Economia

ANO DE ELEIÇÕES

Governo e prefeitura anunciam "bondades tributárias" para 2022

Estado reduz IPVA e prefeitura da Capital congela o IPTU; gestores apontam que as medidas levam em conta o peso da pandemia para a população

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O governo do Estado e a Prefeitura de Campo Grande anunciaram medidas para reduzir o impacto dos principais impostos pagos pela população. 

Após oficializar em Diário Oficial o reajuste de 10,05% no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o prefeito Marquinhos Trad (PSD) decidiu congelar a alíquota com o mesmo valor de 2021. 

Já o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ampliou as medidas e vai oferecer redução no Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA). As mudanças foram apresentadas um ano antes das eleições para a cadeira do Executivo estadual. 

Últimas notícias

Entre as principais mudanças apresentadas pelo governo do Estado estão a ampliação das isenções e a redução do IPVA. 

Eram isentos os veículos com mais de 20 anos de fabricação. A partir da mudança, aqueles com mais de 15 anos de fabricação ficarão livres da alíquota. 

São 204.283 veículos, fabricados entre 2002 e 2006, que deixarão de ter a cobrança do imposto estadual.  

Ainda ficarão isentos 793 ônibus e vans escolares, além dos 2.730 automóveis de bares, restaurantes e empresas do segmento turismo, que tinham sido beneficiados pelo programa Retomada MS.  

Já a redução anunciada pelo governador foi de 0,5% para todos os veículos. Caminhões e ônibus passam de 2% para 1,5% e os carros de passeio, que atualmente têm 3,5%, passam para 3%. As motocicletas permanecerão com a mesma taxa, de 2%.  

Os três decretos instituindo os novos valores e as regras devem ser publicados hoje (10) no Diário Oficial do Estado. 

Já o projeto de lei ampliando as isenções foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa, e deverá tramitar em regime de urgência urgentíssima.

ARRECADAÇÃO

Azambuja explicou que as medidas só foram possíveis porque o Estado atingiu uma condição de estabilidade fiscal. 

“É um ano difícil para todos, para o assalariado, o trabalhador, a trabalhadora. A inflação corrói o salário, aumenta o preço dos itens de consumo e diminui o poder de compra. Quando você abre mão de R$ 178 milhões que sairiam do bolso do contribuinte, você está ajudando também todos os setores que pagam IPVA”, disse.

Em 2021, Mato Grosso do Sul registrou crescimento de R$ 2,344 bilhões na arrecadação com impostos. 

Entre janeiro e setembro, o Estado recolheu R$ 11,991 bilhões em tributos, crescimento de 24,29% no comparativo com os R$ 9,647 bilhões arrecadados no mesmo período em 2020. 

Conforme os dados do Boletim de Arrecadação de Tributos Estaduais do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), este é o maior valor já registrado.  

Para o doutor em Economia Michel Constantino, as alterações nas cobranças são importantes para o orçamento familiar. 

“Isso é importante porque o IPVA e o IPTU são os impostos que mais impactam no começo do ano. Com essa faixa de isenção maior e a redução da alíquota, ele [governo] traz um alívio ao orçamento familiar, principalmente àqueles que não têm um emprego formal. Isso ajuda bastante no início do ano, que é um aperto muito grande”.  

O economista Marcio Coutinho também acredita que são medidas benéficas para a população. “Isso significa que não vai ter aumento do desembolso da população para pagar esses tributos”.

CAMPO GRANDE

A Prefeitura de Campo Grande havia publicado no Diário Oficial do dia 4 de novembro o reajuste de 10,05%. 

Na manhã de ontem, o prefeito Marquinhos Trad afirmou que encaminharia um projeto para a Câmara Municipal pedindo que o aumento não fosse realizado. Os vereadores aprovaram ainda nesta terça-feira (9) a proposta.  

Para o ano que vem, o valor será mantido.“Teremos reajuste zero do IPTU e da taxa de lixo para 2022 com a compensação na LOA [Lei Orçamentária Anual], para que a cidade não sofra nenhum tipo de perda de receita”, destacou o prefeito.

Ao explicar o porquê de voltar atrás na decisão, Trad afirmou que levou em conta as dificuldades dos comerciantes e a falta de aumento do salário dos servidores. 

