Desde 2020, a concessionária de tratamento e abastecimento de água de Campo Grande, a Águas Guariroba, tem feito a perfuração de “superpoços”, estruturas capazes de captar água do Aquífero Guarani a uma profundidade de 500 metros e que têm capacidade de suprir o consumo de regiões inteiras.
Ao todo, 10 “superpoços” já foram perfurados e, conforme o diretor-presidente da Águas Guariroba, Gabriel Buim, o planejamento é de que, ao menos, seja construído um por ano na Capital.
“Neste ano, nós estamos perfurando mais dois poços e finalizamos a construção de três reservatórios, para que a população não sinta esses efeitos da falta d’água. A gente consegue passar esses períodos de estiagem sem grandes problemas. Já tem um tempo que a gente não vem sentindo isso [escassez], e a tendência é de que não sinta mais”, declarou Buim ao Correio do Estado.
Conforme informou o diretor-presidente da Águas Guariroba, os investimentos estão acima do número de habitantes da Capital, isto porque a empresa costuma trabalhar acompanhando o crescimento da cidade.
“Dentro do nosso planejamento estratégico está um poço por ano, para suprir essa demanda de crescimento de Campo Grande. A Capital é uma cidade que cresce muito mais em número de imóveis do que em termos de população, o crescimento imobiliário é de quase 23% ao ano, enquanto a população cresce 11%, então, você acaba tendo que fazer uma infraestrutura maior para atender uma população não tão representativa quanto o crescimento da infraestrutura”, afirmou.
Neste momento, estão em andamento no Bairro Nova Campo Grande mais uma obra de perfuração de um “superpoço” e a construção de um reservatório na mesma área, com capacidade de 1 milhão de litros de água.
O objetivo é ampliar o abastecimento de toda a região, que engloba, além do Bairro Nova Campo Grande, os Bairros Jardim Inápolis, Jardim Carioca, Serradinho e Indubrasil, beneficiando aproximadamente 30 mil pessoas. A previsão é de que esta obra seja entregue até novembro deste ano.
“Se a gente pegar o sistema completo, o poço mais o reservatório, ele está saindo hoje entre R$ 7 milhões e
R$ 8 milhões, porque são poços superprofundos e é uma tecnologia de sonda, que faz perfuração para petróleo, que a gente usa para perfurar”, explicou Buim.
A obra de perfuração desse “superpoço” resultará em um acréscimo de 1,7 milhão de litros por hora de água produzida.
OUTROS INVESTIMENTOS
Além de garantir o abastecimento contínuo, a Águas Guariroba busca agora chegar à universalização da captação e do tratamento de esgoto. Hoje com 94% de cobertura, a expectativa da concessionária é de chegar aos 98%, porém, para isso, ela aguarda a aprovação de projeto que já foi encaminhado para a Prefeitura de Campo Grande.
“A gente está até com um plano de universalização, posto que hoje a gente tem 94% de cobertura de esgoto, precisa chegar até 98% de cobertura, e esse plano está na mesa do Executivo para eles aprovarem. E aí a gente consegue, com esse plano, fazer a rede de esgoto antes da pavimentação, que já faz a infraestrutura completa no bairro”, contou o diretor-presidente da Águas Guariroba.
A espera é porque a concessionária e a prefeitura têm atuado em conjunto, segundo informou o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli. O trabalho em equipe foi feito para que um não atrapalhe o serviço do outro.
“Hoje os bairros que não têm esgoto e que estão passivos de pavimentação [são a prioridade]. A hora que a prefeita autorizar, a gente entra imediatamente para evitar esses danos”, afirmou Buim.
PROJETOS SOCIAIS
Segundo o diretor-presidente, outro ponto importante do trabalho da concessionária é o investimento em educação, para ensinar a população sobre o uso consciente da água.
“A gente sempre busca estar muito próximo da população. A gente tem alguns projetos sociais e de consciência ambiental para que a população possa ver que esse trabalho não é simples. Já passaram mais de 400 mil alunos ao longo desses 20 anos falando de consumo consciente, falando da utilização da rede de esgoto. Foram mais de 1.200 professores que a gente capacitou para falar sobre isso nas escolas”, contou.
“Estamos muito próximos das lideranças comunitárias, entendemos que são pessoas que estão próximas da população e conseguem escutar as demandas muito rápido e trazer os problemas, e no fim do dia a gente tem que atender de algum jeito”, completou Gabriel Buim.




