Cidades

CARLOS ACUTIS

Possível segundo milagre em Campo Grande pode canonizar beato italiano

Jovem que sofreu parada cardíaca em 2016 e recebeu a unção dos enfermos com relíquia de Carlo surpreendeu a medicina

Continue lendo...

O jovem campo-grandense Gabriel Terron Nunzio, de 25 anos, que sofreu uma parada cardíaca enquanto esperava um ônibus, próximo à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em 2016, pode ser o motivo da canonização – atribuição do status de santo – do beato italiano Carlo Acutis, conhecido como “padroeiro da internet”.

Gabriel Nunzio surpreendeu a comunidade médica ao sair de um estado vegetativo “irreversível” após receber a unção dos enfermos, com pedaço de cabelo e parte do pijama do jovem italiano Carlo Acutis, que pregava na internet e que morreu em 2006, aos 15 anos, em decorrência de complicações da leucemia.  

O caso de Gabriel ainda está sendo analisado pelo Vaticano. O primeiro milagre do italiano, também realizado em Campo Grande, já foi reconhecido pela Igreja Católica, que beatificou o garoto em 2020.

O Correio do Estado encontrou Gabriel Terron Nunzio e seus familiares para verificar o estado do ex-estudante de Química da UFMS. Trajado com uma blusa do beato Carlo Acutis, Nanzio está saudável e bem, o que contraria todos os diagnósticos médicos.  

Após superar um quadro de estado vegetativo, Gabriel consegue andar, se equilibrar, falar – mesmo com dificuldade –, ler e jogar video-game, entre outras coisas.

Sua mãe, Paula Renata Nunzio, tentou colocar em palavras algo que para muitos ainda é inexplicável. Ela relembrou que, na época, o garoto ficou internado 56 dias no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS), 54 deles em coma.  

Para os médicos, o caso não tinha solução e Gabriel ficaria preso a uma cama em estado vegetativo de forma permanente. 

“Eles falavam para prepararmos uma unidade de terapia intensiva [UTI] em casa, que não teria jeito. Quando ele saiu do hospital, só mexia os olhos, não tinha reação nenhuma. Após nove meses, o Gabriel estava andando, falando, comendo, tudo normal. Eu tenho um lado dos neurologistas, que alegam que para a medicina isso não tem explicação. Inclusive, esse documento foi enviado ao Vaticano”, relatou.  

O PODER DA FÉ

Para a família e a comunidade da Paróquia São Sebastião, o que ocorreu com Gabriel já é considerado um milagre, mesmo que ainda não reconhecido pelas autoridades católicas.

“A gente enviou há uns quatro anos toda essa documentação do caso do Gabriel. Mesmo que o Carlo não seja canonizado com o que aconteceu com o Gabriel, para nós já é um milagre”, disse Paula.  

A RETOMADA

Gabriel Nunzio está começando a se lembrar da vida que tinha antes do incidente, que, entre algumas sequelas, confundiu sua memória. Seu maior objetivo é voltar para a faculdade.  

“É meu sonho, gosto muito de Química, sempre gostei”, pontuou. Nunzio ainda brincou que deseja seguir a carreira de cervejeiro.  

Paula Nunzio ressaltou que, quando Gabriel voltou a andar, ela e o marido, José Carlos Nunzio, tentaram levá-lo à faculdade, mas não houve interação da turma, tampouco readaptação do ambiente escolar para recebê-lo.

“Eu fui seis meses com ele na faculdade, só que não houve interação e acolhimento porque a turma já era outra. Ele ficava sozinho o tempo todo, e eu não podia entrar, tinha que ficar lá fora esperando. Antes ele era um aluno acima da média, e, para mim, [a nova rotina] era muito dolorosa”, pontuou.

José Carlos explicou que, desde o incidente de Gabriel, agora é pior momento do filho, pois ele está voltando a se lembrar da rotina de um jovem de 19 anos – antes do acidente –, com amigos e uma vida social ativa.

