Fomentar o artesanato, recuperar núcleos de criação e estimular a formação de novos polos produtivos no interior do Estado e em Campo Grande. De modo resumido, essa é a meta geral do Projeto Artesania/MS, e pode-se dizer que a missão foi cumprida neste ano.
O balanço apresentado pela equipe da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), que está à frente da iniciativa, registra um investimento de R$ 159.210 ao longo de 2022 e a realização de pelo menos 21 oficinas, de março a novembro, em diversos municípios de MS, inclusive na Capital.
Centenas de artesãos, além de novos aprendizes, foram beneficiados com as ações do projeto, que foca a sua agenda em capacitação e empreendedorismo. O Artesania/MS oferece cursos na área de gestão de negócios e de inovação e design, e oficinas que ensinam e aprimoram diversas técnicas e modos de fazer artesanato.
RENDA E KNOW-HOW
Além da dimensão econômica, na geração de renda para as famílias, a ideia é que o ofício de artesão também seja repassado de geração para geração, considerando-se as técnicas e as matérias-primas mais expressivas em Mato Grosso do Sul.
Por meio da participação nas oficinas do projeto Artesania/MS, já foram criados ou recuperados vários núcleos de artesanato no interior do Estado, o que favorece tanto o fomento da cultura local, que se expressa por meio do artesanato específico de cada região, quanto a geração de oportunidades de trabalho e renda.
“Após dois anos de pandemia, retomamos o Projeto Artesania/MS, que tem o objetivo de geração de renda para os municípios do Estado por meio do artesanato. O projeto é dividido em três etapas, que são oficinas técnicas, de design e de gestão. A fundação primeiro faz o levantamento de matéria-prima e qual a vocação local, para depois levarmos as oficinas”, diz a gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da FCMS.
“Este ano foi muito produtivo, tivemos oficinas desde o mês de março, atendendo o interior do Estado e a Capital, atingindo, assim, um número maior de pessoas que podem gerar renda e viver do artesanato. Tivemos um grande número de capacitações e várias pessoas se realizando dentro do artesanato e tendo esse conhecimento na área”, avalia.
ITINERÂNCIA
O projeto começou, em 2022, com a realização da oficina de acessórios em sementes, no mês de março, no Estabelecimento Penal de Aquidauana, com a instrutora Janaina Basso Gafure. Ainda no mesmo município, foram realizadas duas oficinas de cerâmica terena na Aldeia Limão Verde: uma em junho e a outra em julho, ambas com a instrutora Rosenir Batista.
Em Coxim, foi realizada a oficina de modelagem de utilitários em argila e virado, com Andrea Lacet, em abril. Em Caarapó, o instrutor Cleber Brito ministrou a oficina de modelagem em argila Bichos do Pantanal e Construção de Forno, também em abril.
Cleber ministrou essa mesma oficina de bichos pantaneiros, ainda em abril, em Jardim, que recebeu, no mesmo mês, a instrutora Evelin Perdomo para a oficina de design de ossos bovinos.
MADEIRA E SEMENTES
A Capital não deixou de ser contemplada. Campo Grande contou com a oficina de acessórios em lâmina de madeira, em maio, com a instrutora Claudia Castelão, no Bairro Dom Antônio Barbosa, e com a oficina de acessórios em sementes e macramê, em junho, na Casa da Mulher, ministrada por Janaina Bassi Gafure e Magali Onu.
A Cidade Morena teve ainda: oficina de modelagem em argila, em agosto, na Praça dos Imigrantes, com o instrutor Rodrigo Avalhaes; oficina de artesanato em fibras naturais, também em agosto, na Praça dos Imigrantes, com a instrutora Lucimar Maldonado; e oficina de cerâmica terena, em novembro, na Aldeia Urbana Marçal de Souza, com Rosenir Batista.
BICHOS E DESIGN
O distrito de Nova Porto XV, no município de Bataguassu, foi contemplado com a oficina de modelagem Bichos do Pantanal, em junho, com Rodrigo Avalhaes. Rio Brilhante recebeu a oficina de modelagem, com Leslie Gafure, em junho. Nova Andradina recebeu a oficina de modelagem em argila e construção de forno, em junho, com Andrea Lacet.
Rodrigo Avalhaes esteve em Alcinópolis, em agosto, em Água Clara, em outubro, e em Aparecida do Taboado, também em outubro, para ministrar a oficina de modelagem em argila Bichos do Pantanal. E, para ministrar as oficinas de design para o desenvolvimento das tipologias artesanais, o designer José Rodrigo Pereira Ambrósio esteve em Aquidauana e em Corumbá, entre o fim de outubro e o início de novembro deste ano.
“Também foi realizada a oficina de design, que teve uma grandiosidade nessa questão de elaborar peças novas e modernas para comunidades que já produzem o artesanato. Tivemos um resultado muito bom em todas as etapas do projeto Artesania, e esperamos que em 2023 tenhamos um número maior ainda de pessoas contempladas no projeto”, projeta Katienka.
PAB
O Artesania/MS dialoga com a metodologia e as diretrizes do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), que consolidam os objetivos das ações no Estado: gerar oportunidades de trabalho e de renda, bem como estimular o aproveitamento das vocações regionais, levando à preservação das culturas locais e à formação de uma mentalidade empreendedora por meio da preparação para o mercado competitivo.
Desde 2007, quando foi criada, a iniciativa da FCMS busca reforçar, junto às comunidades atendidas, o propósito de empreender a curto e médio prazo em uma fonte local de trabalho e renda sustentável. Espera-se que, com a inserção no mercado, o artesão tenha êxito no presente e consiga estimular negócios para o futuro.