Economia

CELULOSE

Incra nega novo recurso e mantém nulidade do contrato de venda da Eldorado

É o terceiro recurso da Paper Excellence negado pelo Incra, que alega que empresa da Indonésia precisava de autorização do Congresso Nacional para concluir compra

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O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) negou recurso apresentado pela Paper Excellence e reafirmou a nulidade do contrato de venda da Eldorado Celulose, em Três Lagoas. Conforme o Incra, a empresa estrangeira celebrou ilegalmente a aquisição da empresa.

A venda do controle acionário da Eldorado para a Paper Excellence foi feita em 2017, pelos irmãos Joesley e Wesley Batista ao bilionário indonésio Jackson Wijaya, fundador e sócio majoritário da Paper. 

O Incra é setor responsável nacionalmente pela coordenação, supervisão e controle do arrendamento e da aquisição de imóveis rurais por estrangeiros e já havia, em decisões anteriores, oficiado a Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) e a Comissão de Valores Mobiliários para impedir a transferência do controle da Eldorado para a Paper Excellence sem que houvesse autorização do Congresso Nacional para que a empresa de capital indonésio adquira terras estrangeiras no Brasil. 

 A Paper recorreu pedindo a reconsideração da decisão, mas o Incra indeferiu o recurso.

O órgão reforçou a necessidade de cumprimento da legislação brasileira, que determina que estrangeiros só podem adquirir ou arrendar vastas extensões de terras no país mediante a aprovação prévia do Incra e do Congresso Nacional.

O ofício foi encaminhado à Diretoria de Governança Fundiária do órgão. 

O Instituto ressalta ainda que a regra vale, inclusive, quando a transferência de terras se dá por meio de operações de fusões e aquisições de empresas brasileiras que controlem as propriedades rurais, como é o caso da aquisição da Eldorado.

A empresa de capital majoritariamente brasileiro tem sob seu controle mais de 400 mil hectares de terras no Mato Grosso do Sul, sendo adquirida por uma empresa com capital 100% estrangeiro, que é a CA Investiment Brazil, o braço brasileiro da Paper Excellence.

Na quinta (18), a Procuradoria Federal Especializada (PFE) da pasta já havia reafirmado a ilegalidade da aquisição. 

"A autorização do Incra ou do Congresso Nacional, exigidas pela Lei n° 5.709/71 e Decreto nº 74.965/74, obviamente deve ser prévia à aquisição, de forma que após devidamente apurada a questão, cabe ao Incra notificar as partes interessadas", diz o comunicado.

A manifestação embasou a decisão a Coordenação-Geral de Cadastro Rural do Incra sobre recurso da Paper, tendo em vista que a empresa não requereu as autorizações prévias.

Essa foi a terceira vez que a Paper Excellence tentou, sem sucesso, recorrer dessa conclusão no processo administrativo no Incra. 

Agricultura familiar

Plano Safra aumenta recursos para pequenos produtores em 44%

Com juros entre 0,5% e 3% ao ano, agricultura familiar de Mato Grosso do Sul terá crédito de R$ 500 milhões

16/09/2024 16h00

Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc)

Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Mairinco de Pauda

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Foi divulgado nesta segunda-feira (16) o Plano Safra da Agricultura Familiar em Mato Grosso do Sul, que promete fortalecer a agricultura familiar no estado, com um aumento de 44% nos recursos disponíveis para pequenos produtores.

O total agora chega a R$ 500 milhões, com juros acessíveis entre 0,5% e 3% ao ano, prazos de pagamento longos e bônus para quem adotar práticas ambientalmente sustentáveis. A iniciativa busca estimular a produção agroecológica e oferecer melhores condições para o desenvolvimento rural.

Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), celebrou o lançamento do plano, considerando-o "amplo e abrangente", capaz de atender às necessidades do setor no estado.

"O que os produtores da Agricultura Familiar precisavam era de recursos. O governo disponibilizou meio bilhão de reais com linhas de crédito competitivas, juros abaixo da inflação e prazos extensos. Agora, esperamos que os bancos sejam ágeis na liberação dos financiamentos", afirmou.

Novos recursos

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025 para Mato Grosso do Sul inclui várias medidas para facilitar o acesso ao crédito. Em 2023, foram contratadas 6.332 operações de crédito, somando R$ 346 milhões. Com o novo plano, o valor sobe para R$ 500 milhões, representando um acréscimo de 44%.

Entre as novidades estão três fundos garantidores, um deles operado pelo Sebrae, que fornecerá suporte adicional para os agricultores. A linha Pronaf Florestas Produtivas, por exemplo, incentiva a recuperação de áreas degradadas com práticas de silvicultura, oferecendo até R$ 100 mil por operação, com juros de 3% ao ano e prazos que podem chegar a 20 anos, incluindo 12 anos de carência.

