Esportes

Operação Cartão Vermelho

Afastado da FFMS por desvio de dinheiro, Cezário deixa a prisão novamente

O presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) continua usando tornozeleira e será monitorado. Ele permanece impedido de se aproximar de qualquer assunto relacionado ao futebol no estado.

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No início da noite deste sábado (14), o presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário, foi liberado pela Justiça para cumprir sua pena em prisão domiciliar. Ele voltará a ser monitorado por uma tornozeleira eletrônica e está proibido de se aproximar de qualquer assunto relacionado ao futebol no estado.

No último dia 29 de agosto, Cezário recebeu os agentes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em sua residência, após a descoberta de que, mesmo afastado da federação, ele participava nos bastidores, reunindo-se em sua casa com presidentes de clubes e dirigentes esportivos.

Além dessa influência no futebol do estado, que, segundo o Mnisterio Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), Francisco Cezário manteve mesmo afastado de suas obrigações como presidente da entidade, o ex-dirigente conseguia acompanhar de perto as reuniões que ocorriam no âmbito da FFMS.

Investigado e preso na Operação Cartão Vermelho, deflagrada em maio deste ano, Francisco Cezário teve uma liminar aprovada, concedendo sua liberdade no dia 6 de junho, 15 dias após a operação.

Após 16 dias de prisão, Cezário voltou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Cassems, em Campo Grande.

Conforme informações do advogado Júlio César Marques, o presidente afastado da federação precisou realizar um tratamento de hidratação e aproveitou o momento para fazer novos exames na perna.


Relembre
Cezário foi preso na manhã do dia 21 de maio deste ano, como um dos alvos da Operação Cartão Vermelho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de MS, entre os anos de 2018 e 2023. Somente na casa de Cezário, foram apreendidos mais de R$ 800 mil.

Menos de uma semana após a Operação, ele pediu afastamento do cargo. No dia 6 de julho, teve liberdade concedida, com o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias, e proibição de contato com demais acusados e testemunhas.

A liberdade só foi concedida porque no dia 5 de junho, Cezário deixou o Presídio Militar com um princípio de infarto, e precisou fazer um cateterismo, procedimento que trata doenças cardíacas por meio da introdução de um tubo flexível, o cateter. O problema aconteceu logo após ele tomar conhecimento falecimento da irmã, Maria Rosa Cezário, de 81 anos, que morreu naquele mesmo dia, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Na manhã do dia 28 de agosto, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) foi à residência de Francisco Cezário para cumprir um novo mandato de prisão, desta vez por descumprimento das medidas cautelares impostas na concessão de liberdade.

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o ex-dirigente continuava a participar, nos bastidores, dos rumos da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. 

Investigações apontaram que Cezário articulava com aliados e fazia reuniões em sua própria residência com presidentes de clubes e dirigentes esportivos, além de acompanhar "de perto" as reuniões que eram realizadas na FFMS.

No despacho que concedeu liberdade a Cezário, a desembargadora Elizabete Anache, da 1ª Câmara Criminal do TJMS, havia determinado que o ex-presidente estaria proibido de:

  • manter contato com os demais acusados e testemunhas;
  • participar de atividades na FFMS;
  • comparecer à sede da FFMS;
  • se ausentar da comarca por mais de oito dias sem o prévio conhecimento e anuência do juízo natural;
  • e mudar de endereço sem autorização.
  • Tais medidas foram descumpridas pelo investigado.

Inclusive, a reportagem apurou que, pouco antes de ser preso novamente, Cezário estaria articulando, por meio de abaixo-assinado, a troca do atual presidente da FFMS, Estevão Petrallás, por João Garcia Ferreira, que é ex-presidente do Aquidauanense e um dos vice-presidentes executivos da entidade.

O documento seria enviado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No entanto, a tentativa foi malsucedida, já que a entidade decidiu por prorrogar em mais 90 dias o mandato interino de Petrallás. 

Histórico
Oficialmente, Cezário comandou a entidade futebolística pela primeira vez em 1987, 37 anos atrás. 

