Mato Grosso do Sul

QUEIMADAS NO PANTANAL

Satélite identifica seis fazendas onde começaram incêndios no Pantanal

Incêndios atingiram cerca de vinte propriedades rurais no Pantanal Sul-Mato-Grossense; com as imagens do satélite, proprietários das fazendas podem serem multados.

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Em meio à onda de incêndios no Pantanal, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPE), por meio do Núcleo de Geotecnologias (NUGEO), identificou, via monitoramento de satélite, sete pontos onde começaram alguns dos recentes incêndios no bioma.

Segundo o levantamento, estes pontos de ignição foram responsáveis por gerar incêndios florestais em cerca de 12 mil hectares, em que, segundo a análise, 8.836 hectares estão localizados em Mato Grosso do Sul, enquanto que 3.550 hectares foram registrados no país vizinho.

O monitoramento, que é feito via satélite, utiliza uma análise remota de regressão de imagens para identificar os pontos de foco inicial dos incêndios. Com essa tecnologia, o NUGEO identificou sete pontos de ignição inicial, encontrados em seis imóveis rurais e uma área sem cadastro no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

A Polícia Militar Ambiental foi acionada e investiga os incêndios, os relatórios coletados após a vistoria dos locais serão enviados  às Promotorias de Justiça competentes para tomar as providências necessárias de responsabilização e prevenção.

Apesar dos esforços das autoridades, as áreas afetadas continuam a sofrer com a propagação dos incêndios. 

Sistema Nugeo 

O Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (NUGEO) é uma das ferramentas do Minitério Público para Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. 

A identificação e monitoramento dos incêndios, por exemplo, são realizados pelo NUGEO e fazem parte das ações do Programa "Pantanal em Alerta", que auxilia nas estratégias de prevenção do bioma. O programa tem como objetivo investigar as possíveis causas do incêndio e auxiliar na identificação dos locais de ocorrência, identificando se ocorreram ou não em propriedades privadas e responsabilizando os autores. 

O NUGEO trabalha com informações de diversos satélites e, além disso, também trabalha com dados disponíveis no INCRA, INPE, IBGE, IMASUL e USGS. Com base nos dados levantados, o MPE, cruza as informações das licenças de desmatamento com as informações das propriedades e gera laudos que são enviados para a PMA, Ibama e Imasul, que vão a campo fiscalizar. 

Seca Histórica

Os recentes casos de focos de incêndio ocorrem após um aumento significativo de queimadas no final de 2023. Embora o começo do ano anterior tenha seguido as expectativas, os impactos do El Niño no segundo semestre atrasaram o início das chuvas, resultando em um surto de incêndios em novembro, período em que normalmente já se esperava chuva. Nesse mês, foram registrados 4.134 focos de incêndio, muito acima da média mensal de 584.

O pantanal enfrenta uma das maiores secas históricas no bioma. Somente no primeiro trimestre de 2024, as queimadas no Pantanal ultrapassaram as médias registradas entre 2012 e 20224. No entanto, o período de maior incidência de incêndios costuma correr a partir de julho, com pico nos meses de agosto e setembro.

Somente no primeiro trimestre de 2024, as queimadas do Pantanal ultrapassaram as médias registradas entre 2012 e 2022, apontam dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

INQUÉRITO DO MPE 

Em dezembro do ano passado, um incêndio foi punido com multa de R$ 19,7 milhões por destruir 65 mil hectares e atingir 69 propriedades na região da Nhecolândia. A queimada ocorreu no começo de novembro do ano passado

A punição ocorreu com base em imagens destes mesmos satélites.. Eles chegaram à conclusão de que o fogo devastador, que atingiu 69 fazendas da região, teria começado em uma área de 6,12 hectares da reserva legal da fazenda Santa Edwirges e depois disso se alastrado.

A proprietária da fazenda, no entanto, alega que a punição foi midiática e que não existe nenhuma comprovação aceitável de que o fogo tenha começado em sua propriedade ou que tivesse tido a participação humana no começo da devastação.

A defesa da fazendeira alega que a multa emitida somente com base nas imagens de satélite é ilegal e que os policiais ambientais que foram enviados à fazenda não conseguiram chegar ao ponto exato onde os satélites apontaram como sendo o local de in´cio do fogo

Você pode conferir mais detalhes sobre o incêndio aqui.

