Economia

REAÇÃO

A+ A-

Comércio e serviços foram responsáveis por 72% das vagas de emprego criadas em outubro

Com resultado positivo pelo 5º mês consecutivo, MS criou 4,6 mil postos de trabalho em outubro

Continue lendo...

Pelo quinto mês consecutivo, Mato Grosso do Sul registrou saldo positivo na geração de empregos formais. 

Dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgados ontem (26) apontam que em outubro o saldo de empregos ficou positivo em 4.654 vagas, resultado de 20.580 admissões e 15.926 demissões. 

O setor terciário (comércio e serviços) puxou a geração de empregos no mês passado, sendo responsável por 3.376 das 4.654 vagas, ou 72% do total.  

O resultado de outubro é o melhor para o mês desde o início da série histórica, que começou em 2004. No mesmo mês no ano passado, foram 691 novos empregos criados no Estado. 

Todos os segmentos tiveram saldo positivo no mês de outubro. O comércio lidera com a criação de 1.715 empregos; serviços gerou 1.661 vagas; a indústria gerou 1.043; a construção civil, 173; e a agropecuária registrou 62 novos postos de trabalho.

Acompanhe as últimas notícias do Correio do Estado

De acordo com o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, o resultado é muito positivo.  

“Temos boas notícias em outubro, com o crescimento das vagas no comércio neste período. Essas contratações, ainda que temporárias, são fundamentais para a população. Na indústria, toda a recomposição de estoque e de demanda tem permitido o crescimento das vagas no setor, que são mais perenes, com menor volatilidade”, analisa Verruck.

Para a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Danila Dias, a melhora da empregabilidade no mês passado já é reflexo da contratação de funcionários temporários.

“Claro que essas contratações ainda foram aquém do desejado, mas já temos o próprio índice de confiança do empresário que está na zona positiva. E consequentemente isso pode interferir na questão de investimentos, como em mão de obra, nos próprios negócios, e isso faz o ciclo girar. Então é muito comum que neste período tenhamos o aumento do quantitativo de vagas de emprego voltado para essa área. É um dos momentos mais esperados pelo comércio, mesmo durante a pandemia. Visto que nós tivemos quedas bastante significativas de faturamento ao longo do ano, é uma oportunidade [de recuperação]”, considera Daniela.

O desempenho de outubro foi 52% maior do que o de setembro. No nono mês do ano, foram criadas 3.049 vagas, saldo de 17.835 contratações e 14.786 desligamentos.  

Acumulado do ano

Entre os estados, Mato Grosso do Sul tem o sétimo melhor desempenho na criação de vagas do País de janeiro a outubro. 

No acumulado do ano, o emprego formal registra saldo de 11.799 vagas, resultado de 176.216 admissões e 164.417 desligamentos. 

Entre os setores, o comércio era o único que ainda tinha saldo negativo no ano, agora já registra saldo positivo de 1.113 vagas, diferença de 48.153 contratações e 47.040 desligamentos.

A economista do IPF acredita que ainda é muito cedo para falar em crescimento pleno do mercado de trabalho.

 “Até tivemos um crescimento, no entanto, ele é muito fragilizado, então ele ainda não é efetivo por ser baseado em expectativas pontuais. Há a necessidade de que tenhamos um crescimento pleno e sólido dos indicadores econômicos”, considerou Daniela.

De janeiro a outubro, a indústria foi o setor que mais gerou vagas no mercado formal, 6.487 vagas de carteira assinada. Na sequência vêm os serviços, com 2.005; a agropecuária (1.303); o comércio, como já citado (1.113); e a construção civil, com 891 empregos.

O secretário acredita que em 2021 o mercado de trabalho terá um resultado ainda melhor.  

“O Brasil mostrou esse crescimento no mercado de trabalho em outubro e o que nós temos de trabalhar agora é avançar ainda mais. Em Mato Grosso do Sul, o governo do Estado tem adotado medidas, inclusive com mudança de lei, buscando a retomada econômica junto de alguns municípios. Isso passa por desburocratização, facilitação na atração de empreendimentos e capacitação de pessoas para que elas possam absorver essas vagas. Temos perspectivas positivas para a geração de empregos em 2021, com a atração de novos empreendimentos na indústria e no comércio”, finalizou Verruck.

