Cidades

CAMPO GRANDE

Visita de Lula tem protesto de movimentos ligados à esquerda

Professores e administrativos da educação receberam o presidente com faixas de reivindicações

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Campo Grande por volta das 9h40 desta sexta-feira (12), pela primeira desde que assumiu o cargo em janeiro de 2023, e foi recebido com protesto por pessoas de sindicatos e movimentos ligados à esquerda.

Apesar de sair direto da Base Aérea de Campo Grande para o frigorífico JBS, onde participa de evento, dezenas de professores e técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) se reuniram na orla do Aeroporto, com faixas, bandeiras e cartazes, em manifestação.

O movimento foi pacífico e organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino de Mato Grosso do Sul (Sista-MS), filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Servidores da educação federal, tanto professores quanto administrativos, estão em greve desde o início deste mês reivindicando reestruturação de carreira no serviço público e recomposição salarial.

Em megafones e caixas de som, alguns servidores bradavam asa reivindicações e afirmam contar com apoio do governo federal.

No entorno do aeroporto, além dos manifestantes, há também apoiadores que foram recepcionar o presidente.

Protesto da direita

Do aeroporto, o presidente segue para o frigorífico JBS, onde outro protesto, este de bolsonaristas e pessoas contrárias ao governo, também se organizaram com cartazes, carro de som e um boneco inflável, de cerca de 10 metros, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A protesto contrário foi organizado pelo deputado estadual João Henrique Catan (PL), que afirma que não houve um movimento, mas que ele decidiu inflar o boneco e houve adesão de outros bolsonaristas, tanto em participação física, quanto motoristas que passam buzinando em apoio.

Boneco do ex-presidente Bolsonaro foi inflado próximo ao frigorífico JBSBoneco do ex-presidente Bolsonaro foi inflado próximo ao frigorífico JBS (Foto: Mirvaldo Rezende)

Lula na JBS

Um forte esquema de segurança, com reforço policial e detectores de metais, foi montado para a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta sexta-feira (12), em Campo Grande.

O presidente participa de evento no frigorífico JBS, na saída para Sidrolândia. Ele irá acompanhar o primeiro envio de carne do frigorífico para a China, após anúncio de ampliação das exportações.

Segundo o Governo Federal, a visita é também para que o presidente conheça de perto todo o processo da indústria, desde o controle de qualidade até o embarque para o exterior.

Conforme reportagem do Correio do Estado, o presidente do PT regional,  Agamenon do Prado, afirmou passagem do presidente pela Capital será rápida.

"Vai ser em evento bem rápido mesmo e vai ser ali na JBS, vai ser de acesso restrito porque é só um evento simbólico de embarque das primeiras toneladas de carne para a China. Ele participa do evento e volta para Brasília.

Na JBS da Capital será despachado o primeiro carregamento dos 38 frigoríficos brasileiros recém-habilitados para exportar para a China.  

Além das duas unidades da JBS de Campo Grande, a Marfrig em Bataguassu, a Boibras em São Gabriel do Oeste, e a JBS de Naviraí, também estão estão habilitados para exportar carne para China. 

A intenção da agenda é aproximar o presidente da República do agronegócio, setor mais alinhado com o ex-presidente Jair Bolsonaro. 

É a primeira vez que Lula vem a Mato Grosso do Sul desde que assumiu o cargo em 2023, para o terceiro mandato como presidente.

Desenvolvimento

Campo Grande sobe no ranking nacional de inovação e fecha novembro em destaque

Os dados do Boletim Econômico da Prefeitura de Campo Grande mostraram os resultados alcançados no mês de novembro. A capital alcançou o 6º lugar no Ranking da Competitividade do CLP

09/12/2025 18h00

Campo Grande atinge 7º lugar no ranking de competitividade

Campo Grande atinge 7º lugar no ranking de competitividade FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Campo Grande encerrou as atividades do mês de novembro deste ano com resultados expressivos em competitividade, emprego, empreendedorismo e sustentabilidade, se consolidando como uma das capitais com maior dinamismo econômico do Brasil. 

Os dados do Boletim Econômico da Prefeitura de Campo Grande mostram que, no período, a cidade apresentou avanços econômicos e estruturais, com a execução de projetos que somaram R$ 42,3 milhões. 

A inflação nacional medida pelo IPCA-15 subiu apenas 0,20% em novembro, fazendo o acumulado em 12 meses retornar ao centro da meta oficial, de 4,50%, o melhor resultado do ano. 

