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DICAS JURÍDICAS

Contrato de namoro: saiba o que é, quando usá-lo e evitar problemas futuros

Confira a coluna de Leandro Provenzano desta quinta-feira

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Com a sociedade em constante transformação, os relacionamentos hoje também são muito diferentes dos de antigamente.

Para se adaptar aos novos tempos, novas situações jurídicas são criadas para atender às mudanças da sociedade e poder amparar esses novos tipos de relacionamento.

Muitos casais quando se separam tendem a querer do outro algum tipo de contraprestação pelo tempo que passaram juntos, ainda que como namorados. No entanto, temos que diferenciar o que é o namoro qualificado e a união estável.

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A união estável possui os mesmos efeitos do casamento com o regime de comunhão parcial de bens, ou seja, em caso de dissolução gera direitos a separação dos bens, pensão, direito à herança, etc., já o namoro qualificado não gera esses direitos.

 

DE ONDE SURGIU A EXPRESSÃO NAMORO QUALIFICADO

A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça num julgamento de pensão e divisão de bens de um casal de namorados cunhou pela primeira vez o termo “namoro qualificado”, sendo definido pela Turma como “situação em que os namorados moram sob um mesmo teto, mas continuam sem a intenção de constituir família”.  

 Neste julgamento definiu que a relação havida entre os namorados não poderia ser configurada como uma união estável, logo, não geraria direitos à divisão de bens, pensão, etc.

 

MAS NA PRÁTICA, COMO EU SEI SE MEU RELACIONAMENTO É UMA UNIÃO ESTÁVEL OU NAMORO QUALIFICADO?

Para que seu relacionamento seja considerado uma união estável, deve haver no casal o intuito de constituir família, ou seja, a sociedade deve reconhecer no casal a figura de marido e mulher.

O próprio Código Civil brasileiro (art. 1.723) define as características de uma união estável como sendo a “convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”.

SOBRE ESTE TEMA ALGUNS MITOS DEVEM SER DESVENDADOS

União estável não exige necessariamente coabitar sob o mesmo teto;

Um namoro qualificado pode futuramente se tornar uma entidade familiar;

Não há um prazo fixo de coabitação para caracterização de uma união estável;

Não é obrigatório registrar a união estável em cartório para ter seus direitos;

 

COMO NÃO CORRER O RISCO DE MEU NAMORO SER CARACTERIZADO COMO UNIÃO ESTÁVEL?

Neste caso o ideal é que o casal formalize o relacionamento por meio de um contrato de namoro, num cartório de notas (tabelião de notas), por meio de uma escritura pública, que ficará registrada no cartório, portanto, terá efeito perante terceiros. Ele serve para afastar os efeitos da união estável.

Este é um meio bastante efetivo de se realizar uma proteção patrimonial do casal, já aceito pela jurisprudência, que tem considerado a escritura pública de contrato de namoro uma prova bastante efetiva para se descaracterizar uma união estável entre o casal.

Neste caso, caracterizado o namoro qualificado, não há que se falar em divisão de patrimônio, pensão, muito menos efeitos sucessórios em caso de dissolução do namoro.

 

E SE EU QUISER CONSTITUIR FAMÍLIA, MAS NÃO DIVIDIR OS BENS?

Neste caso, caso ainda não seja casado(a), a saída é realizar um contrato de união estável com separação de bens.

Tal procedimento está previsto no Código Civil brasileiro (art. 1.725), mas deve-se constar a intenção de separação de bens, caso contrário será considerado como o regime de comunhão parcial de bens.

Várias são as saídas jurídicas para caracterização da sua relação amorosa, agora cabe ao casal escolher qual delas se adequa mais ao seu modelo de relacionamento e se utilizar dos meios adequados para não haver mal entendidos após um eventual término.

