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MÚSICA

Desafios marcam o show "Dois", em que Ariádne Farinéa interpreta o repertório de Adriana Calcanhotto

Adriana é uma das grandes referências da artista carioca radicada em Campo Grande, que define o seu trabalho como uma fusão entre música, palavra e presença; a estreia é hoje, às 20h, na Estação Cultural Teatro do Mundo

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“‘Dois’ nasceu da ideia de encontro. Entre vozes, corpos, canções, tempos. É o número mínimo para que algo aconteça em relação, seja uma conversa, uma troca de olhares ou uma canção dividida. O show é sobre isso: sobre o que só se revela no entre, no que não se faz só”. Ariádne Farinéa assim explica o nome de seu primeiro projeto de fôlego após a temporada carnavalesca.

O show é um tributo a Adriana Calcanhotto, no qual a cantora e atriz carioca radicada em Campo Grande busca uma releitura bastante pessoal de “Vambora”, “Metade”, “Esquadros”, “Devolva-me” e outras canções do icônico repertório da cantora e compositora gaúcha. A estreia é hoje, às 20h, na Estação Cultural Teatro do Mundo, com a presença de Gabriel Henrique (baixo), Yanco Fechner (violão) e Matheus Yule (bateria).

Quem aparecer na Estação estará diante de um espetáculo criado por uma artista que se declara fã desde menina do trabalho de Adriana. Não por isso se deve esperar versões decalcadas das canções da homenageada.

Sem esconder a devoção e a grande referência que mantém em relação à voz – e a figura – que cantou as “cores de Almodóvar e Frida Kahlo”, e que, após consolidar uma carreira de sucesso na música, conquistou prestígio em seguidas investidas na literatura, Ariádne parece pronta para fazer o que sabe de melhor: cantar.

O projeto Brasilis e o espetáculo “Minha Missão”, que une samba e teatro, são apenas dois de muitos outros exemplos do alto calibre de Ariádne em cena.

Em entrevista exclusiva ao Correio B, a cantora (e compositora) de timbre aveludado e potente, que marca as plateias com seu registro sempre confessional, entre a passionalidade e o engajamento, fala como vê o seu trabalho, sobre a admiração por Adriana Calcanhotto e sua identidade com a artista gaúcha, comenta as canções mais desafiadoras e outros detalhes do novo show. Confira a seguir.

Como vê a sua música e a sua arte atualmente?

Meu trabalho é uma fusão entre música, palavra e presença. É no encontro da canção com a cena que me sinto viva como artista. Minhas interpretações buscam sempre revelar a poesia escondida nos silêncios, nos gestos, nas entrelinhas. Gosto de revisitar canções conhecidas de forma nova, trazendo-as para o corpo e para o agora. E também de abrir espaço para composições que me atravessam com profundidade.

O que a levou a criar esse show?

Me identifico muito com mulheres que compõem de forma visceral, que falam sobre os sentimentos saindo do óbvio, e uma das minhas referências para compor é a Adriana. Vinha desde o ano passado pensando em algum trabalho que trouxesse uma compositora e cantora brasileira dentro da MPB, já que tenho outros trabalhos sobre a música brasileira mais voltados ao samba. Quando criei uma lista de cantoras, pensei em Angela Ro Ro, Nana Caymmi, Maria Bethania, Gal [Costa, 1945-2022], Adriana Calcanhotto, Cássia Eller [1962-2001]...

Mas cheguei na Adriana porque compartilho com ela muitas visões de mundo, que percebi consumindo suas músicas. Tem um lance de termos o timbre parecido, de nossos nomes serem quase um anagrama, eu usei por muitos anos o mesmo corte de cabelo curto que ela… [suspiros]. [Foram] essas peculiaridades que pra mim fizeram sentido ao criar o show.

Poderia falar um pouco sobre as versões e sobre os músicos que estão nesse projeto? E, por acaso, terá algum convidado no palco?

Nós trouxemos algumas releituras das músicas originais. Adriana tem um trabalho bem moderno, então adaptamos algumas canções para versões que fomos criando durante ensaios e algumas músicas se mantiveram mais próximas das originais. Mas acho que nenhuma de fato vai ser um cover.

