Economia

análise

Reforma tributária deve frear arrecadação de Mato Grosso do Sul

Estudo do Ipea simula cenário em que o Estado teria crescimento abaixo da média nacional de 1,5%

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Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta Mato Grosso do Sul como uma das seis unidades da Federação (UF) que apresentarão potenciais perdas na arrecadação após a reforma tributária. O Estado aparece com média de recolhimento de 0,9%, ficando abaixo da média nacional, de 1,5% ao ano.

Conforme mostrado em reportagens do Correio do Estado, Mato Grosso do Sul vem batendo recordes de arrecadação com todos os tributos nos últimos anos. A média de entrada de recursos nos cofres do Estado é de R$ 1,6 bilhão mensais. No cenário apontado pelo estudo, MS teria uma desaceleração nas próximas décadas. 

Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, São Paulo e Rondônia também aparecem na lista de estados “perdedores”. A nota técnica apresenta simulações em que nenhuma das unidades é impactada negativamente pela nova política tributária por conta da regra de transição de 50 anos. 

Com a primeira fase já aprovada na Câmara, no início do mês de julho, o texto da reforma tributária garante, em tese, que nenhuma das 27 UFs do País sofram perda na arrecadação. Todavia, o estudo citado traz panoramas atualizados para a questão, tendo como base os valores arrecadados pelos estados em 2022.
Na esfera regional, os valores de arrecadação do ano passado em Mato Grosso do Sul são consideradas com o emprego do modelo apresentado pela reforma, com o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), tributo unificado que incidirá de maneira não cumulativa.

Deste modo, o contexto que considera um crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% ao ano coloca MS como um dos mais afetados na arrecadação progressiva, nos 50 anos de transição, nos quais, de acordo com a simulação, o porcentual obtido pelo Estado é de 0,9% de crescimento na taxa média real em um ano.

“Muitos desses estados que são apresentados como perdedores, dependendo do impacto positivo da reforma, podem se transformar também em ganhadores”, afirma o pesquisador do Ipea Sérgio Gobetti.

Vale destacar que, utilizando os mesmos resultados expostos na simulação, Mato Grosso do Sul exibe elevação no volume de suas receitas, porém, com perda de espaço na totalidade do recolhimento, por conta do crescimento que fica abaixo da média nacional durante os 50 anos de transição.

Trecho da nota técnica ressalta que, quando analisado quem são os “ganhadores”, fica constatado que são, em geral, estados menos desenvolvidos e municípios mais pobres.

A advogada tributarista e sócia do escritório Barbosa Milan Raiana Barbosa analisa o reflexo para Mato Grosso do Sul, destacando que há uma preocupação evidente com a tendência de redução da arrecadação advinda da nova regra tributária.

“Hoje, a maior receita do Estado é oriunda do ICMS, imposto que será extinto caso a reforma seja aprovada. Não suficiente, os indicadores demonstram que o Estado será um dos mais afetados”.
“Apesar de necessária, é preciso ter atenção, especialmente no sentido de que a reforma tributária deve promover igualdade de condições e de manutenção de crescimento dos estados e dos municípios”, conclui.

SEM TRANSIÇÃO

Não considerando as regras para a transição do novo sistema tributário, o instituto faz a simulação com a base tributável do consumo das famílias e das compras governamentais, para mensurar qual seria a receita de cada estado com o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), cobrado no destino, em substituição ao Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

Neste cenário não foi considerada a transição, nem efeitos positivos sobre o crescimento econômico nem o seguro contra perdas de receitas. Perde receitas o conjunto dos governos estaduais e municipais dos seguintes estados: São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Amazonas e Rondônia.

Nessa conjuntura, o estudo do Ipea salienta que há um deslocamento de receita das UFs de PIB per capita médio ou alto para as de menor nível de renda. 

“O efeito redistributivo total é da ordem de 7%, ou seja, considerando que cerca de R$ 54 bilhões dos R$ 801 bilhões de receita ‘trocam de mãos’, favorecendo UFs que concentram 70% da população brasileira”, justifica.

COM TRANSIÇÃO

Nesta situação todas as mudanças que serão implementadas junto à reforma serão consideradas, com a regra de transição gradual com duração de cinquenta anos, período no qual a receita dos impostos será dividida em duas partes, sujeitas a critérios de repartição diferentes.

Uma parcela decrescente das receitas será repartida consoante aos porcentuais de participação de cada estado e município no bolo tributário (média entre 2024 e 2028); uma parcela crescente das receitas será distribuída conforme o princípio do destino.

“Simplificadamente, a transição prevê que, em cinco anos, 90% da receita do IBS ainda estará sendo distribuída pela regra antiga, e 10% segundo as novas regras. Esses dois porcentuais vão cair e aumentar, respectivamente, dois pontos porcentuais ao ano (a.a.), de modo que, apenas no quinquagésimo ano toda a receita será integralmente entregue ao destino”, explica o relatório do Ipea. 

