Economia

SALDO POSITIVO

Com 7,3 mil novas empresas abertas, Estado tem desempenho recorde em 2020

Em 11 meses foram constituídos 7.316 CNPJs, 229 a mais que em todo o ano passado

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Mato Grosso do Sul registra recorde na abertura de empresas em 2020. 

De janeiro a novembro foram abertos 7.316 estabelecimentos comerciais no Estado, 3,2% a mais que em todo o ano passado, quando foram constituídos 7.087 CNPJs. 

Em 11 meses, o número de formações foi superior aos 12 meses dos últimos sete anos.

O desempenho de 2020 é o melhor registrado em toda a série histórica da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems), que teve início nos anos 2000. 

No comparativo com o mesmo período do ano passado, o desempenho é 10% maior que nos 11 meses de 2019, quando foram constituídas 6.640 empresas.  

De acordo com o presidente da Jucems, Augusto César Ferreira de Castro, desde março havia projeção de que o ano teria números excelentes na abertura de empresas.  

“De janeiro a março tínhamos os melhores resultados dos últimos anos. Nos meses de abril e maio, tivemos queda na abertura de novas empresas, mas a partir de junho retomamos o número. Mensalmente, tivemos desempenho melhor que nos últimos anos”, analisa.  

Ao Correio do Estado, a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, explicou que o crescimento é positivo, mas exige cautela, porque pode ser reflexo da crise.  

“Temos um resultado bastante positivo em meio a pandemia, as pessoas estão se reinventado e buscando novas oportunidades. Nos momentos de crise existe essa tendência maior da abertura de empresas, muitas abrem e muitas fecham. Outras surgem como alternativa, sem um planejamento de longo prazo. Pode ser considerado um dado positivo do ponto de vista de estratégia, de que as pessoas estão buscando alternativas e enxergando oportunidades, mas também inspira cautela, porque essa abertura tem de estar condicionada ao planejamento de longo prazo”, destaca.  

Últimas notícias

Segundo o presidente da Jucems, o ambiente de negócios foi favorável para a criação de novos negócios. 

“Mesmo na pandemia, temos um resultado totalmente positivo. Por conta do agronegócio, temos um ambiente de negócios favorável. Mas, mesmo com todo o cenário, o principal são os empreendedores, porque se o empreendedor não nos procura não há constituição”, reforça Castro.

Novembro

Para o mês de novembro, o resultado também foi o melhor aferido em 20 anos. Foram 635 novos estabelecimentos constituídos no mês passado, resultado 17% melhor que no mesmo período do ano passado.

Entre os segmentos, o de serviços segue como o que mais abre empresas no Estado, sendo responsável por 62,8% dos novos negócios de novembro ou 399 dos 635. 

Já o comércio abriu 213 empresas, representando 33,5% dos estabelecimentos, e a indústria totalizou 23 CNPjs constituídos ou 3,6% do total de outubro.

Em relação as atividades comerciais, o transporte rodoviário de cargas liderou com a constituição de 23 negócios, o comércio varejista de vestuário e acessórios abriu 18 das 635 novas empresas, enquanto o setor de engenharia foi responsável por 18 empresas abertas.

Entre as cidades, Campo Grande lidera com 41% do total de empresas abertas em outubro ou 231, seguido por Dourados com 69 (10,8%), Ponta Porã com 24 novos negócios (3,7%) e Três Lagoas com 23 empresas (3,6%).  

O presidente da Junta destaca que a tendência de crescimento no número de CNPJs também se deu por meio da digitalização do processo.

“As medidas de tecnologia contribuíram no processo de digitalização. Outra questão é o tempo de abertura de empresas e o atendimento dos 79 municípios, antes tínhamos 12 sedes e hoje atendo todos os municípios de forma digital. Hoje, temos o registro automático e 50% do número de aberturas é feito nessa modalidade”, analisa Castro.  

A Jucems Digital foi implantada em novembro de 2018, seis meses depois de adaptações, o processo se tornou 100% digital.

Fechamentos

Em 2020, 3.652 empresas fecharam as portas em Mato Grosso do Sul, o que representa um aumento de 30% em relação aos 11 meses do ano passado. 

