Economia

SALDO POSITIVO

Setor imobiliário mantém lançamentos e amplia as vendas mesmo na pandemia

Com taxa de juros de 2% ao ano, segmento aponta para números mais promissores em relação a 2019

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As construtoras que atuam em Mato Grosso do Sul mantiveram os lançamentos, mesmo com os percalços enfrentados com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). 

Além de manter os empreendimentos planejados e investir em novos projetos, o setor aposta na queda da taxa de juros (Selic) para ampliar as vendas até o fim de 2020.  

Entre as incorporadoras que atuam em Campo Grande, a SBS Empreendimentos lançou 73 unidades habitacionais em 2020 e tem mais um empreendimento, com a mesma média, para inaugurar neste ano. 

“As vendas aumentaram 12% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Conseguimos inclusive o que não ocorria há muitos anos, aumento de tabela e de avaliação dos nossos imóveis pelos bancos. O reajuste de preços médio foi de 7%. Apesar da pandemia, estamos nos saindo muito bem. Diante da valorização do produto, da queda da taxa de juros e do aumento de vendas dos primeiros meses, estamos muito otimistas de que será um ano de bons resultados”, considerou a executiva da SBS, Phaena Spengler.

Levantamento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) aponta crescimento nos financiamentos imobiliários do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). 

De março a maio de 2020, foram efetuadas 1.124 transações, enquanto no mesmo período de 2019 foram 808, aumento de 39,1%.  

De acordo com o diretor comercial da HVM Incorporadora, Flávio Fabrão, a empresa deve fechar o ano com mais de 100 unidades habitacionais, resultado de dois novos empreendimentos.

“Mantivemos nosso planejamento, incrementamos nosso trabalho digital e conseguimos manter as metas de lançamento. Quanto às vendas, estamos tendo, de certa maneira, resultado que nos atende e até surpreendem, dada a situação econômica em que nos encontramos. As construtoras e incorporadoras vinham em movimento crescente de lançamentos e vendas antes da pandemia, com muitas vendas realizadas e, portanto, a construção destes empreendimentos estavam a pleno vapor, pois os imóveis comercializados devem ser entregues nas datas acordadas”, destacou o diretor comercial, que ainda disse que a construção civil tem surpreendido as expectativas.  

“O mercado da construção civil tem se mostrado, dentro da realidade da pandemia, um pouco mais disposto se comparado com outros segmentos da economia, o que não significa ótimos resultados, porém, vislumbramos que consigamos, sim, ter resultados positivos para o setor ainda neste ano”, explicou Fabrão.

Projetos

Apesar da crise econômica, as construtoras e incorporadoras mantiveram o planejamento. 

O Grupo Plaenge tem sete obras em andamento na Capital, sendo quatro torres da Plaenge, dois prédios da Vanguard e o primeiro loteamento horizontal do grupo, o Riviera Home Club. 

Segundo a gerente regional da Plaenge, Valéria Gabas, o grupo tem projetos prontos e outros em fase de aprovação.  

“Estamos acompanhando o mercado e confirmando novos lançamentos quando sentirmos demanda e condições para que possamos viabilizá-los. Terminamos 2019 com expectativa de crescimento significativo para 2020. O mercado imobiliário vinha acelerando para 2020 ser um ano com vendas muito positivas. O que percebemos foi que, apesar das dificuldades, estamos tendo um resultado positivo e similar ao de 2019. Um fato que constatamos é que o mercado conseguiu se adequar muito rapidamente. A tecnologia nos favoreceu, por exemplo, por meio de contratos o meio digital, entre outras implementações, trazendo praticidade para os clientes”, contextualizou Valéria.  

A MRV vai lançar no segundo semestre mais de 500 moradias em Campo Grande. O gestor de vendas da MRV, Fernando Bortoletto, explica que os resultados foram positivos nos dois primeiros trimestres do ano. 

