Economia

BENEFÍCIO

Com aprovação de Renda Básica, cerca de 30 mil famílias campo-grandenses serão beneficiadas

Projeto segue para sanção do prefeito Marcos Trad

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A emenda nº 128, de autoria da vereadora Camila Jara (PT), que propõe a implantação da Renda Básica, em Campo Grande, deve beneficiar cerca de 30 mil famílias, com três parcelas de R$ 300.

A emenda foi garantida por meio da aprovação do Projeto de Lei nº 10.320/21, na quinta-feira (2), que dispõe sobre o Plano Plurianual (PPA) de Campo Grande entre 2022 e 2025, com investimentos de mais de R$ 15,6 bilhões nos próximos quatro anos.  

Agora o projeto segue para sanção do prefeito Marcos Trad.

“Garantimos em lei um programa de transferência de renda para Campo Grande. Essa é uma luta nossa, uma luta por uma cidade menos desigual e que a gente vem travando desde março, mas é uma conquista das pessoas que mais precisam, dos mais vulneráveis”, comemorou a vereadora.  

Com 138 emendas, o documento elenca seis principais eixos: mobilidade urbana, educação, segurança, assistência social, saúde e desenvolvimento sustentável.

AÇÃO

Também na quinta-feira, pela manhãs, a vereadora distribuiu em pontos estratégicos, cestas básicas contendo cinco itens, detalhando o acúmulo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a alta dos alimentos.

A cesta inclui um óleo, indicando inflação acumulada de 6,68%; café 37,33%; açúcar 51,79%; macarrão 4,04% e arroz 13,47%.  

Junto à cesta também veio um exemplo de conta de luz, no valor de R$ 285,40, processo de ordem de despejo e uma lista especificada, com gás de cozinha custando R$ 100; remédios R$ 143; 2 quilos de carne R$ 56 e fralda R$ 50, totalizando R$ 349.

Segundo Camila Jara, o objetivo é reforçar que a proposta da Renda Básica vai muito além da distribuição de alimentos, dando liberdade para a família usar o dinheiro com aquilo que considera mais urgente e necessário, como aluguel ou comprar itens que não vêm na cesta.

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Transporte

Hidrovia Paraguai-Paraná entra no radar de disputas de poder entre EUA e China

MS detém 18% de trecho economicamente navegável e exporta em torno de 12% do volume de carga

26/12/2025 08h00

O aumento da oferta de commodities exportáveis fortaleceu a imagem do eixo Paraguai-Paraná como área de interesse global

O aumento da oferta de commodities exportáveis fortaleceu a imagem do eixo Paraguai-Paraná como área de interesse global Rodolfo César

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O modal de transporte aquaviário no Rio Paraguai, que se conecta ao Rio Paraná e, mais adiante, ao Rio da Prata, próximo ao Oceano Atlântico, liga Bolívia, Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai e passou a integrar, neste ano, um contexto econômico marcado por monitoramento e disputas de influência entre Estados Unidos e China.

As iniciativas de infraestrutura para garantir a navegabilidade permanente da hidrovia no trecho que passa por Mato Grosso do Sul se conectam a obras em andamento nos demais países, viabilizando um corredor estratégico para o transporte de commodities. 

Neste ano, enquanto avançam as discussões sobre a concessão do trecho sul-mato-grossense da hidrovia no Pantanal, EUA e China passaram a concentrar suas atenções em áreas da Argentina, na região de Rosário, e do Paraguai, nas proximidades de Villeta, município a cerca de 30 quilômetros de Assunção.

Com 3,2 mil km de extensão, sendo aproximadamente 600 km no trecho entre Corumbá e a Foz do Rio Apa, foco do projeto de concessão, a hidrovia conecta mais de 100 portos, 5 deles em Mato Grosso do Sul. O volume transportado supera 100 milhões de toneladas por ano, envolvendo minério de ferro e manganês, extraídos em Corumbá e Ladário, e soja brasileira, além de milho, minerais, como lítio e cobre, e gás natural de diferentes regiões da Argentina, incluindo Vaca Muerta.

O corredor entrou definitivamente no radar dos negócios globais por seu potencial de escoar até 40% da demanda mundial de grãos em cinco anos, segundo estudos da Bolsa de Comércio de Rosário. Além disso, há projeção de ampliação do transporte de minério de ferro para até 25 milhões de toneladas anuais até 2030. A matéria-prima extraída em Corumbá apresenta teor superior a 65% de ferro, o que agrega valor no mercado internacional.

Nesse contexto, a LHG Mining, responsável pelo maior volume de exportação do minério, estuda a incorporação de um sócio estrangeiro. Neste ano, a produção deve ser fechada em 12 milhões de toneladas. Do lado boliviano, a exploração mineral na região de Mutum, na fronteira com o Brasil, também depende fortemente da hidrovia, especialmente por meio do porto de Puerto Quijarro.

