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Salários de servidores da Capital e Estado devem injetar R$ 1,8 bilhão em 37 dias

São três folhas de pagamento que movimentam recursos em Campo Grande e em todo Mato Grosso do Sul

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Os funcionários públicos de Mato Grosso do Sul receberão a segunda parcela do 13º salário, e os da Prefeitura de Campo Grande, o montante integral, até o dia 20 de dezembro.

Fora a gratificação natalina, os servidores receberão as folhas de pagamento de novembro e dezembro em um intervalo de pouco mais de 30 dias. Somadas as três folhas de pagamento do Estado e da Capital, serão injetados cerca de R$ 1,86 bilhão na economia estadual.

No caso da gestão estadual, a estimativa foi realizada com base na folha de pagamento de outubro, quando foram desembolsados R$ 593 milhões para pagamento de 85 mil servidores ativos, aposentados e pensionistas.

Os recebíveis de novembro e dezembro somados à segunda parcela do 13º salário devem passar de R$ 1,3 bilhão. 

Em julho, o Estado antecipou a primeira parte da gratificação natalina e pagou R$ 208 milhões aos funcionários.

Na época, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) garantiu que o servidor público de Mato Grosso do Sul receberia os três pagamentos em dezembro deste ano: salário referente ao mês de novembro, restante do 13º e remuneração referente ao mês de dezembro. 

“O salário de dezembro eu já determinei à minha equipe que vou pagar no mês de dezembro de 2022. Servidores públicos de MS, podem ficar muito tranquilos que eu não vou entregar o governo como entregaram para mim em janeiro de 2015. Vocês vão estar servindo a Mato Grosso do Sul com salário todo em dia, os compromissos nossos todos em dia”, ressaltou o governador na época.

Conforme apurou o Correio do Estado, a expectativa é de que o governo anuncie ainda nesta semana as datas em que os pagamentos serão realizados. Geralmente, o salário é disponibilizado no dia 1º de cada mês na conta do servidor, no entanto, no mês passado, o Estado antecipou em alguns dias o depósito. 

A Prefeitura de Campo Grande informou ao Correio do Estado que o 13º dos 27 mil servidores do Executivo municipal será pago “em parcela única até o dia 20 de dezembro”. 

Segundo a gestão, a despesa é de cerca de R$ 155 milhões para o 13º salário, e a dos meses de novembro e dezembro fica em torno de R$ 180 milhões. 

COMÉRCIO

Os pagamentos dos recursos geram expectativas positivas para o comércio. O mestre em Economia Eugênio Pavão afirma que o último trimestre como um todo representa otimismo para os setores da economia. 

“Para o Natal deste ano, a expectativa é de aumento nas vendas, significando a demanda por mão de obra temporária e a contratação de grande número de funcionários. A expectativa do comércio é de crescimento das vendas em relação aos anos anteriores, com a recuperação da renda, alta do emprego formal e oferta maior para os consumidores”.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG), Adelaido Vila, acredita que o pagamento em dia realizado pela prefeitura e o governo faz com que o varejo conte com esses recursos adicionais.

“Somando trabalhadores do município, do governo do Estado e federais em Campo Grande, são em torno de 130 mil trabalhadores recebendo essa folha tripla. O administrador público acaba antecipando também o pagamento, que seria na primeira semana de janeiro. Isso faz com que o varejo tome ares bastante significativos de prospecção de venda no momento em que o setor começa a fazer uma grande retomada”, diz. 

“Então, essas folhas sendo pagas realmente trazem um alento, geram mais emprego e renda e movimentam a economia. Isso tudo é muito bom, tanto para os empregos diretos como indiretos”, conclui Vila. 

CENÁRIO

Conforme publicado no Correio do Estado na edição de 11 de novembro, o pagamento do 13º salário do setor formal de trabalho trará um incremento de R$ 3.185.651.027 à economia de Mato Grosso do Sul neste ano.

A estimativa é realizada anualmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). 

O valor considera os assalariados dos setores público e privado e ainda os aposentados e pensionistas. Os economistas ouvidos pelo Correio do Estado apontam que a gratificação natalina movimenta a economia com compras e pagamentos de contas e impostos. 

O montante representa alta de 7,63% na comparação com 2021 – acréscimo de R$ 225.793.33,01.