“A expectativa é de que isso continue no segundo semestre. Somente nos três primeiros meses deste ano, a companhia vendeu 10.493 em todo o País, um acréscimo de 27,9% diante do mesmo período de 2019”, disse o gestor, que ainda afirma que a casa passou a ter uma importância ainda maior por causa da pandemia. 

“As pessoas estão ressignificando o lar. Diante disso, além das facilidades comerciais, de financiamento e do mercado, as pessoas estão seguras em comprar um imóvel, mesmo em um período delicado em que vivemos”, destacou Bortoletto.  

Investimentos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou na semana passada a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto porcentual, de 2,25% para 2% ao ano. 

Foi o nono corte seguido, quinto anunciado em 2020 e o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996. 

Os especialistas de mercado analisam que o momento é propício para a compra de bens duráveis, como imóveis, por exemplo.

“O setor imobiliário tem a característica de superar momentos de instabilidade econômica. É um dos investimentos mais seguros em qualquer período. Essa confiança no setor faz com que se mantenha sempre aquecido. Nunca as condições estiveram tão favoráveis para a aquisição de um imóvel”, explica o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 14ª Região (Creci-MS), Eli Rodrigues.

Para a executiva da SBS, Phaena Spengler, o segmento imobiliário oferece os investimentos mais estáveis e promissores. 

“O crescimento patrimonial com o investimento em imóveis já apresenta melhor performance, mesmo antes desta grande queda nos juros. Agora então, com a taxa Selic mais baixa da história, o cliente está aproveitando para realizar o sonho de uma nova moradia e diversificando sua carteira de investimento”, considerou.  

Valéria Gabas explica que a redução da taxa Selic provocou um impacto positivo influenciando na queda da taxa de juros nos financiamentos imobiliários. 

“Atualmente, está sendo mais vantajoso investir em imóveis, do que realizar investimentos no mercado financeiro por conta de suas instabilidades recentes, e até pelo fato de algumas operações apresentarem rendimento negativo. Por estarmos atualmente em um patamar de preços de imóveis muito bom, ele se torna uma ótima alternativa”, reforçou a gerente da Plaenge.  

O imóvel voltou a ser uma excelente opção de investimento, conforme o diretor da HVM, somente aplicações com riscos mais elevados passaram a ser atrativas, e não é o perfil do brasileiro. 

“Com as taxas de juros mais baixas para a aquisição de financiamento, prazos mais longos, maior variedade de tipos de contratação, são ações muito bem vistas pelos adquirentes e investidores. Bem como aumentou o número de pessoas que se enquadram em alguma modalidade para captar esse recurso disponível”, reiterou Fabrão.

Impacto

Segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), quando há queda de 1% nos juros de financiamento imobiliário, mais de 2,5 milhões de famílias conseguem comprar seus imóveis.  

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OLHO NOS PREÇOS

Black Friday em MS deve movimentar R$ 406 mi na economia

Segundo pesquisa, os produtos com maiores intenções de compra pelos sul-mato-grossenses são móveis, eletrodomésticos e eletrônicos, seguido por roupa, notebook e computadores

21/11/2024 16h15

Promoções da Black Friday atraem consumidores e economia do estado deve movimentar

Promoções da Black Friday atraem consumidores e economia do estado deve movimentar Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Cada vez mais popularizado entre a população brasileira, a Black Friday começa  oficialmente a partir da próxima semana e grandes marcas prometem descontos descritos por elas mesmas como imperdíveis. Com isso, o Sebrae/MS e o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS, realizaram uma pesquisa que afirma que o “feriado comercial” deve movimentar mais de R$ 400 milhões na economia do estado.

Segundo resultados do levantamento feito, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos são os produtos que mais atraem os olhares dos sul-mato-grossenses durante esse período de liquidação, com 47,32% dos entrevistados com intenção de compra. Em seguida, aparece as vestimentas (roupas, calçados e acessórios), com 29,19%, e, fechando o “Top-3”, notebooks e computadores, com 9,06%.

