Esportes

GRANDE FINAL

Futebol americano: como o Super Bowl virou um grande negócio muito além do jogo

Não é apenas uma final de campeonato, é um espetáculo à parte; saiba tudo sobre o evento

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A capacidade oficial do SoFi Stadium, palco do Super Bowl, que acontece neste domingo, é de 70.240 espectadores. No entanto, a prefeitura de Inglewood, estima que mais de 150.000 visitantes de outros estados e países estejam desde o começo da semana perambulando pela cidade e suas vizinhas da Grande Los Angeles. Sem contar algumas centenas de milhares de pessoas da própria metrópole. Na maioria, são pessoas que não tem ingresso nem pretendem comprar. Como explicar esse fenômeno? Basta ver a programação de eventos paralelos ao jogo.

Mais de 150 atrações paralelas estão sendo oferecidas nesta semana da final da NFL, sempre envolvendo ex-jogadores e celebridades. São festas, exposições, tardes de autógrafo, jantares, desfiles de moda, clínicas de futebol americano e torneios dos mais variados esportes.

Há opções baratas e populares, com ingressos na faixa de US$ 20 (R$ 104). É o caso do Super Bowl Experience, uma espécie de parque temático de futebol americano onde crianças e adultos podem testar suas habilidades em dezenas de nichos que simulam o esporte, além de brincar de videogames, ver exposições de troféus, assistir a filmes, comprar produtos e pegar autógrafos de dezenas de atletas contratados para ficar zanzado por ali.

E existem também eventos para poucos, como o Culinary Kickoff presented by Porsche, um jantar de gala preparado por alguns dos mais famosos chefs do país, na sede do clube de proprietários da Porsche e repleto de famosos e ex-jogadores. O ingresso sai por US$ 1.500 (R$ 7.800) por pessoa.

Super Bowl: o Carnaval do Tio Sam  

Dá para traçar um paralelo com o Carnaval do Rio de Janeiro: uma festa contínua, de vários dias, em diversos lugares, com público de todas as estirpes. Não é à toa que a maior região metropolitana da Califórnia espera um faturamento de US$ 477 milhões (R$ 2,4 milhões) graças à final da NFL.

“Acho que estamos entrando na próxima era dourada dos esportes e do entretenimento”, declarou o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, em entrevista ontem à repórter Rory Carroll, da agência de notícias Reuters. Vale lembrar que não são apenas turistas. Além das arquibancadas normais, o estádio recebeu mais 30.000 assentos improvisados, destinados a jornalistas de outros estados e países e aos convidados da liga e dos times.

Nesta edição, sem as restrições relativas à covid-19 que em 2021 deixaram o Raymond James Stadium, de Tampa, com apenas 25% da capacidade, o Super Bowl voltará a ser o maior evento esportivo dos Estados Unidos. Mesmo com ingressos custando em média o valor de um carro popular zero quilômetro no Brasil.

Segundo apuração do site especializado em negócios do esporte Sportico, em 2022, foi batido um recorde, com ingresso mais barato na faixa de US$ 4.500 (R$ 23 mil) e o mais caro saindo por US$ 100 mil (R$ 522 mil). O preço médio é de US$ 8.772 - equivalente a R$ 46.000 no câmbio oficial.

Essas somas se tornam ainda mais impressionantes se comparadas às da primeira edição do Super Bowl, disputada em 1967, quando duas ligas rivais - AFL e NFL - decidiram fazer um tira-teima para definir quem era o verdadeiro campeão do país. Naquela ocasião, havia ingressos por US$ 6 para o jogo entre Kansas City Chiefs (da AFL) e Green Bay Packers (da NFL). E, mesmo assim, o Los Angeles Memorial Coliseum não lotou.

Festa da TV

Em 1983, quando o episódio final do seriado M*A*S*H parou o país e bateu todos os recordes de audiência da TV americana, ninguém achava que qualquer coisa mostrada na telinha pudesse superar os quase 106 milhões de telespectadores registrados pelo Nielsen Media Research. Demorou, mas aconteceu. Em fevereiro de 2010, a grande final da NFL entre Indianapolis Colts e New Orleans Saints atingiu 106,5 milhões de pessoas na média.