Segundo o relatório, a estabilidade nacional ampliou o poder de compra das famílias campo-grandenses e trouxe previsibilidade para empresas, impulsionando setores como o comércio e a construção civil. 

Além disso, Campo Grande avançou para a 7ª posição nacional no ranking de Competitividade do Centro de Liderança Pública (CLP), como nota geral de 6,92, uma alta de 0,07 ponto percentual com relação a outubro. 

O principal destaque foi o eixo sustentabilidade, onde a Capital alcançou a 6ª posição, impulsionada por políticas voltadas à inovação, investimentos públicos, energia limpa, mobilidade sustentável e gestão de resíduos. 

Entre as ações, se destacam:

  •  Maior sistema de energia solar fotovoltaica em prédios públicos do Centro-Oeste, com capacidade de geração de 2,5 MW, suficiente para abastecer 1.200 residências;
  • Primeira usina de biogás da cidade, processando 150 toneladas por dia;
  • Expansão da coleta seletiva para 85% da área urbana;
  • Chegada dos primeiros 20 ônibus elétricos do transporte coletivo;
  • Expansão da malha cicloviária para 180 quilômetros e inauguração de 15 quilômetros de ciclovias conectadas;
  • 80 estações de patinetes elétricos distribuídas na cidade e disponibilização de 500 equipamentos.

Mercado de trabalho

Em novembro, foram registradas 120 vagas formais líquidas de trabalho, com liderança dos setores de serviços (+65 vagas) e construção civil (+45 vagas). 

O salário médio chegou a R$ 4.150, uma alta de 1,2% no mês, mantendo Campo Grande entre as capitais com melhor remuneração no Centro-Oeste. 

A qualificação profissional também avançou. 340 trabalhadores concluíram cursos da Fundação de Trabalho (Funsat) e 150 jovens ingressaram no programa municipal de estágio remunerado. 

Também foi registrado a abertura de 520 novas empresas na Capital no mês de novembro, alta de 7,2% sobre outubro. Destas, 140 são negócios digitais, alcançando 26,9% do total de novos negócios, crescimento de 12%. 

  • Os segmentos mais aquecidos foram:
  • Comércio eletrônico (+35 empresas);
  • Tecnologia da informação (+28 empresas);
  • Serviços especializados (+25 empresas). 

Três startups locais receberam investimentos que somam R$ 8,5 milhões e o programa municipal de apoio a startups, lançado em parceria com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (FUNDECT) selecionou 15 projetos para receber mentoria e recursos de até R$ 50 mil cada. 

Investimentos públicos

O mês foi marcado por aceleração de investimentos municipais, que chegaram a R$ 42,3 milhões, mais que o dobro do aplicado em outubro. Entre os principais projetos estão: 

  • Centro de Convenções - aprovado: R$15,2 milhões, com capacidade para 5 mil pessoas e 50 mil visitantes ao ano;
  • Viaduto Três Barras - em licitação: R$ 12 milhões, impactando diretamente 80 mil veículos por dia, prometendo uma economia de 15 minutos nos horários de pico;
  • Parque Linear - projeto: R$ 6,8 milhões, criando 25 quilômetros de trilhas ecológicas conectando os principais parques da cidade;
  • Modernização do Mercadão Municipal - ja iniciado: R$ 4,5 milhões, beneficiando 300 comerciantes, com potencial para atrair 15 mil visitantes mensais;
  • Expansão de iluminação LED - em expansão: R$ 3,8 milhões, contemplando 15 mil novos pontos de luz no mês, alcançando 78% da área urbana, com economia de 40% de energia. 

Integração logística

Com as exportações estaduais chegando a US$ 1,92 bilhão no mês, Campo Grande reforça sua posição como hub logístico, especialmente no contexto do Corredor Bioceânico. 

A posição geográfica da Capital transcende a mera casualidade locacional, configurando-se como resultado de uma convergência de fatores estruturais que conferem à cidade vantagens competitivas únicas. 

Além disso, a estratégia de diversificação de mercados implementada pelo governo estadual tem apresentado resultados positivos, com o crescimento das exportações para novos destinos, como as primeiras exportações de carne bovina para o Vietnã. 

A diversificação beneficia a cidade através da atração de empresas especializadas em diferentes mercados internacionais. Em novembro, duas novas trading companies estabeleceram escritórios na cidade, focadas nos mercados asiático e do Oriente Médio, gerando 45 empregos qualificados. 