Ainda, a pesquisa revelou que 82,38% dos entrevistados preferem realizar as compras de forma presencial, ou seja, em loja física. Ao todo, 1.981 pessoas foram entrevistadas nos municípios de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá, Ladário e Três Lagoas, entre 4 e 11 de novembro.

Campo Grande

Segundo estimou a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campo Grande, a Black Friday deve injetar cerca de R$ 90 milhões no comércio local

O cenário positivo aponta um crescimento de 80% em 2024, enquanto em comparação ao mesmo período no ano passado, de acordo com dados Prefeitura de Campo Grande, a cuja estimativa de gasto era de R$ 50 milhões.

Muito embora o consumidor e o comércio estejam confiantes com a injeção financeira, para o presidente da CDL Campo Grande, Adelaido Vila, a data seria melhor aproveitada pelos pequenos negócios se fosse em outro período.

“O ideal aqui no Brasil seria que a Black Friday acontecesse em janeiro e não em novembro. Em novembro, o lojista fica com apenas 30 dias para repor o estoque, mas, mesmo assim, os grandes players, aproveitando essa promoção que acontece lá nos Estados Unidos, começaram a fazer esse movimento e levaram várias outras pequenas empresas a participarem”, explicou.

Contratação

O comércio da capital deve contratar até 15 mil trabalhadores temporários para suprir aumento de demanda na venda de produtos que ocorrem no final de ano.

De acordo com Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande (SECCG), este aumento da contratação de trabalhadores temporários ocorre entre os meses de novembro e dezembro de 2024.

“Chegamos a esse número com base em uma pesquisa realizada pelo próprio sindicato, em contato direto com as grandes e médias empresas da cidade”, afirma Carlos Santos, presidente do SECCG. Ele destaca que a pesquisa reflete as necessidades do mercado local e fornece uma visão clara das expectativas para o período de vendas.

Atualmente, o comércio de Campo Grande emprega aproximadamente 35 mil trabalhadores. Com a adição dos temporários, esse número deverá aumentar para cerca de 50 mil profissionais no setor.

Black Friday ou "Black Fraude"?

Com a promessa de preços mais baixos, muitos consumidores esperam pela data para adquirir um produto que já desejam. No entanto, não é incomum encontrar falsas promoções, a chamada "black fraude", quando as lojas simulam que houve desconto ou aumentam o valor do item dias antes.

Para evitar cair nessas falsas promoções, uma das saídas é fazer o monitoramento dos preços com antecêndia, para saber se a loja não fez apenas a "maquiagem" do preço, com aumento do valor para posteriormente baixar, ou no caso, voltar ao preço original na black friday e anunciar como se fosse desconto.

Esse monitoramento pode ser feito na forma de pesquisa, olhando os preços antecipadamente nas lojas físicas ou online, para ter uma ideia do valor atual, ou com ajuda de sites e aplicativos que fazem essa análise.

Para conferir sites especializadas em monitorar preços dos produtos, clique aqui

Dicas extras

As ferramentas podem ajudar a monitorar os preços, mas há algumas dicas extras que podem te ajudar a garantir compras vantajosas na Black Friday, como:

Crie uma Lista de Desejos: Isso ajudará a manter o foco e a evitar compras por impulso.

Inscreva-se em newsletters e alertas de promoções: Muitas lojas enviam newsletters com informações sobre promoções e ofertas exclusivas para assinantes. Inscrever-se nessas listas pode garantir acesso antecipado a ofertas ou até descontos adicionais.

Siga as redes sociais das lojas: As redes sociais são um ótimo canal para ficar por dentro das novidades e promoções relâmpago. Muitas empresas utilizam essas plataformas para divulgar ofertas especiais, então vale a pena acompanhar as contas das lojas que você mais gosta.

Prepare-se para a "muvuca": No dia da Black Friday, as lojas podem ficar lotadas, e as ofertas podem acabar rapidamente. Esteja preparado para agir rápido, mas sempre tenha em mente os preços monitorados anteriormente para não cair em armadilhas de preços inflacionados.