Com a possibilidade de uma segunda onda de infecções da Covid-19 e a possibilidade de novas restrições, a economista aponta que é preciso equilíbrio entre saúde e economia para a recuperação plena.

 “Novas medidas de restrição podem frear um pouco o crescimento, principalmente quando a gente fala de segmentos específicos na área de alimentação. Mas a gente precisa buscar o equilíbrio entre a economia, o comportamento das pessoas e a saúde. Se a gente tiver menos aglomerações, logo, essas medidas passam a não ser mais importantes e a gente pode ter um cenário um pouco mais amenizado. A gente precisa do equilíbrio desses itens para que a economia possa ter uma recuperação plena”, conclui Daniela.

Capital

A Capital do Estado registrou saldo positivo na geração de empregos no mês passado. Foram 2.077 novos postos com carteira assinada em Campo Grande, resultado de 8.395 admissões e 6.318 demissões. 

No entanto, no acumulado de dez meses de 2020, o saldo de empregos ainda é negativo em 1.035 postos de trabalho.

Nacional

No Brasil, foram criadas 394.989 vagas com carteira assinada em outubro, resultado de 1.548.628 admissões e de 1.153.639 desligamentos, resultado recorde na série histórica.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que até o fim do ano é possível recuperar os empregos perdidos no início da pandemia. 

Ao observar o saldo acumulado do ano até outubro, negativo (mais demissões do que contrações) em menos de 200 mil (171.139), Guedes acredita que é possível prever que 2020 terminará sem perdas de empregos.  

“A pandemia atingiu tragicamente as famílias brasileiras, derrubou os empregos, atingiu pessoalmente todos nós. Mas reagimos com resiliência, soubemos fazer o distanciamento social para proteger as nossas vidas e, ao mesmo tempo, manter a economia girando para proteger os nossos empregos e nossas empresas. E podemos terminar o ano perdendo zero de empregos no mercado formal. Nesta recessão, que nos jogou ao fundo do posso, não perdemos o rumo, nos levantamos e estamos criando empregos em alta velocidade”, disse, ao participar do início da coletiva virtual para a apresentação dos resultados do Caged.

EMPREGOS-CAGED

Brasil cria 306 mil vagas formais de emprego em fevereiro, com impulso de serviços

O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país

27/03/2024 20h00

Ao todo, no segundo mês deste ano, foram registradas 2,249 milhões de contratações e 1,943 milhão de demissões Crédito: Freepik

Continue Lendo...

O Brasil gerou 306.111 vagas formais de trabalho em fevereiro, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país.


Na comparação anual, em fevereiro deste ano, a geração líquida de vagas foi 21,2% maior do que em igual mês de 2023.

Ao todo, no segundo mês deste ano, foram registradas 2,249 milhões de contratações e 1,943 milhão de demissões.

Com a mudança de metodologia, analistas alertam que não é adequado comparar os números com resultados obtidos em anos anteriores a 2020.

Os cinco setores de atividades econômicas tiveram saldo positivo em fevereiro, com maior impulso do setor de serviços –193.127 empregos formais. Também houve geração líquida de 54.448 postos na indústria, 35.053 vagas na construção, 19.724 no comércio e 3.759 na agropecuária.

Às vésperas da nova divulgação, membros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já repercutiam o vigor do mercado de trabalho brasileiro. Desde o início do ano, já foram criados 474.614 empregos formais no Brasil.

Em entrevista à rádio Itatiaia, na manhã desta quarta, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse que o número de criação de empregos em fevereiro seria "bastante expressivo". "A economia brasileira inicia um ciclo longo de crescimento econômico e nós precisamos preparar a nossa juventude para ocupar esses postos de trabalho", disse.

Já o ministro Rui Costa (Casa Civil) afirmou, um dia antes, em entrevista coletiva a jornalistas no Palácio do Planalto que os dados do Caged seriam "extraordinários".

Dos cinco setores de atividades econômicas, quatro tiveram saldo positivo no acumulado dos dois primeiros meses de 2024. O grupo de serviços ajudou a impulsionar o resultado do ano, com a criação de 268.908 vagas formais. Na sequência, aparecem indústria (120.004 postos), construção (81.774) e agropecuária (25.751). No comércio, houve saldo negativo de 21.824 empregos formais.

