Correio B

MEMÓRIA

Beto Figueiredo presente

Confira, a seguir, o depoimento de quem conheceu e conviveu com o professor e diretor teatral, nascido em Três Lagoas em 21 de fevereiro de 1956

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Nos conhecemos logo que eu cheguei em Campo Grande (vindo de Ladário). Lá se vão quase 40 anos. Pensar nessa trajetória de amizade traz vários assuntos. Festas, teatro, convivência diuturna, depois a universidade.

Cheguei a ser professor substituto do Roberto. Trabalhamos juntos na formação da primeira Secretaria de Cultura de Mato Grosso do Sul. Fizemos parte do movimento do teatro amador de MS e o levamos para representação em festivais nacionais. Trabalhamos juntos no Núcleo de Teatro da Fundação de Cultura.

Tivemos juntos uma trajetória incrível de amizade. Fomos de uma época em que não se usava capacete para andar de motocicleta, e a gente fazia uso disso e saíamos de moto. O Roberto foi um grande incentivador para eu também ter moto, e sempre foi essa figura assim, muito, muito, muito acolhedora. Sempre foi um amigo para todas as horas. Deixa saudade.

Ele ficou na UCDB por 38 anos, e o encontrei várias vezes na universidade. Mais recentemente, quando eu estava à frente da FM UCDB, ele foi a primeira pessoa que chamei para compor aquele trabalho de jornalismo. Sempre muito disposto e sempre com uma única bandeira: a arte e a formação cultural de MS. Ele tinha esse papel. Foi um professor essencialmente salesiano, essencialmente Dom Bosco.

Acolhia e sorria para todos os jovens. Olhava para o jovem sempre com esse olhar: “Você pode, você vai, eu tô aqui”. Era um incentivador, e era lindo de ver aquilo. O Roberto olhava a produção artística (dos alunos), que poderia ser a mais sem nexo, e sempre falava que estava lindo, defendia a estética daquela produção. É inestimável o valor de um professor como esse.

No teatro, fomos da mesma diretoria da Federação do Teatro Amador de Mato Grosso do Sul. Fizemos parte da mesma formação do contexto político do governo do Estado na época na cultura de MS, tanto na Secretaria de Cultura quanto na Fundação de Cultura do então recém-formado estado de Mato Grosso do Sul. 

Muito imbuídos de leituras, de ansiedades, desejos, sonhos, uma das montagens mais emblemáticas foi “O Meu Guri” (1996), que era baseada na obra de Chico Buarque de Hollanda, na qual o Roberto traz esse debate do excluído, do favelado, para a cena. E ele coloca o nascimento daquela criança no palco. Achei aquilo um trabalho muito marcante na época.

E foi com o Roberto que eu fiz a minha primeira cena de nu artístico. Sempre tive muita resistência a me expressar dessa forma, e foi com ele na direção, com a preparação de ator do nosso também saudoso Jair Damasceno, que eu participei dessa cena.

Fiz a cena do garoto que nasce na favela e é cuidado e idolatrado por aquela mãe naquele enredo. Para mim sempre foi muito marcante, primeiro pela ousadia, segundo por ser tão representativo já naquela época. (Sérgio Carvalho, jornalista)

DEVO TUDO

Meu professor, meu chefe de setor, historiador, meu amigo, meu irmão. Convivi por vinte três anos com o professor Beto. O conheci no fim de 2001, quando fiz a inscrição para fazer a oficina teatral do grupo de teatro Senta que o Leão É Manso, da UCDB (criado em 1983 por Figueiredo).

Ao fim da oficina, fui selecionado para participar efetivamente do grupo. Ao longo de duas décadas estive ao lado do Betinho e aprendi muito com ele. Aliás, em relação ao meu fazer artístico, devo tudo a ele, tudo.

Tinha um coração enorme, sempre disposto a ajudar e a acolher a todos, carinhoso, atencioso e empenhado. Sempre motivado, sempre inovando, ele não parava nunca, muitas e muitas vezes meu telefone tocava no meio da madrugada e era ele compartilhando uma ideia que havia tido. 

Na UCDB, ele ia muito além do dever, muito além das obrigações contratuais, ele pensava a universidade, ele respirava a universidade, ele vivia a universidade, e a universidade tinha mais vida com ele. Das instalações no bosque, no gramado, nos corredores, sempre tinha algo do Beto, pinturas, poemas, esculturas, música, dança, coral e teatro, cada corredor da UCDB tem marcas de Roberto Figueiredo.

