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Operação combate abuso sexual infantil com apoio dos "EUA"

Ação com alvos em MS reuniu cerca de 750 policiais em campo para cumprimento de mais de uma centena de mandados de busca e apreensão

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Na manhã desta quarta-feira (25), com apoio investigativo de Agência de Investigação Interna (Homeland Security Investigations – HSI), da Embaixada dos Estados Unidos, cumpriu 141 mandados de busca e apreensão mirando alvos - inclusive de MS - que espalham grande volume de material criminoso relacionado a abuso sexual infantil.

Mato Grosso do Sul aparece com quatro desses cumprimentos, sendo dois na Capital do Estado, Campo Grande, um em Três Lagoas e outro em Corumbá. 

Ainda, informações repassadas pela Polícia Federal apontam para duas situações específicas de flagrante delito em Mato Grosso do Sul: um caso de armazenamento na Cidade Morena e outro em Três Lagoas. 

Batizada de Operação Terabyte, segundo a Polícia Federal em nota, a alcunha para ação é uma ligação, já que o termo classifica unidade de armazenamento de dados cibernéticos equivalente a mil gigabytes.

Nesse sentido, os alvos da Operação Terabyte são indivíduos investigados pela grande quantia em posse e/ou pelo tráfego de arquivos de abuso sexual infantil. 

Com participação das polícias civis dos mais diversos territórios brasileiros, não só a identificação, mas também são focos da operação da PF as prisões desses criminosos que agem em meio virtual mantendo ou disseminando esses materiais de abuso sexual infantojuvenil. 

Em campo

Operação de combate ao abuso sexual infantilReprodução/PF

Em cumprimento de 141 mandados de busca e apreensão simultâneos, mais de 750 policiais estão empregados, fortalecidos pelo trabalho da HSI da embaixada norte-americana. 

Com isso, as forças nacionais de segurança estão se integrando nesse processo de investigar e punir esses crimes, previstos no tradicional Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

Conforme texto legal previsto no artigo 241-B do ECA: adquirir, possuir ou armazenar material que contenha qualquer forma de registro de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes é considerado crime. 

Incorrendo nessa prática criminosa, o indivíduo condenado pelo crime tem penas previstas que chegam a quatro anos de reclusão. 

Dados do Setor de Capturas da Polícia Federal apontam que em menos de um ano - entre dezembro de 2023 e agosto de 2024 -, 1.291 mandados de prisão de abusadores sexuais foram cumpridos. 

Conforme balanço da PF, esses mandados estavam pendentes de cumprimento, com suas execuções demonstrando o compromisso interno de todas as áreas da Polícia Federal em combater essa prática criminosa. 

Além disso, pais e responsáveis precisam se integrar à causa, através do monitoramento das crianças enquanto usarem o mundo virtual e também físico. 

Reprodução/PF


**(Com informações da assessoria)

 

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CUIDADOS COM O CORPO

Periodicidade de mamografias divide autoridades da saúde

Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Câncer (Inca), dizem que ideal é que a mamografia seja feita a cada dois anos por todas as mulheres entre 50 e 69 anos, mas Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda ainda mais cedo

02/02/2025 21h00

divergências ganharam notoriedade há alguns dias, depois que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fez consulta pública sobre as atualizações do Manual de Boas Práticas em Atenção Oncológica

divergências ganharam notoriedade há alguns dias, depois que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fez consulta pública sobre as atualizações do Manual de Boas Práticas em Atenção Oncológica Divulgação

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A partir de quantos anos se deve fazer a mamografia de rastreio, ou seja, como um exame de rotina, mesmo sem sintomas? Para autoridades públicas, como o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o ideal é que a mamografia seja feita a cada dois anos por todas as mulheres entre 50 e 69 anos.

Algumas entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), entretanto, recomendam exame anual a partir dos 40 anos.

As divergências ganharam notoriedade há alguns dias, depois que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fez consulta pública sobre as atualizações do Manual de Boas Práticas em Atenção Oncológica, usado no Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde.

Órgão regulador dos planos de saúde, cabe à ANS fiscalizar o serviço prestado e criar normas e outras iniciativas que melhorem o atendimento à população. 

Entre os critérios para que as operadoras de planos de saúde sejam certificadas, está a realização de exames de rastreamento de diversos tipos de câncer, o que contribui para o diagnóstico precoce.

No caso do câncer de mama, a minuta elaborada pela ANS estabelece o rastreamento organizado, com a convocação de todas as beneficiárias dentro da faixa etária para fazer a mamografia e outros exames complementares que forem necessários. Até esse ponto, há consenso.

"A melhor maneira de desenvolver a linha de cuidados do câncer é tentar fazer o diagnóstico da doença o mais precocemente possível. Porque quanto mais precoce for o diagnóstico, o tratamento é mais efetivo e é menos dispendioso", diz o diretor-geral do Inca, Roberto Gil. 