“Em razão da pandemia, nós entendemos que não seria justa a aplicação acima de 10% do IPTU e da taxa de lixo aos campo-grandenses, é uma medida excepcional que nós estamos enviando à Câmara Municipal”, destacou.

Serão cerca de 450 mil carnês a serem entregues no início de dezembro, a princípio sem reajuste.

“Não é renúncia de receitas, é justiça social”, completou Trad.

O economista pondera que, mesmo sendo a manutenção do mesmo valor, ainda assim a medida é benéfica para a população. 

“A gente esperava um desconto, da mesma forma que o IPVA. Pareceu um feito muito positivo, mas não fez nada mais do que a obrigação porque só manteve, e vai manter a mesma arrecadação. Mas, olhando para as decisões políticas que têm sempre aumentado impostos, não aumentar já é de grande valia porque a gente precisa ter menos peso do Estado nos nossos bolsos”, analisa Constantino.

PLANEJAMENTO

Os economistas ainda apontam que é preciso planejamento para lidar com as despesas com impostos e matrículas, em caso de escolas ou universidades da rede privada. 

“O importante é as pessoas se planejarem com antecedência para pagarem essas despesas à vista. Porque os descontos no pagamento à vista são muito bons. E parcelar somente quando não tiver jeito de pagar à vista. O 13º foi feito para isso, quando ele foi criado, a grande ideia era que tivesse uma bonificação que aliviasse o peso dos impostos. Então é uma alternativa, usar o 13º para pagar essas contas”, indica Constantino.  

O economista Marcio Coutinho explica que são despesas recorrentes. 

“Se a pessoa ainda não se programou, ainda dá tempo. Ela pode separar o décimo terceiro ou parte desse salário para esses impostos. Isso se não estiver endividada. A grande verdade é que as pessoas precisam se planejar, a partir do momento em que se planejam, é mais fácil driblar imprevistos”. 

(Colaboraram Izabela Cavalcanti e Naiara Camargo)

vale da celulose

Preço da celulose dispara e evita tombo maior nas exportações de MS

Cotação média da celulose aumentou quase 61% nos primeiros dez meses deste ano na comparação com igual período do ano passado

21/11/2024 12h30

As exportações de celulose, que passam todas pelo porto de Santos, renderam US$ 2,12 bilhões nos primeiros dez meses de 2024

As exportações de celulose, que passam todas pelo porto de Santos, renderam US$ 2,12 bilhões nos primeiros dez meses de 2024

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O volume das exportações de celulose cresceu 11,4% nos primeiros dez meses de 2024 na comparação com igual período do ano passado. Porém, o faturamento saltou 60,8%. A explicação é a alta no preço médio da celulose neste ano, que passou de US$ 354,9 para US$ 570,9 a tonelada. E por conta disso, o volume exportado por MS neste ano não sofreu queda maior, recuando apenas 3,7%. 

Nos dez primeiros meses do ano passado a Eldorado e a Suzano, ambas instaladas em Três Lagoas, exportaram 3,333 milhões de toneladas. Neste ano, com a ativação da Suzano de Ribas do Rio Pardo, que começou a produzir em julho, o volume exportado passou para 3,716 milhões de toneladas, o que representa aumento de 11,4% na comparação com o ano anterior. 

O faturamento das empresas, por sua vez, aumentou de 1,183 bilhão de dólares para 2,121 bilhões de dólares, conforme mostram os dados divulgados pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semadesc). E, além disso, a cotação do dólar teve alta de 11% no ano,  o que aumenta ainda mais o lucro das duas gigantes da celulose. 

Por conta da ativação do chamado Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo, a celulose já representa 24,4% de tudo aquilo que foi exportado por Mato Grosso do Sul neste ano. Por conta deste nova fábrica, o município passou a fazer parte da lista daqueles que mais exportam, ficando em sexto lugar. 

Nos dez primeiros meses do ano passado, as exportações de Ribas do Rio Pardo somaram de 97,8 mil toneladas, ante 431 mil toneladas em igual período de 2024, o que representa aumento de 423%. Em média, a unidade da Suzano está produzindo 90 mil toneladas de celulose por mês desde o dia 21 de julho. 

RECUO NAS EXPORTAÇÕES

Mas, apesar do bom desempenho da celulose, as exportações como um todo recuaram, 3,7% neste ano no Estado, passando de 9,009 bilhões de dólares para 8,680 bilhões. A principal explicação é a estiagem, que provocou quebra na produção de soja e impediu, durante boa parte do ano, o transporte de minérios pelo Rio Paraguai. 

