Cidades

INVESTIGAÇÃO

Traficantes de Ivinhema tinham contato com facção de SP e fornecedor na fronteira

Na prisão de um dos envolvidos no município, juíza entendeu que influência de investigado poderia resultar em fuga

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Durante a Operação Defray, realizada pela Polícia Federal (PF) na terça-feira, em Mato Grosso do Sul, Eldo Andrade Aquino foi preso sob a suspeita de integrar organização criminosa de Ivinhema envolvida com o tráfico de drogas.

Segundo a Justiça Federal, o grupo teria contatos em São Paulo que levam a crer na relação com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e traficantes da fronteira.

No mandado de prisão preventiva de Eldo, proferido pela juíza Ana Claudia Manikowski Annes, titular da 2ª Vara Federal de Ponta Porã, a possibilidade de fuga por conta dos “contatos” do suposto traficante foram levados em consideração na decisão.

“Os indícios colhidos apontam no sentido de que Eldo desenvolve profissionalmente as atividades ilícitas, ou seja, é necessária a tutela da ordem pública. Além disso, os contatos de Eldo, em São Paulo e com o exterior [local de proveniência do entorpecente] geram risco real de fuga, em prejuízo da instrução processual e da aplicação da lei”, diz trecho do mandado de prisão preventiva.

A operação é um desdobramento da Operação Lepidosiren, realizada no dia 8 de agosto. Na ação, foi apreendida a caminhonete do prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), uma Silverado avaliada em R$ 519 mil, comprada no começo deste ano.

Autointitulado “o mais louco do Brasil”, o prefeito já havia tido a casa apreendida na primeira operação, que também tinha como alvo a quadrilha de tráfico transnacional de drogas.

Na operação de terça-feira, o mandado de busca e apreensão permitia o “bloqueio de bens totalizando R$ 100 milhões, pertencentes aos envolvidos”.

Na casa de Eldo, a polícia apreendeu dois celulares (um dele e outro de sua esposa) e cinco cheques de várias instituições bancárias, que juntos totalizaram R$ 107,5 mil.

“A investigação aponta a existência de uma associação criminosa responsável pela organização, logística e financiamento do tráfico transnacional de entorpecentes local”, dizia trecho de nota da PF sobre a operação.

“Resta demonstrado pela narrativa acima, na qual relatado material indiciário envolvendo os suspeitos em conduta criminosa de tráfico de drogas, com possibilidade de existência de associação criminosa ou organização criminosa”, relatou a juíza em outro trecho de sua decisão.

LEPIDOSIREN

A operação de agosto foi batizada de Lepidosiren em referência ao chefe da quadrilha que atua na região, que é conhecido como Piramboia (Lepidosiren é o nome científico do peixe piramboia). Ele conseguiu escapar, mas sua mulher foi presa.

Durante a Operação Lepidosiren, desencadeada no dia 8 de agosto, a PF prendeu Luiz Carlos Honório e cumpriu oito mandados de busca e dois de prisão em Ivinhema e Angélica.

A Justiça Federal determinou ainda o sequestro de pouco mais de R$ 33 milhões pertencentes ao grupo criminoso. A investigação começou após um flagrante no dia 8 de julho de 2021, em Ponta Porã. 

Naquele dia, descobriu-se a existência de um grupo “responsável pela logística e tráfico de drogas. Durante o citado flagrante, foram apreendidas 3,4 toneladas de maconha”, informou a PF em seu site, no dia 8 de agosto. 

“MAIS LOUCO”

Em seu depoimento, um dos presos, Luiz Carlos Honório, revelou que fizera uma série de negócios como Juliano Ferro. Em 2021, por exemplo, vendeu para ele uma casa de R$ 170 mil.

O prefeito, por sua vez, diz que pagou R$ 750 mil. É nesta casa que o prefeito reside desde 2021, a qual foi apreendida em agosto e segue registrada no nome do suposto traficante. 

Em seu depoimento no dia 3 de setembro, Juliano Ferro afirmou que entregou um imóvel por R$ 400 ou R$ 500 mil no negócio da casa que fizera em 2021, quando ainda era vereador.

No dia 8 de agosto, a Justiça Federal de Ponta Porã já havia bloqueado, pelo menos, oito imóveis pertencentes à quadrilha comandada por Piramboia – um deles foi a casa em que o prefeito reside.

A caminhonete, por sua vez, foi adquirida em janeiro e não havia sido quitada. À PF, o prefeito informou que deu um veículo Troller, de cerca de R$ 140 mil, e um cheque de R$ 380 mil, que seria liquidado agora em dezembro ou em janeiro do ano que vem.