"A agricultura familiar em Mato Grosso do Sul tem grande potencial. O Governo Federal está comprometido em garantir que esses recursos cheguem aos pequenos produtores, para que eles possam aumentar a produção de alimentos de qualidade para o mercado interno", destacou o secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Vanderley Ziger.

O Plano

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025 trouxe um recorde de recursos, com a disponibilização de R$ 85,7 bilhões para impulsionar a agricultura familiar no Brasil, um aumento de 10% em relação ao ciclo anterior. Desse montante, R$ 76 bilhões serão destinados especificamente ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Um dos grandes diferenciais deste ano foi a redução das taxas de juros para diferentes tipos de produção, com destaque para a produção agroecológica e orgânica, que conta com taxas de 2% para custeio e 3% para investimento.

O plano também introduziu uma nova linha de crédito para financiamento de máquinas agrícolas de pequeno porte, além de ampliar o microcrédito rural, com uma linha específica voltada para jovens agricultores. Outro destaque é o lançamento do maior edital da história do programa Ecoforte, voltado para projetos de agroecologia e extrativismo, visando a produção sustentável de alimentos.

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INOVAÇÃO

Nível de biosseguridade animal credencia MS a abrigar projeto de genética suína

Mato Grosso do Sul vai abrigar a primeira unidade de produção de sêmen suíno da Agroceres

16/09/2024 08h45

O projeto terá início com 850 reprodutores, podendo até crescer no futuro, dependendo da adesão

O projeto terá início com 850 reprodutores, podendo até crescer no futuro, dependendo da adesão Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

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Com um elevado padrão de biossegurança animal e abundante oferta de matéria-prima, Mato Grosso do Sul se destacou como o local ideal para a primeira unidade de produção de sêmen suíno da Agroceres. 

A instalação, situada a 30 km de Campo Grande, na rodovia MS-040, está prevista para ser inaugurada no final de novembro, com um investimento de R$ 50 milhões. Com capacidade para atender 120 mil matrizes suínas anualmente, a unidade Agroceres PIC promete se tornar uma referência no setor.

Recentemente, representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) visitaram o local.

Entre os presentes, estavam o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta, o coordenador de Pecuária, Marivaldo Miranda, e o gestor de suinocultura Rômulo de Freitas Gouveia Jr. Eles foram recebidos pelo gerente de produção da Agroceres, Nevton Hector Brun, que apresentou o andamento da construção.

A unidade iniciará suas operações com 850 reprodutores, com potencial de expansão conforme a demanda dos produtores.

A meta é introduzir os animais em dezembro e, a partir de fevereiro, iniciar a produção de sêmen, com uma capacidade de mais de um milhão de doses anuais. O foco principal será atender produtores de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

Com equipamentos de última geração e alta tecnologia, a central será a primeira no Brasil a atender às novas normas de bem-estar animal. “Os suínos não ficarão em gaiolas, mas em baias de seis metros quadrados”, destacou Brun.

Sobre a escolha do local, o gerente ressaltou a importância estratégica de Mato Grosso do Sul. “Nós necessitávamos implementar uma unidade na região Centro-Oeste, e aí quando olhamos para a região de Mato Grosso do Sul, ela estava muito bem posicionada nessa questão logística”, afirmou.

Outro diferencial foi o rigor em biosseguridade.

“Precisávamos ter segurança da nossa unidade, da nossa produção. Era importante encontrar um local onde tivéssemos mão de obra disponível, fornecedores para atender a unidade, mas principalmente oferecer essa segurança sanitária para o nosso rebanho em produção. Tudo isso encontramos aqui em Mato Grosso do Sul”, acrescentou.

MÃO DE OBRA

A qualificação da mão de obra local já está em andamento. “Nossa mão de obra é bastante especializada. Estamos agora iniciando o processo de captação desse pessoal local com perfil adequado para este modelo de negócio”, explicou Brun.

Após a contratação, os funcionários passarão por treinamentos em outras unidades da empresa. A operação altamente automatizada irá gerar 20 postos de trabalho.

Para Marivaldo Miranda, coordenador de Pecuária da Semadesc, a central de produção completa o ciclo da suinocultura em Mato Grosso do Sul.

“O Centro de Fornecimento de Material Genético, mais especificamente sêmen de animais de altíssima qualidade, terá capacidade de atender não só o estado, mas também parte de Mato Grosso e Goiás. Isso gera empregos qualificados e nos coloca em uma posição de alta performance na produção de suínos”, destacou.

Rogério Beretta, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, reforçou a importância da iniciativa para o avanço da produção de suínos no estado.

“A escolha de MS para abrigar essa central mostra a relevância da segurança sanitária, da oferta de matéria-prima e do alto nível de biosseguridade local. Tudo isso fortalece a suinocultura e os produtores do Mato Grosso do Sul”, concluiu.

R$ 50 milhões em investimentos

Com investimento de R$ 50 milhões e capacidade de atender 120 mil matrizes suínas por ano, a unidade da Agroceres PIC será inaugurada ainda neste ano, no fim de novembro.


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