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Mesmo com redução, celulose lidera pauta das exportações

Balança comercial do Estado registrou superávit de US$ 493 milhões

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Apesar da redução nas exportações de celulose, o produto ainda aparece como o principal item na pauta de Mato Grosso do Sul. A balança comercial do Estado em março de 2020 apresentou um superávit de US$ 493 milhões, tendo como principais itens na pauta de exportação a celulose, soja, carne bovina, carne de aves e milho e ainda destaques positivos para o minério de ferro, algodão e açúcar. 

Conforme as informações divulgadas nesta segunda-feira (6) na Carta de Conjuntura do Setor Externo,  pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), o resultado das vendas externas no primeiro trimestre de 2020 foi 23,26% inferior ao verificado de janeiro a março de 2019, mas a taxa de câmbio favorável ajudou a amenizar os efeitos desfavoráveis à exportação diante dos efeitos do novo coronavírus (Covid-19) na economia mundial.

 Pela tendência verificada em relação a 2019, há uma estabilidade das exportações mesmo com queda nos dois principais produtos de exportação a celulose e a soja em grão. A Celulose apareceu como primeiro produto na pauta de exportações, com 39% do total exportado em termos do valor, e com diminuição de 22,12% em relação ao mesmo período no ano passado. Em relação ao volume houve queda de 9,06%. 

O titular da Semagro, Jaime Verruck, havia adiantado ao Correio do Estado que a redução do envio de celulose ao exterior foi reduzido porque o mercado chinês havia parado de comprar. “Nós tivemos um gargalo da celulose nas exportações que foi o fechamento do mercado chinês, por conta do coronavírus, mas isso já está retomando que a gente consegue dar uma fluidez normal para celulose. Temos que destacar que também é um setor essencial na estrutura de embalagem”.

Já o segundo produto da pauta foi ocupado pela soja em grão, com 19,47% de participação, com diminuição em termos de valor de 33,24% em relação ao primeiro trimestre de 2019. Em termos de volume, houve diminuição de 29,95%, sugerindo que a queda de 33,24% foi devida principalmente a queda no volume exportado

De acordo com o secretário este cenário pega o início do coronavírus no Brasil e uma situação bem diferente em relação à China. “No atual momento, os chineses têm buscado uma recomposição de estoques. Continuamos monitorando as operações. Neste período de vigência das medidas para combater o novo coronavírus, o foco da Semagro tem sido o de estimular a adoção de protocolos de segurança para manter o nível de produção e o emprego na indústria e garantir o fluxo logístico interno de carga e também de embarque nos portos”, explicou Verruck.

CARNES

As exportações de carnes, no entanto, seguem em alta: as operações externas da carne bovina tiveram aumento de 9,31% e as de carne de aves, 42,08%, em relação ao primeiro trimestre de 2019. O minério de ferro permanece em alta com aumento de 54,79% em termos de valor. 

Ainda foram registrados bons resultados com o açúcar, que teve crescimento de 47,77% e com o algodão, que elevou suas exportações em 167,06% no período, ainda resultado do desempenho da safra no ano passado.

IMPORTAÇÃO

Considerando os produtos importados, Mato Grosso do Sul continuou com uma pauta concentrada na importação de gás boliviano, representando 58,27% da pauta de importações no primeiro trimestre de 2020. Em termos de volume do gás, houve aumento de 3,19% no período, em relação a janeiro-março de 2019.

O principal destino das exportações continua sendo a China, representando no primeiro trimestre de 2020 cerca de 45,28% do valor total das vendas para o exterior feitas por Mato Grosso do Sul. Os países com maior aumento na participação foram: Coréia do Sul (222,32%) e Japão (87,98%). A maior queda foi registrada para os Estados Unidos, com baixa de 68,43% nas exportações em relação o janeiro a março de 2019.

“Observamos com cautela o mercado da carne. Houve uma alta nas exportações mas a situação no cenário interno requer atenção. Também estamos monitorando a relação da China com os EUA e mantendo a questão da logística e do funcionamento interno da agroindústria do Estado para obter um resultado diferente nos próximos meses”, finalizou Jaime Verruck.

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

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