Economia

Ribas do Rio Pardo

Terceirizada da Suzano que aplicou calote milionário não tem dinheiro na conta

Lista das vítimas que prestaram serviço à parceira da Suzano em construção de megafábrica de celulose e que não receberam não para de crescer

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O calote da VBX Transportes Ltda. em Mato Grosso do Sul continua a crescer, e as perspectivas das vítimas da empresa terceirizada da Suzano S.A. envolvida na construção da megafábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, inaugurada no mês passado, estão cada vez mais sombrias.

Já são 12 empresas, tanto pessoas jurídicas quanto físicas, que alugaram máquinas ou prestaram serviços de fornecimento de combustíveis e hospedagem à VBX Transportes e ainda não receberam pagamento.

Para piorar a situação, uma decisão recente da Justiça na Comarca de Chapadão do Sul revelou que não havia nenhum valor disponível nas contas bancárias da empresa, que tem sede em Minas Gerais.

Foram bloqueadas 10 contas bancárias da VBX, indicadas pela credora Agro Máquinas e Terraplanagem, de Chapadão do Sul, mas não havia dinheiro disponível em nenhuma delas.

Essa mesma empresa que cobra R$ 317.193,93 da VBX Transportes na Justiça – e, solidariamente, da Suzano – conseguiu, no entanto, que fossem impostas restrições a bens da VBX, como duas caminhonetes (uma RAM 3500 e uma Toyota Hilux), uma van Sprinter, uma carreta Mercedes-Benz Axor e duas carretas DAF.

A Agro Máquinas e Terraplanagem, que locou duas pás carregadeiras e duas escavadeiras hidráulicas, foi a única das 11 credoras da VBX a procurar a Justiça até agora, conseguir identificar bens da empresa autora do calote e obter um bloqueio de contas bancárias, ainda que infrutífero.

TERCEIRIZADA

A VBX foi uma das maiores prestadoras de serviço para a Suzano no Projeto Cerrado, que resultou na construção da planta processadora de celulose em Ribas do Rio Pardo, cidade distante 93 km da Capital, e que demandou investimentos da ordem de R$ 22 bilhões.

A fábrica da Suzano em Ribas é a maior planta processadora de celulose do mundo, com capacidade para produzir quase 3 milhões de toneladas por ano desse composto vegetal utilizado para várias finalidades, desde a fabricação de papel até usos nas indústrias química, têxtil e farmacêutica, entre outros segmentos.

Os calotes da VBX às suas subcontratadas começaram a aparecer no fim de 2023, quando os primeiros pagamentos a seus subcontratados (os quarteirizados da Suzano) começaram a atrasar.

Na época, a gigante da produção de celulose e papel se antecipou às consequências do calote de sua parceira e honrou dívidas trabalhistas dos colaboradores da VBX. No entanto, ficaram sem receber os empresários que locaram máquinas ou firmaram contratos para prestação de serviços à empresa com sede em Abaeté (MG), incluindo donos de hotéis e pousadas em Ribas, além de distribuidores de combustíveis.

TAMANHO DO CALOTE

Os 11 processos contabilizados na Justiça de MS pelo Correio do Estado já somam R$ 2,32 milhões. Esse cálculo não leva em consideração processos que tramitam em outros estados, como Minas Gerais, onde a empresa está localizada.

Em maio último, um empresário de Minas vítima da VBX relatou que apenas ele tinha R$ 1,5 milhão para receber da VBX, além de ter amargado o prejuízo de ter uma de suas motoniveladoras furtada dentro do canteiro de obras da Suzano em Ribas do Rio Pardo em dezembro de 2023. Com esse valor, o calote atinge R$ 3,82 milhões.

À época, segundo o empresário, a VBX nem sequer arcou com o pagamento da franquia do seguro do equipamento. Dos 11 processos contra a VBX Transportes, seis foram ajuizados nos últimos dois meses, quando o Correio do Estado começou a reportar a movimentação dos empresários lesados na Justiça.

Além da Agro Máquinas e Terraplanagem (R$ 317 mil) – já citada nesta reportagem –, também recorreram à Justiça as empresas PH Agropastoril, que cobra R$ 286,5 mil da empresa mineira que parece ter sumido do mapa, Servitech (R$ 9,3 mil), M2 Tratores (R$ 9,8 mil), Vieira Construção (R$ 44,8 mil), TTZ Martins (R$ 109,9 mil) e CRG Hotel (R$ 490 mil).