A partir daí, em mais sete ocasiões o Super Bowl superou a marca, chegando ao recorde de 114,5 milhões de telespectadores em fevereiro de 2015, quando o New England Patriots bateu o Seattle Seahawks por 28 a 24 em dos mais épicos finais de partida da história. No total, das dez maiores audiências da história da TV nos Estados Unidos, nove são Super Bowls.

É verdade que no último ano, os números registrados foram para lá de decepcionantes, com apenas 91 milhões de telespectadores em média durante a partida final, em fevereiro de 2021.

Se depender dos dados apurados pelo National Retail Federation (NRF), entidade que mede tendências do comércio no país, a recuperação virá tão forte quanto um tackle de Aaron Donald, o principal defensor do Los Angeles Rams. A pesquisa mostra que pelo menos 104 milhões de americanos pretendem assistir à partida. O que recolocaria o Super Bowl no Top 10 do ranking histórico de audiência da TV dos Estados Unidos.

O reflexo do otimismo vem também nas cifras dos comerciais. Nunca se pagou tão caro por 30 segundos na televisão: a rede a NBC revelou esta semana que vendeu completamente a cota de anúncios, com alguns de meio minuto chegando a custar US$ 7,1 milhões (R$ 37 milhões). No ano passado, em meio à pandemia, a CBS não conseguiu bater a marca de US$ 5,5 milhões (R$ 28 milhões).

Por isso, a emissora detentora dos direitos este ano prevê faturar US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) durante as cerca de quatro horas de transmissão. “Não me lembro de uma ocasião em que a NFL estivesse tão quente. Os últimos seis jogos foram fabulosos e estão na boca do povo”, declarou anteontem o narrador AL Michaels, da NBC, que fará sua 11ª transmissão da grande final.

O jogo entre Cincinnati Bengals e Los Angeles Rams realmente promete, mas, como nas edições anteriores, os comerciais mais caros são aqueles inseridos nos momentos próximos a um atrativo especial: o show do intervalo.

Michael Jackson mudou a NFL  

O famoso show do intervalo do Super Bowl é uma tradição desde a primeira edição do jogo, em 1967. Mas durante mais de duas décadas, ele não passou de uma protocolar apresentação de bandas marciais de universidades próximas à cidade-sede.

Isso começou a mudar em 1991, quando a então sensação pop da época, o grupo New Kids on the Block, foi contratada para tentar fazer os níveis de audiência se manterem estáveis ou, ao menos, não despencarem, como vinha acontecendo ano após ano no intervalo entre uma etapa e outra.

Deu certo e, em janeiro de 1993, aconteceria o show que mudou de vez o Super Bowl. Com uma apresentação repleta de efeitos especiais, Michael Jackson surpreendeu o mundo: pela primeira vez na história, o intervalo teve mais audiência que a própria partida. No pico, 133,4 milhões de americanos viram o Rei do Pop interpretar clássicos como “Billie Jean”, “Black or White” e “We are the World”.

Desde então, astros do calibre de Paul McCartney, U2, Rolling Stones, Lady Gaga, Madonna, Beyonce, Shakira e Jennifer Lopez já deram as caras na final da NFL, ocasionando um curioso efeito: o aumento da duração do intervalo, de 12 minutos para cerca de meia-hora. Fato que atrapalha o aquecimento dos jogadores, mas permite aos técnicos corrigir de forma mais detalhada as estratégias.

Brigar para tocar de graça - O sucesso do “Halftime Show” é tão estrondoso que a NFL não paga nada para os artistas. São eles que buscam freneticamente ser escalados chamados para a festa. Justificativas não faltam: nos dias seguintes ao Super Bowl LV, em fevereiro de 2021, as vendas de músicas do cantor canadense The Weeknd subiram 385%, segundo o instituto MRC Data, especializado em mídias digitais.

Não existe propaganda melhor que mostrar emoção e romantismo no mesmo gramado em que, minutos antes, gigantes com mais de 100 quilos protagonizavam uma batalha campal. Neste domingo, quem passará pela experiência é um time completo e bem treinado de celebridades pop: Mary J. Blige, Snoop Dogg, Dr. Dre, Kendrick Lamar e Eminem.

“É um sonho que se realiza”, disse o rapper Snoop Dog, em entrevista coletiva concedida entre um ensaio e outro no estádio A pesquisa mais recente da National Retail Federation (NRF) descobriu que 18% dos abordados consideram o show do intervalo mais importante do que o jogo. E que 21% preferem os comerciais a todo o resto. O jogo é o foco de 40% e os 21% restantes gostam igualmente de tudo.

