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ANO NOVO

Tem como ser sustentável sem deixar de consumir?

Tem como ser sustentável sem deixar de consumir?

INFOMONEY

03/01/2011 - 17h40
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O tempo todo e em todo lugar recebemos estímulos para consumir os mais variados produtos e serviços. No outdoor, há uma propaganda de roupas com atores famosos. Na revista, encontramos páginas inteiras com fotos de comida. Em jornais, promoções de eletrodomésticos. Na TV, aparelhos de ginástica importados. Sem mencionar os filmes e as novelas que divulgam os produtos dos seus patrocinadores.

"As pessoas não percebem um limite para o qual você acaba simplesmente gastando seu dinheiro, seu tempo, seu estresse, sua energia para ganhar dinheiro e comprar coisas que não vão melhorar sua vida e que torna insustentável tanto o lado individual quanto o planeta e a sociedade em que a gente vive", afirma o coordenador-geral do seminário Diálogo Nacional – Rumo à Rio+20, Aron Belinky.

"A maior parte de nós tende a comprar coisas por impulso ou, simplesmente, por conta daquela ideia de que quanto mais você tem, melhor você vive", reitera o também colaborador do Instituto Vitae Civilis em projetos como as atividades da Green Economy Coalition no Brasil.

O problema dessa falta de limite e da necessidade de possuir muito em busca de uma vida melhor são as consequências negativas para o meio ambiente e a sociedade. Por isso, é extremamente importante cada pessoa ter consciência dos impactos que a sua compra vai causar e, assim, optar pelo caminho mais sustentável.

Conheça os quatro pontos essenciais para ser consciente
"Há dez anos, quando o Akatu começou, eu lembro de uma das primeiras entrevistas que dei. O jornalista me perguntou se era possível existir consumo consciente, porque pela própria natureza do consumo ele seria inconsciente", lembra o presidente do Instituto, Helio Mattar. "O que coloquei veio se confirmar: ele será inconscitente enquanto as pessoas não tiverem percepção do impacto que o consumo tem sobre a sociedade e o meio ambiente".

Segundo ele, para uma mudança de comportamento mais efetiva, é importante as pessoas terem clareza, ou seja, terem consciência de quatro questões em relação ao consumo:

Todo e qualquer consumo sempre causa impactos sobre a sociedade e o meio ambiente;
Todos nós vamos ser atingidos pelos consumos dos outros. Quer dizer, quando uma pessoa consome, toda a sociedade sofre as consequências;
Cada pessoa individualmente deve fazer sua parte, pois ela tem um impacto enorme. Por exemplo, se uma pessoa que escova o dente três vezes ao dia por dois minutos sempre fechar a torneira, durante seus 73 anos vai economizar quase 1 milhão de litros de água. Isso representa, aproximadamente, 900 caminhões-tanque com 10 mil litros de água;
Cada um de nós tem capacidade para mobilizar outras pessoas a mudarem seu comportamento.
O grande problema do processo de sustentabilidade para Helio é que ele parte de uma sociedade totalmente insustentável. Assim, sair da total insustentabilidade para alcançar a sustentabilidade é um caminho difícil e cheio de contradições.

"Basta a gente pensar que, aqui no Brasil, um produto orgânico, todo direitinho em termos de agrotóxico e saúde do consumidor, vai ser transportado por caminhões a diesel e, portanto, vai causar o aquecimento global", exemplifica. O que existe são produtos mais ou menos sustentáveis.

As pedras no caminho da sustentabilidade
Um dos empecilhos para alcançarmos essa sociedade sustentável é o preço cobrado pelos produtos que protegem o meio ambiente e as pessoas. De acordo com o presidente do Instituto Akatu, os consumidores não têm disposição para pagar mais pela sustentabilidade.

Porém, o que os consumidores esquecem é que eles vão pagar mais caro de qualquer forma, sendo hoje ou no futuro. Helio Mattar explica que, se a pessoa quer um preço menor hoje, vai comprar o produto comum, que tem agrotóxico. Mas isso significa que ela vai ingerir determinados elementos químicos que não vão ser bons para a saúde. "Mais do que isso, vai permitir, através da compra, que seja colocado agrotóxico no solo, poluindo a terra e as águas dos lençóis freáticos. Isso tem custo. Sua saúde no futuro vai ter custo e a correção dos problemas ambientais também", alerta.

Outros empecilhos destacados por Aron Belinky são as faltas de informação e de alternativas. "Por um lado, eventualmente, a pessoa não tem informação para poder decidir. Ela vê dois produtos na prateleira, mas não sabe qual deles é mais ou menos impactante para o meio ambiente. Por outro, às vezes simplesmente não tem oferta nem soluções mais sustentáveis".

É o caso, por exemplo, do deslocamento nas cidades. "Muitas vezes, você não tem transporte público de qualidade e não tem alternativa que não seja um carro particular, poluente e que ocupa espaço", cita o coordenador-geral do seminário Diálogo Nacional.

Seja consciente também no uso e na hora de jogar fora
Uma forma de tentar acelerar o processo de mudança, de acordo com o presidente do Akatu, é ter na sociedade modelos de pessoas que deem o exemplo. "Principalmente pessoas que têm grande carisma para a população, como um artista, um personagem de novela, um religioso ou um professor. São pessoas que têm grande capacidade de influir. São formadores de opinião."