Nos investimentos em infraestrutura logística, foi registrada movimentação de 2.680 toneladas de carga no Aeroporto Internacional de Campo Grande, um crescimento de 11,7% em relação a outubro.

Entre as metas futuras, o objetivo é consolidar Campo Grande entre as cinco capitais mais inovadoras do Brasil até 2030. 


 

Cidades

CRM manifesta preocupação com possível caos na saúde de Campo Grande

Falta de medicamentos e insumos, desvalorização dos profissionais da saúde e falta de comandante na Sesau estão entre os problemas apontados pelo Conselho

09/12/2025 17h29

Gerson Oliveira / Arquivo / Correio do Estado

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O Conselho Regional de Medicina do Estado de Mato Grosso do Sul (CRM/MS) emitiu uma nota pública se posicionando contra a situação em que se encontra a saúde pública de Campo Grande.

A nota destaca a falta de abastecimento de medicamentos e insumos básicos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros Regionais de Saúde (CRSs) administrados pela Prefeitura de Campo Grande.

O comunicado informa que o CRM/MS realizou fiscalizações nas unidades de saúde e constatou o baixo estoque ou a total ausência de medicamentos básicos indispensáveis e insumos fundamentais como luvas, lençóis, cânulas e outros materiais essenciais à segurança hospitalar.

Desvalorização

O CRMS/MS lamentou também a desvalorização sofrida pelos profissionais da saúde, especialmente diante da redução de salários e gratificações ocorridas nos últimos meses. 

Em 5 de novembro, o valor adicional dos plantões foi reduzido de 20% para 10% - cortado pela metade -, por meio do Decreto nº 16.440, publicado no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande).

Os profissionais atingidos abrangem médicos, odontólogos, veterinários, técnicos, enfermeiros e demais servidores da área da saúde no regime de escala em plantão nos finais de semana, feriados e pontos facultativos. 

Abandono

Outro problema apontado no comunicado é que a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) se encontra sem a gerência de um secretário municipal desde setembro. 

A última a ocupar o cargo, Rosana Leite de Melo, foi exonerada no dia 5 de setembro, com sua queda oficializada em edição extra do Diário Oficial. Desde então, a pasta passou a ser administrada por um comitê, gerido por Ivone Naban, ex-secretária de Saúde de Iguatemi. 

Nota pública 

Confira a nota na íntegra:

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) vem a público manifestar sua profunda preocupação com a situação de desabastecimento de medicamentos essenciais e de insumos básicos nas unidades de urgência e emergência sob gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SESAU), incluindo as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os Centros Regionais de Saúde (CRSs).

No exercício de sua função legal de fiscalização do exercício profissional da medicina e das condições adequadas para a assistência à saúde, o CRM-MS realizou inúmeras vistorias ao longo do último período, nas quais foram constatados baixo estoque e, em diversos casos, a completa ausência de medicamentos básicos indispensáveis ao adequado funcionamento dos plantões de urgência. Soma-se a esse cenário a escassez de insumos fundamentais, como luvas, lençóis, cânulas e outros materiais essenciais à segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde.

A situação é ainda mais agravada pelo recente decreto que suprimiu gratificações dos servidores da saúde, em especial dos médicos da rede municipal, medida que fragiliza as condições de trabalho, desestimula a permanência de profissionais na rede pública e compromete diretamente a qualidade da assistência prestada à população.

Ressalta-se, ainda, que atualmente a Secretaria Municipal de Saúde encontra-se sem a devida nomeação de um Secretário de Saúde responsável, situação que perdura desde o início do mês de setembro. Tal circunstância dificulta e, no momento, impede a adequada atribuição de responsabilidades administrativas pelas falhas constatadas, bem como a adoção de medidas estruturadas e resolutivas para o enfrentamento da crise instalada.

Destaca-se que esse cenário não é pontual, mas se arrasta há mais de um ano, agravando progressivamente os riscos à saúde da população, criando um ambiente de trabalho desfavorável e gerando aumento recorrente de denúncias encaminhadas a este Conselho Regional de Medicina.

Diante desse quadro, o CRM-MS entende ser seu dever institucional informar a população e as autoridades competentes acerca do iminente risco de colapso da rede municipal de urgência e emergência, bem como da possibilidade concreta de desassistência à saúde da população, caso providências efetivas e imediatas não sejam adotadas.

O CRM-MS reafirma seu compromisso com a defesa da boa prática médica, da dignidade profissional e, sobretudo, da segurança e do direito da população a uma assistência à saúde adequada, segura e de qualidade.

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