“Estamos pensando em como voltar a inserir ele na sociedade, uma profissão com que ele possa trabalhar. Eu, como pai, tinha muitas expectativas para ele, a inteligência dele era fora de série. E ele já venceu muita coisa”, comentou.

CAUSAS  

Gabriel sofria de uma anomalia congênita no coração, herdada da parte paterna família, que não costuma aparecer em exames simples. O laudo era desconhecido até o momento do incidente, em 2016.  

O garoto começou a passar mal em um ponto de ônibus e foi socorrido pela técnica de enfermagem Bruna Moraes de Souza. Em 2017, foi implantado um cardioversor desfibrilador implantável (CDI) para evitar morte súbita. Gabriel relatou que não se lembra de nada do momento do incidente.  

PRIMEIRO MILAGRE

Em 2013, também em Campo Grande, Matheus Lins Vianna, na época com 3 anos, sofria de uma condição rara no pâncreas chamada de pâncreas anelar.  

O quadro era considerado inoperável. Em razão da condição médica, Matheus ficou subnutrido, pois não conseguia se alimentar.  

Em busca de ajuda, sua mãe, Luciana Lins Vianna, 42 anos, iniciou uma novena pedindo pela interseção de Carlo Acutis para a cura do filho.

“No dia que a relíquia do Carlo foi na capela pela primeira vez, levei ele para pedir a cura e, quando o Matheus beijou a relíquia, pediu para parar de vomitar e ficou imediatamente curado. Depois pediu para poder comer comida de verdade e conseguiu. Choramos muito de emoção”, contou.  

Hoje Matheus já está com 12 anos, totalmente recuperado da doença que o impedia de se alimentar. O caso de Matheus foi enviado ao Vaticano. Em 2018, a instituição abriu o processo de beatificação, transformado Carlo em venerável em 2018.  

Após anos de investigação do milagre em Campo Grande, o “padroeiro da internet” foi reconhecido pela Igreja Católica, que transformou Carlo em beato.  

À época, o papa Francisco salientou que Carlo era um exemplo para as novas gerações, por meio da forma que pregava a religião, on-line e com uma linguagem acessível aos jovens.  

“É verdade que o mundo digital pode expô-lo ao risco do retraimento, do isolamento ou do prazer vazio. Mas não podemos esquecer que, nesse ambiente, há jovens que também são criativos e brilhantes”, escreveu o pontífice. (Colaborou Mariana Moreira)

SAIBA

Nascido em Londres e com boa parte da vida entre as cidades de Milão e Assis, Carlo Acutis, o primeiro beato de “calça jeans e tênis”, usava a internet como ferramenta de evangelização.

 Morto em 2006, aos 15 anos, por complicações desencadeadas pela leucemia, Carlo foi declarado venerável em 2018. 

Após anos de investigação, o Vaticano atribuiu a ele um milagre feito a uma criança de Campo Grande, tornando-o beato desde 2020, uma das etapas para se tornar santo, para a qual são necessários dois milagres. Seus restos mortais foram transferidos em 2019 para Assis. 

Cidades

MS tem o segundo maior índice de mortos pela polícia da história

O presente ano está atrás apenas do ano passado, que havia sido recorde

20/11/2024 18h28

Imagem ilustrativa

Imagem ilustrativa Arquivo/Correio do Estado

Continue Lendo...

Dois homens, de dois municípios diferentes de Mato Grosso do Sul, foram mortos pela polícia na última terça-feira (19). Agora, o número de vítimas de agentes do Estado chegou a 70 no ano, o segundo maior índice registrado na série histórica divulgada no portal de dados da Secretaria Estadual de Justiça de Segurança Pública (Sejusp).

O presente ano está atrás apenas do ano passado, que foi o recorde em mortes causadas por agentes de Estado em Mato Grosso do Sul, com 131 mortos de janeiro a dezembro, quantidade 156,8% superior ao registrado em 2022, quando 51 foram mortos.