Nos Estados Unidos, essa mistura improvável de arte, publicidade e esporte é sedutora e extremamente lucrativa.

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VIVE GRANDE MOMENTO

Atleta de MS é convocado para representar a seleção paraguaia

Gustavo Alfaro anunciou os 27 nomes para os duelos contra Chile, no dia 20, e Colômbia, no dia 25; a seis rodadas do fim das eliminatórias, o Paraguai está indo direto para a Copa do Mundo de 2026

15/03/2025 12h15

Carlos Coronel é titular absoluto do clube americano New York Red Bulls

Carlos Coronel é titular absoluto do clube americano New York Red Bulls Foto: Divulgação/NY Red Bulls

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Restando apenas seis rodadas para o término das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, Carlos Coronel, nascido em Porto Murtinho e naturalizado paraguaio, foi convocado mais uma vez para representar a albirroja, desta vez na Data FIFA de março.

Gustavo Alfaro, treinador da seleção paraguaia, anunciou os 27 nomes que irão representar o país vizinho nos duelos contra Chile, no dia 20, e Colômbia, no dia 25. Coronel foi um dos quatro goleiros chamados, junto com Gatito Fernández (Cerro Porteño-PAR), Juan Espínola (Belgrano-ARG) e Orlando Gill (San Lorenzo-ARG).

Ao todo, Carlos já participou de 18 jogos do Paraguai, sendo titular em nove (seis pelas Eliminatórias e três em amistosos). Durante a Copa América, foi reserva durante toda a competição. Porém, seu grande momento vestindo as cores do New York Red Bulls-EUA pode fazer com que Gustavo Alfaro mude de ideia.

No clube desde 2022, o goleiro sul-mato-grossense teve a última temporada como seu grande trunfo no clube norte-americano, sendo decisivo durante o mata-mata da Major League Soccer (MLS) e conquistando o troféu da conferência leste. Na final, contra o LA Galaxy, campeão da outra conferência, perdeu por 1x0, ficando com o 2º lugar.

Agora, na atual temporada da MLS, o NY Red Bulls jogou três partidas, mas Coronel foi titular em todas e sofreu somente um gol. Neste sábado (15), Carlos deve fazer sua quarta partida na temporada, diante do Orlando City, às 14h30 (horário de MS).

Atualmente, a seleção paraguaia está na 6ª posição das Eliminatórias, posição que garante classificação à Copa do Mundo de 2026. Caso consiga a vaga, esta será a 9ª participação da seleção em mundiais, sendo sua melhor colocação em 2010, quando foi eliminada para a Espanha nas quartas de finais. Lembrando que o Paraguai já está garantido na Copa de 2030, já que é um dos países-sede, junto com Argentina e Uruguai.

Trajetória - Carlos Coronel

Carlos nasceu no dia 29 de dezembro de 1996, em Porto Murtinho, mas com mãe paraguaia. Ele nunca jogou profissionalmente no Brasil, mas já passou por times de base nacionais, como o Red Bull Brasil sub-20, de Campinas. Também já foi aprovado em uma peneira no São Paulo, mas foi dispensado logo depois. 

"Eu tinha uns 15 anos quando fiquei um mês em Cotia no CT e fui aprovado, mas depois fui dispensado. O motivo exato (da dispensa) eu não consigo te dizer. Talvez tenha acontecido algo entre o meu representante na época e algum diretor do São Paulo", disse Carlos ao canal de esportes ESPN.

Depois disso, Carlos passou por Desportivo Brasil e Paraná até chegar ao Red Bull Brasil, em 2011. Antes mesmo de estrear no profissional, ele mudou-se para o Red Bull Salzburg e foi cedido por três temporadas ao Liefering, clube satélite que disputava a segunda divisão austríaca à época.

"Era a sede do projeto e viajava bastante para acompanharem meu desenvolvimento. Foi bem importante porque precisava de um tempo para me adaptar ao estilo de jogo, língua e cultura diferentes. É tudo muito parecido com o time principal, se você estiver pronto, sobe".

Com atuações de destaque, o brasileiro foi incorporado ao elenco principal do Salzburg, mas não teve espaço no time titular nos anos seguintes. Por isso, foi emprestado em 2019 ao Philadelphia Union e ao Bethlehem Steel, ambos dos EUA.