A exportação de minérios caiu de 5,84 milhões de toneladas para 3,14. O faturamento caiu 29%, recuando de 313 milhões de dólares para 220 milhões. No caso da soja, o recuo no faturamento foi parecido, de 22%. 

BOOM

E a importância da celulose tende a aumentar muito. Além da recém-ativada fábrica de Ribas do Rio Pardo, que vai produzir 200 mil toneladas por mês, outras duas indústrias devem entrar em operação nos próximos cinco anos. 

A primeira está em fase de instalação em Inocência, onde a chilena Arauco promete produzir em torno de 300 mil toneladas por mês, a partir do final de 2027. O investimento será da ordem de US$ 4,6 bilhões (R$ 25 bilhões).

Além disso, a empresa indonésia Bracell já anunciou a instalação de uma fábrica do mesmo porte no município de Água Clara. Por enquanto, a multinacional está na fase dos estudos de impacto ambiental da unidade que deve ser instalada às marges do Rio Verde. O investimento também deve ser da ordem de R$ 25 bilhões. 

Um terceiro mega-investimento está sendo aguardado para Três Lagoas, na duplicação da capacidade de produção da Eldorado, que hoje procuz 1,8 milhão de toneladas por ano. 

 

ATÉ 2032

Com mais uma fábrica de celulose, MS estima 100 mil vagas no setor

Bracell alinhou os próximos passos para a construção de uma indústria de celulose de R$ 25 bilhões em Água Clara

21/11/2024 08h30

O governo de Mato Grosso do Sul confirmou o investimento de US$ 4 bilhões (R$ 25 bilhões) na construção de uma fábrica de celulose da Bracell em Água Clara.

O governo de Mato Grosso do Sul confirmou o investimento de US$ 4 bilhões (R$ 25 bilhões) na construção de uma fábrica de celulose da Bracell em Água Clara. Foto: Gerson Oliveira

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O governo de Mato Grosso do Sul confirmou o investimento de US$ 4 bilhões (R$ 25 bilhões) na construção de uma fábrica de celulose da Bracell em Água Clara. Com mais este aporte bilionário, o Estado estima a criação de 100 mil vagas de emprego na cadeia da celulose até 2032.

O Correio do Estado já havia adiantado que as indústrias anunciadas e em construção em MS garantiriam investimentos privados da ordem de R$ 75 bilhões somente no setor

A região conhecida como Vale da Celulose compreende atualmente os municípios de Água Clara, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Brasilândia, Inocência, Paranaíba, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Selvíria e Três Lagoas.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, apresentou na semana passada um panorama geral dos investimentos já implantados e em implantação na região a empresários do setor imobiliário. 

Durante a apresentação, ele afirmou que, “a previsão é de que até 2032 sejam gerados mais de 100 mil empregos diretos e indiretos nesses municípios, o que pressionará tanto a infraestrutura para atendimento básico em saúde e educação, quanto aumentará muito a demanda por moradias”.

Atualmente, MS tem uma capacidade instalada de 4,9 milhões de toneladas anuais de celulose, produzidas em três linhas operacionais no município de Três Lagoas, sendo duas da Suzano e uma da Eldorado. A capacidade produtiva do Estado foi ampliada em mais 2,55 milhões de toneladas de celulose com a entrada em operação do Projeto Cerrado, da Suzano, elevando para 7,4 milhões de toneladas anuais a capacidade.

No mês passado, conforme adiantou o Correio do Estado, o presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, afirmou que mais de 70% dos R$ 105 bilhões de investimentos previstos no setor de celulose para todo o Brasil serão realizados em território sul-mato-grossense. São quase R$ 75 bilhões de investimentos nos próximos três anos em Mato Grosso do Sul. 

A declaração foi confirmada pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) na ocasião. “É um setor que tem ajudado a transformar Mato Grosso do Sul. Da nossa parte, vamos criar um ambiente de negócios que fique cada vez mais atrativo para setores em que somos competitivos, e a celulose é, sem dúvida, uma das estrelas desse processo. O setor investe R$ 75 bilhões em MS”, destacou Riedel.

