A Polícia Federal apreendeu quase meia tonelada de cloridrato de cocaína, que seria levada de Mato Grosso do Sul para o exterior, nessa terça-feira (20), em Bataguassu.
A droga estava escondida no fundo falso de um caminhão e o motorista, que não teve a identidade divulgada, foi preso.
De acordo com a PF, a equipe recebeu denúncia anônima de que um caminhão estaria sendo utilizado para o tráfico de drogas, fazendo o transporte de entorpecentes entre Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Diante da informação, os policiais federais localizaram o veículo no pátio de um posto de combustíveis, em Bataguassu. O caminhão estava carregado com carga de soja, que era transportada legalmente.
No entanto, em revista ao veículo, foi encontrado um fundo falso, localizado na cabine, onde estavam escondidos vários tabletes pequenos de cloridrato de cocaína, que totalizou 490 quilos da droga. Os tabletes estavam etiquetados com adesivos 'Gianne Versace', fundador da marca italiana de luxo Versace.
O motorista informou que seguia viagem de Maracaju até o porto de Santos (SP), o que indica que a droga tinha como destino o mercado exterior.
Ele foi conduzido à Polícia Federal e autuado em flagrante pela prática do crime de tráfico interestadual de drogas. Se condenado, poderá cumprir mais de 15 anos de reclusão.
A Polícia Federal não divulgou em quantos a cocaína apreendida está avaliada, mas o valor médio pode ser de até R$ 132 milhões no mercado europeu.
Isto considerando estudo “Dinâmicas do mercado de drogas ilícitas no Brasil”, do Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE), publicado no fim de 2022, que aponta que o quilo da cocaína na Europa variou entre R$ 140 mil, na cotação mínima, a R$ 270 mil, na máxima, no ano base.
Ainda segundo o estudo, é normal que os preços dos entorpecentes tenham grande variação e nem mesmo a ONU tem avaliação precisa sobre esse mercado.
Rota do tráfico
As apreensões de cocaína têm sido frequentes em Mato Grosso do Sul, que já se consolida como rota do tráfico da droga.
Mato Grosso do Sul tem Paraguai e Bolívia como países fronteiriços, e com uma longa fronteira seca, que é um dos maiores corredores para o tráfico de drogas da América do Sul.
Conforme reportagem do Correio do Estado, no ano passado, computando as apreensões de todas as forças policiais, em Mato Grosso do Sul foram apreendidas 18,4toneladas de cocaína e pasta base, ante 16,6 toneladas no ano anterior, o que representa aumento um pouco superior a 10%.
Um dos fatores que explicam o aumento das apreensões em terra é a a ativação de radares da Força Aérea Brasileira (FAB) para detecção de aeronaves que voam em baixa altura e não estão identificadas em Corumbá, Porto Murtinho e Ponta Porã, segundo informou anteriormente o Departamento de Operações de Fronteira.