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SAÚDE

Refeições saudáveis e feitas em casa podem diminuir a ansiedade e a vontade de comer doce

Segundo nutricionistas, a comida de verdade, feita em casa e sem adição de conservantes, beneficia o corpo e ajuda o intestino

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Nos últimos anos, a alimentação saudável, feita em casa e sem a adição de processados, tem ganhado força entre médicos e nutricionistas. A chamada “comida de verdade”, com arroz, feijão, proteína, verduras e legumes, é capaz não só de diminuir a gordura corporal, mas de prevenir o aparecimento de doenças e até melhorar o humor e a ansiedade.  

Segundo a nutricionista Kátia Wolff, parte dessa melhora do humor se deve à saúde do intestino, que é composto por uma microbiota, ou seja, vários micro-organismos, como fungos, bactérias, vírus e protozoários, que vivem em equilíbrio e são capazes de produzir diversos nutrientes benéficos para o corpo. 

“Alguns micro-organismos produzem vitaminas, minerais e nutrientes para o nosso organismo, como ômega 3 e vitaminas do complexo B. Quando a gente tem uma alimentação baseada em comida de verdade, como arroz, feijão, carne, vegetais, saladas, frutas, verduras e castanhas, comida mesmo, feita por um ser humano, a gente alimenta essas bactérias boas”, explica.

A estimativa é de que o intestino carregue cerca de 100 trilhões de bactérias, que poderiam pesar, por exemplo, de dois quilos a três quilos.  

Porém, além desses micro-organismos benéficos, o corpo também tem as bactérias patogênicas, que se alimentam de outros tipos de comida. 

“Se eu como um produto industrializado, entre eles, fast-food, bolachas, biscoitos, pizzas, lanches e produtos refinados, eu alimento os micro-organismos patogênicos, maléficos, que não produzem substâncias boas e ainda inflamam o intestino”, diz a nutricionista.  

Esse desequilíbrio também pode prejudicar a produção de serotonina no intestino, um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e que ajuda no controle da ansiedade, famoso por aparecer com frequência no cérebro.  

“O intestino libera substâncias químicas, como a serotonina, por exemplo, em resposta à nutrição e à digestão saudável. Quando comemos bem, com variedade e com uma contribuição proporcional de todos os nutrientes, e se temos um almoço saudável, sem pressa, mastigando bem e sem distração, nosso sistema digestivo nos responde e nos agradece com uma sensação de bem-estar, dando-nos um bom suprimento de energia, vitalidade e otimismo”, explica a nutricionista esportiva e funcional Tatiane Passarini.  

A intoxicação, por outro lado, pode comprometer o bom funcionamento do intestino e a produção desses neurotransmissores. 

“Se por algum motivo a digestão e/ou o trânsito intestinal é lento e incompleto, estamos acumulando resíduos, o que pode causar uma sobrecarga tóxica ou autointoxicação. Percebam que muitas vezes o bem-estar ou o mal-estar emocional podem estar intimamente ligados à qualidade da nossa alimentação e ao adequado funcionamento do trato gastrointestinal”, pontua Tatiane.  

Últimas notícias

Ciclo sem fim

De acordo com Kátia Wolff, que também atua como professora do curso de Nutrição da Uniderp, em casos de ansiedade, os seres humanos tendem a buscar alimentos com os quais tenham uma relação emocional, ou seja, que remetam a situações de alegria e bem-estar. 

Nessa lista, normalmente, o doce e as comidas mais gordurosas vencem a disputa contra as frutas e as verduras. 

“Nós seres humanos temos a formação do nosso paladar por volta dos cinco anos, então, se essa pessoa foi exposta na infância em situações de alegria e felicidade a doces, ela vai associar o alimento a esse momento. Agora, se na infância ela tinha refeições com alimentos salgados e se sentia feliz, essa pessoa vai ter preferência por alimentos salgados”, explica. 

No caso da relação da ansiedade com o açúcar, a situação pode virar um ciclo sem fim. “Acabamos vivendo um looping. A gente come doce para ter prazer, mas alimenta a microbiota ruim, não produz nutrientes adequadamente e vai querer mais doce. Vira um ciclo”, afirma.  

Kátia, porém, esclarece que em relação à ansiedade também podem existir outras causas.

“A questão psicológica pode ter uma correlação com alguma deficiência na produção de algum neurotransmissor ou receptor. Tem que ver a parte fisiológica, porque também existe a parte genética”, frisa.

Se for só vontade constante, e não compulsão ou outra patologia, o ideal é insistir na mudança do estilo de vida, a começar pela alimentação. 

“A melhor forma é regular o processo bioquímico e fisiológico daquele indivíduo. Por exemplo, por mais que ele coma muito, ele pode ter deficiências de nutrientes, principalmente do complexo B, magnésio e zinco, que são importantes para formar neurotransmissores que geram prazer e bem-estar”, ressalta Kátia.

Outro ponto importante é a prática de exercícios físicos. “Realizar exercícios físicos com frequência produz noradrenalina, dopamina, serotonina, e tudo isso ajuda no controle da ansiedade”, orienta Kátia. 