O dinheiro para quitar esse cheque, segundo Honório, o prefeito conseguiria com a venda de rifas. Atualmente, o “mais louco do Brasil” está vendendo rifas para sortear um Landau “relíquia”. 

Oficialmente, o prefeito entrou na mira da PF porque não declarou à Justiça Eleitoral a posse de uma caminhonete Dodge Ram e da Silverado. Em seu depoimento, no começo de setembro, alegou que elas não estavam em seu nome, e por isso não fez a declaração. 

No dia 6, Juliano Ferro foi reeleito com 81,29% dos votos válidos em Ivinhema, tendo a votação mais expressiva da história do município. O “mais louco do Brasil” teve 12.838 votos e Fábio do Canto, seu oponente, 2.954 votos.

Saiba

Segundo a Polícia Federal, existe em Ivinhema “uma associação criminosa responsável pela organização, logística e financiamento do tráfico transnacional de entorpecentes local” e que tem contato com facção paulista.

*Colaborou Neri Kaspary

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Cidades

Segurança passa mal ao inalar gás tóxico em posto de saúde de MS

O vazamento ocorreu na câmara fria da unidade, onde são armazenados os medicamentos

28/07/2025 18h13

Reprodução Governo do Estado

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O Corpo de Bombeiros foi acionado após um segurança inalar gás tóxico proveniente da câmara fria de um posto de saúde, no bairro Cohab, em Ladário, município localizado a 421 km de Campo Grande.

Uma equipe se deslocou para a unidade por volta das 19h21 de domingo (27). O posto fica na rua Nicola Scaffa e o chamado foi feito devido a um vazamento de gás na câmara fria, onde são armazenados os medicamentos da unidade.

Segundo informações levantadas com os profissionais que trabalham no local, o segurança do turno da noite passou mal após inalar o gás tóxico e precisou ser encaminhado ao pronto-socorro.

A equipe precisou entrar na unidade utilizando equipamentos de proteção respiratória. Os bombeiros abriram todas as portas e janelas para permitir a ventilação natural do ambiente.

Durante a inspeção, os bombeiros constataram que a câmara fria emitia um sinal sonoro, que estava ativado.

Após realizar todo o procedimento de segurança, a equipe repassou as orientações necessárias sobre os cuidados que devem ser adotados em casos de vazamento de gás tóxico.

O estado de saúde do profissional, assim como a origem exata do vazamento, não foi informado pela assessoria do Corpo de Bombeiros.

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Chamamento público

ONG intermedia obras ambientais de R$ 3,6 milhões em dois municípios de MS

Edital prevê obras que combatem a erosão do solo e o assoreamento de rios

28/07/2025 18h00

Foto: Divulgação

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Com obras em torno de R$ 3,6 milhões, o Instituto Taquari Vivo abriu processo seletivo para contratação de empresa especializada na readequação de estradas vicinais e construção de terraços nos municípios de Figueirão e Alcinópolis.  A ONG venceu o Edital de Chamamento Público lançado pelo Governo do Estado e intermediará as obras que combatem a erosão do solo e o assoreamento dos rios da região. 

As intervenções devem beneficiar diretamente áreas de alta vulnerabilidade ambiental. Os municípios possuem solos arenosos e são fortemente impactados pelas condições precárias das estradas e pelo uso intensivo do solo, o que agrava o carreamento de sedimentos para os cursos d’água.

A contratação prevê a execução de 25 quilômetros de readequação de estradas rurais de leito natural, 375 quilômetros de terraços com camalhão central e 2.460 encabeçamentos nas extremidades dos terraços em cada um dos dois municípios. O objetivo é conter a erosão e impedir que sedimentos continuem impactando negativamente os rios locais.

A empresa vencedora terá até 180 dias para concluir os trabalhos após a emissão da ordem de serviço, com possibilidade de prorrogação mediante justificativa técnica. A fiscalização e a aprovação das obras ficarão sob responsabilidade do próprio Instituto Taquari Vivo.

Ainda segundo o edital, não será permitida subcontratação, e as empresas deverão comprovar experiência prévia na execução de obras similares, além de equipe técnica  para garantir o cumprimento das metas ambientais e estruturais previstas.

Serviço

As empresas interessadas devem encaminhar suas propostas até o dia 14 de agosto de 2025, às 17h30, para o e-mail [contato@taquarivivo.org]. O processo seletivo será conduzido com base no critério de menor preço global. 

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