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Cezário precisa ser socorrido e deixa presídio 16 dias após nova prisão

"Imperador" do futebol de MS estava com diarreia, desidratação e complicações causadas por um problema de mobilidade em uma das pernas

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Exatos 16 dias após ter sido preso novamente, Francisco Cezário, presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), precisou ser socorrido e encaminhado ao Hospital Cassems de Campo Grande.

Cezário deixou a prisão no fim da manhã da última quinta-feira (12), com diarreia, desidratação e complicações causadas por um problema de mobilidade em uma das pernas, que vinha causando quedas constantes, como explicou o advogado, Júlio César Marques.

"Já que ele foi internado para fazer o tratamento de hidratação, tomar soro, o médico aproveitou e já agendou no para ele fazer os exames da perna, para iniciar um tratamento também", disse à reportagem.

Segundo o advogado, assim que receber alta, Cezário voltará para a prisão, já que ainda aguarda decisão do juiz quanto ao pedido de liberdade.

Relembre

Cezário foi preso na manhã do dia 21 de maio deste ano, como um dos alvos da Operação Cartão Vermelho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de MS, entre os anos de 2018 e 2023. Somente na casa de Cezário, foram apreendidos mais de R$ 800 mil.

Menos de uma semana após a Operação, ele pediu afastamento do cargo. No dia 6 de julho, teve liberdade concedida, com o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias, e proibição de contato com demais acusados e testemunhas.

A liberdade só foi concedida porque no dia 5 de junho, Cezário deixou o Presídio Militar com um princípio de infarto, e precisou fazer um cateterismo, procedimento que trata doenças cardíacas por meio da introdução de um tubo flexível, o cateter. O problema aconteceu logo após ele tomar conhecimento falecimento da irmã, Maria Rosa Cezário, de 81 anos, que morreu naquele mesmo dia, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Na manhã do dia 28 de agosto, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) foi à residência de Francisco Cezário para cumprir um novo mandato de prisão, desta vez por descumprimento das medidas cautelares impostas na concessão de liberdade.

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o ex-dirigente continuava a participar, nos bastidores, dos rumos da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. 

Investigações apontaram que Cezário articulava com aliados e fazia reuniões em sua própria residência com presidentes de clubes e dirigentes esportivos, além de acompanhar "de perto" as reuniões que eram realizadas na FFMS.

No despacho que concedeu liberdade a Cezário, a desembargadora Elizabete Anache, da 1ª Câmara Criminal do TJMS, havia determinado que o ex-presidente estaria proibido de:

  • manter contato com os demais acusados e testemunhas;
  • participar de atividades na FFMS;
  • comparecer à sede da FFMS;
  • se ausentar da comarca por mais de oito dias sem o prévio conhecimento e anuência do juízo natural;
  • e mudar de endereço sem autorização.

Tais medidas foram descumpridas pelo investigado.

Inclusive, a reportagem apurou que, pouco antes de ser preso novamente, Cezário estaria articulando, por meio de abaixo-assinado, a troca do atual presidente da FFMS, Estevão Petrallás, por João Garcia Ferreira, que é ex-presidente do Aquidauanense e um dos vice-presidentes executivos da entidade.

O documento seria enviado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No entanto, a tentativa foi malsucedida, já que a entidade decidiu por prorrogar em mais 90 dias o mandato interino de Petrallás. 

Histórico

Oficialmente, Cezário comandou a entidade futebolística pela primeira vez em 1987, 37 anos atrás. 

Neste período, ele ficou, em tese, fora do do comando da associação por quatro anos, entre 2001 a 2004, quando assumiu a prefeitura de Rio Negro, cidade distante 150 quilômetros de Campo Grande. Mesmo assim, controlava a Federação.

Cezário tentou reeleger-se prefeito, mas não conseguiu. Ele voltou para a FFMS e não saiu mais. Normalmente, ele concorre sozinho, sem adversários.

Votam nas eleições da FFMS dirigentes de associações (clubes profissionais), associações (clubes praticantes do futebol amador da capital e do interior) e ligas municipais amadoras. Em torno de 35 pessoas participam do pleito.

Segunda vez

A operação Cartão Vermelho não chega a ser uma novidade no histórico de Francisco Cesário. Ele já havia sido condenado, em 2009 em primeira instância e em 2010 a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) ratificou a decisão para que cumprisse pena de quatro anos e cinco meses, em regime semiaberto, por desviar algo em torno de R$ 56 mil Federação de Futebol.

De acordo com a assessoria de imprensa do TJ, à época Cezário foi denunciado pelo Ministério Público por ter supostamente transferido recursos da FFMS para a conta particular.