Segundo o presidente da Junta, a extinção de taxas facilitou e desburocratizou o fechamento dos negócios.  

Em novembro de 2019, o governo federal extinguiu a cobrança da taxa pelas juntas comerciais brasileiras para fechamento de empresas, determinada pela Lei da Liberdade Econômica – Lei 13.874 de 20/09/2019.

“A Lei [da Liberdade Econômica] facilitou o empreendedorismo com a eliminação de processos e licenciamento urbanístico, o microempreendedor também foi bastante beneficiado. O número de exclusões aumentou por isso, porque as taxas foram extintas. Mas, tanto  em outubro quanto em novembro, o número de fechamentos foi menor”, conclui o presidente da Jucems, Augusto de Castro.

No mês passado, foram fechadas 304 empresas, o resultado é 4% inferior ao mesmo período de 2019. 

O setor de serviços fechou 153 negócios ou 50% das empresas encerradas no mês, seguido pelo comércio, com 43% ou 133 em números absolutos, e a indústria, com 5% ou 18 empresas.

Seguindo a tendência natural, Campo Grande foi responsável por 49,6% das empresas fechadas em novembro (ou 151 negócios), seguido por Dourados com 29 empresas extintas ou  9,5% do total e Três Lagoas, onde 16 negócios fecharam as portas (5% do total).

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Economia

Caged registra criação de 132,7 mil postos de trabalho em outubro

Mês teve recuo, mas saldo do ano passa de 2 milhões de vagas criadas

27/11/2024 21h00

Foto: Agência Brasil

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A criação de emprego formal caiu em outubro. Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, 132.714 postos de trabalho com carteira assinada foram abertos no último mês. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões.

Em relação aos meses de outubro, o volume é o menor desde 2020, quando se iniciou a metodologia atual do Caged. A geração de empregos caiu 30,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em outubro de 2023, tinham sido criados 190.366 postos de trabalho, nos dados com ajuste, que consideram declarações entregues em atraso pelos empregadores.

Em entrevista coletiva, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que os juros altos contribuíram para a desaceleração na abertura de vagas.

“Espero que a transição do Banco Central venha a ajudar isso no tempo. Creio que o Banco Central não foi colaborativo nesse período de analisar completamente os indicadores macroeconômicos e ajudar nas decisões para a gente não perder o ritmo de crescimento. Houve uma desaceleração [na criação de empregos]”, disse o ministro.

Saldo acumulado

Nos dez primeiros meses do ano, foram abertas 2.117.473 vagas. Esse resultado é 18,6% mais alto que no mesmo período do ano passado. A comparação considera os dados com ajustes, quando o Ministério do Trabalho registra declarações entregues fora do prazo pelos empregadores e retifica os dados de meses anteriores.

O resultado acumulado é o maior desde 2022, quando tinham sido criados 2.341.665 postos de trabalho de janeiro a outubro. A mudança da metodologia do Caged não torna possível a comparação com anos anteriores a 2020.

Setores

Na divisão por ramos de atividade, três dos cinco setores pesquisados criaram empregos formais em outubro. A estatística foi liderada pelos serviços, com a abertura de 71.217 postos, seguidos pelo comércio, com 44.297 postos a mais. Em terceiro lugar, vem pela indústria (de transformação, de extração e de outros tipos), com a criação de 23.729 postos de trabalho.

O nível de emprego diminuiu na construção civil, com o fechamento de 767 postos. Com a pressão pelo fim da safra de vários produtos, a agropecuária eliminou 5.757 vagas no mês passado.

Destaques


Nos serviços, a criação de empregos foi puxada pelo segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com a abertura de 41.646 postos formais. A categoria de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais abriu 10.698 vagas.

Na indústria, o destaque positivo ficou com a indústria de transformação, que contratou 23.800 trabalhadores a mais do que demitiu. Em segundo lugar, ficou o segmento de eletricidade e gás, que abriu 124 vagas.

As estatísticas do Caged apresentadas a partir 2020 não detalham as contratações e demissões por segmentos do comércio. A série histórica anterior separava os dados do comércio atacadista e varejista.

