Cidades

eleições

Simone Tebet admite disputar vaga ao Senado em 2026

A ministra afirmou que uma possível condidatura vai depender do presidente Lula. Se ele pedir para que continue no ministério, permanecerá

Continue lendo...

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, assegurou que não será candidata ao governo do Mato Grosso do Sul em 2026 e que pretende permanecer até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não descartou uma candidatura ao Senado.

"Sou candidata a continuar servindo o Brasil", disse a ministra, em entrevista exibida pela GloboNews na noite da quarta-feira, 12. "Faço política porque eu devo isso ao Brasil. Então, com cargo ou sem cargo, de forma objetiva, não sou candidata ao governo do Estado. Apoio a reeleição do governador Eduardo Riedel pelo excelente trabalho que está fazendo lá."

Na sequência, ao falar sobre o futuro, Tebet disse que planeja ficar no governo. "Se o presidente Lula falar assim: 'Eu preciso que você continue no ministério até o final', eu vou continuar no ministério." A ministra afirmou que se sente muito feliz em fazer algo que a move.

Ainda que sem demonstrar empolgação com a ideia, Tebet colocou no radar a possibilidade de voltar ao Senado. "Se houver necessidade de fortalecimento no Senado de partidos de centro, centro-esquerda, centro-direita, direita, sem os extremos, e isso exigir de mim uma possível candidatura ao Senado Federal - hoje não é o que me move, não é o que meu coração me pede -, eu farei", afirmou.

PREÇO DOS ALIMENTOS

 A ministra disse que acredita na redução dos preços de muitos alimentos nos próximos 30 dias. Ao ser questionada pela jornalista Miriam Leitão, se os alimentos vão ficar mais baratos ou não vão subir tanto quanto no ano passado, a ministra respondeu positivamente, de maneira geral.

Sobre a redução para zero do imposto de importação de diversos produtos, incluindo a carne, Tebet disse que a medida pode ter efeito "meio que moral", levando produtores a aumentar a oferta e a reduzir preços para defender posições no mercado doméstico frente à competição estrangeira.

"A própria carne, embora falem assim 'nós somos exportadores', há um efeito assim meio que moral. Opa, se está isenta a importação de carne, ao invés de só exportar tanto, vou deixar um pouco mais para o mercado nacional. Com isso, baixo o preço para evitar a concorrência de fora", afirmou a ministra. "Há um conjunto de fatores que vão mostrar que nos próximos 30 dias muitos produtos vão começar a baixar de preço."

EMENDAS PARLAMENTARES

Na entrevista, a ministra fez críticas ao crescimento descontrolado das emendas parlamentares, que podem virar "um caso de polícia".

"Eu já vi essa história antes, eu já vi esse filme antes. Não sou contra as emendas parlamentares, acho que elas são saudáveis Neste patamar que sou contra", afirmou. Segundo Tebet, em nenhum outro lugar do mundo o Parlamento tem tantos recursos quanto o Executivo para investimentos.

É preciso, segundo a ministra, encontrar um maior equilíbrio em relação às emendas, sob o risco de a situação atual levar a um cansaço da população brasileira com a classe política.

Nesse sentido, Tebet disse que sua maior preocupação para as eleições do ano que vem é com o surgimento de candidatos de fora da política tradicional. "Não tenho medo da direita ou da esquerda tradicional, tenho medo de um outsider, que vem com ideias mirabolantes de um mundo totalmente distópico."

ROTA BIOCEÂNICA

Outro tema da entrevista foi a integração da América do Sul. Segundo Simone Tebet, ela está "pronta para sair do papel" e sugeriu que o fluxo econômico entre os países da região deverá aumentar.

"Nós temos 200 milhões de sul-americanos que são possíveis consumidores nossos, e nós precisamos aproveitar. E eles têm 200 milhões de brasileiros à disposição deles para consumir os produtos deles", afirmou a ministra.

A proposta de integração, segundo Tebet, não começou agora, mas sim com algumas obras de infraestrutura no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A ministra disse que, por exemplo, a Bolívia possui fertilizantes e minerais nobres que o Brasil precisa utilizar no agronegócio, enquanto o País tem produtos como alimentos semielaborados e automóveis para "abastecer" a Bolívia. "Então, estamos do lado, temos um rio que nos divide, uma ponte que nos une."

A ministra também destacou o potencial que a América do Sul possui para realizar negócios com a China, dada a possibilidade de escoamento de itens pelo Oceano Pacífico.

"Não é só pelo Porto de Santos, é pelo Pacífico. Nós vamos diminuir em 10 mil quilômetros a distância. Portanto, nós estamos falando de diminuir o custo dos nossos produtos quando essas rotas estiverem prontas."
 