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Incêndios

Governo cria sala de situação para combater seca e queimadas no Pantanal

O Ministério da Fazenda sinalizou a provável liberação dos recursos

14/06/2024 15h00

Fogo foi registado na região do canal do Tamengo, no Pantanal de Corumbá

Fogo foi registado na região do canal do Tamengo, no Pantanal de Corumbá Foto: Divulgação / Vivi Amorim

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O governo anunciou nesta sexta-feira (14) a criação de uma sala de situação para monitorar e elaborar soluções para as queimadas e a seca em todos os biomas do Brasil, após um significativo aumento de focos de incêndio no Pantanal.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a primeira reunião está agendada para segunda-feira (17). O encontro abordará temas como a simplificação do processo de contratação de brigadistas, a aquisição de equipamentos e o uso de aeronaves. Marina Silva também revelou que foi solicitado um recurso extraordinário para enfrentar as queimadas, que está sob análise da Junta de Execução Orçamentária (JEO). O Ministério da Fazenda sinalizou a provável liberação dos recursos, cujos valores não foram especificados.

A ministra mencionou ainda a possibilidade de alterar a legislação para permitir que aeronaves de outros países possam ser acionadas, especialmente em situações onde podem chegar mais rapidamente aos focos de incêndio. Ela destacou que essas medidas terão um caráter preventivo, visando evitar ações mais drásticas no futuro.

O anúncio ocorreu após uma reunião de emergência convocada pelo presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB), reunindo ministros como Marina Silva (Meio Ambiente), José Múcio (Defesa), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Laércio Portela (Secom), Cristina Kiomi (ministra substituta da Gestão), a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos, entre outros.

Na semana passada, a Folha de S.Paulo reportou que os focos de incêndio no Pantanal aumentaram 974% entre janeiro e início de junho de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados, fornecidos pelo Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam que até esta terça-feira (4), o bioma somava 978 focos de incêndio, enquanto em 2023 o número era de 91. Este valor acumulado é o segundo maior dos últimos 15 anos, ficando atrás apenas de 2020, quando foram registrados 2.135 focos e cerca de 30% do Pantanal foi consumido pelas chamas.

Durante o anúncio, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ressaltou que o Pantanal normalmente permanece inundado durante o primeiro semestre do ano, com a seca começando na segunda metade do ano. A criação da sala de situação pelo governo Lula visa mitigar os impactos devastadores das queimadas e da seca, protegendo um dos biomas mais importantes do país.

*Com informações de Folhapress

INVESTIGAÇÃO

Homem morre atropelado por trem em Chapadão do Sul

Após o impacto, a vítima foi arrastada por cerca de 500 metros até que a locomotiva conseguisse parar

06/06/2024 09h51

Lucas Barros da Silva, de 25 anos, morreu após ser atropelado por trem da RUMO

Lucas Barros da Silva, de 25 anos, morreu após ser atropelado por trem da RUMO

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Em um raro acidente ferroviário ocorrido na tarde desta quarta-feira (5), Lucas Barros da Silva, de 25 anos, natural de Terezina (PI), morreu após a ser atropelado por um trem da RUMO, uma das principais operadoras de ferrovias no Brasil, em Chapadão do Sul (MS).

Segundo o maquinista, o Lucas teria se jogado na frente do trem e, apesar dos freios terem sido acionados, a vítima foi arrastada por uma extensão de 500 metros até que a locomotiva conseguisse parar completamente. Durante a perícia, foi constatado que o corpo da vítima ficou preso entre o primeiro eixo de rodas da locomotiva.

Conforme apurado pela mídia local, Lucas era aluno da APAE e era muito querido por seus familiares e colegas de escola. Amigos da família relataram que Lucas gostava muito de trens e provavelmente, quando ocorreu o acidente, ele teria ido até os trilhos que ficam a aproximadamente 2km de sua casa. 

O trágico incidente aconteceu nos trilhos paralelos ao rodoanel, na direção do final da Avenida Trinta e Três, próximo ao Terminal Ferroviário de Chapadão do Sul. A região é responsável pelo transporte de 10% da safra de todo o estado e carrega, em média, 2 milhões de toneladas de grãos por ano no terminal. 

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil também foram acionados para investigar o caso. 

Acidentes Ferroviários em MS

Este tipo de acidente, apesar de incomum, não é algo isolado. Segundo a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT), no ano de 2023 foram registrados cinco acidentes em linha ferroviária em Mato Grosso do Sul.

Em dezembro do ano passado, a colisão entre um trem e um ônibus escolar deixou três alunos feridos em Aparecida do Taboado.

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