Economia

PETRÓLEO

Produção no pré-sal bate novo recorde

Produção no pré-sal bate novo recorde

DA REDAÇÃO

26/02/2014 - 09h45
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A produção de petróleo nos campos operados pela Petrobras na chamada província do pré-sal nas bacias de Santos e Campos atingiu, no dia 20 de fevereiro, a marca de 407 mil barris de petróleo por dia (bpd), configurando novo recorde de produção diária.

Essa produção foi alcançada oito anos após a primeira descoberta, ocorrida em 2006, tempo inferior ao que foi necessário para se chegar ao mesmo patamar em outras importantes áreas de produção marítima no mundo. Na porção americana do Golfo do México, por exemplo, foram necessários 19 anos, depois da primeira descoberta, para se alcançar a produção de 400 mil barris de petróleo por dia. Na Bacia de Campos, foram 16 anos. E no Mar do Norte, nove. Diferentemente dessas áreas, na camada pré-sal toda a produção de petróleo ocorre em águas profundas, o que torna o resultado obtido ainda mais expressivo.

O presente recorde de produção está associado à entrada em operação do poço 9-SPS-77, ocorrida em 18/fev, o primeiro poço produtor a entrar em operação por meio da primeira Bóia de Sustentação de Risers (BSR), instalada no FPSO Cidade de São Paulo, no campo de Sapinhoá. A produção inicial do poço SPS-77 alcançou o patamar de 36 mil barris de petróleo por dia. No dia 07 de fevereiro, foi concluída a instalação da segunda BSR, sendo esta no FPSO Cidade de Paraty.

A marca de 407 mil bpd foi obtida com a contribuição de somente 21 poços produtores. Isso evidencia a elevada produtividade dos campos já descobertos na camada pré-sal. Desses poços, dez estão localizados na Bacia de Santos, que responde por 59% da produção (240 mil barris por dia). Os demais 11 poços estão localizados na Bacia de Campos e respondem por 41% da produção (167 mil barris por dia). Atualmente, a produção do pré-sal ocorre em 10 diferentes plataformas.

Ainda em 2014, entrarão em operação mais três novas plataformas no pré-sal, a P-58, campo de Norte Parque das Baleias (1o trimestre), o FPSO Cidade de Ilhabela (3o trimestre), no campo de Sapinhoá e o FPSO Cidade de Mangaratiba (4o trimestre), no campo de Lula/área de Iracema Sul.

Entre 2015 e 2016, outras oito novas plataformas entrarão em operação para a produção do pré-sal da Bacia de Santos. Isso permitirá que a produção de petróleo operada pela Petrobras na camada pré-sal supere, já em 2017, um milhão de barris de petróleo por dia.
Além do recorde na produção de petróleo, foi obtido novo recorde no tempo de construção de poços na camada pré-sal. O poço produtor SPH-5, localizado no campo de Sapinhoá, a uma profundidade d'água de 2.126 metros e com profundidade final de 5.334 metros, foi concluído em 26/jan com duração total de 109 dias.

Produção na Bacia de Campos 

Os sucessivos recordes alcançados na produção do pré-sal não tiraram a atenção da Petrobras da produção de outras províncias do pós-sal, seja no mar ou em terra. Nos últimos 5 anos, os investimentos na Bacia de Campos totalizaram R$ 76,4 bilhões.

Desde o Plano de Negócios e Gestão 2012-2016, a empresa vem conduzindo o Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef) para as duas unidades operacionais que atuam na Bacia de Campos, responsável por cerca de 75% da produção total da Petrobras no Brasil.

O bem-sucedido trabalho de recuperação da eficiência teve como resultado um aumento de 63 mil barris de petróleo por dia em 2013, quando comparado com a produção que teríamos caso não tivéssemos tido tais ações de melhoria de eficiência operacional. A eficiência da Unidade Operacional da Bacia de Campos (UO-BC) alcançou 75% em 2013 contra os 66% verificados no início do Programa em abr/12.