A força do mercado de trabalho vem soando como alerta para o Banco Central e para as perspectivas sobre o ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic) à frente.

Na ata do último Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na terça-feira (26), o colegiado registrou uma extensa discussão sobre a resiliência do mercado de trabalho e seus potenciais impactos sobre a atividade econômica e a inflação.

"Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação e sem ganhos de produtividade correspondentes, pode potencialmente retardar a convergência da inflação, impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra", disse.
Para o Copom, a evolução do indicador que mede a diferença entre o crescimento potencial da economia e o efetivo (hiato do produto) e do comportamento do mercado de trabalho será muito relevante para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta (3%).

No mês passado, o salário médio de admissão caiu para R$ R$ 2.082,79, uma redução real (descontada a inflação) de R$ 50,42 em relação a janeiro –variação em torno de -2,36%.

Assine o Correio do Estado

MERCADO-FINANCEIRO

Bolsa registra alta com impulso de Vale; dólar fecha estável

Com isso, o Ibovespa avançou 0,65%, terminando o dia aos 127.690 pontos

27/03/2024 19h00

As maiores altas do dia foram de Renner, Raízen e Grupo Casas Bahia, que subiram 5,42%, 5,23% e 4,67%, respectivamente. A Vale, companhia de maior peso do Ibovespa, avançou mais de 1% Crédito: Freepik

Continue Lendo...

Após quatro sessões com desempenho negativo, a Bolsa brasileira fechou em alta nesta quarta-feira (27), impulsionada por altas da Vale e da Petrobras. O dia também foi positivo para os índices americanos, que auxiliaram o mercado local.

"O índice [Ibovespa] chegou a operar no campo negativo pela manhã, mas recuperou-se ao redor do meio-dia, conforme o mercado analisa e consolida entendimentos sobre os resultados das empresas enquanto eles vão sendo divulgados nessa temporada de balanços referentes ao quarto trimestre de 2023", diz Felipe Pohren de Castro, sócio da Matriz Capital.

As maiores altas do dia foram de Renner, Raízen e Grupo Casas Bahia, que subiram 5,42%, 5,23% e 4,67%, respectivamente. A Vale, companhia de maior peso do Ibovespa, avançou mais de 1%.

Com isso, o Ibovespa avançou 0,65%, terminando o dia aos 127.690 pontos.


No câmbio, o dólar fechou praticamente estável, enquanto investidores aguardam novos dados de inflação nos Estados Unidos que devem ser divulgados no fim da semana. A moeda americana teve oscilação negativa de 0,06%, terminando a sessão cotada a R$ 4,979.

Em um dia de agenda relativamente esvaziada no Brasil e no exterior, o dólar voltou a oscilar em margens bastante estreitas. Na cotação mínima do dia, às 9h01, a moeda à vista marcou R$ 4,9719 (-0,24%) e, na máxima, às 10h16, atingiu R$ 4,9949 (+0,22%).

Operador ouvido pela Reuters afirmou que os investidores continuam à espera de notícias que possam, de fato, servir de motivo para alterar posições na moeda norte-americana. Segundo ele, estão todos "esperando cair um raio".


Para Lais Costa, analista da Empiricus Research, não surgiram realmente notícias relevantes que mudassem o cenário para o câmbio.

"O fluxo não está ocorrendo por conta de mudanças estruturais de cenário -é mais por ajuste de posições. Teria que surgir algo realmente relevante para termos o dólar andando por aqui", comentou.

Como a quinta-feira é o último dia útil de março, a próxima sessão será a da disputa pela Ptax do fim de mês -e de trimestre. Normalmente, a volatilidade tende a aumentar em sessões assim, mas profissionais do mercado reforçaram que, sem notícias de impacto, a disputa entre comprados e vendidos pode não ser tão intensa.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). Nos encerramentos de trimestres, a importância da Ptax é ainda maior.

Como pano de fundo para a disputa nesta quinta-feira, serão divulgados uma série de indicadores no Brasil: a taxa de desemprego do IBGE em fevereiro e as projeções de PIB e balanço de pagamentos do Banco Central no Relatório de Inflação, entre outros. Destaque ainda para a entrevista coletiva do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre o Relatório de Inflação.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).