Em relação à quantidade de pessoas que recebem o benefício, também houve crescimento: este ano, são 1.080.316 pessoas, o que representa um crescimento de 2,34% da participação de trabalhadores ou 24.714 pessoas. 

De acordo com o doutor em Economia Michel Constantino, o número de pessoas a mais que recebem o benefício neste ano é reflexo da recuperação econômica de Mato Grosso do Sul e da ampliação do número de trabalhadores no mercado formal.

“O desemprego caiu de forma muito positiva, o mercado com carteira assinada se recuperou e agora teremos mais resultados positivos. A recuperação econômica se deu desde o início do ano em Mato Grosso do Sul, e o Brasil bateu recorde de abertura de empresas. O reflexo é mais emprego formal e mais dinheiro com o consumidor”, avalia.

“Esse período de fim de ano representa um cenário importante para a economia. Com o 13º, as bonificações e, consequentemente, o aumento do consumo, o mercado produz mais, contrata mais e há um clima positivo de melhoria do bem-estar”, finaliza Constantino.

Saiba: Pagamentos dos servidores animam o comércio da Capital - Partes envolvidas: Governo de Mato Grosso do Sul e Prefeitura de Campo Grande - Montante Cerca de R$ 1,6 bilhão

Folhas de pagamentos Serão realizados os pagamentos de três folhas salariais: o 13º salário e os referentes aos meses de novembro e dezembro. No estado - São 85 mil funcionários, entre ativos, inativos e pensionistas, que recebem em torno de R$ 590 milhões mensais.

Na capital - São 27 mil servidores municipais, que demandam R$ 180 milhões mensalmente da Prefeitura de Campo Grande. (Colaborou Rodrigo Almeida)

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Economia

Inflação fica maior para mais pobres com pressão de alimentos

Itens consumidos por famílias de renda muito baixa têm alta de 4,99%, diz Ipea; taxa é a mais elevada desde início de Lula 3

24/11/2024 21h00

alta de quase 5% é a mais intensa para essa faixa de consumidores desde fevereiro de 2023 (5,86%), período inicial do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

alta de quase 5% é a mais intensa para essa faixa de consumidores desde fevereiro de 2023 (5,86%), período inicial do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Arquivo/ Correio do Estado

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Com a pressão dos alimentos e da energia elétrica, a inflação acelerou principalmente para os consumidores mais pobres no Brasil. É o que indicam dados publicados neste mês pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Para as famílias com renda domiciliar muito baixa (menos de R$ 2.105,99 por mês), a inflação acumulada em 12 meses passou de 4,34% até setembro para 4,99% até outubro.

A alta de quase 5% é a mais intensa para essa faixa de consumidores desde fevereiro de 2023 (5,86%), período inicial do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
À época, o acumulado ainda era influenciado, em grande medida, pela carestia de itens como alimentos durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Ao marcar 4,99%, a inflação das famílias com renda muito baixa superou em outubro as taxas registradas pelos outros cinco grupos de rendimento pesquisados pelo Ipea.
Isso mostra uma diferença na comparação com o cenário até setembro deste ano. Naquele mês, eram as famílias do outro extremo da distribuição, com renda considerada alta (acima de R$ 21.059,92), que acumulavam a maior alta de preços: 4,72%.

A inflação dos mais ricos, porém, desacelerou a 4,44% nos 12 meses até outubro. Com o resultado, o grupo passou a marcar a menor taxa entre os seis pesquisados pelo Ipea.

As famílias com renda alta, aliás, foram as únicas que tiveram desaceleração nos preços no acumulado até o último mês. Esse movimento foi influenciado pela trégua no custo das passagens aéreas em outubro, diz a pesquisadora Maria Andreia Lameiras, responsável pelo levantamento do Ipea.

Os bilhetes de avião pesam mais no orçamento dos mais ricos. Quando as tarifas têm alívio, tendem a levar a inflação desse grupo para baixo.

Já a alimentação, proporcionalmente, consome uma fatia maior dos gastos dos brasileiros com renda inferior. "O alimento bate muito na inflação dos mais pobres: 25% do orçamento dessas famílias é gasto com a compra de alimentos", diz Lameiras.

"Quando tem uma alta acentuada dos preços, há uma pressão inflacionária maior para o segmento de renda mais baixa", acrescenta.

A pesquisadora lembra que, após a supersafra de 2023, já era esperada uma carestia da comida em 2024.

