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SOLTANDO A VOZ

Academia Sul-Mato-Grossense de Letras fez evento com 8 corais de Campo Grande

Academia Sul-Mato-Grossense de Letras realiza, amanhã, com entrada franca, seu último evento deste ano, que terá a apresentação de oito corais de Campo Grande: Fronteiras Abertas, Arte Viva, Cant'Arte, Canto Livre, Senhora de Fátima, Scheilla, Canto Frat

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A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL) realiza, amanhã, sua 4ª Cantata Natalina, reunindo oito corais de Campo Grande. O evento, que encerra as atividades deste ano da ASL, tem a coordenação do acadêmico Américo Calheiros e começa às 19h, com entrada franca, na sede da instituição – Rua 14 de Julho, nº 4.653, Altos do São Francisco. O público terá a oportunidade de assistir apresentações de tradicionais canções natalinas e outras que evidenciam o espírito do Natal.

Confira, pela ordem de apresentação, os corais que marcarão presença: Fronteiras Abertas, Arte Viva, Cant’Arte, Canto Livre, Senhora de Fátima, Scheilla, Canto Fraterno e ACP. O presidente da ASL, Henrique de Medeiros, ressalta que, para a Academia, o evento é uma ação na programação da ASL “em prol do fortalecimento cultural do Natal em Campo Grande, procurando trazer mensagens de paz”.

Américo Calheiros, coordenador do evento, afirma que “as cantatas natalinas alegram o período natalino por todo o mundo. Todas em seu caráter religioso saúdam o nascimento de Jesus Cristo e propalam a paz mundial. Para os coros participantes, representa um feliz momento de troca de experiências e uma agradável confraternização”.

TRADIÇÃO

As cantatas natalinas são uma tradição milenar por meio da música coral. O registro mais antigo remonta ao século 4, com a canção “Iesus refulsit omnium” (“Jesus, Luz de Todas as Nações”), atribuída a Santo Hilário de Poitiers (300/368). No período barroco, o gênero da cantata ganhou forma erudita. Já no século 19, canções populares como “Stille Nacht” (“Noite Feliz”) tornaram-se universais, traduzidas em centenas de idiomas e símbolo de paz e união.

Atualmente, as cantatas combinam corais, solistas, leituras e elementos teatrais, mantendo viva a tradição de narrar a história do Natal. No Brasil, a prática foi difundida por igrejas católicas e protestantes, sendo que as apresentações ultrapassaram os templos e ganharam espaços públicos, como teatros e outras instituições, e realizadas também ao ar livre.

FRONTEIRAS ABERTAS

Coral Fronteiras AbertasCoral Fronteiras Abertas

Criado em 2016, por iniciativa de Américo Calheiros, que convidou o renomado maestro Orion Cruz para regê-lo, tem o propósito de “abrir fronteiras geográficas, humanas e culturais”. Por isso canta em diferentes idiomas e até dialetos. Calheiros divide a coordenação com a coralista Kátia Francisco. Confira o repertório de amanhã: “Sagrada Família”, “Natal Branco” e “Adeste Fideles”.

ARTE VIVA

Coral Arte VivaCoral Arte Viva

Dirigido pela professora Clarice Maciel, está em atividade há 36 anos, de modo gratuito e aberto aos frequentadores do Centro de Arte Viva e à comunidade em geral. Já se apresentou em concertos sob a regência dos maestros Victor Marques Diniz, João Guilherme Ripper e Eduardo Martinelli. A cantora, compositora e professora Luciana Fisher atua como regente. Repertório: “Locus Iste” (Anton Bruckner), “Gloria” (Antonio Vivaldi) e “Swing Low, Sweet Chariot” (Wallace e Minerva Willis).

CANT’ARTE

Coro Lírico Cant’arte

O Coro Lírico Cant’arte é formado por alunos de canto, licenciandos em música e “amantes do universo lírico, unidos pela paixão à música e pelo compromisso com a inclusão cultural”. Fundado em 2007, já percorreu o estado e cidade de São Paulo, levando a ópera e a música clássica a diversas comunidades. Repertório: “Tollite Hostias” (Saint-Saëns), “Baba Yetu” (Christopher Tin) e “Noite Santa” (Adolphe Adam).