Mas ele foi muito além dos muros da UCDB. O jovem Beto, um menino ainda, em Três Lagoas, sua cidade natal, já se engajava nos movimentos culturais, já rabiscava seus primeiros textos e explorava o teatro como forma de expressão enquanto aluno do curso de História da UFMS. 

Foi em Três Lagoas que escreveu seu primeiro texto teatral, “William e Olavo”, que ficou guardado por mais de quarenta anos em um baú na casa de sua mãe, e que eu tive o prazer de atuar junto ao meu querido amigo Pedro Martins. Com direção dele (Roberto Figueiredo), depois de quarenta anos, montamos a peça, sucesso de plateia e de crítica. Desde a década de 1970, Beto militou a favor da cultura sul-mato-grossense.

De maneira ativa e sempre na linha de frente, participou de todos os movimentos de fomento à cultura e ao teatro em Mato Grosso do Sul, esteve envolvido nos debates que levaram à criação do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), do Fundo Municipal de Investimentos Culturais (Fmic) e do Fomteatro (política de fomento ao teatro de Campo Grande). 

Além da causa teatral, Roberto Figueiredo atuava na proteção e na memória do patrimônio material e imaterial de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande. Desde 2022, fazia parte do Conselho de Proteção ao Patrimônio Histórico da Capital. Beto transitou em todas as esferas culturais, nas escolas de samba, na dança, na música, no cinema, no artesanato, nas artes plásticas, se entregou por completo à cultura de MS, não tem como falar de identidade artístico-cultural sem falar de Roberto Figueiredo.

Beto foi seminarista, professor, ator, diretor, apaixonado pela vida e pela liberdade, ainda jovem teve a influência do pensamento de Leonardo Boff (teólogo, filósofo e escritor brasileiro) e da Teologia da Libertação, pauta defendida por ele durante toda a vida. Beto tinha o espírito salesiano.

Apaixonado por Dom Bosco, espelhava-se nele e em São Francisco de Assis. A frase de Dom Bosco que mais o motivava era: “Uma casa salesiana sem arte é como um corpo sem alma”. 

E ele levou de maneira imperativa essa expressão, expandindo sua interpretação para: “Uma cidade sem arte é como um corpo sem alma”. O legado é incontestável, deixou sua marca na história de CG e de MS. Evoé, Roberto Figueiredo Evoé. (Marcelo Piccolli, ator e codiretor do grupo Senta que o Leão É Manso)

INCOMPARÁVEL

A educação e a cultura de MS ficam menores sem a efetiva contribuição do professor, do historiador e do artista Roberto Figueiredo. Antenado com as questões sociopolíticas de seu tempo, Beto, por seu conhecimento e visão, sabia o que era importante no plano coletivo, e nesse aspecto estava sempre disposto a lutar por melhorias.

O teatro foi a grande paixão de sua vida. Nessa área, criou o grupo mais longevo do Estado. Pela quantidade de montagens de peças teatrais, de envolvimento de pessoas na arte teatral, de textos que escreveu e do sem-número de apresentações feitas pelo Senta que o Leão É Manso, ele deixa um incomparável legado na dramaturgia sul-mato-grossense.

Nos conhecemos no movimento teatral da década de oitenta. Ele era de Três Lagoas, veio para Campo Grande e logo começou a trabalhar na UCDB, onde criou o grupo Senta que o Leão É Manso, para o qual se dedicou integralmente. E, em paralelo a isso, o Beto foi um dos primeiros historiadores a lutar pela defesa do patrimônio histórico material e imaterial, também lutou pela criação do Conselho Estadual de Cultura, do qual participou por muitos anos, e acompanhou de perto as lutas pela valorização do teatro, por meio da Federação Sul-Mato-Grossense de Teatro Amador.

Nessas caminhadas, sempre nos encontramos empenhando nossa consciência e nossa energia nos temas aí tratados. Tudo valeu muito a pena! (Américo Calheiros, encenador teatral e ex-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Campo Grande e da Fundação de Cultura de MS)

PENSADOR PRÁTICO

Roberto Figueiredo foi um dos novos pensadores que Três Lagoas produziu na década de 1970 e exportou para Campo Grande, em um tempo em que Mato Grosso do Sul ganhava vida própria. Por meio da arte e da cultura, nossa geração fazia história com a música, o teatro, as artes visuais, o cinema e a literatura. Foi no meio desse movimento todo que eu o conheci, e foi amor à primeira vista. Sempre nos acompanhamos, de perto ou de longe, e nossa parceria mais recente está no documentário “Onde Você Estava?”.

