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Cessar-fogo entra em vigor em Gaza após 15 meses de guerra

Romi Gonen, 24, Doron Steinbrecher e Emily Damar, de idades ainda não confirmadas, serão as primeiras reféns liberadas pelo acordo de cessar-fogo

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O cessar-fogo acordado entre Israel e o grupo terrorista Hamas entrou em efeito na manhã deste domingo (19). A trégua estava prevista para começar às 8h30 no horário local (3h30 em Brasília), mas a demora na divulgação dos nomes das reféns a serem liberadas pelo Hamas atrasou o início para às 11h15 (6h15 de Brasília).
 

Romi Gonen, 24, Doron Steinbrecher e Emily Damar, de idades ainda não confirmadas, serão as primeiras reféns liberadas pelo acordo de cessar-fogo. Em troca de cada uma, 30 palestinos mantidos em prisões israelenses devem ser libertados. Segundo a agência de notícias Reuters a liberação deve ocorrer às 11h do horário de Brasília.

Pelos termos do acordo, o Hamas informará ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) uma ponto de encontro dentro de Gaza e a organização irá até o local para encontrar os reféns, informou a Reuters.
Momentos depois do início da vigência do acordo, Gideon Saar, ministro das Relações Exteriores de Israel, afirmou que Israel está comprometido em atingir seus objetivos na guerra de Gaza, incluindo o retorno de reféns e o desmantelamento do governo e das capacidades militares do Hamas.

Já o papa Francisco fez declarações pedindo que o cessar-fogo em Gaza seja imediatamente respeitado, agradecendo aos mediadores e pedindo que eles apoiem a entrada de ajuda humanitária e o retorno dos reféns.

"Agradeço também a todas as partes envolvidas neste importante resultado. Espero que, conforme foi acordado, seja imediatamente respeitado pelas partes e que todos os reféns possam finalmente retornar para casa para abraçar seus entes queridos novamente", disse ele.

No domingo, cerca de 200 caminhões de ajuda humanitária, incluindo 20 transportando combustível, começaram a chegar no domingo à passagem de Kerem Shalom, controlada por Israel. Segundo a ONU, já há veículos que ingressaram em Gaza.

O entendimento, mediado por Egito, Qatar e Estados Unidos, suspende uma guerra iniciada após um mega-ataque do grupo terrorista contra Israel de outubro de 2023 matar cerca de 1.200 pessoas —outras 250 foram sequestradas e levadas para Gaza.

A ofensiva militar de Israel, por sua vez, resultou na morte de quase 47 mil pessoas em Gaza segundo autoridades ligadas ao Hamas, além de ter forçado o deslocamento da maioria da população do território palestino.

Milhares de palestinos deslocados pelo conflito, carregando tendas, roupas e pertences pessoais em caminhões, carroças e a pé começaram a retornar para casa no domingo, principalmente na parte norte do território.

As horas antes do início do cessar-fogo foram marcadas por tensão. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que o acordo só passaria a valer com a divulgação dos nomes das reféns liberadas, enquanto o Hamas admitiu atraso na liberação da lista por "razões técnicas".

Segundo a Al Jazeera, os motivos para o atraso podem estar relacionados à forma como os integrantes do Hamas se comunicam, isto é, evitando meios de comunicação que possam estar sujeitos à vigilância israelense, atrasando decisões relacionadas aos nomes que integrarão a lista.

No início da manhã, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, disse que os militares israelenses continuariam os ataques na Faixa de Gaza até que o Hamas entregasse a lista.
No período de atraso do início do cessar-fogo, Israel realizou incursões militares nas regiões central e norte de Gaza, matando ao menos 19 palestinos e deixando 36 feridos em um ataque de drones, segundo a Reuters.

Segundo o relato de médicos, tanques dispararam contra a área de Zeitoun e um ataque aéreo e disparos de tanques também atingiram a cidade de Beit Hanoun, no norte, fazendo com que moradores que haviam retornado devido ao cessar-fogo fugissem.
Forças israelenses começaram a se retirar de áreas em Rafah para o corredor de Filadélfia, zona-tampão ao longo da fronteira entre o Egito e Gaza, de acordo com publicações de mídia pró-Hamas no início do domingo.

Se mantido, o cessar-fogo pode reduzir as tensões no Oriente Médio, uma vez que a guerra em Gaza se espalhou e passou a envolver outros atores na região, como o libanês Hezbollah e os rebeldes houthis do Iêmen —além do fiador de ambos os grupos, o Irã.

Também pavimenta o caminho para um aumento na ajuda humanitária para a população de Gaza. Agentes da OMS (Organização Mundial da Saúde) disseram que, pelos termos do acordo, o número de caminhões com suprimentos que entram em Gaza diariamente deve subir de uma média de 40 a 50 para de 500 a 600.
Durante a primeira fase do acordo, com previsão de durar seis semanas, o Hamas concordou em libertar 33 reféns israelenses, incluindo todas as mulheres, crianças e homens acima de 50 anos. Israel diz que ainda há 98 reféns sendo mantidos em Gaza. Desse total, 94 foram sequestrados no 7 de Outubro e 4 estão na faixa desde 2014.

