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AGENDA CULTURAL

Fim de semana tem balada eletrônica, poesia, dança e feira

Maior estádio de MS recebe a balada eletrônica Green Valley On Tour neste sábado; 34ª Noite da Poesia na Biblioteca Isaías Paim, entre outros

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Depois da primeira passagem por Campo Grande, em agosto de 2019, quando aportou no Âncora Hotel, a festa de música eletrônica Green Valley On Tour retorna à Capital Morena neste sábado. 

O lugar escolhido para abrigar a balada – espécie de versão itinerante da boate Green Valley, de Camboriú (SC) – é o Estádio Morenão (campus da UFMS), com três nomes de peso das pistas de dança no line-up: a dupla Fancy Inc. e os DJs KVSH e Meca.

São atrações que se posicionam entre as mais bombadas do País no vasto segmento da música techno. Trata-se do gênero que, embora ainda se valha dos antigos bolachões de vinil, troca os acordes por beats e os instrumentos tradicionais por programadores e outras interfaces digitais.

Por exemplo, a dupla Fancy Inc., formado pelos gaúchos Adriano Dub e Matheus Rodrigues, experimenta ascensão vertiginosa nos últimos dois anos – sim, em plena pandemia – graças a megassucessos como a versão pegajosa para “Let’s Love”, de David Guetta. Em sua temporada de lançamento, a faixa foi ouvida por sete milhões de pessoas em 170 países.

O sul-mato-grossense, de Mundo Novo, Matheus Meca, ou simplesmente DJ Meca, e o mineiro Luciano Ferreira, nome por trás das iniciais KVSH, do mesmo modo, vêm sendo apontados como expoentes do techno, com poder de atração de mobilizar seguidores que vão além da plateia das pistas.

Os ingressos para a Green Valley On Tour – à venda na plataforma www.ingressonacional.com.br – custam de R$ 110 (pista/feminino) a R$ 550 (backstage/masculino) mais a taxa de conveniência. O site orienta que os interessados no aluguel de bangalôs entrem em contato por telefone: (67) 99126-9323. Os ingressos de meia-entrada podem ser adquiridos presencialmente no Gugu Lanches (Av. Afonso Pena, nº 1.465).

Os portões do Morenão serão abertos a partir das 20h, e o início das apresentações está previsto para as 22h. No fluxo da GVOT, o espaço Tutu Gastronomia (Rua Coronel Cacildo Arantes, nº 123) promove a festa Preview Green Valley, com ingressos a R$ 50 pela plataforma Sympla.

BOLÍVIA

Para celebrar os 197 anos da independência do país fronteiriço, a tradicional Feira da Bolívia ganha uma versão ampliada neste domingo, das 9h às 15h, na Praça do Rádio Clube, com acesso gratuito. 

Sopa de amendoim, saltenha e outros pratos típicos, Valu Samba Trio e a cantora Julia Mendes com as Deusas do Cerrado, além de números de dança, estão entre as principais atrações.

Organizado pela Associação da Colônia Boliviana de Campo Grande, o evento terá como mestras de cerimônias Romilda Pizzani, do Movimento Negro de MS, e Silvana Valu, líder do Cordão Valu. O cônsul da Bolívia, Simons William Durán Blacutt, também confirmou presença.

POESIA

A 34ª Noite da Poesia, envolvendo um concurso que segue com inscrições abertas até o dia 19, começou ontem e vai até sábado, na Biblioteca Pública Isaías Paim (Av. Fernando Corrêa da Costa, nº 559), com palestras gratuitas sempre às 19h30min.

Nesta sexta-feira, a escritora e atriz Paula Taitelbaum, de Porto Alegre (RS), fala sobre o tema “De Pornô a Pueril – A Poética da Fantasia”. No sábado, o poeta Claudio Daniel, de São Paulo (SP), abre o debate sobre “Tendências da Poesia – A Poesia Brasileira Hoje”.

DANÇA

A partir das 17h de amanhã, no Sesc Cultura, o Grupo Armazém 67 ministra a oficina de danças urbanas “Sobre Tentativas e Lugares de Recomeço”. As vagas são limitadas e é preciso chegar com pelo menos 30 minutos de antecedência. 

A oficina traz uma prática como parte do processo criativo do espetáculo de mesmo nome, que será encenado a seguir, às 19h, no átrio do Sesc. O encontro celebra os 10 anos de atividade do Armazém.

PAIS E FILHOS

A psicóloga Iraci Leal Perez lança neste sábado, das 16h às 19h, na cafeteria Duckbill (R. Nortelândia, nº 613), o livro “Pais Resolvidos, Filhos Bem-Sucedidos” (Life Editora), no qual compartilha “um pouco” do que aprendeu nos 34 anos de experiência trabalhando com adultos e crianças, destacando, inclusive, o impacto da pandemia.  

Iraci é formada em Psicologia e em Teologia. A especialista faz atendimentos, pela internet, para famílias do Japão, dos EUA, da Irlanda, da Nova Zelândia e de outros países.

CARNES E SHOWS

No Festival da Carne, de hoje até domingo, no Armazém Cultural (Av. Calógeras, nº 3.065), além das várias opções para uma comilança farta e diferenciada, do samba ao pop e do rock ao sertanejo, uma série de shows promete dar um gostinho a mais no evento. 

A abertura, na noite de hoje, fica por conta de duas atrações: Folk4 e Zezinho & Banda. Composto por Jerry Espíndola, Rodrigo Sater, Guga Borda e Rodrigo Teixeira, o Folk4 explora as guarânias e polcas fronteiriças, com pitadas de blues, rock e música popular.

Amanhã é a vez do samba do Vai Quem Qué e do estilo fronteiriço dos Muchileiros, que trazem clássicos da música sul-mato-grossense, releituras, canções paraguaias e muitas composições autorais. No domingo, último dia, se apresentam o duo Filho dos Livres e o Grupo Tradição, um dos mais antigos e tradicionais de MS.

CAETANO 80

Neste domingo, dia do seu aniversário de 80 anos, Caetano Veloso reúne os filhos Zeca, Moreno e Tom, a irmã Maria Bethania e a cantora Iza para uma live, com transmissão ao vivo, para celebrar a data. A festa virtual está marcada para as 20h30min, com transmissão e acesso gratuito pelo Globoplay, pelo Multishow e ainda com uma entrada ao vivo no “Fantástico”.

Mais influente nome da MPB e autor de centenas de clássicos, o músico confirmou algumas canções do repertório, como “O Sopro do Fole”, “Irene” e “Milagres do Povo”. Embora não tenha anunciado a canção, Caetano não passa um show sem cantar “Leãozinho”.

CINEMA

Nas salas de cinema dos shopping centers de Campo Grande, as principais estreias são “Trem-Bala”, com Brad Pitt e Sandra Bullock no elenco, “O Palestrante”, com o humorista Fabio Porchat, e “Além da Lenda”, primeiro longa-metragem de animação pernambucano, que relê causos do folclore brasileiro e traz o ator Gabriel Leone entre os intérpretes vocais.

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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