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Réus por feminicídios em Campo Grande são condenados a 106 anos de prisão

Crimes aconteceram entre outubro de 2024 e março deste ano, e foram julgados já como crime autônomo e não mais como qualificadora de homicídio, o que resulta em uma pena maior

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Três casos de feminicídio foram julgados esta semana pelo Tribunal do Júri de Campo Grande, que condenou os réus a 106 anos e 9 meses de reclusão, já sob aplicação da nova Lei nº 14.994/2024, que agrava a pena pelo crime de violência contra a mulher.

Por ordem de julgamento, o primeiro ocorreu nesta quarta-feira (20), quando o réu foi condenado a 31 anos e 6 meses de regime fechado por ter matado a própria mãe, que tinha mais de 60 anos. Também foi determinado o cumprimento imediato da pena e pagamento de indenização de R$ 10 mil a título de danos morais aos familiares da vítima.

O crime em si aconteceu em 27 de dezembro do ano passado, às 23h30, no bairro Parque Residencial União, quando o criminoso matou a mãe com vários golpes, utilizando uma pá. Conforme investigação, ambos haviam brigado no dia e já tinham uma relação conflituosa normalmente.

Em seguida, foi julgado nesta quinta-feira (21) um crime cometido em outubro do ano passado, no bairro Jardim Presidente. Na ocasião, um casal - juntos há 10 anos - havia organizado um churrasco em casa e brigaram após os filhos irem dormir. Durante a briga, o homem sacou uma arma de fogo e atirou na vítima, matando-a.

Diante disso, o réu foi condenado a 37 anos de reclusão, em regime fechado, e a 10 dias-multa, pelos crimes de feminicídio e porte ilegal de arma de fogo. Ainda foi fixado indenização de 10 salários mínimos por danos morais, que será destinada aos quatro filhos da vítima. Ele ainda perdeu o poder familiar em relação aos filhos.

O último caso foi julgado nesta sexta-feira (22) por um crime de feminicídio cometido há cinco meses, no Bairro Jardim Aero Rancho. Segundo consta na denúncia, o réu, Jeferson Nunes Ramos, desferiu diversos golpes na vítima, Giseli Cristina Oliskowiski, de 40 anos, utilizando um objeto contundente (sem pontas afiadas ou lâminas, utilizado para causar dano através de impacto ou pressão mecânica). 

Posteriormente, jogou o corpo no interior de um poço e ateou fogo, com a mulher ainda viva. No laudo, foi constatado que a mulher foi morta por carbonização. Com a denúncia indicando que o homem mantinha uma relação amorosa com a vítima, ele foi condenado a 38 anos e 3 meses de reclusão em regime fechado, além do pagamento de indenização de R$ 10 mil aos quatro filhos da moça, por dano moral.

DADOS

Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul, foram registradas 57 ocorrências de feminicídio de 1º de janeiro de 2024 a 23 de agosto de 2025, período em que os crimes acima foram cometidos.

Ao realizar o recorte para apenas Campo Grande, observa-se que 11 feminicídios ocorreram na Capital no ano passado e três este ano.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho, Mato Grosso do Sul foi o segundo estado com maior taxa de feminicídios em 2024, com 2,4 mortes a cada 100 mil mulheres, atrás apenas do vizinho Mato Grosso.

De janeiro até 21 de julho de 2025, 13.864 mulheres foram vítimas de algum tipo de crime no estado. Deste total, 12.643 sofreram violência doméstica — o que representa cerca de 68 casos por dia, em uma média que se repete com pouca variação nos últimos anos.

O número já se aproxima das 14.454 mulheres vítimas de violência no mesmo período de 2024, mesmo faltando 10 dias para o fechamento do balanço deste ano. A expectativa é de que os dados de 2025 superem os do ano anterior também neste quesito.

FUTURO

A Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos de Mato Grosso do Sul (Sead) anunciou que, nesta semana, os primeiros órfãos de feminicídio foram incluídos no programa Recomeços, do Governo do Estado, para receber uma ajuda de custo equivalente a um salário mínimo.

O anúncio foi feito durante o GT Estadual de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra Mulheres, no dia 14 de agosto, que apresentou o resultado dos trabalhos realizados em uma tentativa de mitigar os feminicídios, cujo número de vítimas é o maior dos últimos três anos em Mato Grosso do Sul.

O programa Recomeços, idealizado pela Sead, devido à importância de oferecer suporte aos menores, foi transformado em lei no dia 24 de março de 2025.

SAIBA

Sancionada em outubro de 2024, a nova Lei nº 14.994/2024 agrava a pena dos crimes praticados contra a mulher. Dentre as alterações, está a mudança do feminicídio para crime autônomo e não mais como qualificadora do crime de homicídio, sob pena de reclusão de 20 a 40 anos.