CLÁUDIO HUMBERTO

"É tudo coincidência"

Jair Bolsonaro sobre morte de opositor de Nicolás Maduro após ser preso pela ditadura

21/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Emendas de líderes de Lula custam R$554 milhões

Tem explicação a frente pluripartidária que se uniu para derrubar a intenção de Lula de ter poder para bloquear as emendas parlamentares. Só para os seis líderes lulistas, o governo federal pagou mais de meio bilhão de reais desde que o petista assumiu a Presidência, R$554,9 milhões. Quem se deu melhor foi o senador Otto Alencar (PSD-BA), em exercício como líder de Lula no Senado, R$178,2 milhões nos dois anos. Emendas é parte do orçamento que os parlamentares indicam o uso.

 

Chá de sumiço

Eliziane Gama (PSD-MA), líder do grupo PT/PCdoB/PV, teve R$113,7 milhões em emendas pagas. Na hora da votação, nem compareceu.

 

Inimigos do rei

Os grupos de oposição no Senado, Câmara e Congresso, somados, ficam bem atrás no pagamento, foram R$130,9 milhões nos dois anos.

 

Youtuber ganha mais

Flávio Bolsonaro (PL-RJ) recebeu R$14,2 milhões em 2024. Menos do que a isenção fiscal do youtuber governista Felipe Neto: R$14,3 milhões.

 

E se quiser

Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) recebeu R$28,4 milhões. Isso em 2024, pois nem mesmo há pagamentos em 2023.

 

Fundo abutre acumula derrotas na Justiça brasileira

A absolvição da Samarco pela Justiça Federal sobre o rompimento da Barragem de Fundão em Mariana, ocorrido em 2015, preocupou o fundo abutre Gramercy, que apostou alto para lucrar com o desastre e está vendo evaporar os R$750 milhões investidos para bancar a causa no Reino Unido. Pelo acordo na semana passada, as vitimas receberão R$132 bilhões, a maior indenização da História. Com isso, o escritório inglês Porgust & Goodhead acumula três derrotas na Justiça brasileira.

 

Perdeu, mané

Primeiro, o STF decidiu que municípios não podem pagar honorários de contratos de risco (“taxa de sucesso”) nas ações judiciais no exterior.

 

Perdeu sentido

Depois, o processo liderado pelo PG em Londres perdeu sentido com o acordo bilionário entre BHP, Vale e Samarco com o governo brasileiro.

 

Derrota final

Com indenização recorde de R$132 bilhões, não faz sentido que as empresas paguem duas indenizações pelos mesmos danos.

 

Chineses no controle

Jornalistas que atuam em Brasília e toda população estão habituados às restrições de segurança durante visitas de dignitários estrangeiros, mas nada até hoje se compara à “tomada” da cidade pelos chineses, de forma truculenta. Sem a menor resistência das autoridades brasileiras.

 

Comuna pode

A imprensa brasileira foi proibida de fazer vídeos, exceto se autorizados por prepostos da ditadura, ou falar em rádios: os chineses bloquearam o sinal. A ditadura tem expertise no controle da mídia. Poucos reclamaram.

 

Do not disturb

Houve brasilienses impedidos de voltar para casa, em condomínios da região do hotel de Xi-Jiping. Constrangidos, policiais do batalhão lacustre da PM silenciaram moradores que aproveitavam o feriado para papear e ouvir musica na beira do Paranoá. Navegar no lago, nem pensar.

 

Última palavra

Gilmar Mendes comentou projeto que dá anistia aos presos pelo badernaço em Brasília no 8 de janeiro. “Incogitável”, disse o ministro sobre o tema, em tramitação na Câmara e que deve parar no STF.

 

Meu pirão

Kim Kataguiri (União-SP) disse que vai votar favorável ao projeto para combater supersalários do funcionalismo de Guilherme Boulos (Psol-SP), mas criticou o deputado por não incluir deputados no corte de regalias.

 

Faca e queijo

A CPI das Bets tem uma boa chance de descobrir o quanto a Caixa faturou com dinheiro de benefícios sociais em jogos de loteria. O pedido de convocação de um vice-presidente do banco foi aprovado.