A questão, segundo a técnica, é que a alta foi intensificada por uma série de problemas climáticos como a forte seca e as queimadas deste ano, que afetaram diferentes cultivos no campo.

A estiagem, aponta Lameiras, também encareceu as tarifas de energia elétrica e as carnes.

"A gente já sabia que, no segundo semestre, teria menos abates e oferta menor de carnes, mas, como o pasto foi muito queimado, parte da alimentação do gado teve de ser feita via ração, e isso também encareceu o custo de produção. As carnes acabaram subindo ainda mais", afirma.

De acordo com o Ipea, as famílias com renda considerada baixa (entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99) acumularam a segunda maior inflação nos 12 meses até outubro: 4,96%.

Os consumidores com renda média-baixa (4,72%), média (4,68%) e média-alta (4,63%) vieram na sequência.

Para calcular as variações, o Ipea leva em consideração dados do IPCA, o índice oficial de inflação do Brasil, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os pesos dos produtos e serviços são adaptados de acordo com o perfil da cesta de consumo das famílias nas diferentes faixas de renda.

De acordo com Lameiras, os alimentos devem seguir pressionados até o final do ano, o que impactaria sobretudo a inflação dos mais pobres. Ela lembra que as mercadorias costumam subir em um movimento sazonal nesse período.

O dólar alto é outro fator que tende a influenciar parte dos alimentos, especialmente importados, aponta a pesquisadora.
A inflação da energia elétrica, por outro lado, deve mostrar alívio. Isso tende a ocorrer porque, com a melhora nas chuvas, a bandeira tarifária passou para a cor amarela em novembro, após dois meses no nível vermelho. A medida reduz a cobrança adicional nas contas de luz.

"A inflação dos mais pobres é composta basicamente por alimentos, por gastos no domicílio, gás de cozinha e energia elétrica, e também por transporte público", diz Lameiras.

A pesquisadora acrescenta que o final do ano é marcado por mais dinheiro circulando na economia graças a fatores como o 13º salário. Segundo ela, o quadro pode impulsionar a demanda por bens industrializados e serviços e, consequentemente, pressionar os preços.

No caso dos serviços, Lameiras lembra que dezembro costuma mostrar uma procura por passagens aéreas e outros itens de lazer. São componentes que pesam mais na inflação das famílias mais ricas.

"Vamos ter uma inflação pressionando ainda todas as faixas de renda nos últimos meses do ano", prevê.

Faixas de renda mensal domiciliar consideradas pelo Ipea
Muito baixa: abaixo de R$ 2.105,99 
Baixa: entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99 
Média-baixa: entre R$ 3.158,99 e R$ 5.264,98 
Média: entre R$ 5.264,98 e R$ 10.529,96
Média-alta: entre R$ 10.529,96 e R$ 21.059,92 
Alta: acima de R$ 21.059,92 

 

*Informação da Folhapress 

Economia

JBS e Masterboi suspendem fornecimento de carne para o Carrefour

Do outro lado, a empresa alega que não há desabastecimento em suas redes espalhadas pelo país

24/11/2024 20h00

Empresa JBS não enviará carne mais para a rede Carrefour

Empresa JBS não enviará carne mais para a rede Carrefour Reprodução/JBS

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 Os principais frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carne ao Carrefour em resposta ao anúncio do presidente mundial da empresa de que a rede francesa não vai oferecer carne produzida em países do Mercosul nos seus pontos de venda da França.

O Carrefour, que também comanda a rede Atacadão, nega que haja desabastecimento em suas lojas no momento. "A comercialização do produto ocorre normalmente nas lojas. Nenhuma loja está desabastecida", diz, em nota.

A Masterboi confirmou que iniciou o corte de fornecimento ao grupo na sexta-feira (22). Segundo fontes ouvidas pela Folha, a JBS (com a marca Friboi) também parou de vencer carne bovina para o Carrefour na última quinta-feira (21). Procurada, a empresa não se manifestou.

As empresas e um grupo de 44 associações brasileiras ligadas ao agronegócio aguardam uma retratação do Carrefour.

As companhias ligadas à carne bovina são as que mais estão segurando as entregas às lojas do grupo Carrefour no país, mas as de frango e suínos também estão revendo relacionamento e, em alguns casos, atrasando e até suspendendo o fornecimento ao grupo, conforme relatos de executivos.

