O governo do Estado de Mato Grosso do Sul desembolsou uma quantia de R$150 mil para a contratação da artista Wanessa Camargo como atração principal da 22ª Parada da Cidadania e Orgulho LGBTQIAPN+ de Campo Grande.
O evento é promovido pela Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul (ATTMS) e ocorre neste sábado (13) a partir das 13 horas na Praça do Rádio Clube.
A confirmação da contratação de Wanessa foi divulgada no Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira (8). De acordo com o documento, a artista fará um show de uma hora e meia a partir das 21h.
A Parada é a maior festa da diversidade do Estado e conta com o apoio da Prefeitura de Campo Grande por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para a População LGBTQIA+, da Secretaria de Estado da Cidadania, de Estado de Turismo, Esporte e Cidadania e pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
Também apoiam o movimento a vereadora Luiza Ribeiro, a deputada Camila Jara e a senadora Soraya Thronicke.
"A Parada é muito mais que festa, é resistência, visibilidade e afirmação de que a nossa cidade precisa ser para todes", escreveu Luiza Ribeiro nas redes sociais.
Wanessa Camargo é cantora e compositora, dona de singles antigos como "Amor, Amor" e "Não Resisto a Nós Dois". Mais recente, ela lançou "Lábios de Navalha" e "Sozinha".
Em sua apresentação na Parada, a artista deve trazer um repertório misturando os clássicos de sua carreira e suas novas produções, com um clima energizante que combina com a festividade.
Violência
Em 2024, foram registradas 7 mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ em Mato Grosso do Sul. No Brasil, 291 pessoas da comunidade morreram no ano passado, 34 a mais que em 2023, quando foram 257 casos, segundo a pesquisa do Observatório do GGB (Grupo Gay da Bahia).
As vítimas eram gays (165), travestis e mulheres transgêneros (96) lésbicas (1), bissexuais (7), homens trans (6). Conforme o estudo, outras 6 pessoas declaradas heterossexuais foram incluídas por terem sido confundidas com integrantes da comunidade ou por tentarem defender vítimas.
"Em um Estado onde os casos de LGBTfobia crescem a passos alarmantes, é urgente ocupar as ruas com orgulho, coragem e amor. Vamos mostrar que Campo Grande resiste, existe e celebra todas as formas de ser e viver!", escreve a organização do evento.
Casamentos
O Boletim de Registro Civil divulgado no mês de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o número de casamentos entre parceiros do mesmo sexo aumentou 18,6% entre 2022 e 2023 em Mato Grosso do Sul.
Em 2023, foi registrado o maior número de registros de casamentos entre pessoas do mesmo sexo já registrado no estado, com 172 registros. O recorde era do ano de 2018, com 166 registros.
Foram registrados no estado, em 2023, 63 casamentos entre homens. Já nas uniões entre mulheres, o número cresce para 109 casamentos.
Em âmbito nacional, no ano em questão, houve 7 mil registros de casamento civil entre mulheres, um crescimento de 5,9% em relação a 2022, o que representa o maior aumento já registrado no IBGE em uniões homoafetivas, iniciado em 2013.
Sobre os dados de união entre homens, foram 4.175 casamentos, uma queda de 4,9% com relação ao ano de 2022.
Os números não dizem respeito a casos de união estável, somente aos números dos registros em cartório.
Desde 2013, o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo foi, praticamente multiplicado por três.
Em 2013, no início das apurações desta categoria, foram contabilizados 3.7 mil casamentos homoafetivos. Em 2023, o número total foi de 11,2 mil.
O casamento entre mulheres representou 62,7% do total dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Desde o início das contagens, o número de uniões entre mulheres é maior do que entre homens.
O ano de início da série do IBGE, 2013, é o mesmo ano em que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a Resolução 175, onde os cartórios são proibidos de se recusarem a converter uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo em casamentos.
A decisão do CNJ veio juntamente com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) onde as uniões homoafetivas são igualadas às heteroafetivas. Até então, os cartórios precisavam de autorização judicial para celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo.