Esses credores se somam à Locatruck (R$ 132,2 mil), à LOB Terraplanagem (R$ 120,1 mil), à Pousada LME Ltda. (R$ 357,6 mil), a uma empresa locadora de máquinas com processo em tramitação em MG (R$ 1,5 milhão) e à empresa Sérgio Claudemir Papa (R$ 452,4 mil).

Lista das empresas credoras com os valores correspondentes:

  • Agro Máquinas e Terraplanagem: R$ 317 mil
  • PH Agropastoril: R$ 286,5 mil
  • Servitech: R$ 9,3 mil
  • M2 Tratores: R$ 9,8 mil
  • Vieira Construção: R$ 44,8 mil
  • TTZ Martins: R$ 109,9 mil
  • CRG Hotel: R$ 490 mil
  • Locatruck: R$ 132,2 mil
  • LOB Terraplanagem: R$ 120,1 mil
  • Pousada LME Ltda.: R$ 357,6 mil
  • Empresa locadora de máquinas (processo tramita em MG): R$ 1,5 milhão
  • Sérgio Claudemir Papa: R$ 452,4 mil

 

OUTRO LADO

Desde o início da série de reportagens sobre os calotes para a construção da megafábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, o Correio do Estado procura a VBX nos números que aparecem nos processos judiciais e também listados na internet, mas ninguém atende às chamadas.

A Suzano, por sua vez, alega que o caso da VBX Transportes “é uma situação isolada, haja vista as centenas de fornecedores da empresa que realizam negócios no município”.

“Tal empresa prestava serviços na área de manutenção de estradas, e durante os últimos meses de contrato a Suzano constatou que, mesmo com o pagamento em dia do contrato desse fornecedor, a VBX não estava honrando suas obrigações trabalhistas e outras obrigações de mercado, e esse último fato [foi quando] tomamos ciência via telefone da ouvidoria da empresa”, informou a Suzano.

A Suzano ainda afirma que chegou a honrar as dívidas trabalhistas da VBX, por ser a tomadora do serviço e por ter responsabilidades previstas em lei nesse quesito.

“Importante esclarecer que, ao contrário do controle do pagamento dos colaboradores de nossos fornecedores, nos outros casos, a Suzano não tem obrigação legal nem tem como controlar, acompanhar as negociações comerciais ou concessão de créditos para tais empresas prestadoras de serviço, bem como fiscalizar, participar de negociações comerciais ou se responsabilizar por pagamentos”, complementou a multinacional.

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Economia

Com 4,7 milhões de hectares de áreas degradadas passíveis de recuperação, MS é destaque nacional

Através de programas voltados ao carbono zero, crédito sustentável e uso eficiente do solo e água, o Estado é consolidado como exemplo nacional em recuperação de pastagens degradadas

15/12/2025 14h30

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul tem cerca de 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com que podem ser transformadas em algum tipo de atividade, como agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais ou silvicultura. 

Esse número é parte de um montante total de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas em todo o território estadual. 

As estratégias de recuperação de pastagens degradadas tornou o Estado um exemplo nacional no assunto, já que as ações estaduais garantem competitividade, sustentabilidade e segurança alimentar. 

A recuperação das áreas combinam políticas públicas estruturantes, crédito sustentável e inovação com programas voltados ao uso eficiente do solo e da água, como o Prosolo, MS Irriga, Plano ABC+ MS, Precoce MS e o FCO Verde. 

"Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais e com responsabilidade ambiental e tecnologia", disse o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

O Plano Estadual do Governo do Estado tem como meta definida a recuperação de 1.167 milhão de hectares nas pastagens degradadas até 2030. Esse desafio é um dos motores da nova economia verde em Mato Grosso do Sul que, através do uso de ciências e políticas públicas permanentes, consolida a referência do Estado no setor de pecuária de baixo carbono e agropecuária sustentável. 

"Quando governo, produtores e instituições de pesquisa trabalham juntos, conseguimos acelerar a transição para uma agropecuária moderna, de baixa emissão de carbono e com alto desempenho", destacou Verruck.