Além disso, as pessoas precisam entender que o consumo consciente envolve a compra, mas também o uso e descarte do produto. "Você pode ser consciente na compra, buscando um produto cuja produção teve menos impacto. No uso, como fechar a torneira enquanto escova os dentes. E no descarte, procurando reciclar e tendo certeza de que utilizou o produto até o fim da sua vida útil", ensina Helio Mattar.

Já para Jorge Polydoro, presidente do Instituto Amanhã, "com informação e o aparecimento de fenômenos, como o frio e calor exagerados ou as chuvas intensas em regiões e momentos em que não existia tanta chuva, as pessoas vão sentir na pele o problema e isso vai ajudar a conscientizar".

CONFLITOS AGRÁRIOS

Queda do marco temporal preocupa produtores de MS

Em julgamento no STF, os ministros Gilmar Mendes e Flávio Dino já votaram pela inconstitucionalidade da tese que limita as demarcações de terras indígenas

16/12/2025 08h40

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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A retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tese do marco temporal, ferramenta que determina que terras só podem ser demarcadas se indígenas as estivessem ocupando quando a Constituição Federal foi promulgada, em outubro de 1988, tem causado preocupação aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do País.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, a conciliação realizada ao longo de 10 meses no STF entre produtores rurais e representantes dos indígenas foi produtiva e rendeu alguns apontamentos, entretanto, a possibilidade de derrubar a tese do marco temporal, que foi aprovado pelo Congresso Nacional mesmo após a Corte o ter entendido como inconstitucional, preocupa o setor.

Ao Correio do Estado, Bertoni afirmou que a discussão no STF rendeu “pontos positivos”, como a indenização aos donos das propriedades demarcadas, a possibilidade de o produtor ficar com a posse da área até ela ser paga, o acompanhamento de todo o processo de levantamento de dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a reintegração de posse.

“O que nos deixa preocupado é a queda do marco temporal. Discutimos muito isso, dizendo que o marco temporal não limita os direitos dos povos originários, ele simplesmente mostra a trava que tem naquele período em que os indígenas ocupam as suas terras e as próximas áreas eles teriam que comprar e desapropriar. Isso está no Estatuto do Índio, onde diz que a qualquer tempo eu posso criar novas reservas, então, a preocupação nossa é só com o marco, para fazer com que isso seja travado e dali para a frente começar a fazer indenização justa e prévia, e que a União não quer indenizar. Então, não adianta eu resolver uma injustiça com os indígenas criando outra com os produtores rurais”, declarou o presidente da Famasul.

Até este momento, dois ministros já votaram no julgamento, Gilmar Mendes, que foi o relator da matéria no STF, e Flávio Dino. Ambos votaram pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Os votos foram proferidos ontem, durante sessão do plenário virtual da Corte, que julga quatro processos sobre a questão.

Em sua manifestação, o ministro Gilmar Mendes considerou o marco temporal inconstitucional. No entendimento dele, o Legislativo não pode reduzir direitos assegurados aos povos indígenas.

“A imposição do marco temporal implicaria restrição indevida ao princípio da vedação ao retrocesso e à proteção insuficiente dos direitos fundamentais”, afirmou.

O ministro também determinou que todas as demarcações de terras indígenas devem ser concluídas no prazo de 10 anos.

Flávio Dino acompanhou o relator e disse que a proteção constitucional aos indígenas independe da existência de um marco temporal.

“Qualquer tentativa de condicionar a demarcação de terras indígenas à data da promulgação da Constituição de 1988 afronta o texto constitucional e a jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Flávio Dino.

A votação ficará aberta até o fim da noite de quinta-feira. Ainda faltam oito ministros proferirem seus votos.

BRIGA

O julgamento é necessário porque em 2023 o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo volta a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

*SAIBA

Em meio à votação da constitucionalidade do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), indígenas ontem bloquearam parcialmente a rodovia MS-156, em Dourados. O grupo protestava contra a tese do marco temporal para demarcações de terras.

(Com agências)

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trágico

Mulher de 27 anos e rapaz de 28 morrem em acidente no interior de MS

A mulher conduzia um carro que atingiu o motociclista próximo ao Hospital Regional de Três Lagoas

16/12/2025 08h39

Na colisão que ocorreu na madrugada desta terça-feira morreram Fernando Ramos e Fernanda da Silva

Na colisão que ocorreu na madrugada desta terça-feira morreram Fernando Ramos e Fernanda da Silva (foto 24hnewsms)

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Duas pessoas morreram e três sofreram ferimentos em uma acidente que ocorreu no começo da madrugada desta terça-feira (16) próximo ao Hospital Regional, na BR-158, em Três Lagoas (MS), na região leste de Mato Grosso do Sul.

Morreram Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, que conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, que trabalhava como moto-entregador. A colisão ocorreu pouto antes da uma hora da madrugada em um trecho urbano da BR-158, conhecido também como anel viário Samir Tomé. 

As circunstâncias do acidente ainda não haviam sido divulgadas até o começo da manhã. No Palio conduzido por Fernanda estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas. 

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora, o que ajuda a explicar por que ela teve morte instantânea, apesar de estar no interior do veículo. 

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

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