer.

O processo está na Corte de Contas há mais de um ano. Foi aberto em 27 de setembro de 2023, quando a previsão do governo do Estado era de que no máximo no início deste ano haveria uma definição.

Sem esse parecer, a repactuação não poderá ser realizada. Embora a minuta do Termo de Autocomposição – ou TAC, termo técnico do documento que estabelece regras e condições do acordo que será assinado, dando fim à controvérsia – esteja elaborada desde junho, ainda falta ser incluída na pauta de votação do plenário do TCU.

A assessoria de comunicação da Corte de Contas informou em agosto que não havia “data prevista para que o processo seja apreciado em plenário”. Sem essa análise, a retomada da duplicação e de novas obras e investimentos pela CCR MSVia na BR-163 só deverá ocorrer a partir de junho de 2025 ou daqui a nove meses – um ano e meio depois da estimativa inicial –, de acordo com a ANTT.

Esse é o novo prazo usado pela autarquia federal para que o contrato de repactuação seja efetivamente colocado em prática. Até lá, a concessionária continuará a fazer apenas manutenções da via e operações de tapa buracos no asfalto.

DOCUMENTO

Essa previsão foi apresentada por Cynthia Ruas Vieira Brayer, superintendente substituta de Concessão da Infraestrutura da ANTT, em processo que tramita internamente na autarquia federal e no qual a agência estuda se a CCR MSVia deverá assumir novas obrigações antes da repactuação.

Em documento do dia 16 de setembro, Cynthia afirmou que, “mesmo na eventualidade de aprovação da repactuação pelo TCU, a celebração do termo aditivo deverá ocorrer provavelmente no segundo trimestre de 2025, com a assunção da rodovia no segundo semestre de 2025. Assim, os processos administrativos deverão permanecer em conformidade com as disposições do contrato vigente”.

Ela explicou que “a proposta de termo aditivo de repactuação apresentada pela CCR MSVia se encontra atualmente conclusa para o ministro relator e está no aguardo de inclusão em pauta para deliberação pelo plenário [do TCU]”.

Outros dois despachos internos reforçaram a avaliação de que a análise do termo de repactuação com a CCR MSVia deverá demorar.

Um deles discorreu que, “na sequência, por meio do Despacho Cogin nº SEI 25093016, foi informado de que não há previsão para a conclusão do processo de relicitação, assim como para a repactuação do respectivo contrato”.

Já em outro foi afirmado que “destaca-se que a concessionária CCR MSVia está em processo de relicitação desde 2021 e que, atualmente, também participa de um processo de repactuação contratual, ambos sem previsão de conclusão em curto prazo”.

Além de depender da decisão do TCU, a nova previsão da ANTT com a repactuação do contrato leva em consideração que o governo federal deverá oferecer a administração da BR-163 para outros interessados, por meio de leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Nesse processo, a União terá de conceder um prazo aos interessados, para que estudem o projeto de investimentos e se organizem antes de decidirem se vão querer ou não participar do certame.

A proposta é tentar reduzir a tarifa, uma vez que um estudo anterior da própria ANTT sobre a relicitação apontou que um novo leilão poderá dobrar o valor do pedágio, um aumento de 131%.

Foi estimado em até R$ 19,87 a cada 100 km em pista duplicada. Atualmente, com o reajuste de junho, a tarifa a cada 100 km é de cerca de R$ 8,60.

INVESTIMENTOS

Em setembro de 2023, o ministro dos Transportes, Renan Filho, e o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, apresentaram ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), uma prévia do plano de investimentos de R$ 12 bilhões.

Os recursos seriam aplicados em toda a rodovia até o fim da concessão, em 2059, sendo R$ 2,3 bilhões já para os três primeiros anos contratuais.

Essa prévia foi elaborada de forma consensual, conforme a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog). Contudo, a estimativa era de que a entrada dos recursos ocorreria ainda neste ano – o que definitivamente não acontecerá.

À época, Riedel exigiu o congelamento do valor do pedágio e investimentos em duplicação, construção de faixas adicionais, marginais e contornos.

Nessa proposta do ministério estaria a duplicação de cerca de 180 km entre as cidades de Bandeirantes e Nova Alvorada do Sul, o que contemplaria o trecho que corta Campo Grande. E isso incluindo também mais 10 km ao longo da rodovia, totalizando 190 km. Também havia a previsão de construir terceira faixa em 170 km.

