Política

poder legislativo

Com eleição da Mesa Diretora da Assembleia, Riedel mostra força

Para o cientista político Tércio Albuquerque, mesmo sendo eleito 1º secretário da Casa de Leis, o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB) sai enfraquecido do pleito ao não obter pelo menos 23 votos

Continue lendo...

A eleição da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), que teve como vencedores os deputados estaduais Gerson Claro (PP), como presidente, e Paulo Corrêa (PSDB), como 1º secretário, demonstrou a força do governador Eduardo Riedel (PSDB), que conseguiu derrotar as candidaturas avulsas para ambos os cargos com uma longa margem de votos.

No entanto, conforme o cientista político Tércio Albuquerque, apesar de eleito para a 1ª Secretaria da Casa de Leis, Paulo Corrêa pode ser considerado o grande derrotado no pleito, afinal, entre os sete eleitos, apenas ele e o deputado estadual Pedro Kemp (PT) não obtiveram o máximo de 23 votos, já que não alcançariam a totalidade de 24 votos por terem concorrentes diretos para os respectivos cargos João Henrique Catan (PL) e Coronel David (PL).

Após a votação, Gerson Claro teve 23 votos para presidente, Paulo Corrêa teve 19 votos para 1º secretário, Renato Câmara (MDB) teve 24 votos para 1º vice-presidente, Zé Teixeira (PSDB) teve 24 votos para 2º vice-presidente, Mara Caseiro (PSDB) teve 24 votos para a 3ª vice-presidente, Pedro Kemp teve 16 votos para 2º secretário e Lucas de Lima (PDT) teve 24 para 3º secretário.

“É uma tendência que esses deputados estaduais com mais tempo de exercício de mandato acabem, de alguma maneira, sendo atropelados pelos que vão chegando, e isso ficou claro nessa eleição”, assegurou Tércio Albuquerque.

Ele acrescenta que Paulo Corrêa poderia muito bem ter buscado ser presidente novamente, pois não há impedimento de uma legislatura para a outra, mas percebeu que não conseguiria.

“Então, quando de uma legislatura para a outra não consegue se manter na presidência, busca-se a 1ª secretaria, pois é uma forma de não perder totalmente o poder dentro da estrutura da Assembleia Legislativa”, avaliou.

Na análise do cientista político, o atual 1º secretário da Alems sai enfraquecido da eleição da Mesa Diretora, demonstrando assim uma mudança dentro da estrutura de poder da Casa de Leis. 

Sobre Riedel, Tércio Albuquerque acredita que, quando conseguiu fazer a acomodação do PT que estava criando caso, o governador consolidou uma maioria na Assembleia, que dará a ele uma condição de exercício muito mais cômoda.

“Riedel ficou com uma maioria muito confortável para começar a trabalhar com essa parceria da Assembleia Legislativa, facilitando bastante a vida dele essa composição ao conseguir aproximar alguns que estavam criando certa resistência e poderia ser uma oposição perturbadora na Casa”, comparou.

O cientista político ainda reforçou que as derrotas dos deputados estaduais Rafael Tavares (PRTB) para a presidência, do João Henrique Catan (PL) para a 1ª secretaria e do Coronel David (PL) para a 2ª secretaria acabam trazendo também um conforto. 

“Após ficar em uma situação dúbia depois de apoiar a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro [PL], agora, com essa consolidação da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, conseguiu se afastar ainda mais do envolvimento dos bolsonaristas”, reforçou Tércio.

Convergência

Na instalação da 12ª Legislatura, nesta quarta-feira (1º), o governador Eduardo Riedel fez um reconhecimento público do trabalho realizado e do papel fundamental da Assembleia Legislativa na solução de problemas e defendeu a convergência da classe política em busca de soluções para a vida das pessoas. 

“Aproveito esta preciosa oportunidade para fazer um alerta e uma reflexão. Os inúmeros problemas que nos desafiam não podem ser subdimensionados e atropelados pelas razões da luta ideológica entre os diferentes lados e pela trágica conflagração entre irmãos. Afinal, os dois campos políticos hoje divergentes acabam portadores de desafios comuns. Eles se reencontram, por exemplo, na busca por emprego e melhor renda, oportunidades para melhorar de vida”, disse.

Ele destacou ainda que todos, independentemente do campo partidário, querem um sistema de saúde mais próximo, descentralizado, regionalizado e resolutivo, a assistência aos mais necessitados, a redução da desigualdade social e uma educação pública de alta qualidade e que isso não será atingido por meio de uma luta política radicalizada. 

“Os projetos de vida tão sonhados por todos, sem exceção, não carregam tintas partidárias. O discurso de ódio que vem sendo alimentado todos os dias pelos incautos representa um risco exponencial à nossa capacidade de construir grandes convergências, através de projetos coletivos, para juntos podermos avançar”, alertou.

O governador declarou também saber que há muito o que avançar e que isso só é possível por meio do diálogo. “Vamos reconstruir as pontes entre nós, para que todos possamos caminhar de forma segura por elas, em direção a um novo futuro para todos”, falou.

Com a proclamação do resultado e posse, Gerson Claro destacou sua gratidão à família, amigos, políticos e militantes e disse que seu mandato será marcado pelo bom senso e diálogo propositivo.

“Inicio com disposição redobrada para estar à altura do comando deste parlamento e dos anseios e desafios da população. Com o compromisso inegociável com a democracia. No regime de respeito aos direitos individuais e plena liberdade do contraditório, submetido ao Regimento Interno e vontade soberana do Plenário”, disse. (Colaborou Valesca Consolaro)


 

Assine o Correio do Estado

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

Continue Lendo...

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

Assine o Correio do Estado

Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

Continue Lendo...

Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

Assine o Correio do Estado 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).