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PROTEÇÃO

Infectologista explica como aproveitar o Carnaval sem se expor ao risco das ISTs

Vacinas, testes, preservativos e medidas simples que garantem a segurança dos foliões e podem deixar você mais tranquilo durante o agito e depois que a festança passar

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Diversão, interação social e, sim, muita paquera. O carnaval é uma época de curtição, e muitos foliões, na ânsia de querer aproveitar demais, acabam passando da conta.

Não são poucos os que gostam de consumir bebidas alcoólicas em excesso e outras drogas psicoativas, que afetam a consciência. E nessa turma do “liberou geral” há os que partem para ter relações sexuais, algumas vezes, sem a proteção adequada.

A junção desses fatores pode contribuir, de forma significativa, para o aumento de casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Quem afirma é o médico infectologista Claudilson Bastos.

“A mistura de álcool e outras drogas com relações sexuais desprotegidas é preocupante. Favorece o crescimento do contágio pelas infecções sexualmente transmissíveis entre os foliões, a exemplo da sífilis, do HIV, a Mpox, herpes genital, as hepatites virais e o HPV”, informa.

O infectologista chama atenção também para o fato de as ISTs terem período de incubação, quando os sintomas não são aparentes.

“As infecções aparecem alguns dias e até mesmo algumas semanas depois. Por isso, é extremamente importante cuidar da sua saúde e procurar uma unidade médica ao aparecer os primeiros sintomas”, explica o especialista, que atua como consultor do Grupo Sabin Diagnóstico e Saúde, que tem 350 laboratórios em 15 estados do País, inclusive em Mato Grosso do Sul.

Entre as recomendações básicas, o médico orienta: evitar drogas ilícitas, mas, caso usá-las, não compartilhar seringas; buscar um consumo moderado de bebidas alcoólicas, especialmente durante as festas; e utilizar preservativos em todos os tipos de relações sexuais (oral, anal e vaginal). Além dessas, há outras informações destacadas pelo especialista.

PREVENÇÃO AO HIV

Bastos destaca que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, mediante orientação médica, a Profilaxia Pré-exposição (PrEP) como forma de prevenir o contágio. A medicação garante mais de 90% de segurança e consiste na utilização diária de uma combinação de dois antirretrovirais (tenofovir e entricitabina).

URGÊNCIAS

O médico orienta sobre como agir ante as urgências contra o HIV e outras ISTs. Participou de uma relação sexual desprotegida? Hospitais públicos e privados oferecem o medicamento anti-HIV para urgências, a Profilaxia Pós-exposição de Risco à Infecção pelo HIV, ISTs e hepatites virais (PEP). Ele deve ser usado nas duas primeiras horas depois da exposição de risco. O tratamento dura 28 dias.

HEPATITE, HPV E MPOX

Para prevenir a hepatite B e o HPV, o médico informa que há vacinas altamente eficientes e seguras disponibilizadas nas redes públicas e privadas. A imunização contra a Mpox, que é transmitida por contato físico, também está disponível no SUS para grupos prioritários.

A doença pode causar erupções, lesões e infecções na pele, pneumonia, infecções oculares, encefalite e miocardite. Os sintomas iniciais são febre, dores de cabeça, confusão, dores musculares, aumento de volume dos gânglios linfáticos e fadiga.

CAMISINHA E TESTES

“Durante o carnaval, o SUS realiza a distribuição de camisinhas masculina e feminina para os foliões como forma de evitar o contágio por ISTs, assim como disponibiliza locais para testagens em larga escala. Por isso, recomendo que as pessoas façam o uso do preservativo e os testes para descobrir se já têm alguma infecção sexualmente transmissível. Dessa forma, é possível iniciar o tratamento adequado e evitar a proliferação e o agravamento dos sintomas”, orienta Bastos.

PODER PÚBLICO

Os detalhes da operação geral de carnaval a ser posta em prática pelo governo do Estado, incluindo as ações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), serão divulgados em entrevista coletiva com representantes de todos os órgãos envolvidos na manhã desta quinta-feira, no Museu da Imagem e do Som (MIS).

Já a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), ao lançar a campanha Carnaval Seguro: é Saúde na Folia!, no sábado, reforçou “o compromisso dos serviços de saúde durante a maior festa popular do País”.

No anúncio, apesar de não informar o número de preservativos a serem distribuídos à população, a Sesau afirmou que está “mobilizada para garantir que os foliões curtam com segurança e bem-estar” e com equipes preparadas em pontos estratégicos de atendimento, que já funcionaram durante a folia antecipada do fim de semana.

Equipes especializadas percorrerão os circuitos do carnaval distribuindo preservativos masculinos e femininos, alertando sobre a importância da prevenção. No ano passado, foram distribuídos 113 mil preservativos, sendo 73 mil masculinos e 40 mil femininos.

“O preservativo é a principal ferramenta de prevenção contra as ISTs, incluindo o HIV e a hepatite A, que pode ser transmitida por via sexual. Nossa missão é garantir que todos tenham acesso à proteção e à informação necessária para um carnaval mais seguro. Nós trabalhamos no pré-carnaval, visitando casas noturnas, no carnaval, nos pontos de maior concentração, e no pós-carnaval, com as blitze educativas”, reforça Fabiane Dittmar, coordenadora do serviço de IST da Sesau.

Neste ano, dois pontos de atendimento foram estruturados: um na Esplanada Ferroviária e outro na Praça do Papa, locais em que ocorrem os desfiles das escolas de samba.

“Nosso foco é estar presente onde a população mais precisa, garantindo um suporte de saúde rápido e eficiente”, afirma a secretária municipal de saúde, Rosana Leite.

Na Esplanada Ferroviária, onde o serviço começou no sábado, a equipe é composta por dois médicos, dois enfermeiros, quatro técnicos de enfermagem e um assistente social.

Além disso, o local contará com 11 leitos, sendo seis macas e cinco poltronas de hidratação, garantindo suporte para atendimentos emergenciais. O atendimento funcionará das 14h à 0h no dia 28/2 e nos dias 1º, 2, 3, 4, 7 e 8 de março.

Já na Praça do Papa, onde ocorrem os desfiles das escolas de samba nos dias 3 e 4 de março, a equipe contará com um médico, um enfermeiro e um técnico de enfermagem.

O atendimento ocorrerá das 19h às 0h. O espaço também contará com macas e poltronas de atendimento em menor quantidade, levando em conta a concentração de pessoas e o perfil dos foliões no local.

“Estamos preparados para atender casos de desidratação, intoxicação alcoólica, traumas e outras urgências comuns nesse período. A presença dessas equipes evita a sobrecarga nas unidades de saúde e proporciona um atendimento mais próximo e eficaz para os foliões”, explica Ana Paula Cangussu, coordenadora da Rede de Urgência e Emergência da Sesau.

No ano passado, os postos montados pela Prefeitura de Campo Grande realizaram 47 atendimentos, e a expectativa é de que, “com o reforço deste ano, os foliões tenham ainda mais segurança”.

SAIBA

A Galeria de Vidro, na Esplanada Ferroviária, é um dos pontos de atendimento montados pela Sesau (o outro será na Praça do Papa). Dois médicos, dois enfermeiros, quatro técnicos de enfermagem e um assistente social estarão de plantão – no dia 28/2 e nos dias 1º, 2, 3, 4, 7 e 8 de março, das 14h à 0h – no local, que conta com seis macas e cinco poltronas de hidratação.

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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