GASTOS

A ministra disse que vê uma "janela" para o governo cortar gastos a partir de 2026, algo que não foi possível fazer nos últimos anos. Tebet afirmou que uma "janela de gastança" foi aberta no fim de 2022 com o objetivo de recuperar diversas políticas públicas.

Já na virada de 2026 para 2027, "seja qual for o próximo presidente", será necessário realizar um ajuste fiscal maior para evitar o crescimento da inflação e da dívida pública, na visão da ministra.

Tebet disse ainda que a proximidade das eleições do ano que vem impede um corte de gastos mais profundo no momento. "Converse com os 54 senadores que vão para a reeleição. Eles não querem tratar desse assunto. Eu não tenho dúvida, conheço meus colegas e não os critico", afirmou.

Tebet revelou que esperava um Congresso "mais fiscalista" durante os dois primeiros anos do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Nós achávamos que teríamos um parceiro mais fiscalista no Congresso Nacional, não foi o que aconteceu", disse a ministra. "Então não adianta dar murro em ponta de faca. Democracia é isso e temos que conviver, e não temos que fazer qualquer crítica em relação a isso, faz parte do jogo democrático."

(Informaçõe da Agência Estado)

Campo Grande

Alerta por doenças respiratórias faz prefeitura montar plano para reduzir fila de hospitais

Município conta com 328 casos e 29 mortes deste tipo desde o início do ano

24/03/2025 18h00

UPA do Leblon, em Campo Grande

UPA do Leblon, em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

Com 378 casos e 29 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) desde o início do ano (segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde), a prefeitura de Campo Grande montou um plano para reduzir a superlotação dos hospitais da capital.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (24), a administração municipal destacou que além dos casos de doença respiratória, o aumento expressivo de casos de baixa complexidade e o agravamento de quadros crônicos nas unidades de saúde, fizeram com que a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) esboçasse um plano sanitário de contingência.

“A secretaria está reorganizando fluxos, ampliando pontos de cuidado e orientando a população sobre a busca por atendimento adequado, a fim de garantir a assistência segura e minimizar os impactos sobre o sistema de saúde”, diz parte da nota.

A Secretaria reforça que os atendimentos continuam sendo priorizados conforme a gravidade dos casos, seguindo os protocolos de classificação de risco.

Casos leves (azul) devem buscar preferencialmente as unidades de atenção primária, para evitar sobrecarga dos serviços de emergência.

“As medidas seguirão em constante avaliação e novas ações poderão ser adotadas conforme a evolução da situação.”, destaca outro ponto do comunicado.

De acordo com o último boletim estadual de Srag, já são 934 casos da doença em 2025, além de 67 mortes desde o início do ano. Ponta Porã, Dourados, Corumbá, Ivinhema, Chapadão do Sul, Guia Lopes, Aquidauana, Camapuã, Bela Vista, Mundo Novo também estão entre as cidades que registraram mortes pela doença respiratória.

 
Medidas imediatas adotadas pela prefeitura

  • Redefinição do uso de espaços físicos e ampliação de pontos de cuidado (como áreas para hidratação, observação rápida e inalação);
  • Reorganização da equipe médica e envio da EMAC e escritório de monitoramento clínico, conforme necessidade das unidades com maior demanda;
  • Mapeamento de áreas para possível expansão temporária de leitos nas unidades de urgência;
  • Atendimento por demanda espontânea nas unidades básicas;
  • Remanejamento de pacientes entre as unidades de urgência para atendimento seguro, principalmente crianças para unidades com escala infantil 24h;
  • Avaliação de possibilidade de alta para antibioticoterapia em casa com o auxílio do Serviço de Atendimento Domiciliar aos pacientes que possuírem critérios para o serviço; 
  • Avaliação contínua e reuniões do COE (Centro de Operações de Emergência) para monitoramento da situação e decisões rápidas;
  • Orientação à população para buscar as unidades básicas de saúde em casos leves, evitando a sobrecarga das UPAS e hospitais.

*Saiba

Nesta manhã, o diretor técnico da Santa Casa de Campo Grande, Dr. William Lemos, indicou que o hospital não deve admitir mais pacientes em virtude de superlotação

Assine o Correio do Estado
 

Cidades

Mãe de Vanessa pede exoneração de delegada que atendeu a filha e critica apuração da Corregedoria

Corregedoria diz que todas medidas que estavam ao alcance das policiais foram concedidas, mas a mãe da vítima afirma que áudios expuseram falhas

24/03/2025 17h44

Família de Vanessa participou de audiência pública na Câmara Municipal

Família de Vanessa participou de audiência pública na Câmara Municipal Foto: Izaias Medeiros

Continue Lendo...