Já a Unidade Operacional do Rio de Janeiro (UO-RIO) alcançou, em dezembro de 2013, o valor expressivo de 92% de eficiência contra 82% verificados em set/12.

A gestão dos Reservatórios

Os campos da Bacia de Campos têm características que demandam a aplicação do método de injeção de água com o objetivo de se obter o maior volume possível de recuperação do volume de petróleo contido nos reservatórios. Esta água injetada é produzida junto com o petróleo, inicialmente em pequenos volumes e crescentes com o tempo. A aplicação deste método, consagrado na indústria, nos permite projetar em 70% a recuperação do volume de petróleo existente no reservatório do campo de Namorado, por exemplo. Esta mesma projeção indica uma recuperação futura de 52% para o campo de Marlim, e mais de 40% para o campo de Marlim Sul, todos da Bacia de Campos. Os fatores de recuperação mencionados são superiores à média mundial de 35%, segundo dados da IHS - Information Handling Services -, para campos análogos aos da Bacia de Campos.

Atualmente, os campos da Bacia de Campos produzem 1 barril por dia de água para cada barril de petróleo produzido. Esta relação é inferior à média mundial obtida na literatura de referência (Instituto Francês de Petróleo e Society of Petroleum Engineers), que aponta para valores entre 3 e 5 barris de produção de água para cada barril de petróleo produzido.

O declínio natural da produção da Bacia de Campos vem se mantendo abaixo de 10% nos últimos 2 anos, percentual inferior ao padrão mundial de referência, que indica valores de declínio entre 10 e 14% para campos marítimos (CERA - Cambridge Energy e Research Association - e IHS - Information Handling Services).

As unidades da Bacia de Campos constituem um complexo sistema de produção composto por 55 plataformas e mais de 700 poços, produtores e injetores, a maioria via interligações submarinas, nas quais a Petrobras tem aportado significativo esforço de gestão e investimentos para maximizar a contribuição destas áreas para as metas de crescimento da Companhia.

Para tanto, foram previstos, no âmbito do PROEF, dispêndios de US$ 6,3 bilhões entre 2013 e 2017, aplicados na recuperação de poços, sistemas submarinos e plataformas.

Todas as demandas de órgãos fiscalizadores e reguladores estão sendo atendidas conforme prazos estabelecidos. Destaca-se o uso intensivo de Unidades de Manutenção e Segurança (UMS), embarcações que passam temporadas (3 a 6 meses) conectadas por pontes às plataformas, com capacidade entre 300 e 500 profissionais a bordo, realizando reparos e manutenção de todos os sistemas da plataforma. Paralelamente ao uso deste tipo de embarcação, estão sendo realizadas, de forma disciplinada, as paradas de produção necessárias para manutenção da integridade dos diversos sistemas.

Investimentos em Novos Sistemas

Duas novas plataformas já entraram em produção na Bacia de Campos em 2013: a P-63, no campo de Papa-Terra, e a P-55, no campo de Roncador. Outros três sistemas iniciarão produção em 2014: a P-58, no Parque das Baleias, a P-62, no campo de Roncador, e a P-61, em Papa-Terra, com investimento total de US$ 18 bilhões.

Estas plataformas, como todas as demais, receberam todas as autorizações e licenças necessárias, junto às autoridades competentes, para permitir o seu deslocamento para os campos nos quais irão produzir. Tais autorizações são emitidas pela Marinha, IBAMA, Certificadoras de Classe, Receita Federal e Anvisa. 