Dizia ainda a denúncia que parte do dinheiro o presidente investiu em campanha política, quando era candidato a prefeito da cidade de Rio Negro, no fim da década de 90.

Na época, a denúncia foi baseada em provas levantadas pela PF em meio a uma CPI que investigou as relações entre a CBF e a Nike.

Operação Cartão Vermelho

Na manhã de 21 de maio, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, passou sete horas na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul em ação para deflagrar a Operação Cartão Vermelho, que tinha como alvo não apenas o presidente da FFMS, Francisco Cezário, mas também demais integrantes de uma suposta organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro.

Segundo o balanço, divulgado pelo Gaeco, as investigações já aconteciam há 20 meses, e constataram que foi instalada na Federação uma organização criminosa que desviava valores recebidos do Governo do Estado (via convênio, subvenção ou termo de fomento) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quantia desviada era utilizada para benefício dos envolvidos no grupo, e não chegava a ser investida no futebol estadual.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz nota do Gaeco.

Usando desse mecanismo, os integrantes da organização realizaram mais de 1.200 saques, que somados ultrapassaram o valor de R$ 3 milhões.

A investigação também aponta que os suspeitos também possuíam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", explicou o Gaeco.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mais de R$ 6 milhões.

A operação batizada como “Cartão Vermelho” cumpriu 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Somente nesta manhã, foram apreendidos mais de 800 mil reais.

Saiba: O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

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Esportes

FFMS adia abertura do estadual feminino por falta de recursos

O campeonato, que iniciaria no dia 12 de outubro, foi adiado por mais uma semana devido à falta de recursos enviados pelo governo do estado.

09/10/2024 18h30

Divulgação/ OFC

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Agendada para iniciar no dia 12 de outubro, a abertura do Campeonato Sul-Mato-Grossense de Futebol Feminino foi adiada por mais uma semana devido à falta de recursos financeiros. Segundo informações do governo do estado, o dinheiro destinado à alimentação e hospedagem está em fase de finalização

A reportagem do Correio do Estado buscou informações com a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) sobre o motivo do adiamento. O investimento é enviado à Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), que é responsável por utilizar os recursos para organizar e custear a competição, incluindo pagamento de hospedagem, alimentação, arbitragem e outros custos.

Em nota, o órgão do governo estadual informou que o processo está em fase de finalização, restando apenas a entrega de documentos para sua conclusão. 

A Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte) informa que o repasse de recursos à Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), destinado à realização do Campeonato Estadual de Futebol Feminino, está em fase de finalização. No momento, aguarda-se a entrega de alguns documentos necessários para a conclusão do termo de fomento, o que permitirá a transferência dos recursos oriundos do Fundo de Investimentos Esportivos (FIE).

A Fundação reitera seu compromisso em garantir a realização da competição com o suporte necessário.

O Correio do Estado tentou contato com o gestor interino da FFMS, Estevão Petrallas, que estava em reunião no momento do contato. Em seu site oficial, a federação informou que o adiamento ocorreu devido a 'ajustes na programação.

A Federação, por sua vez, afirmou em seu site oficial que o adiamento se deu devido a 'ajustes na programação.

Questionados sobre os valores da competição, a FFMS e o governo estadual não responderam às perguntas. O canal permanece aberto para respostas.


Governo criou lei para igualar investimentos

Em busca de igualar os investimentos no esporte masculino e feminino, foi aprovada, em agosto deste ano, a lei estadual n.º 6.296, que 'dispõe sobre a obrigatoriedade de paridade de gênero na divisão de recursos públicos destinados ao incentivo de modalidades esportivas', garantindo que nenhum gênero receba menos que 30% dos recursos.

No futebol masculino, neste ano, foram destinados R$1.212.120 para investimento no campeonato estadual. Em conversas com dirigentes do futebol feminino, espera-se que o investimento para a modalidade seja, no mínimo, 30% do valor previsto, o que seria aproximadamente R$360 mil.

Em 2023, o investimento foi de $245.095,00, o que significa aumento de 50% em relação ao ano anterior. A assinatura deste convênio , ainda segue sem data de previsão. 

Times participantes 

A edição deste ano do Campeonato Sul-Mato-Grossense terá um recorde de equipes participantes. Entre os times já garantidos estão a Portuguesa, o Operário, o Comercial, o Cefac, o CREC, o São Gabriel, o Corumbaense, o Aquidauanense e o Seinter.

 

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Campeonato Sul-Mato-Grossense

Operário anuncia Renné Franco como novo executivo de futebol para 2025

O novo diretor executivo de futebol teve sucesso em 2023 ao criar, no São José (SP), o Departamento de Análises de Mercado, o que levou o clube paulista a conquistar o título da Copa Paulista."