Alimentação saudável

Dicas para diminuir o consumo de doces:

1. Mantenha horários regulares para as refeições

Realizar um planejamento para as refeições ao longo do dia ajuda a diminuir as chances de ficar com fome e exagerar durante a alimentação.  

2. Inclua uma fonte de proteína

Segundo a nutricionista Kátia Wolff, o ideal é que a refeição tenha uma fonte de proteína, como ovos, queijos, iogurte, frango, sardinha ou atum. “A proteína regula a produção de hormônios e ajuda o nosso corpo a entender que vai ter alimentos de boa qualidade ao longo do dia, o que pode ajudar na diminuição da vontade de consumir doces”, pontua.

3. Aumente a ingestão de fibras

De acordo com Kátia, as fibras podem ser consumidas por meio de frutas, verduras e legumes.

4. Invista na salada

As saladas ajudam a aumentar a saciedade.

5. Exercícios físicos

Os exercícios físicos ajudam na produção de noradrenalina, hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais que é liberado na corrente sanguínea para transmitir sinais nervosos que ajudam a regular funções cerebrais importantes, como humor, concentração, atenção e memória. 

Além disso, também estimulam a produção de dopamina – neurotransmissor que provoca a sensação de prazer e aumenta a motivação –, e serotonina, substância responsável por coordenar diversos quesitos, incluindo humor e apetite.

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ARTES VISUAIS

Floripa de novo!

Após temporada de sucesso, Lúcia Martins Coelho Barbosa inaugura mais uma exposição em Florianópolis:"Do Pantanal para a Ilha 2" permanece em cartaz até 3 de janeiro e apresenta 20 telas, 6 delas inéditas, com elementos da fauna e flora sul-mato-grossense

17/12/2025 10h00

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês Divulgação

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A artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa apresenta em Florianópolis uma seleção de obras que celebram a potência estética e simbólica do Pantanal.

Reconhecida internacionalmente, especialmente pelas pinturas de onças-pintadas, sua marca registrada, Lúcia construiu uma trajetória sólida ao longo de mais de quatro décadas nas artes visuais, marcada por pesquisa, identidade regional e profunda relação com a fauna brasileira.

Após uma temporada de sucesso em agosto, “Do Pantanal para a Ilha” retorna a Florianópolis, agora em novo local, na Sala Open Cultura, em exposição até o dia 3 de janeiro.

A mostra é composta por 20 telas, seis delas inéditas e outras peças de sucesso do acervo de Lúcia, que já expôs em sete países e quatro estados brasileiros.

“O nome ‘Do Pantanal para a Ilha’ veio da ideia de apresentar o Pantanal para um novo público que está conhecendo meu trabalho, e para isso coloquei nas telas elementos como as flores de aguapé, as árvores do Cerrado e as onças, que são meu carro-chefe”, apresenta Lúcia.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra "A procura da caça", de Lúcia Martins

LEGADO DE MS

Outro elemento regional incorporado nos quadros é a renda nhanduti, um bordado artesanal tradicional do Paraguai cujo nome significa “teia de aranha” em guarani, uma referência à sua aparência delicada e intrincada, utilizada normalmente em peças decorativas e roupas.

Ao todo, foram vários meses de preparação para a exposição, em um longo processo de produção e ressignificação de obras, utilizando as técnicas pastel sobre papel e acrílico sobre tela.

As obras que compõem essa exposição vão refletindo lugares, flores e animais, que talvez não despertem a atenção das pessoas no dia a dia, mas que, de algum modo, acabam fugindo do lugar comum.

Elas são um resumo do que Lúcia vê, vivencia e considera como mais “importante” enquanto legado da natureza de Mato Grosso do Sul para o Brasil e para o mundo.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês“Onça que Chora”, um dos trabalhos inéditos da nova exposição

ESPANTO

A mostra reúne, assim, trabalhos figurativos que retratam, por exemplo, a onça-pintada como símbolo de força, ancestralidade e preservação, convidando o visitante a mergulhar no imaginário pantaneiro e, ao mesmo tempo, nas camadas poéticas que permeiam a trajetória da artista.

Para Lúcia, a arte é como um portão de entrada para um novo mundo, nesse caso o Pantanal sul-mato-grossense.

“O Pantanal não é margem. É centro de novas narrativas. É daqui que falamos ao mundo. O que eu gostaria que essa minha exposição causasse é até um certo espanto ao se ver que aqui também tem gente que faz arte. E nada melhor do que se apresentar quando alguém já tem curiosidade de lhe conhecer”, afirma a mestra das cores e texturas.

“Eu vivo para a arte, se eu não tivesse essa profissão, esse dom de colocar nas telas minhas emoções, meus sentimentos, talvez eu não tivesse nenhuma utilidade para a sociedade. A arte é, acima de tudo, questionadora. O que eu sinto como artista plástica há mais de 45 anos é que estamos ainda abrindo caminho para os artistas que virão. Gostaria muito que o artista fosse respeitado, fosse aceito, fosse útil, pois a arte alimenta a alma”, diz a artista.