Fonte: Petrobras

Economia

"Jabuti" em projeto de combustíveis gera custo extra de R$ 1,2 bilhão na conta de luz

Ação integra o projeto de lei conhecido como Combustível do Futuro e beneficia pequenos geradores de energia solar

07/09/2024 08h30

O custo atual de R$ 436 milhões embutido nas contas de luz dos sul mato-grossenses passaria para R$ 1,6 bilhão

O custo atual de R$ 436 milhões embutido nas contas de luz dos sul mato-grossenses passaria para R$ 1,6 bilhão Créditos: Gerson Oliveira

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Uma emenda no projeto de lei (PL) conhecido como Combustíveis do Futuro, adicionada de forma inesperada pelo Senado, deve resultar em um custo de até R$ 1,2 bilhão na conta de luz para os consumidores de Mato Grosso do Sul. É o que aponta o cálculo do Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energisa de Mato Grosso do Sul (Concen-MS). 
A mudança tida como um “jabuti” – quando uma proposta é inserida em um projeto de lei que não tem relação com o seu assunto principal – é vista como negativa por representantes do setor energético de todo o Brasil.

O projeto de lei que estabelece programas nacionais para a descarbonização da gasolina, do diesel, do combustível de aviação e do gás natural foi aprovado no Senado na quarta-feira. Já a emenda apresentada pelo senador Irajá (PSD-TO) ampliou o escopo da legislação, estendendo os benefícios já concedidos a minigeradores de energia solar para a chamada geração distribuída.

Entre os favorecimentos estão isenções totais de encargos e taxas de transmissão e distribuição, que acabam sendo repassadas aos consumidores residenciais que continuam pagando as distribuidoras locais. Isso levanta preocupações sobre o possível aumento das contas de energia, uma vez que a emenda ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados.

Para Mato Grosso do Sul, cálculo realizado pelo Concen-MS com base nas projeções da PSR (Consultoria Especializada em Energia para o Brasil) revela a situação atual e o impacto que pode ser gerado na tarifa com a emenda para os subsídios da micro e minigeração distribuída (MMGD), pagos pelos demais consumidores no Estado.

De acordo com o Concen-MS, o custo atual de R$ 436 milhões embutido nas contas de luz dos sul mato-grossenses passaria para R$ 1,6 bilhão, ou seja, R$ 1,2 bilhão a mais.
Ao considerar as condições praticadas neste ano, em 25 anos, o gasto seria de R$ 10 bilhões. Já com a implementação da emenda, o custo saltaria para R$ 40 bilhões no mesmo período.

A presidente do Concen-MS, Rosimeire Costa, ressalta que o conselho não é contra a energia solar, porém, há detalhes que devem ser considerados quando se instala uma usina de geração em uma residência. 

“Você deixa de pagar o fio [taxa], porém, outra pessoa paga por você. E ainda tem o problema da energia, uma vez que não está sendo consumida durante a produção. Por exemplo, agora, em uma residência que está produzindo energia, mas tem ninguém lá, só está a geladeira funcionando, então ela está produzindo e jogando essa energia na rede”, exemplifica.
Rosimeire complementa que, com essa situação, muitas casas com solário, com energia fotovoltaica jogando energia na rede, geram um problema de engenharia que a rede não suporta e que pode provocar um excesso de carga.

“Nós somos favoráveis, mas achamos que o subsídio, o incentivo, tem que vir do Orçamento Geral da União. O deputado que apresenta o projeto de lei, ele tem que indicar a fonte, e não ficar jogando tudo para a Conta de Desenvolvimento Energético [CDE] e prejudicando os consumidores que já pagam imposto e onerar a fatura de energia elétrica”, aponta.

No âmbito nacional especialistas estimam que a emenda pode permitir a inclusão de cerca de 10 gigawatt (GW) de energia na modalidade com subsídios. Angela Gomes, diretora-técnica da PSR Consultoria, disse em entrevista a Folha de São Paulo que, ao considerar o volume atual de pedidos para conexão, o impacto nos custos para os consumidores finais pode ser significativo nos próximos anos.