Maria Magdalena Ricarte, mãe da jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, assassinada pelo ex-noivo, pediu a exoneração da delegada que atendeu a filha e criticou o inquérito da Corregedoria da Polícia Civil, que chegou a apontar falhas no sistema de proteção às vítimas de violência doméstica, mas não identificou culpados pelo não cumprimento de protocolos.

O depoimento emocionado foi feito na manhã desta segunda-feira (24), durante audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande, convocada paara discutir sobre a rede de atendimento às mulheres em situação de violência.

“Os áudios mostram como ela ficou decepcionada com o atendimento. Houve falha sim. A Lei Maria da Penha garante à mulher atendimento contínuo e escolta policial. Se tivessem feito a escolta como determina a lei, ela não teria morrido esfaqueada”, desabafou a mãe da vítima.

Ela se refere a áudios enviados por Vanessa a uma amiga,  onde ela narrava ter sido tratada com descaso e não ter tido apoio policial solicitado após a concessão de medida protetiva contra o ex. Vanessa morreu horas depois.

Ainda na audiência, a mãe de Vanessa diz que a filha não conseguiu atendimento e proteção e pediu a exoneração da delegada.

“Cadê o conhecimento da delegada em não convencer a vítima a voltar para a casa? Por que Vanessa não conseguiu alterar o boletim de ocorrência? A Casa da Mulher Brasileira tão grande, imponente, mas ineficaz”, concluiu.

O pai de Vanessa, Agmar Ricarte, fez um pronunciamento mais brando, mas solicitou que as delegadas peçam às vítimas para avisarem os familiares da violência que estão sofrendo.

Sobre o caso de Vanessa, a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), delegada Elaine Benicasa, afirmou que “os inquéritos administrativos ou criminais foram apurados de forma pormenorizada, juntado provas documentais e testemunhais”, e que a investigação foi apurada nos mínimos detalhes.

A delegada citou ainda o trabalho da Polícia Civil para indiciar o músico Caio Nascimento pelo feminicídio de Vanessa, incluindo na denúncia a violência doméstica e o cárcere privado.

Por fim, Elaine Benicasa disse que o momento é de olhar para trás e ver o quanto já foi feito e quantas vidas foram salvas.

“É preciso ainda olhar para o presente para nos abrirmos a eventuais dificuldades, déficits e problemas que precisam ser enfrentados”, declarou.

Assassino vira réu

Na última semana, o juiz  Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, aceitou a denúcia contra o músico Caio Cesar Nascimento Pereira, assassino da jornalista.

O Ministério Público Estadual denunciou o músico por quatro crimes e se fosse condenado ao tempo máximo em todos, a pena chegaria aos 86 anos. Mas, o juiz rejeitou parte das denúncias e agora a pena máxima não passaria dos 61 anos, em tese.

Na denúncia do MPMS, a Promotoria enquadrou Caio pelos crimes de feminicídio qualificado pelo motivo torpe e com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, violência psicológica a cárcere privado, em relação à Vanessa, e por tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil em relação ao amigo.

O juiz, no entanto, rejeitou a tentativa de homicídio contra o amigo, por considerar que ele não sofreu lesões e não haver descrição de como teria ocorrido essa tentativa.

Na imputação dos crimes de cárcere privado e violência psicológica, o juiz afirmou que o MPMS não descreveu, suficientemente, qual seria a conduta criminosa em concreto e que os pontos precisam ser esclarecidos.

Caso Vanessa

Vanessa Ricarte foi assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, no dia 12 de fevereiro, em Campo Grande.

O boletim de ocorrência foi registrado na noite de terça-feira (11) e Vanessa retornou à Deam na quarta-feira (12) à tarde para verificar o andamento do pedido da medida protetiva, que foi deferido pelo Poder Judiciário.

Conforme reportagem do Correio do Estado, a delegada informou, na ocasião, que todo o procedimento de praxe foi seguido e que a vítima recusou abrigo.

No entanto, áudios encaminhados pela vítima à uma amiga, antes de ser assassinada, revelam que ela não teve o atendimento esperado, como uma escolta policial para retirar o agressor de sua casa e ajudá-la a buscar as coisas.

Além disso, ela narrou que foi tratada com descaso e frieza.

Ao sair da Deam, já com a medida protetiva contra o ex deferida, a vítima foi com um amigo para buscar as coisas, sendo surpreendida pelo ex-noivo, que aproveitou o momento em que o amigo de Vanessa ligava para pedir ajuda a outra pessoa e a atingiu com três facadas no peito, próximo ao coração.

O amigo de Vanessa a levou para dentro de um quarto e trancou-se lá com ela, à espera de ajuda. Ele acionou a polícia nesse período, com o agressor esmurrando a porta. 

Ela chegou a ser encaminhada para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

Cario foi preso ainda no local e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva no dia 14 de fevereiro e segue preso. 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).