Hoje, pouco mais de 150 km da via são duplicados, extensão mínima exigida pelo antigo contrato para que a concessionária pudesse iniciar a cobrança de pedágio. Essa obra foi realizada em um ano, de 2014 para 2015.

Após ter executado essa duplicação, a CCR MSVia parou de fazer a segunda pista sob diversas alegações. Entretanto, a rodovia deveria estar totalmente duplicada até este ano. Em Mato Grosso do Sul, a BR-163 não recebe investimentos desde 2017, quando a empresa solicitou o reequilíbrio do contrato.

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Cidades

Mulher pede socorro em rodovia após carro capotar e matar adolescente

Além do adolescente, uma criança de 3 anos estava no veículo. As vítimas foram encaminhadas para o hospital em Coxim

22/12/2025 13h00

Crédito: Sidney Assis / Edição MS

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Um adolescente de 16 anos morreu na manhã desta segunda-feira (22), após o veículo em que estava capotar em uma estrada de chão, a cerca de 2 quilômetros da BR-262.

Informações preliminares indicam que o adolescente estaria conduzindo o carro, um Corsa, de cor vinho, quando perdeu o controle da direção, o que resultou no capotamento.

Segundo o site Edição MS, o veículo seguia pela estrada da Cascalheira, com destino à BR-359, que liga Coxim a Alcinópolis.

No veículo estavam mais três pessoas: uma mulher, uma adolescente que não teve a idade divulgada e uma criança de 3 anos.

Durante o tombamento, o adolescente teve a cabeça atingida pelo veículo, e a mulher seguiu até a rodovia para pedir socorro.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros se deslocou até o local do acidente e encaminhou as vítimas ao Hospital Regional Álvaro Fontoura, em Coxim.

Ainda de acordo com o site do interior, há suspeita de que os ocupantes do veículo não usavam cinto de segurança.

 

 

 

Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Outro acidente

Um idoso de 80 anos e uma criança, de 11, morreram em acidente envolvendo dois carros, na tarde deste domingo (21), na BR-262, próximo ao Autódromo Internacional de Campo Grande. 

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas eram da mesma família e seguiam em um Honda Fit, conduzido por uma mulher, que era filha do homem e avó da menina que faleceram.

Informações preliminares do Corpo de Bombeiros era de que a vítima havia dormido ao volante, mas testemunhas disseram que ela tentou realizar uma ultrapassagem indevida e acabou batendo de frente um HB20, que seguia no sentido contrário.

Com o impacto da colisão, o Fit saiu da pista e parou às margens da rodovia, em uma área de vegetação.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados para prestar os atendimentos às vítimas.

O pai da condutora e a criança, que estavam de passageiros, morreram no local, enquanto ela foi socorrida com fratura na perna e encaminhada a Santa Casa de Campo Grande, consciente e orientada.

No outro veículo estava apenas o motorista, que também estava consciente e recusou atendimento.

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CAMPO GRANDE

Presidente da Santa Casa cita 'escolha de Sofia' entre pagar 13° e deixar paciente morrer

Alir Terra, que assumiu a presidência em 1° de janeiro de 2023, diz que seu primeiro mês no cargo foi encerrado oficiando ao Ministério Público que contrato já não pagava serviço prestado

22/12/2025 12h25

Presidente da Santa Casa diz que têm buscado empréstimos, mas a própria situação atual de desequilíbrio serve de empecilho para angariar novas verbas. 

Presidente da Santa Casa diz que têm buscado empréstimos, mas a própria situação atual de desequilíbrio serve de empecilho para angariar novas verbas.  Marcelo Victor/Correio do Estado

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Separadas por mais de mais de 7.000 km e algumas estatuetas do Oscar, a presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, citou durante coletiva sobre a greve no hospital na manhã desta segunda-feira (22) o semelhança que tem com Meryl Streep, já que se vê em uma "Escolha de Sofia" entre pagar o 13° aos funcionários ou deixar pacientes morrerem. 

Durante seu pronunciamento hoje (22), ao lado do responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS), Lázaro Santana, Alir - que assumiu a presidência da Santa Casa em 1° de janeiro de 2023 -, diz que seu primeiro mês no cargo foi encerrado com o envio de um ofício para o Ministério Público de Mato Grosso do Sul. 