Ele sempre chamou minha atenção por ter um espírito altamente criativo e ao mesmo tempo ser organizado e prático. Esses elementos resultaram no sucesso de sua carreira profissional e construíram um legado para a nossa cultura que ainda está vivo. (Lenilde Ramos, escritora e música)

ETERNIZADO

Era um sujeito leve, educado, sorridente e também era bom de briga quando se tratava de defender a cultura. Atravessou a vida levando firmemente a bandeira da cultura sul-mato-grossense. Criou o primeiro e mais longevo grupo de teatro universitário do Estado, dedicando-se a ele incansavelmente, e foi esse grupo que montou clássicos universais, trazendo para o público daqui obras como “A Lição” e “A Cantora Careca”, de Eugène Ionesco (1909–1994), “O Burguês Fidalgo”, de Moliére, “A Megera Domada”, de Shakespeare, entre outras.

Em “A Cantora Careca”, especialmente, me diverti muito. Ele conseguiu captar o humor ácido do texto, e eu me senti feliz em ver esse autor aqui em CG. Então, havia uma ousadia do Beto em montar os clássicos e também um propósito definido de ampliar o conhecimento do público local para as grandes obras universais. Isso não é pouca coisa. Em “A Lição”, fui absorvida pela atmosfera enigmática e igualmente me senti envolvida e feliz de assistir aqui em Campo Grande, no Teatro Aracy Balabanian.

O conheci logo que voltei (do Rio de Janeiro) para Campo Grande (em 1993). Tinha acabado de fechar uma pós em Artes Cênicas e o Beto me recebeu com os braços abertos, e isso impactou positivamente na minha impressão sobre os artistas daqui. Depois disso, vivi muitos momentos diferentes e intensos com ele: festivais, mostras de teatro, debates, encontros do movimento cultural, entrevistas, jantares muito agradáveis na casa dele, pois gostava de reunir grupos.

O Beto era uma potência da cultura e uma ponte entre gerações. Ele conviveu muito com a profª. Maria da Glória Sá Rosa, a reverenciava e de algum modo é fruto também das ações dela. É uma grande perda. Sua presença fará falta em vários ambientes. Está eternizado na memória do teatro e das artes sul-mato-grossenses. Evoé! (Andréa Freire, atriz e produtora)

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Diálogo

Alguns candidatos a prefeitos derrotados na briga pelas prefeituras... Leia na coluna de hoje

Por Ester Gameiro ([email protected])

17/12/2024 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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José Saramago - escritor português

Nada é para sempre, dizemos, 
mas há momentos que parecem ficar suspensos, 
pairando sobre o fluir inexorável do tempo”.

FELPUDA

Alguns candidatos a prefeitos derrotados na briga pelas prefeituras decidiram encontrar culpados pelo mau desempenho nas urnas. 
Para eles, determinados órgãos de imprensa das cidades foram os “grandes responsáveis” pela derrota. Querem, agora, que a Justiça Eleitoral não permita que os escolhidos pelo povo assumam e muito menos sejam diplomados. O mais estranho é que eles não recorreram quando se achavam prejudicados, fazendo suas denúncias durante a campanha, preferindo deixar para depois. Vai entender...

Utilidade pública

Está em pauta para votação, nesta terça-feira (17), na Câmara Municipal da Capital, proposta que declara a Associação Venezuelana em Campo Grande (AVCG) de utilidade pública municipal. 

Mais

A proposta tem como finalidade o reconhecimento do trabalho da entidade no apoio a imigrantes e refugiados daquele país. 
A autoria é da vereadora Luiza Ribeiro (PT).

Diálogo

No domingo (15), o coronel Rabelo, representando o Instituto Homem Pantaneiro, recebeu a premiação do Melhores do Ano, 
no palco do “Domingão com Huck”, da Rede Globo. Presidente do projeto, ele atua há mais de 40 anos pela conservação do Pantanal. Na década de 1980, Rabelo ajudou a fundar a Polícia Militar Ambiental de MS, formando as primeiras equipes a combater crimes contra o meio ambiente. Chamado pelo jornalista William Bonner de “guardião do Pantanal”, o coronel citou a obra “O Fazedor de Amanhecer”, do escritor Manoel de Barros, e se despediu com uma frase do poeta: “Somos todos devedores dessas águas”.

DiálogoRosana Pellizzon e Nilza Gonçalves

 

DiálogoJoão Pedro Mota

Chegando

Com a escolha de Walter Benedito Carneiro Júnior para ser secretário-adjunto da Casa Civil, o governador Eduardo Riedel começa a preparar o terreno com vistas a 2026. Waltinho, como é conhecido, auxiliará Eduardo Rocha, titular do órgão, nas articulações políticas, que terão amplitude maior depois que este também herdou o comando do escritório político de MS que funciona em Brasília. 

