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Desembargador ordenou megaoperação contra corrupção em Terenos com 59 alvos; confira a lista

O prefeito Eduardo Henrique Budke (PSDB) foi preso em sua residência

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) autorizou a megaoperação "Spotless” de busca e apreensão contra um suposto esquema criminoso na cidade de Terenos. A decisão, assinada pelo desembargador Jairo Roberto de Quadros, mira 59 alvos, incluindo a sede da Prefeitura Municipal, secretarias, residências e empresas de servidores e empresários em Terenos e Campo Grande.

O prefeito Eduardo Henrique Budke (PSDB) foi preso em sua residência. O secretário de administração também está na lista de alvos do Gaeco, porém não foi confirmada sua prisão.  

A Operação Spotless, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), é continuação da operação Vellutus, iniciada em 2024 e que investigou esquema de fraudes em licitações de obras. 

A ordem judicial, expedida em 29 de agosto de 2025, lista 59 alvos entre endereços de empresas e pessoas físicas, incluindo a sede da Prefeitura Municipal, secretarias, residências e empresas de servidores e empresários em Terenos e Campo Grande.

As investigações da Operação Velatus e, posteriormente, da Operação Spotless desvendam um sistema em que empresários e servidores públicos operavam em conluio para desviar recursos. A estrutura do grupo criminoso indicava ser dividida em dois núcleos principais. O primeiro é o núcleo político-administrativo, representado pelo ex-secretário de obras Isaac Cardoso Bisneto e pelo servidor Valdecir Batista Alves, que possuíam a capacidade de direcionar editais e simular a concorrência em processos licitatórios.

O segundo é o núcleo empresarial, composto por empreiteiros como Genilton da Silva Moreira, Arnaldo Santiago, Hander Luiz Correa Grote Chaves e Sandro José Bortoloto, que se beneficiavam dos contratos fraudados.

A Operação Velatus também apontou para a criação de empresas sem estrutura ou experiência, demonstrando um esforço deliberado para criar fachadas para as atividades ilícitas.

Conversas obtidas pela investigação de 2024 mostram o ex-secretário de Obras de Terenos, Isaac Cardoso Bisneto, questionando Genilton da Silva Moreira, que foi preso preventivamente em março deste ano, sobre quais empreiteiros participariam do certame.

Segundo o MPMS, as mensagens sugerem um acerto prévio entre os concorrentes. Em outro diálogo, um dos envolvidos menciona que uma nova licitação seria publicada e indica que o resultado já estaria definido.

A operação de busca e apreensão autorizada pelo TJ/MS mirou diversas empresas do setor de construção e serviços de engenharia, além de seus sócios ou responsáveis. Abaixo estão listadas as empreiteiras e construtoras citadas no mandado:


    1. Arnaldo Santiago Ltda.
        Responsável Associado: Arnaldo Santiago
        Localidade: Campo Grande/MS

    2. Bonanza Comércio e Serviços Ltda.
        Responsável Associado: Cleberson Jose Chavoni Silva
        Localidade: Campo Grande/MS

    3. Conect Construções
        Responsável Associado: Eduardo Schoier
        Localidade: Terenos/MS

    4. Tercam Construções Ltda.
        Responsáveis Associados: Fábio André Hoffmeister Ramires e Jucélia Maria de Oliveira
        Localidade: Campo Grande/MS

    5. Construtora Kurose Ltda.
        Responsável Associado: Fernando Seiji Alves Kurose
        Localidade: Terenos/MS

    6. Base Construtora e Logística
        Responsável Associado: Genilton da Silva Moreira
        Localidade: Terenos/MS

    7. HG Empreiteira & Negócios Ltda.
        Responsável Associado: Hander Luiz Correa Grote Chaves
        Localidade: Terenos/MS

    8. Lopes Construtora e Empreiteira Ltda.
        Responsável Associado: Nadia Mendoça Lopes
        Localidade: Terenos/MS

    9. Angico Construtora e Prestadora de Serviços Ltda.
        Responsável Associado: Sandro José Bortoloto
        Localidade: Campo Grande/MS

    10. Construtora e Empreiteira Real
        Responsável Associado: Sansão Inácio Rezende
        Localidade: Terenos/MS

    11. D'aço Construção e Logística Ltda.
        Responsável Associado: Tiago Lopes de Oliveira
        Localidade: Terenos/MS

    12. Fortes Construtora Ltda.
        Responsável Associado: Alexandre Oliveira Pinheiro
        Localidade: Campo Grande/MS

    13. Agpower Engenharia e Construções Ltda.
        Responsável Associado: Arnaldo Godoy Cardoso Glagau
        Localidade: Terenos/MS

    14. GS Serviços e Construtora Ltda.
        Responsáveis Associados: Celso Ricardo Gazola e Fernando Gomes Camargo
        Localidade: Campo Grande/MS