"Informando que nós estávamos em tratativa, desde 2022, para o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, porque o serviço que nós estávamos prestando ele [o acordo, em si] não pagava. O MPMS acompanhou tudo, este ano não aguentamos mais e entramos com uma ação na justiça, na qual o juiz já deu a liminar", descreveu. 

Segundo Alir, o próprio MPMS entrou com ação civil pública, em que expressava que o recurso pago para a Santa Casa não era suficiente, e faz questão de reconhecer que o pagamento do 13° salário é obrigação do próprio hospital . 

"Escolha de Sofia"

Porém, nas palavras da presidente da Santa Casa, quando não há equilíbrio econômico e financeiro do contrato também não é possível colocar mensalmente os devidos valores referentes ao popular décimo terceiro, pois, segundo ela, "vai chegar no final do ano sem esse valor". 

Nesse momento ela faz uma citação ao texto adaptado de um best-seller em filme, que data de 1983 e é estrelado por Meryl Streep, obra essa que lhe rendeu inclusive o Oscar de melhor atriz: "A Escolha de Sofia", que narra a trágica história de uma polonesa católica que sobreviveu ao holocausto, que segue porém atormentada por uma culpa do passado. 

O enredo gira entorno do aspirante a escrito "Stingo", que nos anos 40 torna-se amigo de um casal e vê essa mesma relação deteriorar, sendo confidente da personagem Sofia Zawistowska, que ainda em Auschwitz foi obrigada por um soldado nazista a escolher qual de seus dois filhos seria morto. Caso não escolhesse, morreriam ambos.

"E foi o que aconteceu. Estamos na 'Escolha de Sofia'... ou eu guardava o dinheiro do 13° ou deixava morrer gente na Santa Casa", disse Alir Terra hoje (22), sendo ovacionada em seguida pelos presentes. 

Greve

Segundo repassado pela instituição, durante coletiva de imprensa convocada para a manhã de hoje (22), todos os funcionários celetistas foram prejudicados pela falta do décimo terceiro salário, o que totaliza um montante de aproximadamente R$14 milhões necessários para arcar com essa dívida específica. 

Kristie Lopes é técnica em enfermagem, trabalha na Santa Casa de Campo Grande há pelo menos seis anos, no setor de transplante renal e neurocirurgia, e diz que está esperando o pagamento do 13° integral desde o último dia 20, sem nenhuma resposta até então. 

Ela explica que durante o ano já houveram outros atrasos, o que Kristie classifica como "padrão da Santa Casa", o que enquanto uma funcionária mais antiga na instituição reforça não ter se acostumado, mas cita ter "pegado o ritmo". 

Usando um nariz vermelho, a trabalhadora do setor da enfermagem diz que toda a categoria do hospital se sente "feito de palhaçada". 

"Porque a gente está aqui todos os dias. Seja feriados, natal ou ano novo, sempre estamos disponíveis para poder cuidar com carinho, com atenção e a gente está se sentindo desrespeitada mesmo, porque o 13º não é um favor que eles estão fazendo, é um direito nosso, é um direito do trabalhador", diz.

Além dela, Rafaela Luz, técnica em enfermagem que há 4 anos trabalha no setor de ortopedia da Santa Casa, também frisa essa busca apenas por direitos, que esses trabalhadores e trabalhadoras sequer deveriam estar ali manifestando. 

"A gente está aqui correndo atrás de algo que é garantido por lei, está respaldado, mas eu acho que os próprios gestores, os governantes passam por cima disso. É o que a gente se sente... Palhaço. Língua de frente, humilhados. Sempre quando tem algo do tipo, quem está aqui na frente somos nós, junto com toda a equipe hospitalar.

Hoje, pela primeira vez, os médicos desceram para acompanhar a gente. Mas a maioria das vezes é o pessoal da higienização, é a enfermagem, é os técnicos e o pessoal da copa que está aqui com a gente", cita. 

Sem previsão de pagamento, a presidente da Santa Casa complementa que têm buscado empréstimos, com o intuito de quitar esse 13° salário principalmente, porém a própria situação atual de desequilíbrio serve de empecilho para angariar novas verbas. 

 

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