“Isso significa que, no meio da transição, em 25 anos, ainda teremos 50% do bolo de receitas sendo distribuído conforme o status quo atual (média de 2024 a 2028)”, completa o estudo.

Na visão dos pesquisadores, o recuo nas arrecadações será evitado por conta da regra de transição, que prevê, nas primeiras décadas, que a maioria das receitas continue a ser distribuída pelas regras atuais. Já no meio da transição, metade dos recursos se manteria como hoje e outra metade seria entregue para a localidade de consumo.

Outro ponto destacado é o fundo de compensação, que conta com 3% da receita do novo imposto e ajudaria a reforçar o caixa dos estados que perderiam no acúmulo de receitas.

Vale ainda destacar que os cenários apresentados não consideram a possibilidade de que as mudanças no sistema tributário possam levar a um crescimento adicional da economia no período, fato que é tido como certo na implantação do novo regime tributário no País.

 

DINHEIRO NO BOLSO

13º salário vai injetar R$ 4 milhões na economia de MS

O décimo terceiro salário pode ser pago em duas parcelas, sendo a primeira entre 1º de fevereiro e 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro

15/11/2024 11h45

Com 13º, sul-mato-grossense estará com o bolso repleto de dinheiro neste fim de ano

Com 13º, sul-mato-grossense estará com o bolso repleto de dinheiro neste fim de ano ARQUIVO/CORREIO DO ESTADO

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Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que o 13º salário vai injetar R$ 4.248.873.355,06 na economia de Mato Grosso do Sul, em 2024.

Desse número, R$ 1.212.645.751são destinados aos aposentados/pensionistas e R$ 3.036.277.604 aos trabalhadores do mercado formal.

Em comparação ao ano anterior, houve aumento de 12,5% não o valor, representando um acréscimo de R$ 471.036.009,14.

Em relação a participação do PIB brasileiro, o percentual fechou em 1,58%. Na estimativa do valor em relação ao PIB estadual, foi observada uma discreta alta em 0,1 p.p, posto que a participação foi de 2,3%.

O décimo terceiro salário pode ser pago em duas parcelas, sendo a primeira entre 1º de fevereiro e 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro.

O número de beneficiários (aposentados/pensionistas + mercado formal) cresceu 7,5%, o que representa um aumento de 84.573 pessoas, totalizando 1.211.446 pessoas.

A quantidade de trabalhadores no mercado formal é de 855.281 pessoas, representando 70,6% do total de beneficiários do Estado.

Já os aposentados e pensionistas representam o quantitativo de 356.165 pessoas, equivalente a 29,4% dos beneficiários em MS.

O valor médio da remuneração dessas pessoas alcançou o valor de R$ 1.581,22, aumento de R$ 64,71 em valores monetários, ou de 4% em valores percentuais.

O governo de Mato Grosso do Sul e a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) ainda não divulgaram quando vão depositar os valores na conta dos servidores.

Veja na tabela:

Com 13º, sul-mato-grossense estará com o bolso repleto de dinheiro neste fim de ano

13º salário

Todos os trabalhadores com carteira assinada têm direito ao 13º salário, incluindo os que trabalham em regime de tempo parcial ou intermitente.

O cálculo do 13º salário é feito com base no salário bruto do trabalhador. Para calcular, você divide o salário bruto por 12 e multiplica pelo número de meses trabalhados no ano.

No 13º salário, são feitos descontos de INSS e IRRF. O valor dos descontos depende do salário bruto e da faixa de renda do trabalhador.

O 13º salário pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro. 

aumento

Litro da gasolina registra alta de quase 11% em MS

Levantamento da ANP aponta que o litro do combustível fóssil passou de R$ 5,33 na primeira semana deste ano para R$ 5,91 no início deste mês

15/11/2024 08h30

Litro da gasolina varia entre R$ 5,49 e R$ 7,09 em todo o Estado

Litro da gasolina varia entre R$ 5,49 e R$ 7,09 em todo o Estado MARCELO VICTOR

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Em Mato Grosso do Sul, o preço do litro da gasolina apresentou uma elevação de 10,87% neste ano. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em janeiro, o valor médio do litro do combustível custava R$ 5,33, passando para R$ 5,91 na primeira semana deste mês. Ou seja, aumento de R$ 0,58 por litro.

Conforme o levantamento, entre os dias 7 e 13 de janeiro, a gasolina era vendida no Estado com valor mínimo de R$ 5,09 e máximo de R$ 6,84. Já entre os dias 3 e 9 deste mês, a menor precificação encontrada para o combustível fóssil foi de R$ 5,49 e a maior, R$ 7,09 por litro.

