Economia

GÁS NATURAL

Depois de queda de 91% e praticamente desativadas, termelétricas são reativadas

Uma das usinas passou a operar com 50% de sua capacidade

RENATA PRANDINI

03/04/2017 - 04h00
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Depois de um primeiro bimestre praticamente desativadas, as duas termelétricas no Estado, Willian Arjona (Campo Grande) e Luís Carlos Prestes (Três Lagoas) , deverão aumentar a capacidade de produção. A projeção é do diretor-presidente da Companhia de Gás do Mato Grosso do Sul (MSGás), Rudel Trindade. De acordo com ele, o setor térmico permaneceu em baixa durante todo o ano de 2016, devido às condições climáticas regulares, chegando a 91% de queda no primeiro bimestre deste ano. “O ano passado, foi marcado por períodos regulares de chuvas, o que manteve reservatórios das usinas hidrelétricas dentro da normalidade. Já neste ano, o cenário indica baixa nos reservatórios, principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, o que faz com que a necessidade de energia das termelétricas aumente”, explicou.

Embora não tenha sido a causa da queda na arrecadação estadual, essa retomada das usinas termelétricas, e consequentemente maior demanda por gás natural, pode dar “fôlego” para as contas do Estado - estima-se  pelo menos R$ 60 milhões a menos nos cofres públicos estaduais, por conta, principalmente, pela mudança na política de consumo da Petrobras, que reduziu a importação do gás boliviano. 

Segundo o gerente comercial da companhia, Luiz Antônio Duarte, no primeiro bimestre de 2016, o setor térmico consumiu 121,165 milhões de metros cúbicos (somando as duas unidades). Já no mesmo período deste ano, foram consumidos somente 10,691 milhões de metros cúbicos de gás. Isso sem contar que a unidade já vinha de um período de queda desde o ano passado. Em dezembro de 2016, por exemplo, o consumo mensal da usina Willian Arjona, em Campo Grande, foi de 47,490 mil metros cúbicos de gás, 87,7% inferior se comparado ao mesmo período de 2015,mês em que o consumo foi de 385,262 mil m³.

O mesmo ocorreu com a usina Luís Carlos Prestes, em Três Lagoas, que em dezembro de 2016 havia consumido 248,192 milhões de metros cúbicos de gás, 55,7% a menos que   igual período do ano anterior (560,640 milhões de m³) - quando operando em plena capacidade, o consumo dessas usinas passam de um milhão de metros cúbicos.

*A reportagem completa está na edição de hoje do jornal Correio do Estado. 

 

Balanço

Estado investiu R$ 2,4 bilhões na saúde em 2024

Secretário cita obras no Hospital Regional de Dourados e programa para redução de filas como destaques da gestão neste ano

26/12/2024 12h01

Álvaro Rezende/Governo do Estado

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Um balanço divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostrou que, ao longo de 2024, o Governo do Estado investiu R$ 2.486.710.746,18 na saúde pública. O valor foi aplicado em infraestrutura, modernização das unidades de saúde, aquisição de equipamentos e ampliação de serviços essenciais em municípios de todas as regiões do estado.

Entre as principais iniciativas, a construção e reforma de hospitais regionais, a expansão da rede de atenção básica e a implementação de projeto para redução de filas de espera em consultas e cirurgias.

Divulgação: SES

“Este ano reforçamos nosso compromisso com a saúde do estado realizando ações que trazem melhorias concretas para a população. Avançamos nas obras do Hospital Regional de Dourados, que está em fase final e será um marco no atendimento de alta complexidade para a região. Além disso, com o MS Saúde, ampliamos o acesso a consultas, exames e cirurgias, garantindo que milhares de sul-mato-grossenses recebessem atendimento de maneira mais rápida, eficiente e humanizada”, destacou o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões Corrêa.

O “MS Saúde: Mais Saúde, Menos Fila” foi uma das principais iniciativas, com foco em reduzir as filas de espera e ampliar o acesso a procedimentos cirúrgicos e exames em todo o estado.

“Com esse programa, aceleramos significativamente o atendimento aos pacientes. Os resultados foram muito positivos e seguimos com expectativas ainda maiores, trabalhando para tirar mais pacientes da fila, garantir tratamento adequado e devolver qualidade de vida a essas pessoas”, destacou a superintendente de Gestão Estratégica da SES, Maria Angélica Benetasso.

Além disso, a integração de tecnologias no sistema de saúde permitiu maior eficiência no atendimento e acesso facilitado a exames e diagnósticos.

"Com os avanços ao longo de 2024, a saúde em Mato Grosso do Sul encerra o ano com resultados que reforçam o compromisso do governo em oferecer serviços de qualidade e mais acessíveis à população. As melhorias em infraestrutura, ampliação de programas e a modernização do atendimento criaram uma base sólida para continuar avançando em 2025", destaca a SES.

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PERSPECTIVA

Com entrada do gás argentino, Gasbol voltará a operar em capacidade máxima

Estatal boliviana fechou no mês passado seu 1º acordo para transportar o gás de Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil

26/12/2024 08h30

O Gasbol tem capacidade para transportar diariamente 30 milhões de metros cúbicos; atualmente, metade da capacidade está ociosa

O Gasbol tem capacidade para transportar diariamente 30 milhões de metros cúbicos; atualmente, metade da capacidade está ociosa Foto: Arquivo

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A estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), responsável pela comercialização de gás e petróleo da Bolívia, anunciou o primeiro acordo para transportar o gás de Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil através do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol).

