Mato Grosso do Sul atinge a marca de 20 feminicídios em 2023, após a morte de Mikaela Oliveira Rodrigues, jovem de 22 anos morta na frente de seus filhos, de 1 ano, o menino e 4 anos, a menina, pelo então companheiro, Juliano Azevedo Cardoso, 28, em um crime brutal registrado em Anastácio no início desse fim de semana.
Ainda na sexta-feira (08), após o corpo da vítima ser encontrado, o caso foi registrado como "feminicídio majorado na presença de descendentes da vítima", na Delegacia de Polícia Civil de Anastácio.
Esse crime aconteceu na Rua Coronel Ponce, no bairro Jardim Progresso, residência que Mikaela dividia com Juliano, que fugiu logo após o crime levando ainda as duas crianças consigo.
À mídia local, moradores confessaram que viram o suspeito sair com as crianças que, assim como ele, também estavam marcadas pelo sangue da mãe.
Mikaela era sobrinha da Vice-Cacique da Aleia Terena Aldeinha e foi encontrada com marcas pelo corpo e cortes no pescoço. Conforme apurado pelo portal A Princesinha, Juliano teria usado uma peça de moto para cometer o crime.
Em áudio enviado para o padrasto da vítima, Juliano teria justificado o crime dizendo que a jovem teria cometido traição.
Ele alega que supostamente ela teria o envolvimento há cerca de quatro meses e completa dizendo: "fiz merda, vai lá em casa ver o corpo dela".
Assassino confesso, a polícia dos municípios de Anastácio e Aquidauana executam uma força tarefa para localizar Juliano. Familiares usam as redes sociais em mobilização também para encontrar as crianças de um e quatro anos, que teriam presenciado a morte da própria mãe.
Feminicídios presenciados
Mikaela entra para a triste lista das vítimas de feminicídio mortas na frente dos próprios filhos, semelhante aos casos de Brenda Possidonio, morta em junho por Lyennan Camargo, e Natali Gabrieli, atingida pelas facadas de Cléber Corrêa.
Brenda morreu ainda na noite de 29 de junho, com facadas no pescoço, na região do bairro Caiobá. Ao ser socorrido por moradores, o filho da jovem perguntava o tempo todo: "eu consegui salvar minha mãe?".
Já Natali foi morta na madrugada de 1º de julho, na Rua Leopoldina de Queiroz Maia, no Jardim Lageado. Nesse caso o autor foi preso em flagrante após golpear diversas vezes com faca a companheira que carregava o filho no colo.
Dados estatísticos da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) já registram 20 vítimas de feminicídio nos primeiros nove meses deste ano.
Com isso, faltando um trimestre para o fim de 2023, o Estado está 24 casos abaixo da maior marca anual registrada desde 2015, que foram as 44 vítimas contabilizadas em Mato Grosso do Sul no ano passado.