Tese

Walter é suplente de deputado federal pelo PP e, depois de ter passado pela Sanesul, foi ser adjunto na Semadesc, cujo titular Jaime Verruck é muito ligado politicamente à senadora Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, liderança maior do PP no Estado. Isso reforça ainda mais a tese de que o governador estaria mesmo a caminho da sigla progressista, deixando o ninho tucano.

Reunião

Um outro indicativo de que o PP pretende contar com Riedel em suas fileiras foi a recente reunião da ministra Simone Tebet com a prefeita progressista Adriane Lopes. Ambas discutiram questões relacionadas à Rota Bioceânica, pois, pela importância da obra 
e seus efeitos, ainda há muito terreno pela frente. Simone é esposa de Eduardo Rocha, da Casa Civil de Riedel, que apoiou a reeleição de Adriane. Assim sendo...

ANIVERSARIANTES

Dr. Guilhermo Ramão Salazar,
Nícolas Carrelo,
Leila Sandra Neme da Silva Matos,
Dr. Carlo Frabrizio Campanile Braga,
Mário Claus, 
Marilza Corrêa Negrão,
Patricia Rodrigues Mendonça,
Jina Deva Coutinho de Andrade,
Douglas Adevaler Bez,
Jorge Takayoshi Neshida,
Júlio de Moraes Filho,
Manuel Correia Ribeiro,
Sebastiana de Sousa,
Creodil da Costa Marques,
Sebastião Sergio de Melo,
Córa Benevides Sobrinha,
Marlene Salete Dias Costa,
Antonio Cigerza,
Laercio Santos,
Jairo de Quadros Filho,
Adilsom Cursino Silveira,
Regina Higa de Oliveira,
Ruan Aquino Montazoli,
Fabiana de Souza Oshiro, 
Valéria Camara Simioli, 
Dr. Peterson Vieira de Assis, Tarjanio Tezelli, 
Antônio Carlos Machado 
de Vilhena Moraes,
Derley dos Reis de Oliveira (Cazuza),
Cláudio Kachik Chemzariam,
Michel Estevam Pedro,
Alver Zambon, 
Sebastião Rodrigues Neto,
Dayane Almeida,
Breno Santos, 
Paula Carolina Leite Walker,
Monalisa Cruz Bonfim Alessi,
Fernando Flávio de Oliveira,
Antônio Carlos Estevão de Souza,
Paulo de Tarso Costa e Vasconcelos,
Lilian Cristina Gontijo Braga,
Luiza Kanashiro,
Pablo Francisco Frutuoso,
Dr. Joel Miyahira, 
Fayla Michele Bosso,
Ângela Ribeiro Arakaki,
Tatiana Rodrigues de Oliveira de Arruda,
Ana Maria Prado de Queiroz,
Luciana Mendes Dauria,
Lara Manvailer Dias,
Vicente Sarubi,
Oswaldo Luiz Pepe,
Luiz Carlos Maiorquin,
Therezinha Paulino,
Neuza Ferreira Schimidt,
Wanda de Oliveira Barcellos,
Ivone Pereira Castelo Branco,
Catarina de Almeida Flôres,
Renata Burali Carneiro,
Fabrícia Farias Olazar,
Geraldo Dias Queiroz,
Eduardo Teixeira Neves,
Kelly Cristina do Nascimento,
Guilherme Moraes de Castro,
Keila Lima,
Cristine Spinato, 
Marcos Venicius de Moraes,
João Victor Martins,
José Fernandes de Souza,
Luiz Gonzaga Avelino,
Joaquina Rondon Pereira, 
Gustavo de Castilho Merighi,
Daniele de Oliveira Georges,
Antônio de Matos Ferreira,
Christovão Estevão Freire,
Disney Souza Fernandes,
Maria Lúcia Ferreira de Oliveira,
Tânia Mara Coutinho de Franca Hajj,
Márcia Maria Pereira Barbosa,
Daniel de Barbosa Ingold,
Enilson Gomes de Lima,
Maria José Bonfim Botelho,
Alfredo Ramos Brandt,
Luciana Branco Vieira,
José Edmur de Almeida,
Alessandro Monteiro Pinheiro,
Raffael Morinigo de Melo,
Elísio Gomes Arcenio,
Glaucia Santana Hartelsberger,
Izabelino de Souza Yarzon,
Agnes Susan Missuzu Gonda Oshiro, 
Edson Guzzela,
Gladston Serrano de Oliveira,
Gisele Franzé Tiepo,
Ana Beatriz Boscolo Pimentel Loureiro,
Jociane Miralles Cação, 
Luiz Souza Nascimento,
Olímpio Duarte Medeiros,
Adaila de Oliveira Barbosa,
Leandro Rogério Ernandes,
Andrew Alves Bento,
Luiz Calado da Silva,
Adriany Barros de Britto Ferreira,
Fabiana Raquel de Oliveira Picoline,
Fábio Coutinho de Andrade,
Rosângela da Silva Gomes.

