Com 63 filmes e 5 mostras competitivas, terceira edição do festival dedicado à produção da América do Sul celebra o audiovisual como ponte entre culturas, promovendo homenagens, pré-estreias, oficinas e seminário; todas as atividades são gratuitas
O Bonito CineSur – Festival De Cinema Sul-Americano anuncia a programação de sua terceira edição, que acontece de 25 de julho a 2 de agosto, na cidade de Bonito, Mato Grosso do Sul. Com 63 filmes de países como Brasil, Argentina, Peru, Chile, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Uruguai e Equador, a curadoria busca dialogar com as diferentes realidades existentes na América do Sul.
As produções estão divididas em cinco mostras competitivas, incluindo longas e curtas sul-americanos, filmes com foco em temáticas ambientais e obras sul-mato-grossenses. Também fazem parte da programação sessões infantojuvenis, mostras da comunidade, debates, oficinas de formação e exibições especiais com filmes inéditos no circuito comercial.
A cerimônia de abertura acontecerá no dia 25, no Auditório Kadiwéu do Centro de Convenções de Bonito, e contará com a presença especial do ator Antonio Pitanga.
Na ocasião, será exibido o longa “As Herdeiras” (Paraguai, 2018), de Marcelo Martinessi, seguido de uma homenagem à protagonista Ana Brun, primeira atriz paraguaia a conquistar o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim. O filme também foi o primeiro longa do Paraguai a integrar a competição oficial da Berlinale.
SUL-AMERICANA
Entre os filmes da Mostra de Longas Sul-Americanos, estão: “A Melhor Mãe do Mundo”, de Anna Muylaert (Brasil); “Brasiliana”, musical dirigido por Joel Zito Araújo (Brasil); “Chuzalongo”, de Michelle Echeverría (Equador), drama que mergulha nas tradições indígenas; “Oro Amargo”, de Patra Spanou (Chile/Uruguai/Alemanha), sobre os impactos da mineração em territórios ancestrais; “Quinografia”, de Mariano Donoso e Federico Cardone (Argentina), que mistura ficção e memória; “Redención” (Peru), sobre um ex-combatente à procura de redenção; e “Ayhuanco”, de Miguel Barreda Delgado (Peru), que aborda espiritualidade e pertencimento.
A Mostra de Curtas Sul-Americanos reúne “Lagrimar” (Brasil), “La Falta” (Argentina/Uruguai), “Desvelo” (Venezuela), “Revelación” (Chile) e “Amor en los Tiempos de Qualquer que Seja o Nome Presente” (Colômbia).
MOSTRA AMBIENTAL
A pauta ambiental, importantíssima no festival, conta com duas mostras dedicadas ao tema. Entre os longas da Mostra Ambiental estão “Karuara: O Povo do Rio”, de Miguel Araoz Cartagena e Stephanie Boyd (Peru), “Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta”, de Tainá de Luccas e Marco Altebrg (Brasil), “La Cuenca”, do Coletivo Left Hand Rotation (Chile), “Por el Paraná”, de Alejo di Risio e Franco Gonzalez (Argentina), “Rua do Pescador Nº. 6”, de Bárbara Paz (Brasil), e “Sinfonia da Sobrevivência”, de Gabriela Rabaldo (Brasil).
Já os curtas da Mostra Ambiental incluem “Insustentável: A Realidade do Petróleo na Amazônia” (Brasil), “Jichi: En Busca del Guardián de las Aguas” (Bolívia), “Por la Tierra” (Argentina), “Sobre a Cabeça os Aviões” (Brasil), “Sobre Ruínas” (Brasil) e “Uma Menina, Um Rio” (Brasil).
MS E MEMÓRIA
Representando a produção de Mato Grosso do Sul, a Mostra MS exibe “A Última Porteira” (Rodrigo Rezende), “Eleonora” (Ligia Prieto), “Enigmas no Rolê” (Ulísver Silva), “Jardim de Pedra – Vida e Morte de Glauce Rocha” (Daphyne Schiffer Gonzaga), “Koi e o Rio” (Maurício Copetti e Ricardo Pieretti Câmara) e “Tempestade Ocre” (Deivison Pedrê), todos concorrendo ao Troféu Pantanal.
Já a sessão especial Memória Bonito CineSur presta homenagem a personalidades e narrativas marcantes da região. Neste ano, o destaque é o curta “Conceição dos Bugres” (1980), de Cândido Alberto da Fonseca (1953-2025), que resgata a trajetória da artista sul-mato-grossense conhecida por suas esculturas em madeira, os bugrinhos, e sua grande contribuição à arte popular brasileira.
SESSÕES ESPECIAIS
O festival contará ainda com cinco sessões especiais, incluindo os filmes “Ainda Estou Aqui” (Walter Salles), “Mataram Um Jockey” (Luis Ortega), “Manas” (Marianna Brennand), “Sonhos de Pepe” (Pablo Trobo) e “Do Sul, A Vingança” (Fábio Flecha), além da pré-estreia de “Tainá e os Guardiões da Amazônia – Em Busca da Flecha Azul” (Alê Camargo, Jordan Nugem).
CURTAS INFANTIS
A programação infantil inclui 17 curtas de animação sul-americanos, sendo 11 brasileiros, além de títulos do Paraguai, Argentina, Uruguai e Colômbia, e três longas nacionais voltados ao público infantojuvenil. Também haverá sessões com produções das oficinas de animação e iniciação ao cinema, além de dois curtas realizados pelo Sesc Lageado.
Todas as atividades do festival são gratuitas. Outro espaço importante do festival é o Bonito CineSur Educa, dedicado à formação, com cursos, oficinas, palestras e sessões de cinema dirigidas especialmente a estudantes. O objetivo é ativar, promover e incluir o cinema como uma possibilidade real para a comunidade de Bonito e também jovens e adultos de outras regiões.
Há também oficinas locais ministradas por profissionais experientes do mercado como Marcela Lordy, Ara Martins, Dannon Lacerda, Clara Linhart, Luiz Carlos Lacerda, Mariana Bastos e Paulo Maia, além de mesas temáticas e masterclasses sobre políticas públicas, coprodução, distribuição e representações no cinema sul-americano.
A cerimônia de encerramento, marcada para o dia 2 de agosto, também no Auditório Kadiwéu, será apresentada por Cláudia Ohana e Thiago Lacerda e contará com a entrega dos troféus e prêmios, no total de
R$ 57.500,00, aos vencedores das mostras competitivas.
O Bonito CineSur é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (Aacic), em parceria com o Ministério da Cultura (governo federal), por meio de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet. Conta com patrocínio da Fecomércio-MS, Sesc-MS, Emgea e Agência Nacional do Cinema (Ancine). Tem o apoio da Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico e da prefeitura de Bonito, da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e do governo de Mato Grosso do Sul, além do apoio cultural da Energisa, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e da Zoom Publicidade.
Localizado no coração do ecoturismo brasileiro, o festival busca ser um encontro entre cinema sul-americano e meio ambiente. Em 2024, mobilizou mais de 5 mil pessoas e trouxe impacto para a economia criativa regional. A expectativa é de que a edição deste ano amplie ainda mais esse alcance. A programação completa pode ser consultada no site bonitocinesur.com.br ou nas redes sociais do festival.
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