Depois de uma longa novela, que começou com a promessa de um novo empreendimento para o município de Água Clara, o governador por Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, afirmou hoje (22) que as obras para instalação da megafábrica da Bracell em Bataguassu devem começar já em fevereiro de 2026.
Conforme o chefe do Executivo de Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado teve uma reunião “muito exitosa e produtiva” recentemente com os responsáveis pela Bracell.
Se a previsão, como bem acompanhou o Correio do Estado, é que a licença para a megafábrica da Bracell saísse até o fim deste ano, Riedel fez questão de destacar que o documento ambiental em questão já foi emitido.
Segundo Riedel, houve a devida assinatura do chamado "Memorando de Entendimento" (em tradução livre do termo Memorandum of Understanding), conhecido pela sigla M.O.U e, portanto, já há uma data definida para o início das obras.
"Deu certo, assinamos o acordo final. Eles começam agora em fevereiro de 2026 a obra já e estamos discutindo novos investimentos", expôs o Governador.
Megafábrica
Vale destacar que, como abordado pelo Correio do Estado, o investimento atualizado previsto é cerca de 30% menor que o esperado, saindo da ordem de R$23 bilhões - quando a fábrica ainda era prometida para Água Clara - para atuais R$16 bilhões.
Longe aproximadamente 310 quilômetros de Campo Grande, e cerca de 9 km da área urbana de Bataguassu, a Bracell prevê uma produção de até 2,9 milhões de toneladas por ano com a nova fábrica de celulose que deve captar até 11 milhões de litros de água diretamente do Rio Paraná.
Com o consumo de eucalipto anual estimado em 12 milhões de metros cúbicos, a produção deve atingir em torno de 2,92 milhões de toneladas, em caso de trabalho sem parada geral.
Com a possibilidade de operar em modelo combinado, com 1,46 milhão de toneladas de celulose kraft e 1,14 milhão do tipo solúvel, são esperadas um total aproximado de 2,6 milhões de toneladas ao ano.
Caso essa fábrica realmente saia do papel, o empreendimento da Bracell será o quinto a incorporar o chamado "Vale da Celulose", já que a primeira, da Suzano, entrou em operação em 2009, em Três Lagoas e ainda teve sua capacidade de produção duplicada.
Em 2012 essa mesma cidade presenciou a ativação da Eldorado, que também carrega a promessa de duplicação da capacidade. Já a terceira fábrica entrou em operação em meados do ano passado, em Ribas do Rio Pardo.
Nesse caso, a Suzano investiu R$ 22 bilhões e instalou a maior fábrica em linha única do mundo, com capacidade para 2,55 milhões de toneladas por ano, enquanto que a quarta unidade, com investimentos na ordem de 4,6 bilhões de dólares, está sendo edificada em Inocência
Faltam casas
Até meados deste ano, a Bracell ignorava a escassez de moradias no entorno da megafábrica, já que não havia sequer previsão de construção de casas para trabalhadores, situação que só teve sinal de mudança no início de junho.
Isso porque, durante agenda pública no fim da manhã de 02 de junho, com a presença do atual Secretário Nacional de Habitação, Augusto Henrique Alves Rabelo em Campo Grande, Riedel aproveitou da coletiva de imprensa para afirmar que a Bracell fará mil residências no município com megafábrica.
Por fim, Eduardo Riedel complementa alegando que há novos investimentos previstos para qualquer município do Estado, não necessariamente de celulose, uma vez que o Executivo busca dar sequência à cadeia industrial.
“Como a gente tem a indústria frigorífica, por exemplo, depois a indústria de industrializados, e a gente está buscando essas cadeias aqui para o Mato Grosso do Sul”, conclui.


Fonte: Inmet
Previsão para segunda-feira (7) / Fonte: Cemtec