A mastologista Rosemar Rahal, que integra a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), complementa:

"Este é o caminho, não tenho dúvida. Os países que reduziram a mortalidade por causa de câncer de mama conseguiram fazendo o rastreamento organizado". 

Divergências

A ANS decidiu, entretanto, seguir em sua minuta o protocolo do Inca, que também é adotado no Sistema Único de Saúde (SUS) e preconiza a realização de mamografia de rastreio apenas a partir dos 50 anos, com intervalo de dois anos entre os exames, caso nenhum problema seja encontrado.

"O rastreamento do câncer deve ser direcionado às mulheres na faixa etária e periodicidade em que há evidência conclusiva sobre redução da mortalidade por câncer de mama e em que o balanço entre benefícios e possíveis danos à saúde dessa prática seja mais favorável", diz a minuta. 

A escolha motivou protestos de várias entidades médicas, que defendem a inclusão de pessoas de 40 a 50 anos e a realização anual dos exames.

"Esse já é um posicionamento das sociedades médicas há alguns anos. Nós já temos três diretivas publicadas pela SBM, pela Febrasgo [Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia] e pelo Colégio Brasileiro de Radiologia nos anos de 2012, 2017 e 2023, colocando o que essas três sociedades médicas consideram como sendo ideal para o rastreamento mamográfico no Brasil. (...)

Porque nós temos no Brasil 25% dos cânceres de mama entre 40 e 50 anos de idade. Então, se nós fazemos esse rastreamento só a partir dos 50 anos, estaremos postergando o diagnóstico. Essa lesão prolifera dentro desse tecido mamário e chega para gente em um estágio mais avançado", afirma Rosemar Rahal.

O diretor-geral do Inca enfatiza que o protocolo do instituto está de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer:

"A informação científica que temos hoje não é da opinião de um especialista, é da literatura médica, avaliada com o nível de evidência 1, meta-análise e estudo randomizado, que é o maior nível de evidência que se tem. Grande parte dos trabalhos não conseguiu mostrar nenhum aumento de sobrevida na faixa dos 40 aos 50 anos. Só houve aumento de sobrevida na faixa de 50 a 69 anos."

Roberto Gil explica por que esses estudos consideram que os 50 anos são a idade certa para o início do rastreamento na população em geral:

"Não estamos negando que mulheres abaixo de 50 anos tenham câncer de mama. Estamos falando que, abaixo dos 50 anos, acumulam-se outros problemas e o rastreamento populacional é menos eficiente.

A mamografia é um exame de raio X, que vai ser mais efetivo na medida que a mama seja menos densa e que se tenha mais contraste na imagem, para não se confundir o parênquima normal com um nódulo.

Então [antes dessa idade], aumenta muito mais a possibilidade de ter falsos positivos e ter que fazer mais exames. Posso fazer uma biópsia e ser mais difícil interpretar e levar a uma cirurgia desnecessária." 

O médico afirma também que a mudança da faixa etária pode atrapalhar o rastreamento da população atualmente incluída.

"Hoje, 30% das mulheres brasileiras nunca fizeram uma mamografia. Então, para dar um exemplo, seria como se eu estivesse fazendo um salto em altura. Eu botei o meu sarrafo em 2 metros e não estou conseguindo pular. A minha próxima medida vai ser tentar melhorar e treinar muito para pular os 2 metros, ou elevar o sarrafo para 2,50?" 

A mastologista Rosemar Rahal, porém, ressalta que o aumento da demanda não seria um problema por si só.

"No Brasil, não temos déficit de aparelho de mamografia, temos déficit de mamografias. O aparelho está lá, mas não é usado. E aí tem uma série de questões que vêm à tona. Talvez esse exame não seja solicitado, ou quando é solicitado a paciente não faz por medo do exame e do diagnóstico. A nossa questão não é de falta de equipamento, a nossa questão é de comunicação."

Cobertura

Quando a discussão chegou às redes sociais, muitos usuários começaram a dizer que a ANS pretendia mudar as regras de cobertura, impedindo mulheres mais jovens de fazer a mamografia pelos planos. 

A agência esclareceu que os critérios do manual se referem apenas ao programa de certificação, que é de adesão voluntária das operadoras, e não tem nenhuma relação com o chamado rol obrigatório: uma lista com todas as consultas, exames, cirurgias e tratamentos que as operadoras devem cobrir. 

Atualmente, o rol garante direito à mamografia bilateral para mulheres de qualquer idade, conforme indicação médica, e mamografia digital, dos 40 aos 69 anos.

Até a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota enfatizando que os planos de saúde não podem negar mamografia, sob pena de multa. 

Mesmo assim, a mastologista Rosemar Rahal teme que a adoção do manual com a redação atual possa embasar negativas de cobertura por parte dos planos de saúde:

"Se a Agência Nacional coloca um selo de qualidade e considera como qualidade realizar mamografia a partir dos 50 anos, de 2 em 2 anos, toda a saúde suplementar vai considerar aquilo como ideal. O que a gente acredita é que, se o documento for publicado desse jeito, os planos de saúde vão assumir isso como regra."

