O mercado de trabalho brasileiro deverá gerar 2 milhões de empregos em 2010, o dobro dos 995 mil criados em 2009, caso a previsão de crescimento de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano seja realizada. A expansão econômica, contudo, ainda deverá deixar de fora um grande contingente de desempregados no País: cerca de 6,5 milhões, segundo o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Do contingente total de desempregados, apenas 1,9 milhão têm qualificação e experiência profissional. O estudo ainda ressalta um paradoxo conhecido dos trabalhadores brasileiros. Apesar dos quase 2 milhões de trabalhadores qualificados à disposição do mercado em 2010, deve faltar mão de obra especializada em alguns setores. No âmbito nacional, os setores com excesso de mão de obra qualificada devem ser o de outros serviços sociais, coletivos e pessoais (612,2 mil trabalhadores), o setor industrial (145,9 mil) e o agrícola (122,5 mil). Na outra ponta, a da escassez, deve faltar especialistas em comércio e reparação (187,6 mil), saúde, educação e serviços sociais (50,1 mil), alojamento e alimentação (45,2 mil) e construção civil (38,4 mil). O setor econômico com maior geração de vagas em 2010 deverá ser o comércio, com 850 mil postos de trabalho, quase o triplo do segundo colocado, a indústria, com 300 mil novas ocupações. Em terceiro, virá a construção civil, com 271 mil empregos, e, em quarto, alojamento e alimentação, com 250 mil. A administração pública nos três níveis - municipal, estadual e federal - deverá gerar 21 mil vagas, 65% das quais em São Paulo (13,7 mil). Em números absolutos, São Paulo deverá ser, em 2010, o Estado com maior abertura de empregos (700 mil).