09/10/2024 15h00

Renné Franco é o  novo diretor executivo do Operário Futebol Clube

Renné Franco é o novo diretor executivo do Operário Futebol Clube Divulgação/

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Com o calendário de 2025 apertado, devido a compromissos nacionais como a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro da Série D, o Operário Futebol Clube anunciou na manhã desta quarta-feira (9) o nome de Renné Franco como o novo executivo de futebol. Seu primeiro grande compromisso será o Campeonato Sul-Mato-Grossense, que inicia em janeiro de 2025.

Renné Franco é o  novo diretor executivo do Operário Futebol Clube Divulgação/ OFC

Seu trabalho mais recente foi no São José (SP), onde ajudou a montar o Departamento de Análises de Mercado e conseguiu contratar bons atletas que levaram o time paulista ao título da Copa Paulista em 2023.

Com bastante experiência no futebol, o novo executivo do Galo de Campo Grande, que possui dupla cidadania portuguesa, passou por equipes como Juventus (SC), Barcelona (BA), Lajeadense (RS), Moto Clube (BA) e São José (SP).

Em entrevista ao Correio do Estado, o presidente do Operário Futebol Clube, Nelson Antônio da Silva, afirmou que o recém-contratado está animado para trabalhar no Mato Grosso do Sul.

“Antes de fechar com Renné, conversamos com ele e explicamos como é o futebol sul-mato-grossense. É um rapaz novo, com muita fome e está empolgado em trabalhar no futebol do estado”, relatou 

Questionado sobre as ideias do Operário para o elenco de 2025, o presidente do clube afirmou que pretende trabalhar com um elenco enxuto, mas com jogadores de qualidade. Alguns nomes conhecidos da torcida operariana, como o defensor Ryan, que pertence ao Operário Futebol Clube, o volante Marcel e o zagueiro João Renato, já estão contratados, mas novos nomes devem ser anunciados até o final do mês.

“Apesar de termos um calendário cheio, pretendemos trabalhar com um grupo pequeno e competitivo, devido ao custo-benefício e ao que podemos gastar no ano que vem. Conseguimos fechar com três atletas que estavam aqui no ano passado e outros nomes conhecidos da torcida que já estão confirmados, mas vou anunciar após a assinatura de contrato”, disse."


Leocir Dall’allastra fica no Operário? 

Segundo o presidente do Galo, Nelson Antônio da Silva, sim! Mas faltam apenas alguns detalhes para anunciar o nome. O clube conta com o técnico Leocir Dall’Astra para 2025.

“Estamos conversando com Leocir e é bem possível que consigamos assinar um novo contrato com ele. O que falta mesmo é ajustar algumas questões financeiras. Ele também recebeu sondagens de outros clubes, mas seu retorno ao comando da equipe para 2025 está bem encaminhado”, disse o presidente Nelson Antônio da Silva ao Correio do Estado.

No início deste ano, Leocir Dall'Astra estava no comando do Grêmio Esportivo Bagé (RS), que atualmente participa do Gauchão Série A2, equivalente à segunda divisão. O time gaúcho não avançou de fase, ficando na 6ª colocação do Grupo B.

O comandante chegou a Mato Grosso do Sul em 2023 e, ao ser questionado sobre o desempenho do clube no Brasileirão da Série D, conquistou rapidamente a torcida pela transparência nas entrevistas coletivas.

Renné Franco é o  novo diretor executivo do Operário Futebol Clube Ténico Leocir Dall'astra comanando o Operário Futebol Clube. Divulgação/ OFC

Leocir Dall'Astra tem 60 anos e, após deixar a carreira de jogador profissional, iniciou sua trajetória como treinador em 2004 no Passo Fundo-RS. Desde então, passou por diversos clubes do Sul do Brasil e pelo ASA-AL. Em 2015, conquistou o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro dirigindo o Ypiranga-RS. Depois, passou pelo Treze-PB e pelo Operário VG-MT. Entre 2022 e 2023, comandou o Pelotas-RS, até chegar ao Operário nos últimos jogos da Série D."

“Aos torcedores operariano, vamos montar um time com as nossas características, que é um elenco com força e garra, como diz o hino do clube. Temos compromissos importantes para o ano que vem e precisamos competir e honrar as nossas cores”, relatou.

AAlém do Campeonato Sul-Mato-Grossense, que inicia em janeiro de 2025, o Operário Futebol Clube também participará da Copa Verde, do Campeonato Brasileiro da Série D e da Copa do Brasil.

 

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