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MATO GROSSO DO SUL

MP pede rompimento entre prefeitura e pivô em esquema milionário de contratos

Empresa de engenharia criada em 2015 na Capital acumula acordos com municípios no interior de MS que passam de R$ 11 milhões em contratações suspeitas

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Nesta quarta-feira (17), por meio de Diário Oficial, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) publicou uma recomendação pedindo para que o município longe cerca de 425 quilômetros da Capital coloque fim no contrato firmado, neste ano, com empresa de engenharia tida como pivô em esquemas milionários.

Conforme o MPMS, após uma série de considerações, o município de Ladário têm o prazo de dez dias - a contar a partir da data da  intimação/cientificação da recomendação -  para revogar/rescindir/anular o contrato de pouco mais de um milhão de reais firmado com a Engeluga Engenharia LTDA. 

Ainda conforme o Ministério Público, o contrato em questão foi firmado sem licitação, através do chamado "processo de inexigibilidade", e possui um valor total de R$ 1.080.000,00 pela vigência de 12 meses. 

Como bem detalha o portal da transparência do município, a contratação firmada em 12 de março deste ano é referente aos serviços de "apoio técnico na supervisão e fiscalização da execução das obras e serviços, em atendimento às necessidades da Prefeitura de Ladário". 

Na mira do MP

Para expedir a recomendação, destinada ao prefeito e ao secretário de infraestrutura e serviços públicos de Ladário, Munir Sadeq Ramunieh e Waldecyr Ferreira de Arruda respectivamente, uma série de fatores foram levados em consideração. 

Além de reforçar as condições para que a dita "inexigibilidade" seja adotada, como a falta expressa de concorrência, entre outros pontos, o Ministério aponta que o processo em questão traz uma "total ausência do objeto especificado à excepcionalidade inerente à falta de licitação". 

Em outras palavras, o processo de inexigibilidade que rendeu à Engeluga um contrato de R$1 milhão com o município de Ladário só transcreveu "de forma genérica" as hipóteses legais de apoio técnico, sem, em contrapartida, especificar qualquer obra ou serviço.  

Ainda segundo o MPMS, a justificativa/necessidade apresentada na solicitação de contratação direta também não faz qualquer apontamento para que se afastasse o princípio da isonomia por meio da competição. 

"Pelo contrário, expuseram como fundamento a insuficiência de servidores lotados na Secretária Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos e a consequente finalidade e não oneração do quadro de servidores – efetivos e/ou comissionados – existentes", cita trecho da recomendação. 

Abaixo, segue o recorte da solicitação grifado pelo Ministério Público para reforçar essa Consideração em questão:  

"Os serviços de consultoria, assessoria e acompanhamento de obras de engenharia, assim como a supervisão e fiscalização da execução das obras e serviços possuem alto grau de complexidade e demandam a interdisciplinaridade de profissionais e equipamentos necessários à sua completa execução.

A Prefeitura Municipal de Ladário não possui no quadro de pessoal efetivo, profissionais de engenharia civil para tais atividades, atuam dois arquitetos do quadro efetivo e dois engenheiros civis comissionados já lotados em atribuições inerentes ao desempenho da máquina pública, o que implica na contratação externa, visando não onerar o quadro de pessoal existente.

Considerando essas adversidades e ainda os prazos necessários para a realização de uma licitação, faz-se necessário que os serviços estejam disponibilizados para que as realizações das obras sejam imediatas de forma a atender inúmeras demandas trazidas das mais diversas localidades." 

Para refutar tal apontamento, o MP cita a cláusula do contrato que detalha os 12 serviços a serem prestados, indicando que os atos - como "elaboração de projeto básico e complementos"; fiscalizar, orçar e analisar resposta técnica, por exemplo - "se confundem com a atividade rotineira de qualquer engenheiro".

Agora, os alvos da recomendação precisam atender ao prazo estipulado, inclusive para informar o acatamento ou não da recomendação, o que abriria possibilidade das devidas medidas judiciais para correção da irregularidade e, inclusive, eventual responsabilização de agentes públicos.

Histórico

Criada em 12 de março de 2015 na Capital, desde 2016 a Engeluga aparece por diários oficiais vencendo licitações. Com capital social de R$200 mil (que atualmente já está em R$1,5 milhão) a empresa passou a levantar suspeitas de que estava sendo favorecida em licitações.

Consultas mostram que a Engeluga ainda em 2016 venceu uma licitação da então Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura de Mato Grosso do Sul (Fapems), com valor global de R$16.050,00.

Entre seus vínculos iniciais com municípios interioranos, um deles foi a prefeitura de Eldorado–MS, com a empresa contratada em 06 de abril de 2017, por R$149.400,00 para serviço de Assessoria/Consultoria para fiscalização, execução e elaboração de projeto civil e infraestrutura local. 

Esse contrato teve cinco termos aditivos totais, com a empresa voltando a pactuar serviços em 22 de junho de 2022. Além de Eldorado, a Engeluga firmou contratos com: 

  • Nova Alvorada do Sul 
  • Água Clara 
  • Itaporã 
  • Sidrolândia 
  • Porto Murtinho 
  • Ivinhema, entre outros 

Na maioria das vezes contratada para assessoria/ consultoria na elaboração de projetos civis, Nova Alvorada, por exemplo, gastou R$180 mil para contratar a Engeluga em 08 de maio de 2017. 

Além desses, Água Clara desprendeu R$360 mil contratando a empresa, enquanto Itaporã usou R$329,5 mil para elaboração de projetos executivos de duplicação e implantação de iluminação com luminárias LED na MS-156. Outras licitações, porém, foram ainda mais caras. 