No time tem Gabriel Henrique. Ele é um produtor e baixista sensacional, estamos trabalhando juntos desde 2022. Yanco Fechner, amigo querido de anos e que nesse show vai tocar violão de nylon. E Matheus Yule, baterista incrível que traz uma roupagem eletrônica nesse show. Por logística de tempo, não consegui colocar um convidado nesse, mas já estou pensando nas próximas apresentações. 

Como têm sido os ensaios?

O primeiro sempre bate um desespero. São muitas músicas e o corpo ainda tá reconhecendo o campo, mas agora, depois de quase dois meses ensaiando, já tá bem fluído, pronto pra ir pro palco. 

Alguma canção especialmente mais desafiante para interpretar? Ou que, por algum motivo, lhe marque mais?

Tem duas músicas que foram desafiadoras pra mim. “Metade”, porque o tom não vai ser o mesmo. E meu ouvido já tinha, desde a infância, gravado ela no tom da Adriana. Então, na hora de transpor pro meu tom, foi desafiador mudar tudo dentro da minha cabeça. E “Naquela Estação” tem muitas pausas e mudanças de métrica. Então, eu tenho que ficar muito atenta à minha respiração.

Eu amo muito a música “Mentiras”. Gosto de como a parte ruim das relações são colocadas de forma visceral… [pausa e tom pensativo]. De como ela fala sobre a raiva da frustração… [tom pensativo]. É sobre amor, mas ela expõe através do ódio. Eu tenho muito dessa intensidade…[tom pensativo].

[Segue cantarolando:] “Eu vou publicar seus segredos/Eu vou mergulhar sua guia/Eu vou derramar nos seus planos/O resto da minha alegria...”. A maioria das pessoas querem falar ou pensar no amor romântico tido como belo, e eu gosto dessa ferida exposta que ela traz nas músicas.

O que mais vê de especial no trabalho e na trajetória da Adriana?

A Adriana tem uma complexidade que só se revela quando você tenta cantar ou tocar suas músicas. À primeira escuta, pode parecer simples, mas quando você mergulha de verdade, percebe os arranjos intricados, as afinações de violão não convencionais, as mudanças de métrica no canto... [pausa]. É tudo muito rico, muito fora do óbvio.

Além disso, ela tem essa coragem de expor sentimentos de maneira crua, às vezes desconfortável, mas sempre poética. Isso me toca muito. Eu gosto dessa intensidade dela, dessa escolha de falar do amor também pelo viés da frustração, da raiva, da perda, como em “Mentiras”, que é uma música que me atravessa. Ela fala de sentimentos difíceis de um jeito direto, visceral, quase cortante, e isso me inspira como artista e compositora.

A trajetória dela também mostra uma artista que transita por vários universos. Da MPB ao público infantil, dos palcos à universidade. Sempre mantendo uma identidade muito forte. Isso, pra mim, é uma referência de liberdade artística.

Por que decidiu adotar o nome composto?

Alterno entre usar Ariádne e Ariádne Farinéa. Gosto da sonoridade dos dois juntos. Soa bonito aos meus ouvidos, tem força e musicalidade. Não tem uma explicação mirabolante, mas acho que o nome também é um jeito de se apresentar ao mundo, e esse me representa bem.

PERFIL

Ariadne Farinéa é cantora, atriz e criadora de projetos cênico-musicais que entrelaçam música popular brasileira e narrativa poética. Nascida no Rio de Janeiro, já se apresentou em diversas cidades do Brasil, trazendo em sua trajetória uma voz marcante e um olhar sensível para a construção de espetáculos imersivos. É idealizadora do projeto Brasilis e do espetáculo “Minha Missão”, que une samba e teatro em uma experiência singular.

SERVIÇO - Show “Dois”

Ariádne Farinéa canta Adriana Calcanhotto.
Quando: hoje, às 20h.
Local: Estação Cultural Teatro do Mundo.
Endereço: Rua Barão de Melgaço, nº 177, Centro.
Ingresso: R$ 40 por pessoa ou R$ 60 o par.
Reservas: (67) 99696-9774 (WhataApp).