A avaliação do agro brasileiro é a de que a disputa não envolve somente vender ou não para o Carrefour francês, e sim a imagem que a suspensão anunciada pelo presidente mundial da empresa, Alexandre Bompard, pode passar para outros países europeus. O temor é de que o veto externo se propague e gere perdas aos pecuaristas e empresas do Brasil.

Por isso, neste sábado (23) representantes de 44 associações da cadeia produtiva brasileira assinaram uma carta aberta ao executivo francês sobre a qualidade das carnes produzidas no Mercosul.

Eles afirmam no documento que a decisão anunciada na última semana por Bompard demonstra uma "abordagem protecionista que contradiz o papel de uma empresa global com operações em mercados diversos e interdependentes".
A carta ainda enumera dados envolvendo o avanço da pecuária brasileira, que nos últimos 30 anos aumentou a produtividade em 172%, enquanto reduziu a área de pastagem em 16%.

"Esses avanços foram possíveis graças a um compromisso contínuo com a inovação, eficiência produtiva e práticas sustentáveis. Além disso, nossa legislação ambiental é uma das mais rigorosas do mundo, assegurando o equilíbrio entre produção agropecuária e preservação dos recursos naturais", diz a carta.

A manifestação envolveu não só entidades ligadas às empresas exportadoras de carne --como Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) e ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal)--, mas também fabricantes de máquinas agrícolas (Abimaq), de óleos vegetais (Abiove) e de laticínios (Viva Lácteos), produtores de soja (Aprosoja), exportadores de sucos (CitrusBR), e a indústria sucroenergética (Unica), entre outras.

"Se uma carne brasileira não serve para abastecer o Carrefour na França, é difícil entender como ela poderia ser considerada adequada para abastecer qualquer outro mercado. Afinal, se o Brasil, com suas práticas sustentáveis, sua legislação ambiental rigorosa e sua vasta área de preservação, não atenderia aos critérios do Carrefour para o mercado francês, então, provavelmente, não atenderia aos critérios de nenhum outro país", conclui a carta aberta.

A manifestação mostra uma onda crescente contra o Carrefour, já que dias antes, seis entidades haviam assinado uma nota de repúdio ao grupo francês --CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Abiec, ABPA, Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), SRB (Sociedade Rural Brasileira) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

O setor de hotéis e restaurantes de São Paulo também se uniu a entidades ligadas ao agronegócio, pedindo boicote ao Carrefour. Em seu comunicado de repúdio, o o diretor-executivo da Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo), Edson Pinto, afirmou que o Carrefour deveria demonstrar "mais respeito aos produtos que enriquecem seus acionistas".

ENTENDA A CRISE

O Carrefour anunciou na última quarta-feira (20) que suspenderá a compra de carnes provenientes do Mercosul, incluindo do Brasil, para os seus pontos de venda da França.
A decisão, comunicada pelo CEO global Alexandre Bompard, foi uma resposta a pressões de sindicatos de agricultores franceses, que buscam proteger o setor agrícola local contra a concorrência internacional.

O Carrefour argumenta ainda que a medida está alinhada com preocupações ambientais e normas mais rigorosas exigidas na Europa.

No seu comunicado, o presidente mundial do Carrefour afirma "entender o desespero e a raiva dos agricultores diante do projeto de acordo de livre-comércio" e do "risco de inundar o mercado francês com uma produção de carne que não respeita suas exigências e normas."
"Esperamos inspirar outros atores do setor agroalimentar e dar impulso a um movimento mais amplo de solidariedade, que vá além do setor do varejo, que já lidera a luta a favor da origem francesa da carne que comercializa", afirmou.

Logo depois, o Grupo Les Mousquetaires, proprietário da rede de supermercados francesa Intermarché, também anunciou que irá boicotar as carnes bovinas, suínas e aves produzidas em países da América do Sul em geral.

A postura do Carrefour gerou uma reação intensa no Brasil. A medida também foi criticada por líderes políticos brasileiros, que pediram um boicote às lojas do Carrefour no país.
A França lidera a resistência à assinatura do pacto, que criaria a maior zona de livre-comércio do mundo e começou a ser desenhado em 1999. A Comissão Europeia, com o apoio de vários países do bloco, como Alemanha e Espanha, é favorável ao fechamento do acordo antes do fim deste ano.

 

*Informações da Folhapress 
 

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