    15. Construtora Queiroz Ltda.
        Responsável Associado: Daniel Matias Queiroz
        Localidade: Terenos/MS

    16. B2 Empreendimentos Ltda.
        Responsáveis Associados: Felipe Braga Martins e Luziano dos Santos Neto
        Localidade: Campo Grande/MS

    17. Tecnika Construção e Locação de Equipamentos Ltda.
        Responsável Associado: Rinaldo Cordoba de Oliveira
        Localidade: Campo Grande/MS

    18. Marsoft Informática, Construções e Serviços
        Responsável Associado: Rogério Luís Ribeiro
        Localidade: Terenos/MS

    19. RS Construções e Serviço Ltda.
        Responsável Associado: Stenia Sousa da Silva
        Localidade: Terenos/MS

    20. Gomes & Azevedo Ltda.
        Responsável Associado: Marcos do Nascimento Galitzki
        Localidade: Campo Grande/MS

A decisão do Desembargador Jairo Roberto de Quadros determinou a busca e apreensão nos endereços residenciais e/ou profissionais das seguintes pessoas:

  •     1. Henrique Wancura Budke (Prefeito de Terenos)
  •     2. Arnaldo Santiago (Empresário)
  •     3. Cleberson Jose Chavoni Silva (Empresário)
  •     4. Eduardo Schoier (Empresário)
  •     5. Fábio André Hoffmeister Ramires (Empresário)
  •     6. Fernando Seiji Alves Kurose (Empresário)
  •     7. Genilton da Silva Moreira (Empresário)
  •     8. Hander Luiz Correa Grote Chaves (Empresário)
  •     9. Isaac Cardoso Bisneto
  •     10. Leandro Cícero Almeida de Brito
  •     11. Nadia Mendoça Lopes (Empresária)
  •     12. Orlei Figueiredo Lopes
  •     13. Sandro José Bortoloto (Empresário)
  •     14. Sansão Inácio Rezende (Empresário)
  •     15. Tiago Lopes de Oliveira (Empresário)
  •     16. Valdecir Batista Alves
  •     17. Alexandre Oliveira Pinheiro (Empresário)
  •     18. Arnaldo Godoy Cardoso Glagau (Empresário)
  •     19. Celso Ricardo Gazola (Empresário)
  •     20. Daniel Matias Queiroz (Empresário)
  •     21. Edneia Rodrigues Vicente (Empresária)
  •     22. Felipe Braga Martins (Empresário)
  •     23. Fernanda Fidelis de Souza
  •     24. Fernando Gomes Camargo (Empresário)
  •     25. Jucélia Maria de Oliveira (Empresária)
  •     26. Luziano dos Santos Neto (Empresário)
  •     27. Maicon Bezerra Nonato (Secretário de Administração de Terenos)
  •     28. Marcos do Nascimento Galitzki (Empresário)
  •     29. Rinaldo Cordoba de Oliveira (Empresário)
  •     30. Rogério Luís Ribeiro (Empresário)
  •     31. Stenia Sousa da Silva (Empresária)
  •     32. Vanuza Candida Jardim (Empresária)

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Greve

Sem ônibus, idosos enfrentam dificuldade com carros de aplicativo

Ao procurar atendimento médico no Centro Especializado Municipal, em Campo Grande, idosos enfrentam alto custo e confusão na hora de solicitar o serviço por aplicativo

16/12/2025 17h15

Crédito: Pagu / Correio do Estado

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Com a greve dos motoristas de ônibus, idosos que tinham consultas marcadas enfrentaram dificuldades para chamar veículos por aplicativo na tarde desta terça-feira (16), na saída do Centro Especializado Municipal, em Campo Grande.

Na ausência de pessoas para ajudar, a reportagem foi abordada pelo auxiliar de pedreiro Davi Soares, de 60 anos, que tentava voltar para casa, mas não conseguia auxílio.

O idoso relatou que iria de ônibus, mas, devido à greve do transporte público, teve de recorrer ao serviço por aplicativo. Ele compareceu ao Cem para uma consulta com o dentista, pois está em processo de confecção de uma prótese dentária.

Morador do Jardim Noroeste, Davi passou pela consulta, e o retorno está previsto para fevereiro de 2026. No entanto, ele enfrentava dificuldades para entender o funcionamento do aplicativo.

“Eu tô com dificuldade para chamar um carro e voltar para casa, né?”, disse.

Davi Soares, tentando entender o aplicativo / Crédito: Pagu / Correio do Estado

Além da mudança na forma de transporte, como noticiou o Correio do Estado, a greve dos ônibus aumentou em 140% as viagens por veículos de aplicativo.

Com isso, idosos que não podem perder consultas estão desembolsando valores mais altos. É o caso da artesã Shirley Aparecida Dias, de 64 anos, que levou a mãe para uma consulta.