*Colaborou Tatyane Gameiro

Boas festas

Festas de fim de ano prometem impulsionar pequenas empresas em MS

Preparativos de empreendedores começam meses antes para atender à alta demanda

16/12/2024 16h00

Natal em família

Natal em família Mariana Olivas / Divulgação

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Após uma Black Friday que atingiu um faturamento de R$ 8 bilhões, recorde da data, as festas de fim de ano representam uma oportunidade única para empreendedores aumentarem suas vendas e conquistarem novos clientes.

De acordo com o gerente de Relacionamento com o Cliente do Sebrae, Enio Pinto, empresas que organizam festas, eventos e buffets estão entre os setores mais procurados durante esse período do ano.

Com a chegada do Natal e do Ano Novo, a demanda por pratos especiais e diferenciados cresce significativamente, abrindo espaço para negócios que oferecem opções saborosas e convenientes para as ceias festivas.

Um exemplo de sucesso nesse cenário é a Mercearia Portuguesa, idealizada por Flaviany Fleita Leite, em Mato Grosso do Sul. O empreendimento se destaca por unir a culinária tradicional portuguesa a ingredientes típicos do Pantanal, como guavira, bocaiúva e castanha de baru, criando uma proposta única que valoriza produtos locais e oferece sabores exclusivos.

Natal em famíliaBarraca de venda da Mercearia Portuguesa

Impacto

Segundo Flaviany, as festas de fim de ano são um dos períodos mais importantes para o comércio, com um aumento significativo nas vendas.

"Os clientes ficam cada vez mais buscando variedade nesse período e por comidas diferenciadas para compor a mesa da ceia de Natal e do Ano-Novo", explica a empreendedora.

A demanda por ceias por encomenda aumenta consideravelmente, assim como a procura por produtos com um toque especial da ocasião. Na Mercearia Portuguesa, o carro-chefe é o bolinho de bacalhau, seguido pelos pastéis de nata, que se tornaram favoritos entre os clientes brasileiros.

Natal em famíliaFlaviany segurando um pastel de nata / Mariana Olivas

"Para esses e outros pratos, costumamos trabalhar bastante com o modelo de delivery em pacotes de pronta-entrega, destinados a famílias com uma média de 3 a 4 pessoas", pontua Flaviany.

Planejamento

Para atender à alta demanda, o planejamento começa meses antes, geralmente em agosto ou setembro. Esse período é dedicado a pensar no cardápio, testar novas receitas, organizar o estoque e ajustar a precificação. A produção aumenta em novembro, com foco nas encomendas de Natal e Ano-Novo.

A logística de produção e entrega exige um esforço coletivo, especialmente para empresas familiares como a Mercearia Portuguesa. "Entre preparo, embalagem e entrega, nos dividimos bem para garantir que o cliente receba a encomenda conforme solicitada", afirma Flaviany.

Valor

Um dos principais desafios enfrentados pelos empreendedores nessa época é lidar com o aumento no custo dos ingredientes. Para encontrar produtos com melhores preços, Flaviany recorre aos atacarejos, como o Assaí Atacadista, onde consegue adquirir itens essenciais em embalagens maiores e com preços mais competitivos.

Natal em famíliaAssaí Atacadista / Divulgação

A precificação também é um ponto crucial. "Precisamos equilibrar a sustentabilidade do negócio com a percepção de valor dos clientes", explica a empreendedora.

Para isso, ela recomenda buscar conhecimento sobre empreendedorismo, citando os cursos gratuitos da Academia Assaí como uma fonte valiosa de informações sobre precificação e estratégias de vendas.

Diferencial competitivo

O que diferencia negócios como a Mercearia Portuguesa da concorrência é a capacidade de manter a qualidade e originalidade dos produtos.

"Usamos sempre produtos frescos e conhecidos no estado, temos um cardápio que se adapta bem ao paladar do público local e, em datas sazonais, nos organizamos para atender aos pedidos dos clientes da melhor forma possível", destaca Flaviany.

Essa abordagem única rendeu à Mercearia Portuguesa o destaque na etapa regional do Prêmio Academia Assaí, na categoria "ambulante", chegando até a etapa nacional em São Paulo.

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