*Colaborou Karina Varjão e Alison Silva

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INVESTIGAÇÃO

Conselho de Saúde aciona TCE-MS para investigar plantões fakes nas UPAs

Caso as irregularidades sejam confirmadas, o impacto financeiro pode alcançar o valor aproximado de R$ 2 milhões por mês.

15/12/2025 17h45

UPA Universitário

UPA Universitário Marcelo Victor / Correio do Estado

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O Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Campo Grande acionou o Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE/MS), por meio de uma representação, para apurar supostas irregularidades no pagamento de plantões médicos na Secretaria Municipal de Saúde (SESAU).

Através do documento, o qual a reportagem do Correio do Estado teve acesso, estima que, caso as irregularidades sejam confirmadas, o impacto financeiro possa alcançar o valor aproximado de R$ 2 milhões por mês. Uma denúncia anônima recebida pelo CMS, em meio às investigações das irregularidades, aponta que as fraudes ocorrem desde 2020.

A mesa diretora requer:

a) O recebimento da presente representação;
b) A instauração de procedimento de fiscalização e auditoria pelo TCE/MS;
c) A apuração da regularidade dos pagamentos de plantões realizados pela SESAU aos profissionais;
d) A análise retroativa dos pagamentos, inclusive a partir do exercício de 2020, conforme narrado na denúncia anônima;
e) A adoção das medidas corretivas e sancionatórias cabíveis, caso confirmadas irregularidades.

Denúncias

Em junho deste ano, veículos de notícias já abordavam sobre a possibilidade de haver uma "máfia dos plantões fake em Campo Grande", o que contribuiu para a ampliação da apuração conduzida pelo Conselho de Saúde.

A denúncia inicial aponta que médicos na função de diretor técnico em unidades de urgência e emergência estariam recebendo, mensalmente, o quantitativo de 14 plantões, sem a necessidade de cumprimento efetivo dessas escalas, limitando-se, em tese, à assinatura dos respectivos registros, como forma de complementação remuneratória e compensação financeira pelo exercício do cargo.

No documento também mostra que o Conselho recebeu uma segunda denúncia, posteriormente, no e-mail do órgão, onde citava nomes de outros profissionais, médicos e enfermeiros, com atuação em funções de gestão, lotados na Sesau.  Além disso, relata que as práticas irregulares estariam ocorrendo de forma continuada desde o ano de 2020.

Ofícios ignorados

A mesa diretora do Conselho passou a adotar providências formais, expedindo sucessivos ofícios à Sesau, solicitando esclarecimentos objetivos e documentação comprobatória acerca dos critérios de controle de frequência, fiscalização do efetivo cumprimento dos plantões e regularidade dos pagamentos realizados.

"Em resposta às solicitações deste Conselho, a Sesau encaminhou manifestações de caráter genérico, limitando-se a informar que os esclarecimentos constariam em manifestação da área técnica, sem apresentar documentos individualizados, registros de frequência, relatórios de auditoria interna ou comprovação objetiva do efetivo exercício dos plantões pagos, não sendo suficientes, até o momento, para afastar os indícios de irregularidades apontados", diz a representação do Conselho.

Após as respostas iniciais encaminhadas pela Sesau, esta deixou de apresentar novas manifestações aos reiterados ofícios expedidos pelo Conselho Municipal de Saúde.

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Cidades

Rachid Neder é interditada para obra no cruzamento com a rua Arthur Jorge

Rotatória ganhará semáforos para maior segurança no trânsito

15/12/2025 17h30

Divulgação

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A partir desta terça-feira (16), a rotatória do cruzamento da Av. Rachid Neder com a Rua Arthur Jorge, ficará temporariamente interditada para uma obra de adequação e reorganização do fluxo viário. 

A intervenção tem como principal objetivo reforçar a segurança viária e melhorar a fluidez do tráfego em um dos pontos mais importantes de interligação entre a região Central e a região do Segredo.

Segundo a Agência Municipal de Trânsito (Agetran), o cruzamento registra grande volume de veículos ao longo do dia, sendo utilizado diariamente por moradores, trabalhadores e condutores que se deslocam entre diferentes regiões da cidade.

Para melhorar o trânsito da região, estudos técnicos apontaram a necessidade de adequações na rotatória, visando organizar melhor os fluxos, reduzir conflitos de tráfego e proporcionar deslocamentos mais seguros e eficientes.

O projeto também prevê a instalação de semáforos no local, como medida complementar para reforçar a segurança viária e melhorar ainda mais a mobilidade e a fluidez do tráfego.

Equipes da Agetran atuarão com sinalização viária adequada e orientação aos condutores durante todo o período de interdição, para minimizar transtornos e garantir a segurança de todos os usuários da via.

A Agência pede que os motoristas redobrem a atenção ao trafegar pela região, respeitem a sinalização provisória e, se possível, utilizem rotas alternativas.

Não foi informado prazo para término das obras e fim da interdição.

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