Cidades

mundo das drogas

Traficantes apostam no dinheiro fácil
e 'impunidade' para aliciar motoristas

Líderes se aproximam de motoristas que trabalham na região de fronteira

RENAN NUCCI

01/08/2017 - 15h48
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A apreensão de duas carretas com quatro toneladas de maconha feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde de segunda-feira, na zona rural de Campo Grande, traz à tona mais do que os problemas de segurança na fronteira do Brasil com o Paraguai.

Cada vez mais organizados, traficantes com alto poder aquisitivo aliciam diferentes pessoas, de variadas profissões, para ingresso na criminalidade, oferecendo vantagens financeiras e falsas garantias de impunidade.

Promessas de facilidades para ganhar dinheiro e a impunidade são indicadas como argumentos usados para levar os motoristas Jorge Fernandes de Oliveira, 44 anos, e Gilson Cabral, 43 anos, a aceitarem fazer o transporte de droga.

A proposta envolvia o transporte do entorpecente para São Paulo e um pagamento de R$ 15 mil. Os dois foram flagrados pela PRF e passaram a ser fichados por tráfico de drogas. Antes, não tinham antecedentes criminais.

Apesar do histórico, na audiência de custódia agendada para quarta-feira a propabilidade de ambos permanecerem presos é a mais palpável.

O delegado Cléverson Alves dos Santos, plantonista da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) da Vila Piratininga, que acompanhou o flagrante de Jorge e Gilson, juntamente com o delegado Hoffman D’Ávila Cândido e Souza, confirmou que as promessas mirabolantes do crime organizado acabam atraindo motoristas que não tem envolvimento com o tráfico.

Segundo Cléverson, os líderes das facções aproximam-se de motoristas que estão trabalhando na fronteira e prometem muito dinheiro. “No caso destes dois, eles teriam que trabalhar muito para conseguir os R$ 15 legalmente. Por isso aceitaram”, explicou.

Além do dinheiro fácil, a impunidade também é usada como moeda de troca para persuadi-los, sob justificativa de que o sistema judiciário é falho e que o fato de não terem condenações anteriores irá beneficiá-los no processo criminal a ponto de impedir que fiquem presos.

“Os esquema é tão bem articulado que as mulas [como são chamados os transportadores] já saem com o caminhão carregado e com um advogado contratado caso sejam presos. Foi o que aconteceu no caso destes dois. Enquanto estava sendo lavrado o boletim de ocorrência, um advogado se apresentou na delegacia, informando que iria representá-los”, pontuou.

PRISÃO

Jorge e Gilson foram presos pela PRF na tarde de segunda-feira, na BR-163. O primeiro levava 1,6 tonelada de maconha, enquanto que o segundo tinha 2,4 toneladas do entorpecente.

Ambos informaram que saíram em comboio de Ponta Porã, com destino a São Paulo, onde cada um receberia R$ 15 mil pelo transporte do entorpecente.

Além disso, já havia recebido aproximadamente R$ 5 mil para custeio das despesas com viagem e alimentação. O flagrante foi levado para a Depac da Vila Piratininga e os caminhões carregados para a Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar).

NÃO É BEM ASSIM

De acordo com a Lei 11.343 (Lei de Drogas), a pena para o crime de tráfico de drogas varia de 5 anos a 15 anos de reclusão, podendo ultrapassar o máximo se houver elementos qualificadores, como tráfico internacional ou interestadual.

De acordo com a legislação, há atenuantes como o fato de ser réu primário, emprego e residência fixa, entre outras exigências.

Tais características podem culminar em redução de, em média, um sexto da pena, fazendo com que, na prática, o réu acabe respondendo pelos atos em liberdade ou com penas alternativas, tais quais serviços comunitários, se a condenação final for inferior a quatro anos.

Este jogo de regras passa a sensação de impunidade, mas na prática a história têm sido outra, explicou o advogado criminalista Augusto Julian de Camargo Fontoura.

Apesar de haver possibilidade de responder em liberdade, as decisões proferidas pelo judiciário em Mato Grosso do Sul apontam para o contrário, com exceção de casos em apreensões de pequenas quantidades em que há dúvida se o autor é traficante ou usuário.

“Em tese, o traficante fica preso, salvo casos excepcionais que se baseiam na decisão particular do juiz. Mas vale lembrar que nosso sistema penitenciário está cheio de presos por tráfico”, disse.

Segundo a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), 60% da massa carcerária, mais de 7 mil pessoas, estão enquadradas nas leis das drogas. Por isso, o risco corrido pelas mulas do tráfico é grande. Isso porque, além das sanções penais, também estão sujeitas a retaliações do crime organizado por causa do dinheiro investigado e do prejuízo com a apreensão.