Justamente a rapidez fora do comum chamou atenção nessas contratações, com processos de inexigibilidade que duravam cerca de cinco dias. Além disso, a coincidência entre datas do que era proposto pela Engeluga e as datas do Estudo Técnico Preliminar sugerem possíveis ajustes prévios. 

A suspeita principal surgiu de contrato com valor de R$930 mil, de gerenciamento de obras e serviços municipais, incluindo a elaboração de Projeto Civil e Infraestrutura do Município de Selvíria–MS, com duração de 12 meses, conforme o Contrato de Financiamento e pelo Sistema de Informação ao Cidadão de Selvíria é possível encontrar a inexibilidade, assinada em 07 de outubro de 2022. 

Para elaboração de projetos de obras civis e supervisão e fiscalização de obras civis e infraestrutura, Porto Murtinho gastou R$757.110,00 com a contratação da Engeluga, enquanto no contrato com Sidrolândia o valor fica perto do milhão (R$960.000,00. )

Escândalos e suspeitas

Em 08 de fevereiro de 2024, como bem acompanhou o Correio do Estado, a Engeluga Engenharia apareceu como "pivô" no centro de um suposto esquema criminoso, que levantou desconfianças de práticas de peculato, contratação e lavagem de dinheiro. 

Justamente a "inexigibilidade de contrato" de R$930 mil entre a Engeluga e o município de Selvíria levantaram suspeitas do MPMS e do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), que nessa ocasião em fevereiro de 2024 colocou os agentes na rua para cumprimento de nove mandados de busca e apreensão. 

Além desses 930 mil reais em contrato com Selvíria, o Dracco detalhou que os contratos administrativos com municípios sul-mato-grossenses já somavam pelo menos R$ 11.804.947,05, sendo que a Engeluga chegou até mesmo a assumir a reforma e ampliação da sede da Câmara Municipal de Dourados, que também entrou na mira devido aos custos elevados e suspeitas de sobrepreço e superfaturamento na execução do projeto.

 

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Em 14h, chuva de 181 mm derruba pontes em Paranhos

Água tranbordou em pontos do município na zona rural e na zona urbana

13/12/2025 10h30

Reprodução

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Um forte temporal atingiu a região de Paranhos, a 462 km de Campo Grande, e deixou um rastro de destruição no município ao longo da última sexta-feira (12).

Conforme registrado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a região de Paranhos registrou, entre as 4h e as 18h de ontem, uma precipitação acumulada de 181,6 mm.

Queda de pontes

A intensidade das chuvas causou a queda da ponte de madeira que passa sobre o Rio Destino e dava acesso ao Assentamento Beira Rio e às aldeias Ypo`i e Sete Cerros na zona rural do município.

Em outro ponto do mesmo rio, uma ponte de concreto foi completamente carregada pelas águas. A estrutura dava acesso à Fazenda Itapuã e ao Assentamento Vicente de Paula e Silva.

Para acessar a cidade, moradores de ambas as regiões afetadas pela queda das pontes terão dar a volta pela Rodovia MS-165, pela linha internacional que separa Brasil e Paraguai.

Água transbordou

Com o grande volume de chuva, o Rio Iguatemi chegou a transbordar encobrindo uma ponte, na altura que liga a cidade de Paranhos a Rodovia MS-156, entre Amambai e Tacuru,

Outra inundação ocorreu na zona urbana de Paranhos, onde o Lago Municipal encheu por completo.

Veja os registros dos estragos:

Vídeo: Reprodução/A Gazeta News 

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Cantor que passou mal antes do show é submetido a cirurgia cardíaca

Clemente Nascimento, pioneiro na cena do punk brasileiro, passou pelo procedimento nesta sexta-feira (12), na Santa Casa de Campo Grande

13/12/2025 09h54

Clemente Nascimento, das bandas Inocentes e Plebe Rude, teve um mal-estar momentos antes de subir ao palco no Bosque Expo

Clemente Nascimento, das bandas Inocentes e Plebe Rude, teve um mal-estar momentos antes de subir ao palco no Bosque Expo Reprodução Instagram

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O ícone do punk rock nacional, Clemente Nascimento, passou mal momentos antes do show e, na tarde de sexta-feira (12), precisou passar por uma cirurgia cardíaca na Santa Casa de Campo Grande.

O cantor e guitarrista das bandas Inocentes e Plebe Rude iria se apresentar no dia 11 de dezembro, quando sofreu um mal-estar e precisou receber atendimento médico.

O organizador do evento destacou o artista, de 62 anos, como a principal atração musical, que ocorreria no Bosque Expo, no Shopping Bosque dos Ipês.

Por meio de nota nas redes sociais, a família comunicou que Clemente Nascimento passou por uma cirurgia complexa no coração e estava em recuperação.

Confira a nota:

“A família Nascimento, o Inocentes e a Plebe Rude informam que, na noite de ontem, 11/12, em Campo Grande (MS), momentos antes de um show, Clemente Nascimento sentiu um mal-estar e precisou ser internado na Santa Casa da cidade.

Clemente foi submetido, durante a tarde de hoje, a uma cirurgia de emergência complexa no coração e está em recuperação.”
 

 

 

 

Referência no cenário punk

Um dos ícones da cena musical do punk e do rock brasileiro, Clemente Nascimento iniciou, em 1981, sua trajetória com os Inocentes, banda que teve papel importante na consolidação do gênero no país.

Em 2004, passou a integrar a banda Plebe Rude, que surgiu em Brasília na década de 1980, período efervescente que marcou vários outros nomes da música brasileira.
 

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