Cidades

AÇÃO PENAL

Venda de sentença: Juiz é denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro

Investigação aponta que juiz Aldo Ferreira teria enriquecido com propinas e lavagem de dinheiro usando Jesus e venda de carros

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O juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, que está afastado do cargo desde novembro de 2018, foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Ele é acusado de vender sentenças (decisões judiciais) e foi enquadrado nos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.  

A denúncia mostra que o juiz montou um grupo para cometer diversos crimes nas Varas onde atuava desde 2012. Mesmo depois que passaram a ser investigados pela Corregedoria do Tribunal de Justiça, o grupo continuava a praticar ingerências e ameaçar testemunhas do caso. Em 2014, Aldo foi afastado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) do cargo de juiz auxiliar da vice-presidência do Tribunal de Justiça para investigações no pagamento irregular de precatórios.

O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) Luiz Gonzaga Mendes Marques determinou que todos os denunciados sejam notificados para audiência de Termo de Conciliação, ou seja, que seja dado prosseguimento ao feito. Eles têm quinze dias, que começam a contar logo a quarentena por conta do coronavírus termine, para se manifestar.

BALCÃO DE NEGÓCIOS

Segundo o Ministério Público, o juiz utilizou as varas onde trabalhou como “balcão de negócio” para enriquecer e ocultava o dinheiro em revendas de carro e no mundo do agronegócio. Tanto na Vara de Sucessões quanto na Vice-Presidência do TJ-MS, onde atuava nos precatórios, o juiz aplicava diversas medidas para benefício próprio.

Para isto, utilizou os talentos do advogado Wilson Tavares de Lima e de Jesus Silva Dias, que já foi condenado por tráfico e fingia ser gerente de fazenda em Rochedo. O trio teria atuado para evitar que uma antiga condenação de Jesus o fizesse cumprir pena em Minas Gerais e trataram de encontrar sua salvação falsificando documentos para comprovar que ele era funcionário da fazenda.

Os talentos de Wilson e Jesus, conhecido como o “homem de confiança do Aldo”, se juntaram ao garagista Pedro André Scaff, cuja lojas de revendas de carro utilizavam cheques assinados pelo juiz para manter o fluxo de caixa. De 2013 a 2018, o juiz teria recebido da garagem o valor de R$ 709 mil reais. Já da empresa de Wilson, o escritório de advocacia, o valor total foi de R$ 1,3 milhão.

Em um dos pontos da denúncia, um empresário conta ao Gaeco que vendeu um imóvel ao juiz por cerca de R$ 900 mil e recebeu “metade em dinheiro, metade em carros”.

TROCA PARA JESUS

Em outubro do ano passado, o Gaeco deflagrou a Operação Espada da Justiça e encontrou diversos cheques de juiz Aldo na casa do garagista Pedro Scaff. Os cheques continham anotações como “Jesus vai pagar”, “troca para Jesus”, “Civic Jesus”, provando que Jesus era o tesoureiro do grupo, ao mesmo tempo em que dizia para a Justiça que trabalhava em tempo integral como gerente de fazenda em Rochedo.

A dupla Wilson e Jesus também entrava em contato com advogados e herdeiros para oferecer vantagens nos processos que corriam na Vara de Sucessão da Capital. O procedimento era tamanho, que se ofereciam fazendas de outros inventários para compra e venda de terceiros envolvidos em outras ações. 

GOLPE MILIONÁRIO

A esposa do juiz, a advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva (também denunciada), é investigada em outro inquérito.

A advogada foi presa em julho de 2018 por envolvimento em uma venda fictícia de fazenda a um aposentado e falsificação de documentos para ter acesso à conta bancária da vítima. A suspeita é de que a advogada teria recebido R$ 4 milhões, sob a justificativa de serem honorários. Ela passou a ser monitorada por tornozeleira eletrônica desde o final do ano passado. O magistrado também é investigado pela suposta participação no estelionato.

A ação penal contra a advogada e mais três está conclusa para sentença da juíza Eucelia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande.

Apuração

MP investiga danos ambientais e turvamento de água em Bonito

Investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Imasul

21/12/2025 11h45

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades ambientais em uma área rural no município de Bonito, interior do Estado. A investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) constatar uma série de problemas ambientais no local, sobretudo o turvamento dos rios da região, conhecida pelo ecoturismo.

De acordo com o laudo técnico do Imasul, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) ao longo de cursos d'água não possuem cercamento, o que permite o acesso de gado. Também foram identificados trechos sem vegetação arbórea, passagens de animais e veículos diretamente dentro dos córregos, situação que provoca o turvamento da água,  além do armazenamento inadequado de tanques de combustíveis próximo à sede da propriedade, sem a devida licença ambiental. Apesar das irregularidades, não foi constatada contaminação do solo.