Na última segunda-feira (27), a ANS realizou reunião com representantes de diversas entidades médicas para esclarecer dúvidas sobre a consulta pública e concedeu prazo de 30 dias para que s apresentem os estudos científicos e dados técnicos que embasam o pedido de mudanças nos critérios de rastreamento.

Além disso, a ANS recebeu mais de 63 mil contribuições por meio da consulta pública e informou que vai analisar todas as propostas recebidas. 

 

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Morte

Chefe do tráfico é executado à luz do dia no Nhanhá

Elpídio da Silva Santos, de 35 anos, foi alvejado por disparos de arma 9 milímetros e morreu no local

02/02/2025 17h30

Elpídio era apontado como um dos chefes do tráfico de drogas na região

Elpídio era apontado como um dos chefes do tráfico de drogas na região Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Apontado como um dos chefes do tráfico de drogas na Vila Nhanhá, Elpídio da Silva Santos, de 35 anos, foi executado à luz do dia neste domingo (30), em Campo Grande.

Informações policiais apontam que o crime ocorreu  por volta das 14h30, na Rua Floriano Paula Corrêa, esquina com a Travessa das Oficinas, onde um homem encapuzado teria descido de um gol G3 prata e efetuado ao menos 14 disparos, que atingiram o rosto e o tórax de Elpídio.

Sentado próximo a um comércio da região, Elpídio tomava cerveja no momento do fato e, conforme os moradores, ele tentou correr para dentro de sua casa, entretanto não conseguiu sobreviver aos disparos, feitos com uma arma de calibre 9 milímetros, e morreu no local.

De acordo com o tenente da Polícia Militar Carlos Roa, o crime pode ser uma espécie de “acerto de contas” entre os traficantes, visto que no fim de janeiro último, outro homem foi morto da mesma forma, no mesmo local e, conforme o oficial, teria ligação com Elpídio.

“É uma arma bastante utilizada aí por pistoleiros, né? Pessoas ligadas ao mundo do crime de execução.”, frisou o tenente. Diante do ocorrido, uma equipe do Pax foi acionada.

No último dia 22, Kennyd Anderson José Antunes de Oliveira, de 21 anos, foi morto a tiros na mesma esquina.  Informações iniciais apontaram que a vítima foi abordada por dois homens que estavam em uma motocicleta, e efetuaram disparos após uma rápida discussão. Conforme apurado pelo Correio do Estado, Kennyd seria funcionário de Elpídio, morto neste domingo. 

Na ocasião, o jovem chegou a ser socorrido por pessoas que moravam nas redondezas e que ouviram tanto a discussão quanto os disparos. No entanto, não resistiu e morreu no local. A morte foi constatada por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Kennyd respondia em regime aberto pelo envolvimento no assassinato de Carlos André Isídio Acosta, de 21 anos, em abril de 2022.

Na ocasião, ele e um adolescente de 16 anos foram, em uma motocicleta, até a residência da vítima. Foi o adolescente, que estava na garupa, quem efetuou os disparos, motivados por desavenças. A mãe de Carlos presenciou a execução do filho.

Outros problemas 

Na última semana, uma operação conjunta da polícia apreendeu 68 trouxinhas de cocaína e 13 porções de maconha, além de prender sete pessoas em flagrante, ação que culminou na morte de Leonardo Diego Fagundes Lourenço.

Por lá, os moradores estão descrentes de que as forças policiais vão estancar os problemas vivenciados diariamente por quem vive na região, sobretudo daqueles que moram no quadrilátero entre as ruas do Aquário e Bom Sucesso e as avenidas Ernesto Geisel e das Bandeiras.

Área comum de usuários de drogas, o espaço é considerado a cracolândia de Campo Grande, sendo o principal alvo da Operação Dual, realizada na quinta-feira pela Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar). 

Quem vive por lá declarou à reportagem do Correio do Estado que, por maior que seja a boa vontade dos policiais, todas as ações realizadas pelas forças de segurança se tornam paliativas, diante do grande número de usuários de drogas que transitam e usam ilícitos à luz do dia, a poucos metros de crianças e vizinhos.

Morador do bairro há pelo menos 20 anos e atento ao movimento das ruas, um comerciante que preferiu não se identificar disse que tudo que já vem ocorrendo “se repetirá o mais breve possível”, disse um morador. 

“Não vai mudar nada. Moro aqui há tanto tempo e nunca tive problema com ninguém, apesar de todos os usuários que vivem por aqui. Querem saber se resolveu? Venham aqui à noite”, declarou o comerciante. Além dele, outros moradores declararam que a ação policial ainda não teve resultados práticos.

A Operação Dual contou com o apoio de policiais do Delegacia de Repressão de Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) e das unidades subordinadas ao Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), ao Comando de Policiamento Especializado (CPE) e à Coordenadoria-Geral de Policiamento Aéreo (CGPA), as quais fiscalizam locais considerados críticos.

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