Em contrapartida, o governo de Israel pode libertar até 1.904 palestinos detidos em suas prisões, sendo que 737 deles foram acusados ou condenados por ameaças à segurança nacional israelense. O número total em qualquer uma das fases vai depender do ritmo de devolução dos reféns —nesta primeira etapa, cada sequestrado será trocado por, em média, 19 prisioneiros.

A cúpula do poder israelense superou divergências e aprovou o acordo com o Hamas na sexta-feira (17). Horas antes, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, acusou o grupo de tentar incluir alguns pontos de última hora no entendimento. O grupo terrorista negou, mas o imbróglio adiou a reunião dele com seu gabinete de segurança, etapa que precederia a votação dos ministros. Foi a primeira crise em torno da trégua, anunciada na quarta (15).

Mesmo após sua aprovação pelo gabinete israelense, o futuro do acordo é incerto.

Neste sábado (18), Netanyahu disse que seu país tinha o direito de reiniciar os combates caso a segunda etapa do pacto não fosse cumprida. "Se precisarmos voltar a lutar, faremos isso de forma renovada e contundente", declarou. "O presidente [eleito dos EUA] Trump e o presidente Biden deram apoio total ao direito de Israel de retornar ao combate se concluir que as negociações da fase B são inúteis."

A base da ultradireita religiosa em Israel é contra o acordo, que considera um risco à segurança nacional. Ao menos 30 dos palestinos que devem ser soltos cumprem prisão perpétua por matar judeus. Entre eles estão Zakaria Zubeidi, ex-comandante das Brigadas Al-Aqsa, braço armado do partido Fatah, que controla a Autoridade Palestina; os membros do Jihad Islâmico Iyad Jradat e Ahmed Dahiri; e Mahmud Abu Varda, que cumpre 48 sentenças vitalícias por planejar ataques terroristas.

Assim, a notícia do cessar-fogo em Gaza provocou forte reação na ultradireita que apoia Netanyahu. O maior expoente do grupo, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, renunciou ao gabinete ao lado de dois outros ministros neste domingo, segundo seu partido, cumprindo a promessa que havia feito na véspera.
Os enfrentamentos em Gaza não cessaram desde o anúncio inicial do acordo, na quarta-feira (15), e autoridades de saúde locais, ligadas ao Hamas, afirmaram que só nesses dias que antecederam a efetivação do acordo, mais de 120 palestinos morreram.

Neste sábado, bombardeios tinham atingido regiões no centro e no sul da faixa, e tanques do Estado judeu, disparado contra a Cidade de Gaza, antiga capital hoje reduzida a ruínas, no norte.

POR FOLHAPRESS

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Tesla pode ser beneficiada por isenção de produtos eletrônicos de alta tarifa a importado

Ontem, 11, a Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos publicou uma lista de manufaturados, que fazem parte da "Exclusão de Tarifa Recíproca para Produtos Específicos"

12/04/2025 21h00

Reprodução Redes Sociais

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A decisão do governo dos EUA de excluir smartphones e outros produtos eletrônicos importados de elevadas tarifas adotadas a mercadorias exportadas pela China e outros países poderá beneficiar a Tesla. Ontem, 11, a Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos publicou uma lista de manufaturados, que fazem parte da "Exclusão de Tarifa Recíproca para Produtos Específicos."

A lista inclui várias peças de semicondutores, telas planas e circuitos integrados, o que ajuda a Tesla, pois seus veículos elétricos têm telas sensíveis a toques e computadores. Muitas das telas planas são manufaturadas na Ásia, que foi alvo de tarifas pelo governo dos EUA. A TSMC e a Samsung, que produziram chips para a Tesla, têm grandes fábricas na China, Taiwan e Coreia do Sul.

A Tesla não respondeu imediatamente à solicitação da Dow Jones para comentar o assunto.

Nos EUA, produtos importados da Coreia do Sul estão sujeitos a uma taxa de 10% que poderá subir para 25% depois da pausa de 90 dias adotada pelo governo americano. Da mesma forma, a tarifa para Taiwan é de 10%, mas poderá aumentar para 32% em três meses A Casa Branca impôs tarifas de 145% sobre as importações da China.

Cerca de 25% das peças dos carros da Tesla vendidos nos EUA vêm do México, de acordo com dados da National Highway Traffic Safety Administration. Perto de 65% dos componentes dos automóveis da companhia são fabricados no Canadá e EUA. Antes da suspensão das tarifas recíprocas, estimativas feitas pela Dow Jones apontaram que os custos de veículos da montadora poderiam subir US$ 4 mil por unidade.

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guerra comercial

Trump anuncia taxa de 125% para a China, mas indica que quer acordo

A cada nova taxação, o governo chinês também eleva as tarifas e já está cobrando 84% sobre todos os produtos dos EUA

10/04/2025 06h46

Depois de uma série de retaliações recíprocas, Trump afirmou nesta quarta-feira que Xi Jinping é seu amigo

Depois de uma série de retaliações recíprocas, Trump afirmou nesta quarta-feira que Xi Jinping é seu amigo

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O governo chinês anunciou ontem que irá aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre as importações dos Estados Unidos, igualando os 50% extras que Donald Trump havia imposto na terça-feira, 8, para retaliar uma medida anterior da China.