CANTO LIVRE

Coro Canto Livre

Reúne cantores egressos de outros grupos que o maestro Luiz Quirino (que conduz o grupo voluntariamente por amor à música) regeu em outras épocas e se mantém “por puro amor ao canto”, com os participantes se apresentando pelo compromisso apenas com a arte e prazer de cantar. Repertório: “Folia de Reis” (Roque Ferreira), “Nascimento de Jesus” (Jerônimo Divino Tomaz – Criolo), “Hino de Reis” (Sebastião Victor e Nhô Tide) e “Cantata Cabocla” (Silvia Cresco e Sidney Alberti).

SENHORA DE FÁTIMA

Coral Senhora de Fátima

O Coral Senhora de Fátima iniciou suas atividades no ano de 1997, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, com o objetivo de servir nas atividades paroquiais. Regido pela pianista e professora Simone Vieira Carvalho Gomes, o Coral promoveu, entre outras atividades, encontros de liturgia e canto pastoral. Repertório: “Natal É Tempo de Alegria” (Égon Bonow), “Noite Azul” (Orestes Barbosa) e “Revelação de Natal aos Reis” (José Acácio Santana).

SCHEILLA

Coral Espírita Scheilla

O Coral Espírita Scheilla foi fundado em 20 de agosto de 1986 por membros da Comunhão Espírita Casa de Scheilla, com a finalidade de divulgar a doutrina espírita por meio do canto coral, dentro de uma filosofia de amor e caridade. Embora seja um coral espírita, acolhe integrantes de outras religiões. Fábio Bernobic é o regente. Repertório: “Aurora” (Gladston/Tim, “Estrela de Natal” (pastoril alagoano) e “Jingle Bell Rock” (Bob Helms/Celly Campelo).

CANTO FRATERNO

Coral Canto FraternoCoral Canto Fraterno

Fundado em 2022 por membros da Comunhão Espírita Casa de Scheilla. Desde sua criação, o coral tem como missão promover a harmonização dos ambientes por meio da música e proporcionar momentos de fraternidade e alegria a todos que apreciam a arte do canto coral, sob a regência do maestro Orion Cruz. Repertório: “O Nascimento” (Orion Cruz), “Imagine” (John Lennon) e “O Homem” (Roberto Carlos).

CORAL DA ACP

Iniciativa do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública, foi criado para “promover e difundir o canto coral”, buscando também fortalecer os laços de integração e convivência entre professoras e professores da rede pública. Regência de Rafael Ortega e presidência de Sueleid Benevides. Repertório: “Então É Natal”, “Gloria In Excelsis”, “Noite Feliz” e “Bate o Sino”.

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ARARUNA FEST

Confira entrevista exclusiva com Guilherme Isnard, do grupo ZERØ, e Philippe Seabra, da Plebe Rude

Sucesso nos anos 1980, bandas estão no line-up de primeira edição de festival que será realizado amanhã, no Bosque Expo, e terá Frejat em 2026; Lobão e Érica Espíndola também se apresentam nesta quinta-feira, com ingressos via Sympla a partir de R$ 110

10/12/2025 10h00

Guilherme Isnard e Philippe Seabra

Guilherme Isnard e Philippe Seabra Montagem: Sergio Zalis / Caru Leão

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Guilherme Isnard

A formação que me acompanhará no Araruna Fest está comigo há sete anos. É a primeira vez em que não precisei me preocupar em criar um “organismo” musical, o organismo já existia, são amigos que tocam juntos desde a adolescência e essa cumplicidade musical será apreciada no palco do Bosque Expo. Daniel Viana [guitarra], Nivaldo Ramos [baixo], Gustavo Wermelinger [bateria] e Caius Marins [teclados].

No repertório, teremos os maiores sucessos da banda, algumas canções do álbum que completa 40 anos e versões de algumas canções dos colegas de geração.

Tenho orgulho de ter canalizado composições como “Quimeras” e “Agora Eu Sei”, que atravessaram quatro décadas e continuam atuais, conquistando novas legiões de fãs. Já estamos na terceira geração de seguidores.

Conto com a paciência do público para conhecer algumas das novas composições, que entremearei com o repertório clássico e versões de sucessos dos amigos dos anos 1980.

O público pode esperar um show de rock autoral com a experiência cênica e musical de um artista que tem 43 anos de carreira e se encontra no prime do recurso vocal.