Neste período, ele ficou, em tese, fora do do comando da associação por quatro anos, entre 2001 a 2004, quando assumiu a prefeitura de Rio Negro, cidade distante 150 quilômetros de Campo Grande. Mesmo assim, controlava a Federação.

Cezário tentou reeleger-se prefeito, mas não conseguiu. Ele voltou para a FFMS e não saiu mais. Normalmente, ele concorre sozinho, sem adversários.

Votam nas eleições da FFMS dirigentes de associações (clubes profissionais), associações (clubes praticantes do futebol amador da capital e do interior) e ligas municipais amadoras. Em torno de 35 pessoas participam do pleito.

Segunda vez
A operação Cartão Vermelho não chega a ser uma novidade no histórico de Francisco Cesário. Ele já havia sido condenado, em 2009 em primeira instância e em 2010 a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) ratificou a decisão para que cumprisse pena de quatro anos e cinco meses, em regime semiaberto, por desviar algo em torno de R$ 56 mil Federação de Futebol.

De acordo com a assessoria de imprensa do TJ, à época Cezário foi denunciado pelo Ministério Público por ter supostamente transferido recursos da FFMS para a conta particular.

Dizia ainda a denúncia que parte do dinheiro o presidente investiu em campanha política, quando era candidato a prefeito da cidade de Rio Negro, no fim da década de 90.

Na época, a denúncia foi baseada em provas levantadas pela PF em meio a uma CPI que investigou as relações entre a CBF e a Nike.

Operação Cartão Vermelho
Na manhã de 21 de maio, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, passou sete horas na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul em ação para deflagrar a Operação Cartão Vermelho, que tinha como alvo não apenas o presidente da FFMS, Francisco Cezário, mas também demais integrantes de uma suposta organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro.

Segundo o balanço, divulgado pelo Gaeco, as investigações já aconteciam há 20 meses, e constataram que foi instalada na Federação uma organização criminosa que desviava valores recebidos do Governo do Estado (via convênio, subvenção ou termo de fomento) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quantia desviada era utilizada para benefício dos envolvidos no grupo, e não chegava a ser investida no futebol estadual.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz nota do Gaeco.

Usando desse mecanismo, os integrantes da organização realizaram mais de 1.200 saques, que somados ultrapassaram o valor de R$ 3 milhões.

A investigação também aponta que os suspeitos também possuíam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", explicou o Gaeco.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mais de R$ 6 milhões.

A operação batizada como “Cartão Vermelho” cumpriu 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Somente nesta manhã, foram apreendidos mais de 800 mil reais.

Saiba: O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.
 

 

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Esportes

Alison dos Santos volta a vencer na Jamaica, desta vez nos 400m rasos

Ele já conquistara na sexta os 400m com barreiras, sua especialidade

07/04/2025 21h00

Alison dos Santos

Alison dos Santos Foto: Divulgação

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O brasileiro Alison do Santos, o Piu, voltou a brilhar no Grand Slam Track, em Kingston (Jamaica), neste domingo (6), ao vencer a prova dos 400 metros rasos, que não é sua especialidade. Após a largada, Piu seguiu na terceira posição até acelerar na reta final e cruzar a linha de chegada em primeiro lugar em 45s52. Os norte-americanos Chris Robinson (45s54) e Caleb Dean (45s.68) terminaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Na noite de sexta (4), Piu já conquistara os 400m com barreiras – prova de sua especialidade - também no Estádio Nacional de Kingston.

"O vento estava muito forte, mas vim, fiz o meu trabalho e conquistei o prêmio. Fiz o meu melhor e significa muito porque amo competir, estar na pista. Quando virou os 200m vi que estava atrás e pensei que só não poderia perder para o Clarke", detalhou Alison, que competiu há quase um ano na prova dos 400m rasos, no Florida Relays, quando fez o tempo de 45s25.

Com a segunda vitória seguida em Kingston, Piu totalizou 24 pontos e lidera o seu grupo de provas (400m com barreiras e 400m rasos). O brasileiro, bronze olímpico nos Jogos de Paris, também recebeu a premiação de US$ 100 mil (equivalente a R$ 584 mil) ao cravar duas vitórias seguidas em Kingston.