A fiscalização resultou em auto de infração e em determinações claras para a regularização da área. Entre as medidas exigidas estão o cercamento integral das APPs para impedir a entrada de animais, a recuperação das áreas degradadas com recomposição da vegetação nativa por meio de um Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada (Prada), a adequação das travessias para que gado e veículos não cruzem mais os cursos d'água, e a impermeabilização, com sistema de contenção, da área destinada ao armazenamento e abastecimento de combustíveis. Também foi solicitada a comprovação da existência de plano de manejo e conservação do solo e da água.

Além disso, o proprietário deverá apresentar relatório técnico conclusivo sobre o corte de árvores nativas isoladas, vinculado à autorização ambiental correspondente, bem como enviar registros fotográficos das adequações realizadas. Os prazos estabelecidos variam entre 30 e 60 dias, conforme cada exigência.

Para ampliar o controle e a transparência do procedimento, o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma) encaminhou o caso ao Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (Nugeo), fatores que originaram o inquérito. 

A Promotoria de Justiça publicou edital, notificou o responsável pela área para apresentar defesa no prazo de dez dias e solicitou ao cartório de registro de imóveis a matrícula atualizada da propriedade. 

Do ponto de vista jurídico, o Ministério Público destacou que, além das responsabilidades administrativa e civil, as condutas apuradas podem, em tese, caracterizar crime ambiental, a depender da análise detalhada dos documentos e das circunstâncias verificadas ao longo do inquérito. Paralelamente, o MPMS abriu a possibilidade de solução consensual por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), priorizando a recuperação ambiental e a regularização da área. Caso não haja acordo ou cumprimento das exigências, o órgão poderá ajuizar ação civil pública ou promover o arquivamento, conforme o resultado das diligências.

Saiba*

Medidas como cercamento das APPs, travessias adequadas e recomposição da vegetação nativa são consideradas simples e eficazes para evitar erosão, assoreamento e turvamento das águas. Da mesma forma, o armazenamento correto de combustíveis, com piso impermeabilizado e sistema de contenção, é essencial para prevenir vazamentos e possíveis danos ambientais.

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Previsão do tempo

Semana será de calor e pancadas de chuva em MS

Festividades natalinas serão marcadas por clima típico de verão, com alternância entre períodos de sol, calor intenso e pancadas de chuva

21/12/2025 10h15

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A semana de festividades natalinas será marcada por clima típico de verão, com alternância entre períodos de sol, calor intenso e pancadas de chuva acompanhadas de trovoadas em diversas regiões de Mato Grosso do Sul, é o que indicam as projeções do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

As condições se destacam em virtude da instabilidade climática que atinge o Estado, fatores que causarão oscilações de temperatura, onde a chuva deve ser marcante já no início da semana, enquanto o calor ganha força nos dias seguintes.

A segunda-feira (22) começa com céu carregado e chuva em várias cidades, sobretudo em Campo Grande com possibilidade de chuva intensa, rajadas de vento e descargas elétricas. Os volumes podem ser significativos em pontos isolados não só da Capital, mas em municípios adjacentes como Bandeirantes e Jaraguari. Nessa região, as temperaturas permanecem elevadas, com máximas em torno dos 32°C mínimas próximas dos 22°C. 

Na terça-feira (23), o cenário pouco muda, e a instabilidade segue presente, especialmente à tarde e à noite, quando são esperadas novas pancadas de chuva e trovoadas, mantendo o tempo abafado.

A partir da quarta-feira (24), véspera de natal, a tendência é de redução das chuvas e aumento da presença do sol. O tempo fica mais firme, com variação de nebulosidade, e as temperaturas sobem, podendo alcançar a faixa dos 33°C e 34°C em diversos municípios como Sonora e Cassilândia. 

No feriado de quinta-feira (25), o calor se intensifica ainda mais, com predomínio de sol e poucas nuvens, característica comum do verão sul-mato-grossense, e noites quentes em todo o estado.

Já na sexta-feira e no sábado, o sol aparece com mais frequência, mas o calor e a umidade favorecem a formação de pancadas isoladas de chuva, principalmente no período da tarde. As máximas seguem elevadas, variando entre 32°C e 34°C, enquanto as mínimas ficam acima dos 23°C, mantendo a sensação de tempo abafado.

Em Dourados e Ponta Porã, porção sul do estado, os termômetros devem marcar  médias entre 24 °C e 31 °C, calor típico de verão com possibilidade de pancadas de chuva isoladas.

Em Três Lagoas e Corumbá, o clima deve se estabelecer entre 23°C e 32°C com variação de sol e chuva e picos de alta temperatura que podem atingir a casa dos 35°C.

Coxim, Naviraí e Nova Andradina, as estimativas médias ficam entre 23 °C e 31 °C.

Saiba*

Ao longo da semana, a recomendação é de atenção redobrada aos avisos meteorológicos, sobretudo nos dias de maior instabilidade, além de cuidados com o calor intenso, como hidratação constante e proteção contra o sol. 

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