Campo Grande

Sim, é nossa primeira vez [ZERØ] na cidade e tenho muita curiosidade tanto pela geografia quanto pela população e seu gosto musical. Vou aproveitar e esticar até Bonito após o show, para conhecer as belezas naturais do Estado.

Fomos convidados pelo Patrick Gontier, que tem a visão de transformar Campo Grande em um grande polo cultural da região, uma ideia maravilhosa que aprovamos e incentivamos.

Tenho a impressão de que o rock talvez não seja a taça de chá da maioria da população de um estado que tem a economia focada no agronegócio e, provavelmente, está mais familiarizada com a música sertaneja.

Mas como o rock é uma fusão do blues com a música country, tenho certeza de que vamos divertir o público com uma dose caprichada dessa mistura fina.

Guilherme Isnard e Philippe SeabraLobão também estará em Campo Grande para o Araruna Fest - Foto: Reprodução / Julia Missagia

Plebe e Lobão

Plebe Rude e ZERØ lançaram os primeiros álbuns [“Passos no Escuro” e “O Concreto Já Rachou”] juntos, em 1985. Já fizemos vários shows reeditando esse primeiro momento de ambas as bandas, como no Circo Voador, no Rio, e no Mr. Rock, em Belo Horizonte, sempre com lotação esgotada.

Com Lobão, será um reencontro de amigos de infância no palco. Fizemos juntos a nossa primeira banda, Grêmio Recreativo Nádegas Devagar, quando estudávamos na mesma turma no 2º ano do Colégio Rio de Janeiro.

 

ZERO E ALÉM

Sou um artista que se sente bem trabalhando em grupo. Muitos me cobram uma carreira solo, mas eu tenho apreço pelo trabalho coletivo.

Sem querer ser nem parecer absolutista, ZERØ sou eu, eu sou o ZERØ.

Guilherme Isnard e Philippe SeabraGuilherme Isnard - Foto: Sergio Zalis

Estamos na enésima formação e, além desta que estará comigo no Araruna Fest, tenho outra em São Paulo, com o Marcos Kleine, do Ultraje a Rigor, por questões logísticas.

Aos 68 anos, criei e ensaio quatro bandas. A Rádio Nacional, só com integrantes de bandas oitentistas: o Alec Haiat [guitarrista do Metrô], Rocco Bid [baterista do Tokyo], Freddy Haiat [tecladista do Degradée e do ZERØ] e Beto Birger [baixista do ZERØ], para revisitar o repertório da década mais profícua do rock nacional e atender à demanda de shows corporativos, bailes e clubes.

As duas formações em atividade do ZERØ, a que já descrevi e que me acompanhará em Campo Grande e a paulistana que, além do Kleine [guitarrista do Ultraje], tem Caio Pamplona [baixista do Kiko Zambianchi], Hans Zeh [tecladista do YUYU 20] e André Repetto [baterista do Lost 80s].

E a Isnard, que é uma banda autoral de rock no estilo pós-punk dançante, porque o coroa aqui merece se divertir. Quando elas se estabelecerem, vou me ocupar de formar meu combo de samba.

Longevidade

Eu diria que sou um artista vivo que não para de compor e cantar. Posso afirmar que, após 43 anos de carreira, faço ambas as coisas muito melhor. É o que vou demonstrar ao vivo, no dia 11, no Bosque dos Ipês. Costumo dizer que os fãs e a minha voz são meu maior patrimônio.

Creio ter feito o necessário para mantê-los. Os presentes terão a oportunidade de conferir nesta quinta-feira. Meu parceiro mais constante desde a pandemia é o maestro Rildo Hora, tenho um imenso repertório de sambas-canção na raiz da tradição que espero apresentar ao público no momento oportuno.

Quanto às “agruras do rock”, eu sou, sim, um sobrevivente, porque a minha geração atravessou várias décadas de exageros, epidemias e tragédias, mas eu sou um roqueiro “família”, o que é um perfil atípico. Não me entreguei a excessos porque sempre tive bem claro que ser artista é o meu trabalho, não é quem sou.

A adoração, amor e admiração que os fãs sentem por quem está no palco não são dirigidos à minha pessoa, mas ao que represento naquele momento. Portanto, nunca senti a necessidade de compensar a falta de aplauso com álcool, sexo ou drogas.