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Correio B

Governo lança Festival de Inverno de Bonito e Festival América do Sul; Veja as atrações

Tradicionais festivais serão realizados em maio e agosto, respectivamente, com programação gratuita

14/04/2025 17h44

Festival de Inverno de Bonito será em agosto

Festival de Inverno de Bonito será em agosto Foto: Arquivo

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O Governo de Mato Grosso do Sul apresentou oficialmente ao trade nacional e internacional dois de seus maiores eventos culturais: o Festival América do Sul (FAS), que será realizado de 15 a 18 de maio em Corumbá, e o Festival de Inverno de Bonito (FIB), previsto para ocorrer de 20 a 24 de agosto, em Bonito.

Os eventos foram apresentados na World Travel Market (WTM) Latin America, uma das maiores vitrines do turismo mundial, realizado em São Paulo.

O Festival América do Sul já havia sido anunciado à população de Mato Grosso do Sul, mas é a primeira vez que o Executivo estadual divulga as atrações e datas do Festival de Inverno de Bonito.

Durante o lançamento, o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Bruno Wendling, destacou a proposta de integrar os eventos culturais do estado como uma forma de impulsionar o turismo e promover a diversidade cultural sul-mato-grossense.

“Esse ano vamos além: não estamos falando de um único evento, mas de um conjunto de festivais que valorizam a nossa cultura, a arte, a música e a gastronomia. Estamos lançando a nova identidade dos festivais do Mato Grosso do Sul, para apresentar tudo isso também ao mercado nacional e motivar turistas de fora a conhecerem o estado”.

Festival de Inverno de Bonito

A cidade de Bonito, referência internacional em ecoturismo, será palco do Festival de Inverno em agosto.

Na programação, estão shows gratuitos em praças ao ar livre, oficinas culturais, exposições e apresentações de teatro e dança, entre outros.

“O Festival de Inverno é multicultural, abarca 17 áreas da cultura e ainda traz uma imersão única na natureza. É arte, gastronomia, formação, sustentabilidade e economia criativa”, pontuou Bruno Wendling.

Dentre as atrações que sobem ao palco do Festival estão:

  • 20 de agosto - Elba Ramalho e Maestro Spok
  • 21 de agosto - Titãs
  • 22 de agosto - Samuel Rosa
  • 23 de agosto -  Jorge Aragão
  • 24 de agosto - Guilherme & Santiago 

Festival América do Sul

Com um investimento de R$ 6 milhões, o Festival América do Sul está de volta a Mato Grosso do Sul após um período de hiato em 2024. O evento será realizado entre os dias 15 a 18 de maio, no Porto Geral de Corumbá.

Realizado às margens do Rio Paraguai, em meio ao casario histórico de Corumbá, o Festival América do Sul tem  uma programação multicultural, com proposta de promover a integração dos países da América do Sul por meio da arte, do diálogo e da celebração da diversidade.

A grade musical tem os seguintes artistas confirmados:

  • 15 de maio - Duduca & Dalvan
  • 16 de maio - Xamã
  • 17 de maio - Alcione e o espetáculo internacional Buena Vista Social Club Tribute
  • 18 de maio - Pixote

Além dos shows, o festival promove teatro, dança, cinema, circo e literatura. Um dos destaques deste ano será a Orquestra América do Sul, composta por músicos de todos os países sul-americanos.

Festivais culturais

Na última semana, o Governo do Estado anunciou que irá trazer grandes nomes da música para se apresentarem nos festivais de Mato Grosso do Sul, como Alcione e Liniker, entre outros.

Gratuitos, os shows com "pluralidade de gêneros", segundo o Governo do Estado, servirão para aproximar a população da cultural musical nacional, distribuindo as atrações em eventos como: MS ao Vivo, Festival de Inverno de Bonito (FIB) e Festival América do Sul (FAS).

Mobilizando a Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e Fundação de Cultura (FCMS), após trazer nomes como Chico César, Dudu Nobre e Falamansa em 2024,  dos nomes já confirmados para 2025 aparecem: 

  • Luísa Sonza,
  • Vanessa da Mata,
  • Liniker,
  • Xamã, 
  • Alcione,
  • Pixote, 
  • João Gomes,
  • Jorge Aragão,
  • Duduca & Dalvan, 
  • Buena Vista Social Club - Tributo Ferrer (Argentina), 
  • Seu Jorge,
  • Titãs,
  • Elba Ramalho,
  • Samuel Rosa,
  • Michel Teló,
  • Guilherme & Santiago,
  • Atitude 67.