Regiões
Todas as cinco regiões brasileiras criaram empregos com carteira assinada em outubro. O Sudeste liderou a abertura de vagas, com 65.458 postos a mais, seguido pelo Sul, com 34.372 postos. Em seguida, vem o Nordeste, com 18.345 postos. O Norte abriu 7.349 postos de trabalho, e o Centro-Oeste criou 4.457 vagas formais no mês passado, tendo o menor desempenho por causa do fim da safra.

Na divisão por unidades da Federação, 24 das 27 registraram saldo positivo. Os destaques na criação de empregos foram São Paulo (+47.255 postos); Rio Grande do Sul (+14.115), em recuperação após as fortes enchentes que atingiram o estado; e Rio de Janeiro (+10.731). Os três estados que fecharam vagas foram Bahia (-579 postos), Mato Grosso (-172) e Goiás (-45).

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Economia

Pacote de cortes de gastos abordará supersalários e grandes fortunas

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho adiantou pontos das medidas

27/11/2024 20h00

Pacote de cortes de gastos abordará supersalários e grandes fortunas

Pacote de cortes de gastos abordará supersalários e grandes fortunas Agência Brasil

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O pacote de corte de gastos a ser anunciado nesta quarta-feira (27) pelo governo federal abordará supersalários no serviço público e imposto sobre grandes fortunas, disse há pouco o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Em entrevista coletiva para explicar a criação de 132,7 mil postos de trabalho em outubro, o ministro adiantou alguns pontos das medidas.

“Supersalários, imposto para super-ricos, vem tudo aí. Pacote completo”, disse Marinho. Perguntado se o pacote também envolve aumento de correção na tabela do Imposto de Renda, o ministro simplesmente disse: “Tudo”, sem entrar em detalhes.

Em relação ao seguro-desemprego, Marinho declarou que não haverá mudança de regra. Segundo o ministro, a ideia chegou a ser discutida no pacote, mas não avançou.

“Não há mudança de regra para o seguro-desemprego, por exemplo, mas vamos aguardar os detalhes. Se não eu vou furar o olho do colega [ministro da Fazenda, Fernando Haddad]. [O pacote] será muito diferente do que estava sendo desenhado até então”, disse. Em relação ao abono, Marinho nem confirmou nem negou alterações.

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Marinho confirmou que o pacote a ser anunciado às 20h30, em cadeia de rádio e TV, pelo ministro Haddad será detalhado nesta quinta-feira (28) em entrevista coletiva. Há um mês, o governo tenta enviar medidas de corte de gastos obrigatórios que impeçam, até 2027, o estouro do limite das despesas do arcabouço fiscal. Em vigor desde o ano passado, o marco fiscal restringe o crescimento real (acima da inflação) das despesas do governo a 70% do crescimento real das receitas, limitado a 2,5% acima da inflação por ano.

Debates

Em outubro, Marinho chegou a anunciar que pediria demissão se o Ministério do Trabalho não fosse ouvido na elaboração do pacote. Nesta quarta-feira, o ministro disse ter mudado de opinião porque conseguiu botar as “impressões digitais” nas medidas.

“Eu disse [em outubro] que, se não fosse ouvido, eu pediria demissão. Mas fui envolvido. Participei do debate. Hoje Haddad fará o pronunciamento. Amanhã serão anunciados os detalhes. Lá tem as minhas digitais nos debates lá colocados”, declarou.

Outras medidas

Na segunda-feira (25), Haddad confirmou que o pacote também trará medidas para reformar a previdência dos militares, reformular o Vale Gás e limitar os supersalários no funcionalismo público federal.

Na entrevista de hoje, Marinho disse que o pacote de corte de gastos é necessário para ajustar o ritmo de crescimento dos gastos ao das receitas. “A PEC [proposta de emenda à Constituição] da Transição resolveu um problema herdado do governo anterior e resolveu que a economia funcionasse por dois anos. Agora é preciso ajustar a velocidade de despesas com receitas. No ano passado, o Congresso não aprovou todo o desejado [pelo governo]”, declarou.

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