Cidades

Imasul transfere animais de MS para zoológico em São Paulo

Dois filhotes de tuiuiú e três corujas receberão cuidados especiais no novo lar

04/12/2024 18h00

Irmãos filhotes de tuiuiú, Alto e Pantanal

Irmãos filhotes de tuiuiú, Alto e Pantanal Divulgação

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O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) realizou na terça-feira (3) a transferência de dois filhotes de tuiuiú (Jabiru mycteria), ave símbolo do Pantanal, e de três corujas para o Zoológico de Itatiba, em São Paulo. Os animais estavam anteriormente alocados no Hospital de Animais Silvestres Ayty, em Campo Grande,

Os filhotes de tuiuiú, carinhosamente nomeados Alto e Pantanal, têm histórias distintas. Um deles foi encontrado sem uma das asas, impossibilitando seu retorno à natureza. O outro, embora saudável, acompanhará o irmão para manter o vínculo e reduzir o estresse do isolamento.

Além dos tuiuiús, foram transferidas duas corujas da espécie jacurutu (Bubo virginianus) e uma coruja-preta (Strix huhula). Todos os animais foram devidamente anilhados para controle e monitoramento.

A transferência faz parte de uma parceria entre o Imasul e o Zoológico de Itatiba, que acolhe animais impossibilitados de retornar à natureza. No novo ambiente, os animais terão acesso a cuidados especializados e instalações adaptadas às suas necessidades.

André Borges, diretor-presidente do Imasul, destacou a importância dessas iniciativas. "A preservação da fauna pantaneira é uma prioridade. Cada ação de resgate e cuidado é uma vitória para o equilíbrio do ecossistema, especialmente em um momento de tantos desafios ambientais".

Resgate

Os filhotes de tuiuiú foram resgatados na região de Miranda após um alerta da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O primeiro foi encontrado no acostamento de uma estrada, incapaz de voar devido à ausência de penas nas asas. A Polícia Militar Ambiental (PMA) de Miranda foi responsável pela captura da ave.

Após o resgate, os animais foram encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) e posteriormente ao Hospital Ayty, onde receberam cuidados especializados.

Aline Duarte, coordenadora técnica do Hospital Ayty, ressaltou a importância dos cuidados iniciais: "Quando não é possível a reintrodução ao habitat natural, buscamos alternativas que respeitem sua dignidade e bem-estar".

Enquanto Alto e Pantanal seguem para seu novo lar, um terceiro filhote de tuiuiú, chamado Vegas, permanece sob os cuidados do Imasul. Vegas está em processo de reabilitação e será reintroduzido ao Pantanal assim que estiver apto a viver de forma independente em seu habitat natural.

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FIM DE ANO

Comércio ficará aberto até mais tarde a partir do dia 9 de dezembro; Veja horários

Horário será ampliado para atender a demanda de fim de ano, que aumenta devido às compras de Natal e Ano Novo

04/12/2024 17h45

Comércio terá horário ampliado para atender demanda de fim de ano

Comércio terá horário ampliado para atender demanda de fim de ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A partir da próxima segunda-feira, 9 de dezembro, o comércio de Campo Grande ficará aberto até mais tarde para atender a demanda de clientes, que tradicionalmente aumenta no período de fim de ano.

A decisão do horário estendido foi tomada nesta quarta-feira (4), com o fechamento da convenção trabalhista entre o Sindicato do Comércio Varejista de Campo Grande (Sindivarejo CG) e o Sindicato dos Empregados do Trabalhadores do Comércio, estabelecendo, entre outros pontos, o horário especial de funcionamento do comércio.

Conforme a Fecomércio, ficou acordado que o comércio ficará aberto até às 22h de segunda a sábado, com horário diferenciado aos domingos e nas datas festivas.

Confira o horário especial de fim de ano no comércio:

  • Do dia 9 ao dia 23 de dezembro, de segunda a sábado - até às 22h
  • Domingos, dias 15 e 22 de dezembro -  9h às 18h
  • Dia 24/12 - Até as 17h (até as 19h em shoppings e hipercenters). 
  • Dia 31/12 -  Até as 16h (até as 18h em shoppings e hipercenters). 
  • Domingos, dias 15 e 22 de dezembro -  9h às 18h.
  • Dias 25 de dezembro e 1º de janeiro - comércio não abre

A convenção só foi fechada após a definição de reajuste salarial de 8% aos comerciários, sendo 6% para quem ganha acima do piso.

O valor do vale alimentação foi reajustado para R$ 552.

Movimentação financeira

O período de fim de ano deve movimentar R$ 1,27 bilhão em compras para presentes e comemoração no comércio de Mato Grosso do Sul, segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF MS) e Sebrae MS. 

Esse valor inclui R$ 837 milhões relacionados ao Natal – sendo R$ 414,8 milhões para presentes e R$ 422,6 milhões para comemorações – e R$ 434 milhões no Ano Novo.

De acordo com a economista do IPF-MS, Regiane Dedé de Oliveira, o cenário é otimista.

“O consumidor sul-mato-grossense está mais propenso a celebrar, e isso reflete diretamente na economia. É o momento oportuno para o comércio se preparar, atender bem e aproveitar o movimento gerado pelas festas de fim de ano", disse.

"O gasto médio com presentes de Natal está em R$ 456, e o das comemorações em R$ 340, valores significativos que impulsionam nossa economia”, acrescentou a economista.

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