PERFIL

Lúcia Martins Coelho Barbosa vive e trabalha em Campo Grande. Formou-se em história pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT). Fez pós-graduação em Comunicação, na área de imagem e som pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Atua na área de artes plásticas, em Campo Grande, há mais de 40 anos e já mostrou suas obras em Portugal, Itália, França, EUA, Japão e Paraguai.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra Florescer no Pântano, de Lúcia Martins

Com o projeto Peretá – “Caminho” na língua tupi-guarani – , a artista exibiu o grafismo indígena e instalações em quatro capitais brasileiras – Brasília, Goiânia, São Paulo e Campo Grande.

Reconhecida por diversas premiações e homenagens, a artista segue expondo seu trabalho em coletivas e individuais. 

Em 2016, Lúcia criou o Múltiplo Ateliê, onde desenvolve trabalhos com artistas e pesquisadores, incluindo gastronomia, educação somática, dança contemporânea, yoga e audiovisual. Como afirma, é “fiel à sua missão de operária da arte”.

>> Serviço

A exposição “Do Pantanal para a Ilha 2”, da artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa, foi inaugurada em 03 de dezembro e está aberta para visitação até 03 de janeiro de 2026, na Sala Open Cultura, do open mall (shopping aberto) Jurerê Open. Av. Búzios, 1.800), Florianópolis (SC). Das 10h às 22h.

MÚSICA

Jerry Espíndola celebra 40 anos de carreira com turnê no Paraguai

17/12/2025 09h30

jerry espindola

jerry espindola

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Para comemorar 40 anos de carreira, o cantor e compositor Jerry Espíndola finaliza o ano com um intercâmbio cultural no vizinho Paraguai. O artista se apresenta, a partir de hoje, nas cidades de Assunção e Concepción.

Hoje, Jerry Espíndola & Banda é uma das atrações no “Conexiones 2025 – Respirarte”, realizado na capital paraguaia, no prestigiado JazzCube (Edificio Atrium).

Amanhã, ao lado de Rodrigo Teixeira e da cantora Maria Alice, Jerry participa, também em Assunção, do evento beneficente da Orquestra de Instrumentos Reciclados de Cateura.

Já na sexta-feira, o concerto será no Centro Cultural de La Villa Real, em Concepción. Jerry estará acompanhado dos músicos Sandro Moreno (bateria), Gabriel de Andrade (guitarra) e Rodrigo Teixeira (baixo).

O repertório traz composições do autor com foco nos ritmos que são a marca registrada de Jerry, como a polca-rock e a guarânia-reggae.

No evento de hoje, no JazzCube, além de Maria Alice, conta com a participação dos artistas paraguaios Funkchula, 4Ally e Ale Shit e da argentina Luli Maidana.

O “Conexiones 2025 – Respirarte” envolve concertos, mesas de debates e encontro de produtores paraguaios, argentinos e brasileiros.

Jerry Espíndola participa, amanhã, de ação beneficente para arrecadar fundos para a Orquestra de Instrumentos Reciclados de Cateura.

O evento na capital paraguaia será realizado na escola do grupo musical, formado por jovens e crianças que vivem na comunidade localizada nas proximidades do aterro sanitário de Cateura, o principal e maior aterro de Assunção. Os instrumentos da Orquestra de Cateura são produzidos com materiais encontrados no aterro.

O grupo já passou por diversos países e ganhou fama mundial após o lançamento do documentário “Landfill Harmonic”, em 2014.

Já na sexta-feira, a apresentação será no Centro Cultural de La Villa Real, que fica na Mansión Cueto, local histórico da capital do Departamento de Concepción.

A cantora Maria Alice é a convidada especial e após o show de Jerry Espíndola haverá o lançamento do EP da banda paraguaia The Los.

Em quatro décadas de carreira, Jerry já tem mais de 140 composições gravadas por Ney Matogrosso, Paulinho Moska, Zélia Duncan e outros artistas. É parceiro de nomes como Chico César, Anelis Assumpção e Itamar Assumpção. Jerry atualmente é integrante do duo Hermanos Irmãos e participa do coletivo Fronteira Guarani.

A turnê “Jerry Espíndola 40 Tons – Intercambio Cultural Paraguai” é realizada com recursos da Política Nacional Aldir Blanc do Ministério da Cultura, sob gestão da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

>> Serviço

“Conexiones 2025 – Respirarte”

Hoje – às 19h
JazzClube – Assunção (PY)
Jerry Espíndola & Banda, com participação de Maria Alice; dos paraguaios Funkchula, 4Ally e Ale Shit; e Luli Maidana (Argentina);

Amanhã – às 19h
Escola da Orquestra de Instrumentos Reciclados de Cateura – Assunção (PY)
Jerry Espíndola, Rodrigo Teixeira e Maria Alice;

Sexta-feira – às 20h
Centro Cultural de La Villa Real – Concepción (PY)
Jerry Espíndola e Maria Alice.

*Horário paraguaio de verão, uma hora à frente do horário de MS

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