O secretário estadual de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda, disse que o objetivo é equilibrar uma valorização da identidade cultural, enquanto não deixa de ofertar para os locais shows de grandes artistas do cenário nacional.

"Queremos que cada apresentação seja uma celebração da arte, proporcionando momentos inesquecíveis para a população. É um esforço conjunto para garantir que o acesso à cultura seja cada vez mais amplo e acessível a todos", diz Miranda.

 

Networking

Dourados vai receber edição de Café com Negócios sobre empreendedorismo feminino

Evento vai ter como palestrantes Mônica Riedel, Aline Bak, Sandra Amarilha e Rosineide Alves de Campos

14/04/2025 17h30

Último Café com Negócios, que aconteceu em março em Campo Grande

Último Café com Negócios, que aconteceu em março em Campo Grande Reprodução

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Considerado o maior evento de networking de Mato Grosso do Sul, o Café com Negócios, chega pela primeira vez a Dourados com uma edição especial dedicada ao empreendedorismo feminino.

Marcado para o dia 29 de abril de 2025, às 19h, o encontro será realizado na BYD, localizada na Av. Marcelino Pires, 5.110, Vila Industrial, e promete reunir empresárias, profissionais e interessados em debater o papel das mulheres no mercado de trabalho e os desafios do setor no estado.

O tema central, "Mulheres de Negócios - Empreendedorismo Feminino no MS", tem o objetivo de fomentar discussões qualificadas sobre a atuação feminina no ambiente empresarial, além de promover oportunidades de networking e inspiração para quem deseja crescer e inovar.

Para Dijan de Barros, fundador do Café com Negócios, a edição especial em Dourados representa um marco na trajetória do evento.

"Nosso objetivo é ampliar a discussão sobre o papel da mulher no mercado e oferecer um espaço de conexão e inspiração para empresárias e profissionais que desejam crescer e inovar", afirma.

Evânia Ribeiro, sócia proprietária da revista Revista Celebrar, co-realizadora do evento, destaca a importância de valorizar o empreendedorismo feminino.

"Ao dedicarmos esta temporada a valorizar e potencializar a atuação das mulheres no mundo dos negócios, reconhecemos não apenas a força transformadora do empreendedorismo feminino, mas também a importância de criar espaços de troca, aprendizado e fortalecimento de redes de apoio. Queremos incentivar mais mulheres a se tornarem protagonistas de suas próprias trajetórias", pontua.

Palestrantes

Último Café com Negócios, que aconteceu em março em Campo Grande

O evento contará com a participação de quatro palestrantes reconhecidas por suas trajetórias e contribuições ao empreendedorismo e à liderança feminina:

  • Aline Bak: Escritora, mentora e estrategista de marketing digital, com mais de 10 anos de experiência e atuação global. Focada em impactar a vida de pessoas 40+ no digital, é formada pela FAAP e referência em treinamentos e programas acadêmicos.

  • Mônica Dias Riedel: Empreendedora, designer formada pela PUC-RJ, com pós-graduação em Design (UCDB) e MBA em Gestão Empresarial (FGV). Primeira-dama de Mato Grosso do Sul, atua no endomarketing da Sapé Agropastoril LTDA e em diferentes frentes sociais.

  • Sandra Amarilha: Economista, mestre em Desenvolvimento Local (UCDB) e diretora-técnica do Sebrae/MS. Com vasta experiência em políticas públicas e desenvolvimento empresarial, é referência em estratégias para pequenos negócios e inovação no estado.

  • Rosineide Alves de Campos: Gestora no setor agro, graduada em História (UFMS) e Administração, com especialização em Gestão Empresarial (FGV). Gerente Geral de Negócios e integrante do Conselho Consultivo da Ciarama Máquinas Ltda, é reconhecida por sua atuação em governança estratégica e liderança feminina no agro.

 

Serviço

  • Evento: Café com Negócios Dourados | "Mulheres de Negócios - Empreendedorismo Feminino no MS"
  • Data: 29 de abril de 2025 (terça-feira)
  • Horário: 19h
  • Local: BYD Dourados | Av. Marcelino Pires, 5.110 - Vila Industrial - Dourados/MS
  • Inscrições: Sympla - Café com Negócios

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