O aumento progressivo da oferta de commodities exportáveis e as previsões de obras para assegurar navegação contínua em trechos do Brasil, do Paraguai e do Argentina fortaleceram a imagem do eixo Paraguai-Paraná como área de interesse global.

 O analista internacional Gregory Ross, especializado em comércio no Cone Sul, avalia que a hidrovia já está no centro de uma disputa de poder entre Estados Unidos e China, com vantagem, no momento, para a presença chinesa na América do Sul.

“No ano passado, o Rio Paraguai atingiu recorde de nível baixo, o que causou um prejuízo estimado em US$ 300 milhões [cerca de R$ 1,65 bilhão] na economia do Paraguai. A combinação de vulnerabilidades e valor estratégico está atraindo atores externos. Beijing segue expandindo seu acesso na América do Sul para a agricultura e recursos minerais. As empresas chinesas estão buscando espaço, como a inauguração do Porto Chancay, no Peru, investimento de US$ 3,5 bilhões [em torno de R$ 19,3 bilhões], e o plano de ligar essa estrutura ao Brasil por trilhos”, analisou Ross, em artigo publicado na Americas Quarterly.

Segundo o analista, essa disputa global também abre espaço para rearranjos de poder entre países da região, o que pode reduzir o protagonismo brasileiro. 

“Hoje, toda essa demanda depende de diplomacia, conhecimento técnico e investimentos direcionados. O Paraguai, por exemplo, ofereceu aos EUA um porto no modelo ganha-ganha, para elevar a influência regional paraguaia”, acrescentou Ross.

Enquanto a China atua na Argentina por meio da Shanghai Dredging Co., subsidiária da China Communications Construction Company, empresas norte-americanas com experiência no Rio Mississippi realizam estudos entre Concepción e Assunção para dragagem e ampliação do canal. O U.S. Army Corps of Engineers já apresentou propostas técnicas ao Paraguai para garantir navegação durante todo o ano.

LADO BRASILEIRO 

No Brasil, em meio à disputa internacional, os interesses permanecem concentrados no território nacional. O governo federal atua para viabilizar a transferência à iniciativa privada do trecho da hidrovia em Mato Grosso do Sul. A concessão, inicialmente cogitada para este ano pelo Ministério de Portos e Aeroportos, deve ser debatida apenas em 2026.

A etapa atual depende da análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que entrou em recesso no dia 15 e retoma os trabalhos em 16 de janeiro. O processo está sob relatoria do ministro Benjamin Zymler e não tem prazo definido para conclusão. 

Trata-se da primeira concessão hidroviária do País, ainda sem referências consolidadas nos campos jurídico, tarifário, técnico e ambiental.

Como 2026 será ano eleitoral, a expectativa nos bastidores é de que, mesmo se aprovada, a concessão só avance efetivamente a partir de 2027.

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Economia

FIDCs crescem 22,5% e alcançam R$ 741,1 bi em doze meses encerrados em novembro de 2025

O número de contas de investidores mais que dobrou, passando de 147,3 mil para 333,7 mil

25/12/2025 20h00

Crédito: José Cruz / Agência Brasil

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A indústria de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) têm forte crescimento. Nos últimos doze meses encerrados em novembro, o patrimônio líquido desses fundos cresceu 22,5%, alcançando a marca de R$ 741,1 bilhões. O número de contas de investidores mais que dobrou, passando de 147,3 mil para 333,7 mil. Os dados fazem parte do novo dashboard de FIDCs, disponível no ANBIMA Data, que reúne informações detalhadas sobre esse tipo de produto.

"Os FIDCs vêm consolidando cada vez mais seu papel no financiamento da economia real e ganhando espaço entre os investidores que buscam diversificação. A tendência é de crescimento consistente dessa classe, impulsionada pela ampliação do uso de instrumentos de crédito estruturado, pela eficiência desses veículos na alocação de capital e pelo interesse crescente do varejo", afirma Julya Wellisch, diretora da Anbima.

O número de contas de investidores em geral que aplicam em FIDCs subiu de 2,4 mil para 34,3 mil, um salto de 1.329,2%. Já o número de contas de investidores qualificados, que já podiam alocar recursos no produto antes da Resolução CVM 175, passou de 97,8 mil para 239,7 mil, um aumento de 145,1%. O crescimento entre os investidores profissionais foi menor, de 55,2%, passando de 20,3 mil para 31,5 mil contas.

O volume captado em ofertas de FIDCs também foi expressivo nesse período. De dezembro de 2024 a novembro de 2025, foi acumulado um valor de R$ 90,1 bilhões em emissões, com os fundos de investimento sendo os principais compradores. Em novembro, dos R$ 6,4 bilhões captados em 91 operações, os fundos subscreveram 75%, equivalente a R$ 4,8 bilhões.
 

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