“A corrida [quando o ônibus não está em greve] fica, em média, uns R$ 17 ou R$ 18, e hoje deu R$ 24”, informou Shirley, em uma situação em que a mãe dela aguardou um ano e meio para passar pela consulta com um médico entomologista.

Greve

Com o transporte parado pelo segundo dia consecutivo e a paralisação sem previsão de término, esta é a maior greve que a Capital enfrenta nos últimos 31 anos.

Hoje, mais uma vez, os terminais Morenão, Julio de Castilho, Bandeirantes, Nova Bahia, Moreninhas, Aero Rancho, Guaicurus, General Osório e Hércules Maymone amanheceram fechados sem nenhuma "alma viva".

Em contrapartida, as garagens amanheceram lotadas de ônibus estacionados. A greve foi alertada antecipadamente, estava prevista e não pegou passageiros de surpresa.

Por conta da chuva, ficou mais difícil recorrer a alternativas nesta terça-feira (16), sendo impossível chegar de bicicleta ao trabalho e complicado pagar o preço sugerido pelos transportes por aplicativo.

A greve ocorre por falta de pagamento. Com isso, os motoristas reivindicam por:

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

** Colaborou: Naiara Camargo

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Cidades

Em meio à crise do transporte, comércio antecipa folga de funcionários

Na falta de clientes nas lojas da região central, empresas liberam colaboradores enquanto aguardam a resolução da greve de ônibus

16/12/2025 16h45

Crédito: Pagu / Correio do Estado

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O comércio da região central, que esperava aumentar o volume de vendas a oito dias do Natal, está tendo de antecipar a folga dos funcionários devido ao esvaziamento da região em decorrência da greve dos motoristas de ônibus em Campo Grande.

A reportagem percorreu o entorno da Praça Ary Coelho, onde os pontos de ônibus estão servindo de local de espera para trabalhadores ou consumidores que se aventuraram e aguardavam um veículo por aplicativo.

Na Rua 14 de Julho, vendedores de lojas se ocupam organizando o estoque, formando filas à espera de um ou outro cliente, mas o cenário de incerteza marca a época do ano em que os lojistas esperam faturar mais.

Alguns estabelecimentos estão optando por antecipar a folga dos funcionários, já que, com a ausência da população que acessa o centro por meio do transporte coletivo, o movimento praticamente desapareceu.

É o caso de uma loja de calçados Anita, cuja gerente da unidade, Rayssa Dias dos Santos, relatou à reportagem que, na segunda-feira (15), quando a greve teve início, a loja ainda manteve um movimento tímido.

“Hoje a gente antecipou algumas folgas, primeiro porque o movimento fica mais calmo e, segundo, por ser menos um gasto para ter que trazer o funcionário de Uber.”

Nem a caravana de Natal da Coca-Cola deixa o setor confiante, uma vez que grande parte da população que costuma ir ao local, inclusive para aproveitar as atrações da Praça Ary Coelho, depende do transporte coletivo.

“Hoje vai ter a passeata da Coca-Cola, e eu acredito que muita gente precisa do ônibus para vir até o centro. Então, acredito que a paralisação do transporte público dá uma desequilibrada”, explicou Rayssa, e completou:

“A gente fica preocupada porque, querendo ou não, muita gente depende desse meio de transporte.”

Do outro lado da rua, na loja do Boticário, a gerente Suelen Benites Vieira, de 31 anos, explicou que a alternativa para enfrentar a falta de clientes tem sido a entrega em domicílio, serviço oferecido pela rede.

Entretanto, a greve dos motoristas de ônibus diminuiu de forma significativa o número de clientes no estabelecimento.

14 de Julho vazia, em horário que costuma ter fluxo de pessoas / Crédito: Pagu / Correio do Estado

“Realmente, seria o dobro, porque esta semana e a próxima são decisivas. Estamos vendendo muito para quem possui veículo, porque os que dependem de ônibus não estão vindo”, disse Suelen.

Na loja de vestuário, o gerente da Damyller, Cesar de Araújo, de 23 anos, recebeu a reportagem em um espaço que normalmente teria fluxo intenso de clientes, mas que, devido à chuva e ao custo do transporte por aplicativo, acabou tendo o cenário alterado.

“A greve de ônibus está impactando bastante não só a gente, mas também os outros comerciantes. Por exemplo, fui pegar uma marmita e ouvi reclamações. Isso está afetando tanto a rotina dos funcionários quanto o movimento do centro, e a gente percebe claramente essa diferença no fluxo”, pontuou Cesar.

Além disso, os funcionários só não estão sendo mais afetados e conseguem ir trabalhar porque as empresas se comprometeram a custear o transporte por aplicativo.

“A empresa está dando todo o suporte. Os funcionários pedem Uber e a gente ressarce o valor”, explicou Cleber, iniciativa que outros estabelecimentos também tiveram de adotar para não perder o efetivo.

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