O goleiro voltou ao Salzburg depois que o titular se machucou em um acidente de moto. O brasileiro passou a revezar no banco de reservas até receber uma chance contra o Napoli pela Liga dos Campeões. Ele entrou no segundo tempo na vaga do lesionado Stankovic na derrota por 3 a 2 para os italianos.

"Foi uma coisa que aconteceu muito rápido. É a maior competição de clubes do mundo, todos acompanham. Foi um grande feito na minha carreira e espero jogar mais jogos pela Champions".

O brasileiro fez mais oito jogos na temporada, incluindo outros dois duelos pela Liga dos Campeões: vitória sobre o Genk por 4 a 1 e o empate por 1 a 1 com o Napoli - ao lado de Erling Haaland, atualmente no Manchester City. Após começar a temporada 2020-21 como reserva outra vez, Carlos resolveu mudar de ares e se transferir para o NY Red 

Nas duas temporadas pela equipe norte-americana, ele foi titular absoluto e conseguiu chegar aos playoffs da MLS. O goleiro, que já enfrentou Messi em partida em outubro do ano passado, também enfrentou outros grandes atacantes em amistosos contra Liverpool e Real Madrid.

"Contra o Liverpool senti um pouco mais de pressão porque tinha Mané, Salah e Firmino no auge depois de vencerem a Champions. Foi bem especial. Joguei também contra o Benzema e fiz algumas defesas. São experiências que agregam muito".

Também participou de um amistoso pelo NY Red Bulls contra o Barcelona, que terminou com derrota por 2 a 0.

"O mais complicado foi o Lewandowski porque ele se posiciona muito bem. Você tenta ler a situação e muitas vezes ele se movimentava muito. Toda bola aérea ele ganhava".

Saiba - Coronel VS Messi

Neste ano, em maio, Carlos enfrentou Messi novamente, desta vez entre clubes, e tomou uma goleada de 6x2 para o Inter Miami. Na partida, o camisa 10 argentino teve a melhor atuação desde sua chegada em solo americano, com um gol e cinco assistências, jogo que também ficou marcado pelo hat-trick (três gols) de Luis Suárez e uma assistência do atacante uruguaio.

*Colaborou Neri Kaspary

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Medalhista

Lídia Cruz é ouro com recorde paralímpico das Américas na natação

Gêmeas Beatriz e Débora Carneiro foram ouro e prata, respectivamente

14/03/2025 23h00

Foto: Reprodução / Agência Brasil

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O Brasil subiu três vezes ao pódio nesta sexta-feira (14), segundo dia da etapa de Lignano Sabbiadoro (Itália), do World Series – circuito internacional de natação paralímpica, que vai até domingo (16). Nascida em Duque de Caxias (RJ), Lídia Cruz faturou a medalha de ouro e, de quebra, bateu o recorde das Américas na prova dos 50 metros costas da classe S4 (limitações físico-motoras).

Quem também brilhou foram as gêmeas paranaenses Beatriz e Débora Carneiro ao conquistarem ouro e prata, respectivamente, nos 100m peito S14 (deficiência intelectual).

As provas no World Séries, circuito organizado pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), reúnem nadadores com diferentes tipos de deficiência na mesma série. As classificações e medalhas são definidas de acordo com o Índice Técnico da Competição (ITC).

Lídia Cruz bateu novo recorde das Américas ao vencer os 50m costas em 51s04, superando a marca anterior (51s51), estabelecida há 21 anos pela compatriota Edênica Garcia. Completaram o pódio a italiana Mônica Boggioni, da classe S5, que levou a prata com o tempo de 46s88, e a espanhola Marta Fernández Infante, da classe S3, ficou com o bronze (58s16).

Na disputa dos 100m peito S14, Beatriz Carneiro garantiu o ouro ao concluir a prova em 1min19s32, apenas 23 centésimos mais rápida que sua irmã gêmea Débora Beatriz, que levou a prata. O bronze ficou com Lam Chan Yui (1min20s07), de Hong Kong, nadadora da classe S14.

O paulista Gabriel Bandeira foi o primeiro a subir ao pódio na estreia do Brasil na quinta (14), primeiro dia do World Series. O paulista conquistou a prata nos 100 m livre S14, com o tempo de 52s21.

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