O governo de Mato Grosso do Sul confirmou o investimento de US$ 4 bilhões (R$ 25 bilhões) na construção de uma fábrica de celulose da Bracell em Água Clara.Escreva a legenda aqui

NOVA FÁBRICA

No domingo, durante o Fórum Empresarial entre Brasil e Indonésia, no Rio de Janeiro, o governo de MS se reuniu com a Bracell, que confirmou e alinhou os próximos passos para a construção de uma fábrica de celulose em Água Clara.
A empresa pretende investir US$ 4 bilhões (R$ 25 bilhões) na unidade. O processo de licenciamento ambiental foi iniciado, com estudo previsto para ficar pronto até fevereiro do ano que vem.

Conforme o governo do Estado, a unidade terá capacidade produtiva de 2,8 milhões de toneladas de celulose, em uma área localizada a 15 quilômetros do perímetro urbano. A perspectiva é de gerar 10 mil empregos nas obras e 3 mil na operação.

“Participamos do Fórum Empresarial entre Brasil e Indonésia, em que tivemos uma rodada de negócios com empresários dos dois países. O motivo principal da nossa vinda foi para nos reunirmos com a Bracell, que é uma empresa do grupo RGE, da Indonésia, que discute uma planta industrial no Estado”, afirmou o governador Eduardo Riedel.

Riedel destacou que esses novos investimentos da Bracell no Estado vão gerar empregos e melhorar a renda dos cidadãos. “Foi uma reunião muito produtiva, em que conseguimos alinhar uma série de pontos específicos. Ainda prestigiamos este fórum de negócios, que é mais uma oportunidade para buscar novos investimentos”, completou o governador.

O evento teve a presença do CEO da Bracell, Anderson Tanoto, além do presidente da República da Indonésia, Prabowo Subianto, e empresários dos dois países. 
 

Verruck destacou que a nova fábrica de celulose mostra a força de MS no setor.

“O governador aproveitou a oportunidade para apresentar toda a estrutura, em termos de licenciamento ambiental, política de incentivos fiscais e investimentos em logística, que são importantes para essas empresas. Inclusive citou o leilão das rodovias que fazem parte da Rota da Celulose, que vai ocorrer no dia 6 de dezembro, na Bolsa de Valores”, disse o secretário.

Sobre a Bracell, Verruck citou que a empresa já tem investimentos importantes no Estado.

“Ela tem sua base de plantio em Água Clara, que já está se expandindo para Santa Rita do Pardo e Bataguassu. Começou no Estado há cinco anos, tem mais de 2 mil empregos aqui e inaugurou recentemente um viveiro, com mais de 250 mulheres contratadas”.

VALE DA CELULOSE

Mato Grosso do Sul já é reconhecido nacionalmente como o Vale da Celulose, tendo 24% da produção nacional da commodity, a segunda maior área cultivada de eucalipto e o primeiro lugar na produção de madeira em tora para papel e celulose. Também é vice-líder em área plantada com árvores, ficando atrás apenas de Minas Gerais.

A cadeia produtiva florestal em MS gera mais de 14,9 mil empregos diretos e 12 mil indiretos e conta com quatro fábricas de celulose em operação, já tendo sido anunciada a quinta (Arauco) e confirmada a sexta (Bracell). Este cenário é fruto de um ambiente positivo de negócios construído pelo governo do Mato Grosso do Sul.

A reportagem do Correio do Estado adiantou que a Arauco anunciou a expansão de sua capacidade de produção e deve se tornar a maior fábrica de celulose do mundo. A empresa do grupo chileno informou o aumento da capacidade produtiva da planta de Inocência, saindo dos iniciais 2,5 milhões de toneladas para 3,5 milhões de toneladas de fibra de eucalipto por ano. 

O conselho de administração da Arauco aprovou investimento global de US$ 4,6 bilhões (equivalente a R$ 25,1 bilhões) para a construção da unidade em Inocência, a primeira planta do grupo no Brasil. 

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, estão planejadas as segundas linhas de produção da Eldorado Celulose, em Três Lagoas (com uma capacidade prevista de 2,3 milhões de toneladas por ano), e da Arauco, em Inocência (2,5 milhões de toneladas anuais).

A reportagem também informou, na edição do dia 4 de maio de 2024, que os municípios de Figueirão e Alcinópolis são apontados como possíveis locais para a instalação de uma nova indústria. A nova unidade seria resultado de negociações com a multinacional Portucel Moçambique, empresa controlada pela The Navigator Company. 

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