O mestre em Economia Lucas Mikael destaca aspectos que podem ter contribuído para o aumento nos preços dos combustíveis de janeiro a novembro deste ano, com destaque para a gasolina. 

“Os principais a serem destacados são o aumento dos custos das distribuidoras e dos postos, repassados diretamente ao consumidor. No entanto, o maior peso ainda cai sobre os impostos, e também a oscilação do dólar frente ao real encarece as importações de taxas de petróleo, enquanto a elevação global nos preços do barril, motivada por esforço geopolítico, especialmente no Oriente Médio, eleva o custo da matéria-prima”, analisa.

O doutor em Economia Michel Constantino acrescenta que a majoração está totalmente ligada ao aumento de impostos federais, principalmente na gasolina.

“Como o etanol faz parte da composição da gasolina, o aumento da gasolina puxa o preço do etanol para cima”, esclarece. 

“Esse aumento é em todo Brasil, e temos um efeito multiplicador na economia, aumenta preço do frete, do transporte e do custo de produção, elevando preços dos alimentos”, relata o economista, reforçando que além disso, os fatores econômicos, como a carga tributária elevada e as margens de lucro na distribuição, também interferem no preço para a ponta da cadeia.

O economista Eduardo Matos destaca que o aumento também reflete a volatilidade no mercado internacional e a política de preço de paridade de importação imposta pela Petrobras.
“Essa dinâmica ajusta os valores conforme a cotação do petróleo e as flutuações do câmbio, afetando diretamente o preço de refinarias e postos de distribuição”, detalha.

Com a elevação de preços, é importante destacar que a gasolina permanece em desvantagem em relação ao biocombustível. Na comparação de preços, o álcool continua mais vantajoso.

Para descobrir se vale a pena fazer a troca, basta dividir o valor do etanol pelo da gasolina, e o resultado deve ficar abaixo de 0,70. Por exemplo, ao dividir R$ 3,86 (etanol) por R$ 5,91 (gasolina), o resultado é 0,65. Portanto, nesse caso, a substituição ainda é viável.

COMBUSTÍVEIS

Ao mesmo tempo, a tendência é de alta nos últimos meses principalmente para o etanol, que acumula elevação significativa de 19,5% no acumulado do ano. Em janeiro, o litro do biocombustível custava R$ 3,23, passando para R$ 3,86 na primeira semana deste mês, alta de R$ 0,63 por litro.

Os relatórios da ANP mostram que o álcool segue tendência de alta desde o segundo mês do ano, com os preços se elevando mês após mês, com destaque para a primeira semana de julho, quando o etanol atingiu média de R$ 4,08 em Mato Grosso do Sul. Após a marca, os preços seguiram um recuo leve, chegando a média de R$ 3,86 entre os dias 3 e 9 deste mês.

Para o álcool, o preço mínimo praticado neste mês em MS foi de R$ 3,57, enquanto o maior valor pesquisado foi de quase R$ 5 (R$ 4,98). Contudo, Matos ressalta que o preço praticado atualmente pelo Estado para o etanol é um dos menores. 

“Mesmo com a alta acumulada, ele é um dos mais baixos na história do Estado. Isso por conta dos investimentos que a cadeia recebeu, é claro, a cana-de-açúcar, que historicamente é o principal, mas também abertura de usinas de etanol de milho”, frisa o economista.

Já o diesel também registrou elevação nos preços de revenda para o consumidor. Contudo, o porcentual alcançado para o combustível fóssil ficou em apenas 1,02%. Para o diesel S10, a diferença mostrada pelo levantamento da ANP é de R$ 0,15 (2,56%).

O diesel comum tinha preços que variavam de R$ 5,35 a R$ 7,49 no início do ano, com média de R$ 5,87. Na primeira semana deste mês, o litro do diesel foi encontrado em MS em seu menor e maior valor a R$ 5,57 e R$ 7,47, respectivamente, o que resultou em média de R$ 5,93.

Para o diesel categoria S-10, a flutuação de preços também foi moderada. Na primeira semana de janeiro, o preço médio de revenda no Estado era de R$ 5,86. Já na última semana do mês passado, o valor foi a R$ 6,01.

DEFASAGEM

Os relatórios da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) do dia 14 mostram que a defasagem da gasolina ficou com média negativa de R$ 0,02 (ou -1%) e a do óleo diesel, de
R$ 0,12 (ou -3,0%), no comparativo com os valores praticados no mercado internacional. 

Conforme o levantamento de Preços de Paridade de Importação (PPI), com a estabilidade no câmbio e nos preços de referência do óleo diesel e da gasolina no mercado internacional no fechamento do dia útil anterior, o cenário médio de preços está abaixo da paridade para o óleo diesel e para gasolina.

Litro da gasolina varia entre R$ 5,49 e R$ 7,09 em todo o Estado

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