O custo atual de R$ 436 milhões embutido nas contas de luz dos sul mato-grossenses passaria para R$ 1,6 bilhãoDivulgação/ Correio do Estado

Durante as discussões no plenário, o relator do projeto, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), manifestou sua oposição à emenda, argumentando que ela poderia aumentar os subsídios e, consequentemente, elevar as tarifas de energia elétrica em todo o País. Ele destacou que uma consultoria do setor elétrico estimou que a extensão do prazo para minigeradores solares resultaria em R$ 100 bilhões entre 2024 e 2050.

Essa estimativa se baseia em uma emenda similar ao PL que trata da geração eólica offshore, que previa uma extensão de 24 meses. A inserção de benefícios à geração distribuída e outros incentivos controversos, como a prorrogação do uso de carvão, tem dificultado a aprovação do texto no Senado.

 

PROJETO DE LEI

A emenda aprovada amplia o prazo para que minigeradores de energia solar concluam a instalação de seus sistemas. Esses geradores, que têm uma capacidade instalada entre 75 kilowatt (kW) e 3 megawatt (MW) e incluem principalmente empresas de assinaturas solares, agora terão até 30 meses, em vez dos 12 meses originalmente estabelecidos pelo Marco Legal da Geração Distribuída de 2022 para finalizar suas obras.

A mudança permite que projetos que não conseguiram ser concluídos no prazo anterior ainda possam acessar os subsídios destinados à geração distribuída.

As grandes associações do setor ainda estão calculando os custos potenciais dessa alteração e prometem divulgar suas estimativas após a conclusão do texto final do projeto de lei pelo Senado. A previsão é de que esses custos não sejam baixos.
A inserção do “jabuti” relacionado à energia solar vai na contramão da posição do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que tem defendido medidas para reduzir o custo das contas de luz.

O governo está acelerando as negociações para tentar aprovar o projeto Combustível do Futuro na Câmara nesta semana, quando a Casa realizará um “esforço concentrado” antes das eleições municipais.

 

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Senado

Tereza Cristina destaca aprovação do hidrogênio de baixo carbono

De acordo com o texto aprovado, o PHBC deverá conceder crédito fiscal na comercialização de hidrogênio de baixa emissão de carbono e seus derivados produzidos no território nacional.

07/09/2024 07h33

Tereza Cristina, senadora pelo PP em Mato Grosso do Sul.

Tereza Cristina, senadora pelo PP em Mato Grosso do Sul. Foto: Marcelo Victor

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A senadora Tereza Cristina (PP) comemorou o fato de o plenário do Senado ter aprovado, na quarta-feira, o Projeto de Lei (PL) nº 3.027/2024, que estabelece regras para o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC). Agora, o PL segue para sanção presidencial.

O tema foi vetado na sanção do projeto do marco regulatório do hidrogênio de baixa emissão de carbono (PL nº 2.308/2024). Apresentado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, a proposta recebeu parecer avorável do relator da matéria no Senado, Otto Alencar (PSD-BA), que ressaltou que o PL preenche uma lacuna deixada com o veto presidencial.

Segundo o texto, o PHBC deverá conceder crédito fiscal na comercialização de hidrogênio de baixa emissão de carbono e seus derivados produzidos no território nacional.

“A aprovação desse projeto marca um avanço importante na transição energética do Brasil, promovendo a redução de emissões em setores estratégicos e o incentivo ao uso de novas tecnologias”, destacou Tereza Cristina.

“O futuro da nossa indústria e a preservação do meio ambiente precisam andar de mãos dadas, e esse é um passo decisivo na direção de uma matriz energética mais limpa e sustentável”, complementou.

O total de crédito fiscal passível de ser concedido entre 2028 e 2032 será de R$ 18,3 bilhões (valor previsto no texto vetado). Os limites anuais de créditos serão R$ 1,7 bilhão em 2028, R$ 2,9 bilhões em 2029, R$ 4,2 bilhões em 2030, R$ 4,5 bilhões em 2031 e R$ 5 bilhões em 2032.

 

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