O início do fornecimento do gás argentino para o Brasil está previsto já para 2025. Conforme a previsão, o fornecimento começará com 2 milhões de metros cúbicos por dia e alcançará 30 milhões de m³ por dia até 2030, voltando à capacidade máxima.

A perspectiva é benéfica para Mato Grosso do Sul, uma vez que beneficia a arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e garante matéria-prima para Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3) em Três Lagoas.

O Gasbol tem capacidade para transportar diariamente 30 milhões de metros cúbicos; atualmente, metade da capacidade está ociosa

O contrato foi assinado durante o Fórum Internacional de Hidrocarbonetos, Fertilizantes, Energias Renováveis e Alternativas, realizado na cidade de Santa Cruz de La Sierra, no dia 26 de novembro, e envolve a francesa TotalEnergies e o grupo Matrix Energia do Brasil, que confirmaram a assinatura à Reuters, sem dar mais detalhes. A YPFB não detalhou no comunicado o volume que o contrato vai viabilizar.
A TotalEnergies é a dona de campos em Vaca Muerta, uma das maiores reservas de gás natural da América Latina, localizada no sul da Argentina, e tem autorização do governo argentino para vender gás ao Brasil.

Conforme já havia adiantado o Correio do Estado, a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a importação de gás natural da Argentina e da Bolívia marca um avanço significativo para Mato Grosso do Sul. 

A medida fortalece o Estado como peça central na integração energética regional e na diversificação da matriz energética brasileira, conforme destaca o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.

“Essa portaria autoriza a empresa boliviana YPFB a importar gás natural da Argentina, com volumes de até 5 milhões de m³ por dia, além de gás boliviano. Estamos falando de um potencial de até 7 milhões de m³, que podem atender mercados em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. É um passo crucial para viabilizar a rota pelo Gasbol”, ressaltou o titular da Semadesc.

IMPORTAÇÃO

Nos primeiros 10 meses do ano passado, segundo dados da Semadesc, entraram 3.692.561 toneladas de gás boliviano por Corumbá. Neste ano, no mesmo período, o volume diminuiu para 3.166.300 de toneladas, o que representa recuo de 14%. 

Quando esse comparativo é feito levando em consideração o custo dessa importação, o recuo é um pouco menor, de 10,6%. De janeiro a outubro do ano passado, o ICMS foi computado sobre US$ 1,080 bilhão.

Agora, o imposto incidiu sobre US$ 966,5 milhões. 

O Gasbol tem capacidade para transportar até 30 milhões de m³ por dia e atualmente opera com menos de 50% da capacidade. Com a assinatura desse contrato, a previsão é de que passe a operar em carga máxima nos próximos anos. 

“Achamos que é uma boa opção, dado que o Gasbol está ocioso. Ele tem capacidade para 30 milhões de m³ [diários] e tem passado entre 13 e 15 milhões de m³ por dia, quer dizer, uma ociosidade de 50%. E no curto prazo, o que nós consideramos a mais importante para Mato Grosso do Sul seria a reversão do gasoduto. Como a Bolívia não tem sinalizado a ampliação da oferta nem novos investimentos, esse seria o cenário de curto prazo mais adequado, porque teríamos uma oferta de gás mais barato, aumento da arrecadação de ICMS, devido ao aumento do volume, e seria uma excelente opção para atender a UFN3”, avalia Verruck.

O governo brasileiro tem citado a importação de gás da Argentina como uma forma de aumentar a oferta do insumo e reduzir preços no Brasil. “O acordo é o resultado de um esforço coordenado no âmbito da integração energética regional entre Argentina, Bolívia e Brasil”, afirmou a companhia boliviana.

O secretário ainda destacou os benefícios econômicos e estratégicos dessa integração. 

“Para Mato Grosso do Sul, a medida significa aumento na arrecadação, maior competitividade para o setor industrial e acesso a uma fonte de energia mais barata. Essa é exatamente a prioridade defendida pelo governador Eduardo Riedel. Essa iniciativa reforça a posição de MS como protagonista na agenda de energia sustentável e integração regional, consolidando o Estado como um elo estratégico para o futuro do mercado de gás natural no Brasil”, finaliza Verruck.

ACORDO

O acordo para autorizar a transação entre os três países foi assinado pelos ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Luis Caputo, da Economia da Argentina, durante um evento paralelo à cúpula do G20, no Rio de Janeiro (RJ), no fim de novembro.

Segundo analistas ouvidos pelo Correio do Estado, isso pode fortalecer a competitividade industrial do Estado, gerando ativos como emprego e renda, além de auxiliar na transição energética.

“Ter um novo país para comprar o gás é importantíssimo, uma vez que a balança comercial do Estado tem quase 90% de importação de gás. Como é um produto internacional, para se trazer, há um custo. Contudo, [ele é] necessário, uma vez que MS necessita desse gás para energia, para empresas. Ou seja, é importantíssimo”, pontua o doutor em Economia Michel Constantino.

O doutor em Administração Leandro Tortosa corrobora que uma das questões mais importantes é a atração de empreendimentos e a segurança energética: “Se a gente tiver energia com uma matriz mais diversificada, com mais opções, como seria nesse caso, e com uma redução de custos, mais investimentos podem ser atraídos para Mato Grosso do Sul”.

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