Políticas públicas

De acordo com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), a degradação observada em Mato Grosso do Sul é resultado de anos de práticas antigas da pecuária extensiva, com baixa taxa de lotação e pouco uso de manejo e adubação. 

Isso causou o desgaste do solo e queda na produtividade das forrageiras, plantas cultivadas para alimentar os animais (gado, aves, suínos), sendo necessárias soluções robustas, que hoje fazem parte da política principal de Estado. 

As políticas públicas de MS são: 

  • Prosolo: programa de restauração das áreas afetadas por erosão, implantando práticas conservacionistas, recuperando a fertilidade do solo e melhorando estradas vicinais;
  • MS Irriga: programa de ampliação da irrigação sustentável e do uso racional da água para intensificação da produção; 
  • Plano ABC+ MS: plano de sistemas integrados de plantio direto, uso de bioinsumos e manejo de resíduos;
  • Precoce MS: incentivo ao manejo eficiente e à pecuária de baixo carbono; 
  • FCO Verde: linha de crédito destinada à recuperação da produção e de projetos sustentáveis. Entre 2020 e 2024, foram R$ 812 milhões destinados a 771 projetos. 
Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gadoFeito por Denis Felipe - Com IA

Destaques

A Semadesc e o Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), estão investindo R$ 7,6 milhões em certificação e monitoramento do carbono na soja e no milho. 

Com relação à pecuária, além do status alcançado em 2025 de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Estado avança na implantação do seu Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina, previsto para iniciar em 2026 e cobertura total até 2032. 

Além disso, também é desenvolvido o Selo Verde, que vai integrar dados ambientais e produtivos, garantindo transparência socioambiental nas cadeias de carne e da soja. 

Mato Grosso do Sul também está entre os cinco maiores consumidores de bioinsumos do País, através do Programa Estadual de Bioinsumos, criado em 2022. Também estão em funcionamento projetos de confinamento sustentável e intensificação das pastagens, ampliando produtividade e garantindo bem-estar animal. 

"Nossa meta é chegar ao produtor com assistência técnica de qualidade e acesso a crédito sustentável, garantindo que cada propriedade tenha as condições para produzir mais e conservar mais", reforçou Verruck.
 

CAMPO GRANDE (MS)

Carnê virtual do IPTU 2026 está disponível na internet; confira

Neste ano, reajuste do IPTU é de 5,32%, com 10% de desconto à vista

15/12/2025 12h00

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel MARCELO VICTOR

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Carnê do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), referente ao ano de 2026, está disponível e já pode ser consultado via internet. Saiba quanto veio o imposto da sua casa, em 2025, neste site.

Neste ano, o IPTU será reajustado em 5,32%, conforme noticiado pelo Correio do Estado. O reajuste cobrou a inflação, prevista no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A expectativa é que milhares de carnês físicos sejam entregues na casa do contribuinte neste mês de dezembro de 2025.

As formas de pagamento do IPTU 2026 são:

  • À vista, com 10% de desconto – vencimento em 12 de janeiro
  • Parcelado, em 12 vezes – vencimento em dias de feriados, finais de semana ou não úteis, o pagamento deverá ser feito no primeiro dia útil subsequente

Ainda haverão aqueles contribuintes beneficiados com o Bônus IPTU Azul, que terão desconto de 10% (dez por cento) sobre o valor do IPTU e da Taxa de Coleta, Remoção e Destinação de Resíduos Sólidos Domiciliares lançados.

A concessão do Bônus IPTU Azul será efetivada independentemente de requerimento do contribuinte, mediante a redução de 10% no valor lançado, e, sobre o valor já deduzido, será aplicado o desconto para pagamento à vista, conforme a opção do contribuinte.

Neste ano, as cores azul e amarelo também dão adeus ao IPTU. Até então, os carnês eram emitidos em tons diferentes: azul para contribuintes sem débitos e amarelo para aqueles com pendências.

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel

IPTU

O IPTU é um imposto brasileiro, de competência municipal, que deve ser pago por pessoas que tenham propriedades dentro do perímetro urbano.

A arrecadação do tributo municipal é convertido em melhorias para a cidade, nas áreas de segurança, educação, saúde, infraestrutura e lazer.

Quem não paga IPTU, corre risco de perder a posse do imóvel.

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