Com a decisão, as tarifas chinesas sobre produtos americanos chegam a 84%. Os EUA, por sua vez, que haviam ampliado na terça-feira as tarifas sobre as exportações chinesas para 104%, anunciaram ontem que as taxas para a China agora seriam de 125%.

A China também anunciou que está adotando controles de exportação para mais 12 empresas americanas e acrescentou mais seis companhias dos EUA à sua lista de "entidades não confiáveis" - o que, na maioria dos casos, as impede de fazer negócios na China ou com empresas do país.

A imposição da nova tarifa chinesa sobre os produtos dos EUA, que deveria entrar em vigor ainda ontem, ocorre depois que os dois países já haviam anunciado duas rodadas de taxações pesadas um sobre o outro. Mas os EUA surpreenderam e anunciaram, ainda na tarde de ontem, nova alta na tarifa para a China: a 125%.

Pouco depois, em uma coletiva no Salão Oval da Casa Branca, o presidente Donald Trump afirmou que não espera um novo aumento de tarifas sobre a China, sinalizando uma possível trégua na escalada da guerra comercial com Pequim. "Vamos fazer um bom acordo com a China, tenho certeza", disse.

Trump também afastou a possibilidade de uma escalada para além do campo comercial com a China, e elogiou o presidente chinês: "Xi Jinping é uma das pessoas mais inteligentes do mundo" e "não deixaria o conflito com EUA escalar além do lado comercial", afirmou o republicano.

"Estamos fazendo US$ 2 bilhões por dia com tarifas. Vamos ver como vai ficar agora" após a pausa de 90 dias, acrescentou Trump

Pouco antes, em postagem nas redes sociais, Trump havia dito que, "em algum momento, espero que em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de roubo dos Estados Unidos e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis".

OMC

A China também anunciou nesta quarta-feira, 9, que submeteu um novo processo à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as tarifas recíprocas dos EUA. "As medidas tarifárias dos EUA violaram seriamente as regras da OMC.

O aumento de 50% reflete um erro atrás do outro, demonstrando a natureza de bullying unilateral", afirmou um porta-voz do governo chinês. "A China defenderá firmemente seus interesses e direitos legítimos, atuando para proteger o sistema de comércio multilateral e a ordem econômica internacional."

A decisão de Pequim de impor mais 50% em tarifas sobre os produtos dos EUA foi vista como mais um sinal de que o país não tem intenção de recuar na guerra comercial.

Em comunicado, o governo prometeu "lutar até o fim" contra as tarifas de Trump, argumentando que o comércio entre os dois países está em equilíbrio, já que um imposto de 104% sobre as exportações do país para os EUA entrou em vigor ontem.

O governo chinês se recusou a dizer se negociaria com a Casa Branca, como muitos outros países começaram a fazer.

"Se os EUA insistirem em aumentar ainda mais suas restrições econômicas e comerciais, a China tem a firme vontade e os meios abundantes para adotar as contramedidas necessárias e lutar até o fim", afirmou o Ministério do Comércio.

"Se quiserem resolver as questões por meio de diálogo e negociação, devem adotar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo", enfatizou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian.

TikTok

O comunicado do governo afirma que os EUA não honraram as promessas feitas no acordo comercial da fase 1, concluído durante o primeiro mandato de Trump. Como exemplo, cita que a lei que proíbe o TikTok de atuar no país a menos que seja vendido por sua controladora chinesa viola a promessa de que nenhuma das partes "pressionaria a outra parte a transferir tecnologia para seus próprios indivíduos".

Trump assinou na semana passada uma ordem para manter o TikTok em funcionamento por mais 75 dias, depois que um possível acordo para vender o aplicativo para americanos foi congelado.

Sobre o TikTok, Trump afirmou que "o acordo ainda está na mesa" e que "a China não está muito feliz em assiná-lo agora", mas que acredita que "a China quer, sim, assiná-lo". Perguntado se se encontraria com o presidente chinês Xi Jinping, disse: "Sim, me encontraria normalmente com Xi Jinping. Gosto muito dele, o respeito muito."

União Europeia 

A União Europeia aprovou ontem sobretaxas a uma lista inicial de produtos importados dos Estados Unidos em retaliação às tarifas de 25% que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs no mês passado sobre as exportações de aço e alumínio do bloco.

A Comissão Europeia, que é o braço executivo do bloco, disse em um comunicado que as contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento "caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado".

Uma série de produtos - incluindo soja, suco de laranja, carne e motocicletas - estão na linha de fogo da UE. O uísque norte-americano foi retirado da lista em uma medida que visa proteger os fabricantes de bebidas do bloco.

Em vários momentos, Trump atacou a UE, o maior parceiro comercial dos EUA, dizendo que o superávit do comércio de bens do bloco é prova de uma relação injusta. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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