 

Timing apropriado

A Intelis, União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin, realizou protestou, semana passada, denunciando baixa participação da Abin no G20, o “sucateamento” e os perigos do “desmonte” da agência.

 

Nem precisa ter

Ao “prever” resultados óbvios no futebol, o genial cronista Milton Pitonisa Neves popularizou a expressão “esse jogo nem precisa ter”. É o caso do julgamento de acusados de “tentativa de golpe de Estado”.

 

Pensando bem...

...faltou mais de um tipo de inteligência na reunião do G20.

 

PODER SEM PUDOR

Chá e sono pós-golpe

Dois dias depois do golpe militar de 1964, ainda vivendo incertezas, o presidente interino Ranieri Mazzili sumiu do Palácio Alvorada. Saiu com um assessor de sua confiança. Soube-se depois que ele foi para um pequeno apartamento na Asa Norte de Brasília, onde morava Hamilton, seu barbeiro na Câmara dos Deputados. Foi entrando e perguntando: “Meu chazinho está pronto?” Tomou o chá e dormiu, sentindo-se em segurança.

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artigos

Os riscos da proposta de emenda à Constituição que prevê a escala de trabalho 4x3

20/11/2024 08h00

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Por: Wilson Pedroso - Analista político e consultor eleitoral  com MBA nas áreas de Gestão e Marketing

Sou a favor da redução da jornada de trabalho no Brasil. Acredito que nos impactos positivos da medida para a qualidade de vida dos brasileiros, especialmente no que se refere à população de baixa renda, que é a grande massa trabalhadora do País. Mas não concordo com a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a escala 4x3. Não que ela seja ruim na teoria, mas pelo fato de que, na prática, ela traz riscos importantes para a economia nacional e para os próprios trabalhadores.

A PEC estabelece uma jornada de até oito horas diárias e 36 horas semanais, com quatro dias trabalhados por semana e três de descanso. Alega-se de que a redução da carga horária é uma tendência ao redor do mundo, o que é verdade. Porém, a mudança vem sendo adotada em países desenvolvidos, com populações mais velhas, em que há escassez de mão de obra e forte necessidade de manutenção dos funcionários pelas empresas.

No Brasil, a meu ver, a adoção obrigatória de uma escala de quatro dias semanais de trabalho abre largas portas para a redução do poder aquisitivo, desemprego, informalidade e inflação. Isso porque a possível aprovação da PEC, nos termos exatos em que foi elaborada, pode obrigar as empresas a contratarem mais para garantir a produtividade, o que força a redução da média salarial e obriga o trabalhador a buscar por complementações de renda. Ou seja, o tempo que deveria ser voltado ao descanso poderá ser preenchido com mais trabalho.

Em um segundo cenário hipotético, os empregadores poderiam contratar mais sem reduzir salários. Ou manter os mesmos funcionários e salários e lançar mão de tecnologia para compensar as horas não trabalhadas. Porém, novos investimentos aumentam os custos de produção e podem pressionar os preços de produtos e serviços.

De meu ponto de vista, para que sejam solucionadas todas essas equações, é preciso que haja a criação de instrumentos legais que não deixem o tempo de jornada engessado, de forma a reduzir os impactos da medida. Uma saída, por exemplo, seria a criação de um período de transição e a redução gradual da jornada de trabalho, de acordo com as características de cada setor econômico.

Outra solução seria a criação de benefícios fiscais para empresas que comprovadamente reduzam o tempo de trabalho sem alterações nas faixas salariais ou penalizações para os consumidores. Ou ainda, como já vem sendo defendido na própria Câmara dos Deputados, talvez seja interessante a avaliação da criação de um sistema de negociação de horas trabalhadas entre empregadores e empregados.

Qualquer que seja a solução a ser encontrada, fato é que esse assunto precisa ser debatido de forma madura e aprofundada com toda a sociedade. Não é possível que, de repente, um tema de tamanha seriedade seja apresentado de maneira tão simplista e, principalmente, utilizado como palanque político.

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