O Grand Slam Track é uma nova série de atletismo, organizada por Michael Johnson - quatro vezes campeão olímpico nos 200m e 400m -, com grandes atletas da modalidade. A competição abrange seis grupos de provas, cada uma com oito participantes (quatro corredores e quatro convidados, denominados desafiantes).

O circuito Grand Slam Track prevê ao todo 96 provas, sendo 24 delas por etapa. Após Kingston, os demais eventos serão nos Estados Unidos: de 2 a 4 de maio em Miami; de 30 de maio a 1º de junho na Filadélfia; e de 27 a 29 de junho em Los Angeles. Em cada evento, são disputadas provas de velocidade curta (100m - 200m), barreiras curtas (100m ou 110m com barreiras), velocidade longa (200m - 400m), barreiras longas (400 m com barreiras), meio-fundo (800m - 1.500 m) e fundo (3.000m - 5.000m).

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FIM DE SEMANA

Atletas de MS são destaques em competições nacionais de vôlei de praia

Neste último fim de semana, foram realizadas o Aberto e Top 16, tanto feminino quanto masculino, e Mato Grosso do Sul conquistou medalhas de prata e ouro

07/04/2025 12h30

Todos os campeões, vices e terceiro colocados nesta 2ª etapa do CBVP

Todos os campeões, vices e terceiro colocados nesta 2ª etapa do CBVP Foto: Divulgação/CBV

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No último sábado (05) e domingo (06), duas competições nacionais movimentaram o vôlei de praia brasileiro, com atletas sul-mato-grossenses em três das quatro finais, todas organizadas pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), em Saquarema (RJ).

No aberto feminino, Dany Neves, de MS, e Jéssica, do Paraná, foram campeãs ao superarem Solange/Luiza por 2 sets a 0. A atleta pantaneira tem uma história de superação incrível, após lutar por oito meses contra a leucemia em 2018 e ficar afastada do esporte durante esse período.

Na disputa de 3º lugar, Dayane representou o Mato Grosso do Sul ao lado da capixaba Júlia, mas foram derrotadas pela dupla carioca Beatriz/Geovania, em um confronto emocionante que foi para o tie-break, vencido por 15 a 13.

Na final do Top 16 feminino, Vic foi a representante sul-mato-grossense e dominou a dupla adversária (Duda/Ana Patrícia) ao lado de Thamela, do Espírito Santo. Bastaram dois sets, ambos vencidos por 21 a 15, para Vic e Thamela saírem com o título, após amargarem o vice na etapa anterior, que aconteceu em fevereiro, em Navegantes (SC), para a dupla Carol Solberg/Rebecca.

Já no naipe masculino, Mato Grosso do Sul estava mais do que bem representado, reeditando a mesma final da etapa anterior. De um lado, o três lagoense Arthur jogou ao lado do paranaense Adrielson. Do outro, o sul-mato-grossense Saymon, de Campo Grande, foi dupla com o atleta olímpico George, da Paraíba. Decidido no tie-break, por 15 a 11, Arthur e Adrielson foram campeões, “vingando” a 1ª etapa.

Saymon e nova parceria

Em janeiro, Saymon oficializou parceria com George Wanderley, que disputou Paris-2024 ao lado de André Stein e desfez parceria com o atleta após a competição.

A nova dupla iniciou os treinamentos no mesmo mês, no CT Cangaço, em João Pessoa (PB), e a estreia aconteceu em fevereiro, na primeira etapa do Circuito Brasileiro, em Navegantes, Santa Catarina.

Saymon e George são treinados pelo brasiliense Ernesto Vogado. O campo-grandense fez dupla durante anos com Álvaro Filho e, em 2017, conquistaram juntos a medalha de ouro na segunda edição do Campeonato Mundial de Vôlei de Praia, realizado no Rio de Janeiro.

PERFIL

Nome: Saymon Barbosa Santos
Local e data de nascimento: Campo Grande, dia  8 de setembro de 1993 (31 anos)
Posição: Bloqueador
Altura: 2,02m
Peso: 98 kg
Principais conquistas: Ouro no Campeonato Mundial Militar de Voleibol de Praia, ouro e bronze no Circuito Sul-Americano de Voleibol de Praia CSV Finals.

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