Rock 80 e hoje

Penso que o boom do rock nos anos 1980 foi um momento atípico em que um estilo musical que é primordialmente contestatório, rebelde e contracultural se transformou na MPB. O lugar do rock é na trincheira, não no mainstream.

Não é verdade que tenha morrido. O rock continua vivo no underground, que é o seu lugar. Existem bandas ótimas cumprindo o papel da rebeldia e do inconformismo e existem outras que buscam o sucesso comercial. Isso sempre aconteceu e acontecerá, mas não desmerece o gênero como um todo.

Preço do Sucesso

Para quem o busca como finalidade, o preço do sucesso deve ser enorme. Pra quem busca fazer arte, o preço não significa nada porque o resultado é a satisfação pessoal, a sensação de dever cumprido.

“A arte não ama os covardes”, frase de Vinicius de Moraes, é o meu moto e, para quem pensa assim, nenhum preço é alto demais.

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NOITE NATALINA

Como montar uma seleção musical de fim de ano que agrade a todas as gerações

Uma seleção musical eficiente acompanha a curva emocional da festa. No início, músicas mais suaves ajudam a embalar conversas e reencontros

10/12/2025 05h00

IA

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Reunir a família no fim de ano é um exercício de conciliação: gostos diferentes, ritmos diversos e histórias que se cruzam na sala de estar. E, quando o assunto é música, esse desafio ganha ainda mais camadas. Afinal, como montar uma playlist capaz de agradar da avó que ama Roberto Carlos ao sobrinho que só escuta trap?

Especialistas em cultura e comportamento lembram que o segredo está menos em buscar “a música perfeita” e mais em construir uma narrativa sonora que una memórias, novidade e, principalmente, afeto.

O poder da memória afetiva

Fim de ano tem cheiro, cor e, claro, som. Para a maioria dos brasileiros, certas músicas acionam lembranças de infância, de festas de família e de rituais de passagem. Por isso, incluir clássicos é quase obrigatório. Eles funcionam como um ponto de partida e criam um território comum entre gerações.

Algumas músicas que tradicionalmente geram essa conexão:

  • Roberto Carlos – "Amigo"
  • Tim Maia – "Do Leme ao Pontal"
  • Gal Costa – "Meu Nome é Gal"
  • Elis Regina & Tom Jobim – "Águas de Março"

A ponte entre o antigo e o novo

Depois de abrir a noite com clássicos, a playlist pode ganhar frescor com músicas contemporâneas que dialoguem com elementos tradicionais versões acústicas, regravações e feats entre artistas de épocas diferentes. Essa abordagem reduz a distância geracional e cria uma transição suave.

Sugestões que equilibram nostalgia e atualidade:

  • Djavan – "Oceano" (muito conhecida por todas as idades)
  • Iza – "Dona de Mim" (forte, contemporânea e elegante)
  • Anavitória – "Trevo" (leve e acolhedora, funciona para qualquer público)
  • Jão – "Amor Pirata" (pop atual sem estranhar aos mais velhos)

Ritmo, energia e o clima da noite

Uma seleção musical eficiente acompanha a curva emocional da festa. No início, músicas mais suaves ajudam a embalar conversas e reencontros.

Conforme a noite avança, o ritmo pode subir, trazendo pop, sertanejo, pagode ou o que fizer sentido para o grupo. O importante é evitar rupturas bruscas: a playlist deve funcionar como trilha sonora, não como disputa.

Inclua todos no processo

Uma estratégia que funciona muito bem é pedir para cada pessoa da família escolher duas músicas que marcaram seu ano. Além de deixar a seleção colaborativa, a playlist se transforma em um registro afetivo da trajetória de todos ali presentes.

Tecnologia como aliada

Plataformas como Spotify, Deezer e Apple Music oferecem playlists prontas, mixes automáticos e sessões colaborativas. É possível, inclusive, permitir que qualquer convidado sugira músicas no celular sem interromper a reprodução.

No fim das contas, música é encontro

Montar uma playlist de fim de ano não é sobre agradar perfeitamente a todos isso seria impossível. É sobre construir pontos de conexão, celebrar quem esteve junto e criar memórias que, daqui a muitos anos, serão lembradas ao som de um refrão compartilhado.

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