O preço do feijão-carioca subiu e tem pesado no bolso da população.
Chegando a custar R$ 11,90 o quilo, o campo-grandense tem encontrado dificuldades de incluí-lo nas refeições do dia a dia.
E, os que incluem, não desperdiçam e aproveitam tudo o que podem do alimento.
Com isso, o feijão-preto, que é mais barato, tem sido a opção de muitos sul-mato-grossenses, em virtude das altas sucessivas.
A combinação de arroz com feijão, típica na culinária brasileira, não tem sido tão comum nos últimos meses.
Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a nutricionista e pós-graduada em nutrição esportiva, Lauana Emanuela Oliveira, afirmou que é possível substituir a qualidade 'preta' pela qualidade 'carioca', pois as calorias e nutrientes de ambos são semelhantes, mas, o feijão preto se destaca mais por ter mais antioxidante, como a antocianina.
Pesquisa realizada pelo Correio do Estado, nos supermercados Fort (Guanandi), Assaí (Fábio Zahran), Atacadão (Costa e Silva) e Tropical (Spipe Calarge), na data de 17 de janeiro de 2023, aponta que o feijão-preto é mais barato do que o feijão-carioca.
O pacote do feijão-carioca, da marca 'Kicaldo', chega a custar R$ 11,90 no Atacadão e R$ 9,49 no Fort Atacadista.
O quilo do feijão-carioca, da marca 'Paquito', custa R$ 10,39 no mercado Tropical. A mesma marca e qualidade tem o valor de R$ 9,99 no Atacadão e R$ 9,59 no Fort.
O valor do quilo do feijão-preto, da marca 'Kicaldo', é de R$ 7,59 no Fort Atacadista. O pacote de um quilo do feijão-preto, da marca 'Femila', custa R$ 7,99 no Atacadão e a marca 'Sakura' tem o valor de R$ 7,75 no Assaí.
Dados da cesta básica, divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), apontam que o preço do feijão-carioca subiu 4,48% em dezembro de 2022.
Com isso, o alimento registrou a terceira maior alta da cesta básica no mês passado, perdendo apenas para o tomate (24,54%) e óleo de soja (4,63%).
O aumento chega a 19%, se contar os sete registros de alta ao longo dos 12 meses de 2022.
Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a economista Andreia Ferreira afirmou que o feijão-carioca está mais caro devido a diminuição da área plantada, baixa qualidade dos grãos e aumento da disponibilidade do feijão-preto.
“Os consumidores têm trocado muito [feijão-carioca por feijão-preto], porque tem sido o jeito de manter as contas em ordem”, explicou.
A aposentada, Maria Cristina Alves, revelou que está praticamente impossível de comprar o feijão tradicional, que sempre consumiu a vida toda.
“Se eu quiser continuar comendo feijão, vai ter que ser o preto. Eu até gosto do preto, mas prefiro o carioquinha”, contou.
Feijão
O feijão é uma semente da família Fabaceae. É rico em ferro, proteínas, lisina, tiamina, riboflavina, niacina, ácido fólico, ferro, cálcio, potássio e fósforo.
Existem vários tipos de feijão. Confira:
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Feijão-carioca (comum em Mato Grosso do Sul)
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Feijão-preto (comum em Mato Grosso do Sul)
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Feijão-de-corda
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Feijão-fradinho
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Feijão-caupi
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Feijão-jalo
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Feijão-verde
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Feijão-cavalo
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Feijão-adzuki
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Feijão-roxinho
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A nutricionista Lauana Emanuela Oliveira afirmou que a semente é benéfica para a saúde do ser humano.
Além disso, previne anemia, proporciona saciedade, auxilia no bom funcionamento do sistema imunológico e controla níveis de colesterol e glicemia.
“O feijão ajuda a prevenir câncer por causa de alguns antioxidantes, doenças cardiovasculares e controla níveis de colesterol e anemia ferropriva, por ser rico em ferro”, explicou.
Deve-se cozinhar o alimento antes de consumi-lo. A dica é deixá-lo de molho, no mínimo, 16 horas antes do cozimento. Depois disso, é aconselhável descartar esta água e colocar outra para cozinhar. Após isso, pode congelar o alimento.
“Isso vai ajudar a evitar tantos gases e também vai diminuir 80% algumas substâncias antinutricionais, como o fitato, que dificulta absorção de outros nutrientes, o rafinose que é composta por galactose, frutose e glicose, que também não tem uma boa digestão”, detalhou.