Warner Bros. demite Charlie Sheen
Decisão comunicada nesta segunda-feira (7) tem 'efeito imediato', diz estúdio.
Série de maior sucesso dos EUA, 'Two and a half men' tem futuro incerto.
O Warner Bros. demitiu definitivamente o ator Charlie Sheen, informou nesta segunda-feira (7) o estúdio em comunicado divulgado à imprensa. "Após consideração cuidadosa, a Warner Bros. Television encerrou os serviços com Charlie Sheen em 'Two and a half men', com efeito imediato", disse a empresa no documento.
O comunicado não revela se o programa continuará a ser produzido. De acordo com um porta-voz do estúdio, ainda não houve uma decisão sobre o futuro do seriado.
Em entrevista ao programa de TV "Access Hollywood" logo após a divulgação do comunicado do Warner Bros., Sheen disse que não foi procurado pelo estúdio antes do anúncio da demissão.
"Eu recebi um texto [pelo celular] ou algo assim. Tem outra coisa - esses caras são baratas tão covardes que nem tiveram a decência de me ligar. Eu coloquei 5 bilhões [ de dólares] nos bolsos dos ternos baratos deles (...) e esse é o respeito que eu ganho? É deplorável e eles deveriam se envergonhar!", disse o ator ao jornalista Billy Bush, acrescentando que a decisão estaria mais ligada ao fato de seus chefes não o compreenderem do que aos recentes escândalos que ele protagonizou na mídia.
O ator também disse ao "Access Hollywood" que pretende entrar com ação legal contra o Warner Bros. por quebra de contrato.
Em uma carta de 11 páginas divulgada pelo site TMZ.com, os advogados do Warner Bros. afirmaram que Sheen foi demitido porque nos últimos meses ele estava esquecendo suas falas, atrasando-se para o trabalho, faltando aos ensaios e fazendo "comentários que envenenavam relações-chave de trabalho".
Os executivos do estúdio e da TV também disseram acreditar que o abuso de drogas e álcool estava "colocando em risco sua vida". "Vamos afirmar o óbvio", diz a carta logo no início, "seu cliente [Sheen] tem se envolvido em conduta perigosamente autodestrutiva e parece estar bastante doente".
Boca no trombone
Charlie Sheen vem chamando a atenção nos últimos dias por assumir seus problemas com álcool e drogas e ofender Chuck Lorre, criador de "Two and a half men" - sucesso da TV americana, cuja oitava temporada foi cancelada após os escândalos com seu protagonista: em janeiro, ela havia sido suspensa para o ator ser internar em uma clínica re reabilitação.
Em entrevistas a canais de TV, Sheen chegou a exigir um aumento salarial para voltar ao seriado de TV e disse que estava irado com os chefes do estúdio e do programa.
Pelo papel principal na série, na qual interpreta um solteiro mulherengo com reflexos de sua própria personalidade na vida real, Sheen recebia o maior salário da TV americana, próximo dos US$ 2 milhões por episódio. A sitcom exibida pela CBS é atualmente a comédia de maior audiência dos EUA. "The big bang theory", também criada por Lorre, vem atrás.
Fontes do setor de TV dizem que já havia um contrato assinado para uma nona temporada do seriado. O ator chegou a afirmar que toparia filmá-la, mesmo após os problemas com o estúdio e o canal, desde que seu pagamento fosse de US$ 3 milhões por episódio. "É pegar ou largar", afirmou na semana passada.