*Colaborou Glaucea Vaccari, Laura Brasil e Judson Marinho

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vale da celulose

Preço da celulose dispara e evita tombo maior nas exportações de MS

Cotação média da celulose aumentou quase 61% nos primeiros dez meses deste ano na comparação com igual período do ano passado

21/11/2024 12h30

As exportações de celulose, que passam todas pelo porto de Santos, renderam US$ 2,12 bilhões nos primeiros dez meses de 2024

As exportações de celulose, que passam todas pelo porto de Santos, renderam US$ 2,12 bilhões nos primeiros dez meses de 2024

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O volume das exportações de celulose cresceu 11,4% nos primeiros dez meses de 2024 na comparação com igual período do ano passado. Porém, o faturamento saltou 60,8%. A explicação é a alta no preço médio da celulose neste ano, que passou de US$ 354,9 para US$ 570,9 a tonelada. E por conta disso, o volume exportado por MS neste ano não sofreu queda maior, recuando apenas 3,7%. 

Nos dez primeiros meses do ano passado a Eldorado e a Suzano, ambas instaladas em Três Lagoas, exportaram 3,333 milhões de toneladas. Neste ano, com a ativação da Suzano de Ribas do Rio Pardo, que começou a produzir em julho, o volume exportado passou para 3,716 milhões de toneladas, o que representa aumento de 11,4% na comparação com o ano anterior. 

O faturamento das empresas, por sua vez, aumentou de 1,183 bilhão de dólares para 2,121 bilhões de dólares, conforme mostram os dados divulgados pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semadesc). E, além disso, a cotação do dólar teve alta de 11% no ano,  o que aumenta ainda mais o lucro das duas gigantes da celulose. 

Por conta da ativação do chamado Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo, a celulose já representa 24,4% de tudo aquilo que foi exportado por Mato Grosso do Sul neste ano. Por conta deste nova fábrica, o município passou a fazer parte da lista daqueles que mais exportam, ficando em sexto lugar. 

Nos dez primeiros meses do ano passado, as exportações de Ribas do Rio Pardo somaram de 97,8 mil toneladas, ante 431 mil toneladas em igual período de 2024, o que representa aumento de 423%. Em média, a unidade da Suzano está produzindo 90 mil toneladas de celulose por mês desde o dia 21 de julho. 

RECUO NAS EXPORTAÇÕES

Mas, apesar do bom desempenho da celulose, as exportações como um todo recuaram, 3,7% neste ano no Estado, passando de 9,009 bilhões de dólares para 8,680 bilhões. A principal explicação é a estiagem, que provocou quebra na produção de soja e impediu, durante boa parte do ano, o transporte de minérios pelo Rio Paraguai. 

A exportação de minérios caiu de 5,84 milhões de toneladas para 3,14. O faturamento caiu 29%, recuando de 313 milhões de dólares para 220 milhões. No caso da soja, o recuo no faturamento foi parecido, de 22%. 

BOOM

E a importância da celulose tende a aumentar muito. Além da recém-ativada fábrica de Ribas do Rio Pardo, que vai produzir 200 mil toneladas por mês, outras duas indústrias devem entrar em operação nos próximos cinco anos. 

A primeira está em fase de instalação em Inocência, onde a chilena Arauco promete produzir em torno de 300 mil toneladas por mês, a partir do final de 2027. O investimento será da ordem de US$ 4,6 bilhões (R$ 25 bilhões).

Além disso, a empresa indonésia Bracell já anunciou a instalação de uma fábrica do mesmo porte no município de Água Clara. Por enquanto, a multinacional está na fase dos estudos de impacto ambiental da unidade que deve ser instalada às marges do Rio Verde. O investimento também deve ser da ordem de R$ 25 bilhões. 

Um terceiro mega-investimento está sendo aguardado para Três Lagoas, na duplicação da capacidade de produção da Eldorado, que hoje procuz 1,8 milhão de toneladas por ano. 

 

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