“Em anos anteriores Mato Grosso do Sul tinha pilotos como Karlos Fernandes, Hoover Orsi, Rafael Motta e não tinha autódromo. Hoje temos autódromo e não temos pilotos. É preciso fazer alguma coisa para incentivar os jovens a se interessarem pelo automobilismo”. A declaração do presidente da Federação de Automobilismo de Mato Grosso do Sul, Valdemir Dias Terra, demonstra a realidade do Estado no cenário nacional. Atualmente nenhum piloto federado pela entidade compete em categoria de ponta como Stock Car, Fórmula Truck ou até Fórmula 3 Sul-Americana. Na Capital, o Autódromo Internacional vem recebendo há vários anos essas categorias, porém poucos pilotos representaram o Estado. “Alguns conseguem patrocínio para apenas uma prova e aproveitam para correr na cidade, assim é possível ver algum representante do Estado em um Pick Up Racing, Stock Car Light, ou outras de menor expressão”, lamenta Terra. De acordo com o dirigente, a falta de incentivo acaba afastando os talentos. “Se o governo ajudasse os pilotos da casa, com certeza teríamos bons nomes. Os talentos que surgem acabam buscando outras cidades para ter condições melhores de disputar as principais competições”, relatou. Obstáculos Valdemir Terra afirma que, se as empresas tivessem incentivos do governo para apoiar o esporte, a situação poderia ser diferente. “A federação recebe todo apoio necessário do governo do Estado, mas os pilotos, não. Quem sabe, se algum projeto beneficiasse a iniciativa privada, poderiam surgir novos talentos, e em breve teríamos pilotos em categorias importantes”, disse. Segundo o presidente, além da dificuldade financeira não existe mão de obra especializada para cuidar dos carros. “Ainda sofremos com a falta de mecânicos especialistas em corridas de automóvel e também não temos a figura do engenheiro da área”, completa. Sem pilotos, outra briga da entidade é em buscar subsídios de receber as competições nacionais, mas, mesmo com dificuldades, várias estão incluídas no calendário da Confederação Brasileira.