Os 70 mortos de 1º de janeiro a 20 de novembro deste ano se igualam às 70 vítimas registradas em todo o ano de 2019. Confira o levantamento:

Imagem ilustrativa

Perfil das vítimas

Assim como nos anos anteriores, em 2024 os homens representam a maior parte dos mortos pela polícia: foram 62 vítimas, número que representa 88,5% do total registrado. Apenas uma mulher foi vítima, e outros sete casos não tiveram o sexo especificado.

Quanto à idade, mais de metada das vítimas (52,8%) eram jovens de 18 a 29 anos. Na sequência, figuram adultos de 30 a 59 anos, que representam 31,4% do índice. Os adolescentes representam 5,7% do índice. Sete casos não especificaram idade, e representam 10%.

A maioria dos óbitos aconteceram em Campo Grande (36). No interior do Estado, foram registrados 34, sendo 19 na faixa de fronteira.

Casos mais recentes

Em menos de 12 horas, dois homens, um de 32 anos e outro de 33, morreram em confronto com a Polícia. O primeiro caso aconteceu durante a tarde, e o segundo à noite, nesta terça-feira (19).

Em Bataguassu, um homem de 32 anos foi baleado e morto por policiais civis após reagir ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão. A Polícia Civil não divulgou muitos detalhes a respeito da ocorrência.

Em Dourados, um homem de 33 anos morreu após reagir a abordagem de policiais civis do Setor de Investigações Gerais (SIG). Conforme apurado pela mídia local, ele estava sendo monitorado pela polícia suspeito de ameaçar uma família devido a uma dívida.

Na noite de segunda-feira (18), Gabriel Nogueira da Silva, de 27 anos, responsável pelo assassinato do médico Edivandro Gil Braz, de 54 anos, foi baleado e morto por policiais, após resistir à prisão e tentar fugir da delegacia onde estava detido, localizada em Dourados.

Colaborou: Naiara Camargo.

Assine o Correio do Estado.

Fauna

Lojista é multado em R$ 24 mil por expor cabeça de animais em Campo Grande

A ação do Ibama encontrou exposição de cabeças de onça pintada, queixadas e até a arcada dentária de tubarão no estabelecimento

20/11/2024 18h15

Crédito: Ibama MS

Continue Lendo...

Uma loja que expunha cabeças de animais silvestres foi alvo de fiscalização pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Campo Grande.

Os agentes encontraram várias cabeças de espécies da fauna sul-mato-grossense, como:

  • onças-pintadas (Panthera onca);
  • onças-pardas (Puma concolor);
  • queixadas (Tayassu pecari);
  • jacarés (Alligatoridae);
  • cervos-do-pantanal (Blastocerus dichotomus);
  • peixes pintados (Pseudoplatystoma corruscans);
  • dourados (Salminus brasiliensis).


Além disso, foram apreendidos "troféus", como a arcada dentária de um tubarão. As peças foram recolhidas, e o estabelecimento foi autuado conforme estabelece a Lei Federal de Crimes Ambientais (nº 9.605/98) e o Decreto nº 6.514/08.

O proprietário recebeu uma multa que totalizou R$ 24 mil, e os suspeitos de organizar a “exposição” irão responder pelo crime na Justiça.

É importante ressaltar que a legislação brasileira proíbe a exposição de partes de animais para comercialização, situação enquadrada na Lei de Crimes Ambientais como venda ilegal de artesanato feito com partes de animais silvestres.

Crédito: Ibama MS

Tráfico de animais


Com a ação, o Ibama tenta inibir tanto a oferta quanto a procura, bem como o tráfico de animais silvestres.

"Quanto mais raro é um animal, maiores são o interesse e o preço que pagam por ele", afirmou a superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, Joanice Lube Battilani, que completou:

"Essa prática está aliada ao fato de que algumas pessoas, de forma equivocada, acreditam que esses tipos de objetos feitos com partes de animais silvestres servem como amuletos, trazendo proteção e prosperidade."

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).